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Mencionaram

“Nem tudo está nas minhas mãos. Tive uma lição de humildade”.
Pitty, cantora, sobre o período de sua vida em que precisou passar por um tratamento psicanalítico.

“O Brasil é você. Essa negação do país, pela situação em que ele está, é querer ser vítima”.
Leandra Leal, atriz.

“Quando o assunto da vez é a mudança de emissora de Xuxa, nós vamos de Angélica”.
Joyce Pascowitch, jornalista, sobre a capa do mês de março da revista que leva seu nome.

“O plantio é silencioso. Festa só se faz na colheita”.
José Ivo Sartori, governador do Rio Grande do Sul, rebatendo as críticas ao seu jeito tranquilo de liderar.

“Eu não tenho mais vizinhos”.
Ana Moretto, moradora da cidade catarinense de Xanxerê, que foi parcialmente devastada por um tornado na segunda (20).

“Acho que essa moda vai passar, a não ser que esteja se espalhando uma fantástica epidemia de tolice no mundo”.
Ruth Rocha, escritora, ao criticar negativamente o interesse do público infanto-juvenil em literaturas sobre magia, vampirismo e coisas do tipo.

“Em minha defesa, tenho a desculpa de estar falando com você porque vai lançar um disco”.
Leonardo Rodrigues, repórter do UOL, justificando para Chicão, filho de Cássia Eller, que não o entrevistou em função da notoriedade da mãe.

“Tenho muito orgulho de fazer parte dessas duas famílias! Sou um cara abençoado”.
Tiago Abravanel, ator global e neto de Sílvio Santos, ao comentar a atitude do SBT em parabenizar a emissora rival, Rede Globo, pelos seus 50 anos.

“Esse ‘enta’ em vez do ‘inta’ é muito forte”.
Gabriela Duarte, atriz, sobre seu aniversário de 40 anos.

“Tenho uma vergonha muito grande de dizer que eu não fiz uma pergunta que presta”.
André Luiz Azevedo, jornalista, ao comentar que foi a última pessoa a entrevistar o ex-presidente da República Tancredo Neves.

“Diríamos que é um dos momentos mais ridículos da minha vida. O mundo inteiro deve ter pensado: ‘Quem é esse idiota berrando como louco ao lado do Pelé?'”.
Galvão Bueno, jornalista, sobre sua histórica narração da conquista do tetracampeonato pela Seleção Brasileira de futebol, em 1994.

“Quando eu tinha quatro anos, me perguntaram na escola o que eu queria ser quando crescer. Respondi: ‘Inesquecível’.”
Felipe Veloso, estilista.

Taís Brem

Sua majestade, o bolo

Guloseima mais esperada das festas, os bolos podem ter candidatos a substitutos, mas nunca saem de moda

Bolo foi produzido por Iris Martini (Foto Edson Beline).
Bolo foi produzido por Iris Martini (Foto Edson Beline).

“Onde já se viu casamento sem bolo?”. O questionamento indignado veio dos lábios da advogada Elaine Bierhals, 60, ao saber que a filha e o genro estavam pensando na possibilidade de economizar um pouco trocando o tradicional prato por docinhos mais modestos na festa de casamento. Isto não quer dizer, exatamente, que não haveria bolo. O planejamento até que incluía um artificial, para figurar nas fotos. Mas, com o puxão de orelhas, a jornalista Raquel Bierhals, 31, e o futuro engenheiro elétrico Alexandre Weymar, 27, refletiram e resolveram acatar o palpite de Elaine.

“Pensamos melhor e achamos que seria interessante ter o bolo, sim”, disse Raquel. “Não considero que esteja fora de moda, acho que é um simbolismo interessante. Outras coisas podem ser adaptadas, dependendo do estilo do casal, mas, em termos de casamento, há coisas que devem ser mantidas. E, afinal, consideramos que ter bolo combinaria conosco”.

É bem provável que os convidados do casamento de Raquel e Alexandre, que ocorre no início de novembro, fiquem felizes ao saber da decisão. Pelo menos, a maioria deles. A designer Elisa Cavalheiro, 30, prestigiará a cerimônia, mas não é daquelas que fazem questão de não dar adeus a uma festa antes do partir do prato principal. “Adoro chocolate, mas bolos não amo tanto assim. Prefiro um docinho, tipo brigadeiro, bem-casado, camafeu…”.

Estilos variados
Assim como Elisa (acredite!), tem quem não seja apaixonado por bolos e apele para variações, muitas vezes, até curiosas. Para além dos docinhos, como os clássicos quindins e bombons de morango, por exemplo, e os mais recentes cupcakes, há outras opções para quem investe em inovar, trazendo para o centro da mesa tendências tão curiosas, como o bolo de hambúrgueres que foi servido num casamento de americanos, há um tempo. Dizem que muita gente já copiou a ideia por aí. “Isto é porque eles ainda não provaram o bolo da dona Iris”, comentou, via Facebook, o administrador Marco Antônio Soares, 42, ao tomar conhecimento da bizarra notícia.

Iris trabalha com confeitaria há mais de 20 anos (Foto: Arquivo Pessoal).
Iris trabalha com confeitaria há mais de 20 anos (Foto: Arquivo Pessoal).

A senhora a que ele se refere é ninguém menos que dona Iris Schafer Martini, 68, uma verdadeira autoridade na arte de confeitar. Não é exagero comparar os bolos produzidos por ela a obras de arte. As doçuras que dona Iris faz não apenas servem, mas enfeitam comemorações de todos os tipos – de aniversários infantis a bodas de ouro, de chás de panela a festas de formatura. O resultado são anfitriões e convidados mais que satisfeitos. “A maioria dos meus fregueses volta sempre”, disse.

Adriano e Veridiana Bica (Foto: Arquivo Pessoal).
Adriano e Veridiana Bica (Foto: Arquivo Pessoal).

A também administradora Veridiana Bica, 39, é um exemplo disto. Ela já havia tido um bolo feito pelas mãos de dona Iris na comemoração de sua formatura, em julho de 2009. Seu então noivo, o empresário Adriano Bica, provou o doce e foi paixão à primeira mordida. Logo, quando combinaram a data do casamento, concretizado em novembro de 2011, não tiveram dúvidas. “Como fizemos uma cerimônia em casa, queríamos um bolo bem bonito. Valeu pelo carinho e pela dedicação dela”, relatou a administradora. “Ela é muito profissional, humilde e atenciosa. Seus bolos têm detalhes caprichados e sabores marcantes”.

Ele – o bolo do casamento de Adriano e Veridiana – fez uma viagem considerável: saiu de Videira, no oeste de Santa Catarina, onde reside dona Iris, em direção a Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, de ônibus. Depois, partiu pelos ares para a capital do Rio de Janeiro, local de residência do casal e de realização da cerimônia. E chegou inteiro. O trajeto foi longo. Entretanto, Veridiana e o marido sabiam que valia a pena passar certo transtorno e topar o desafio em vez de fazer a encomenda num lugar mais perto de casa.

Confeiteira-padrão
Dona Iris trabalha confeccionando bolos há mais de 25 anos. Embora esta não tenha sido sua única profissão – antes de casar, no ano de 1972, já havia trabalhado como costureira –, ela garante que não se enxerga atuando noutra área. “Adoro o que faço e gosto de todas as minhas receitas e bolos”, afirmou, orgulhosa do que ela chama de suas “obras-primas”.

Na definição de dona Iris, o segredo está na paciência e na dedicação com que executa suas receitas. Segundo ela, seu ingresso no segmento começou, praticamente, sem que ela percebesse. “Comecei fazendo bolos e cucas para uma amiga e outra e, depois, fui me dedicando, aos poucos”. Ao ser questionada sobre o que mais lhe cativa em sua rotina, ela não consegue apontar somente um fator. “Gosto de tudo, não tem o que escolher. Como trabalho sozinha, preciso fazer desde as compras, até lavar a louça e confeccionar os bolos. Sou responsável por tudo”, disse.

Clara e dona Iris (Foto: Fabiana Soares).
Clara e dona Iris (Foto: Fabiana Soares).

Mãe de duas moças e um rapaz, dona Iris, naturalmente, passou um pouco de sua experiência para os filhos. Mas, nenhum deles optou por seguir o mesmo caminho profissional. A neta Clara, de dois anos, todavia, já demonstra certo interesse em ajudar a avó. “Ela gosta de recortar e fazer florzinhas para enfeitar os bolos e admira os trabalhos, falando: ‘Que liiiiindo, vovó!’”, comentou.

O talento de dona Iris é inegável, mas ela, humildemente, garante que todos os bolos que faz não têm somente o toque de sua habilidade, são sugestões dos próprios clientes. Atualmente, o Naked Cake (bolo que dispensa cobertura), Marta Rocha e Floresta Negra são os mais aclamados. Mas, é imprescindível alertar que o leitor não se empolgue. Seria, no mínimo, frustrante a qualquer reles mortal pegar as mesmas receitas que ela utiliza, aguardando obter o mesmo resultado.

Donas Iris, ao lado de um bolo feito para Bodas de Ouro (Foto: Arquivo Pessoal).
Dona Iris, ao lado de um bolo feito para Bodas de Ouro (Foto: Arquivo Pessoal).

Para que todo o trabalho de dona Iris, além de bom e bonito, seja organizado, ela mantém cada uma de suas encomendas detalhadamente anotadas. Quantos pedidos há registrados? “Só contando na agenda. Coisa que eu nunca fiz”. Mas, são muitos. E, em muitos casos, feitos pela mesma pessoa. Quer um exemplo? Temos vários: Veridiana, que teve um bolo de dona Iris em sua formatura e outro em seu casamento; Marco, que, também, teve a guloseima feita pelas mãos da confeiteira em sua cerimônia de matrimônio e, pela propaganda, intermediou encomendas para outros casamentos da família, aniversários e, até, comemorações empresariais; e fregueses que, para confirmar a preferência, já poderiam ter recebido um cartão-fidelidade. “Já fiz até bolos de pessoas que casaram, tiveram filhos, separaram e eu fiz o bolo do segundo, do terceiro casamento e de seus filhos”, mencionou a confeiteira. É muita história regada a glacê para contar sobre estas quase três décadas de trabalho.

Algumas das "obras-primas" de dona Iris (Foto: Arquivo Pessoal).
Algumas das “obras-primas” de dona Iris (Montagem: Fotos do Arquivo Pessoal).


Pelo lado de dentro
Não, esta reportagem não desvendará o segredo dos bolos produzidos por dona Iris. Porém, baseada na receita de um bolo simples de festa – que contém, basicamente, açúcar, manteiga, ovos, extrato de baunilha, farinha de trigo, fermento em pó, leite e chocolate -, a doutora em Ciência e Tecnologia de Alimentos pelo Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia de Alimentos da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), Ana Paula Wally, 33, comentou um pouco das principais características de cada um destes ingredientes.

raioxbolo

Taís Brem
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Abrilando

“Existe um número maior de pessoas saudáveis do que de pessoas doentes no mundo e é importante para a indústria fazer com que essas pessoas que são totalmente saudáveis pensem que são doentes.”
Adriane Fugh-Berman, médica americana.

“O fio dental ainda é uma das invenções mais vulgares de nossa praia”. 
Ruth de Aquino, jornalista.

“O Estado está numa situação tão difícil, frágil, que ser governador virou mais uma missão a ser cumprida do que qualquer questão de vaidade”.
Pedro Simon, senador, sobre o Rio Grande do Sul.

“Não é fácil ser levado a sério. Especialmente, vivendo de humor no nosso país”.
Fábio Porchat, humorista.

“Presidenta do céu! E a cara toda oleosa?”.
Celso Kamura, cabeleireiro oficial de Dilma Rousseff, ao comentar com a própria o visual apresentado durante o sorteio dos grupos da Copa do Mundo.

“A minha vaidade é com meu exame de sangue”.
Ivete Sangalo, cantora, ao rebater as críticas sobre seu excesso de peso.

“Nesse cenário político, a gente faz até Tropa 50. Mas dramaturgicamente não dá.”
Wagner Moura, intérprete do Capitão Nascimento, do filme “Tropa de Elite”, ao descartar a possibilidade de continuação da franquia.

“Acho que nunca um governo torceu tanto por uma seleção”.
Martinho da Vila, cantor, ao comentar que o desempenho do Brasil na Copa deve influenciar na reeleição de Dilma Rousseff como presidente da República.

“Eu queria ser Gretchen, queria ser chacrete… Qualquer coisa que vestisse colant e dançasse na televisão eu queria ser”.
Preta Gil, cantora, sobre suas aspirações infantis.

“Mandei, ué! Eu tava desempregada!”.
Bianca Rinaldi, atriz, ao explicar que conseguiu um papel na novela “Em família” enviando um e-mail para o autor Manoel Carlos.

Taís Brem

We love you, horário de verão!

Muita gente reclama dele, mas o período também tem seus admiradores

Temporada vai até mês de fevereiro (Foto: Paulo Soares)
Temporada vai até mês de fevereiro (Foto: Paulo Soares)

Há uma semana com os relógios adiantados, moradores de 11 estados brasileiros se adaptam ao período que se estende até fevereiro de 2014. Seu nome de batismo é “horário de economia de luz no verão”, mas já somos íntimos – o conhecemos apenas como “horário de verão”. Embora colecione inimigos, desde a sua implantação (na época em que Getúlio Vargas era presidente da República), há quem simpatize com ele e preferia, inclusive, que fosse permanente em nosso calendário.

Hélio aproveita para curtir a natureza (Foto: Arquivo Pessoal)
Hélio aproveita para curtir a natureza (Foto: Arquivo Pessoal)

O administrador e programador de sistemas web Hélio Coelho, 37, é um desses. Para ele, a vontade de viver o horário de verão é tão intensa que a diferença de horário nos primeiros dias não traz problema algum. Transtorno biológico? Ele jura desconhecer o significado disso. “É como fazer um pequenino sacrifício para um bem estar maior. Se alguém reclama da uma hora perdida de sono, então que seja razoável consigo mesmo e vá dormir uma hora mais cedo”, sugeriu, ironicamente.

Coelho gosta tanto do horário de verão que fica desapontado com as novas tecnologias que avançam os relógios do computador e do celular automaticamente. “Pelo menos, tenho um relógio manual em minha casa que me dá o prazer de poder adiantá-lo no sábado à meia-noite”, conforma-se. Para o mineiro, o período traz consigo todo um simbolismo de aproximação com a natureza. “A hora do dia que mais gosto é o entardecer no pôr-do-sol. Me sinto em um momento de transição: do stress diurno para a paz e calmaria noturna; dos desafios e conflitos diurnos para os momentos de reflexão e renovo que só o travesseiro irá me proporcionar mais tarde”, disse. “Gosto do entardecer em qualquer dia do horário normal, porém no horário de verão eu ganho mais uma hora para poder fazer usufruto desse período maravilhoso que marca minha vida todos os dias. Além disso, as águas do verão proporcionam um ambiente cheiroso de terra molhada aqui nessas terras mineiras. Sol na cara e terra molhada me fazem sentir mais parte desse ‘Brasilzão Natureza’ a que pertencemos”.

Neto mora no Mato Grosso (Foto: Divulgação)
Neto mora no Mato Grosso (Foto: Divulgação)

Morador de Cuiabá, no Mato Grosso, o professor de Língua Portuguesa José Neto vive, durante todo o ano, uma hora atrasado em relação ao restante do Brasil que segue o horário de Brasília. Ele cita o fato de poder apreciar o sol logo após sair do trabalho como um dos pontos positivos em adiantar o relógio 60 minutos. É verdade, entretanto, que, nesses primeiros dias, Neto ainda não está totalmente acostumado com a temporada do “horário novo”. Para isso, ele diz precisar de, mais ou menos, três semanas. “Não acho tão fácil acordar no escuro. No entanto, todo o restante do dia vale a pena. O corpo parece mais disposto ao se acostumar com as primeiras horas da manhã. Nesse sentido, inclusive, a sabedoria popular costuma dizer que nossa mente é mais receptiva no primeiro período do dia. Alongá-lo, então, não pode ser um crime”, afirmou.

Para a pelotense Carolina Pegorini, 32, a parte incômoda do horário de verão já passou. “Só sinto a confusão no meu relógio biológico no primeiro dia do horário novo, pois, além de ‘perder’ uma hora da noite anterior, geralmente acordo atrasada. Ainda bem que esse primeiro dia sempre é em um domingo”, comentou. Assessora de Relações Internacionais, Carolina não se considera fã das estações quentes. Mas, gosta bastante do horário de verão por poder aproveitar um tempo a mais de luz natural, especialmente à tardinha. “Favorece a prática de atividades físicas ao ar livre, como andar de bicicleta e passear com o cachorro, por exemplo”.

Estratégia econômica
Cheiro de terra molhada, passeio ao entardecer e tempo disponível para praticar esportes ao ar livre são realmente coisas muito agradáveis. Mas, não foi pensando em brindar os brasileiros com experiências do tipo que o governo federal resolveu implantar o horário de verão na década de 1930 e continuar a adotá-lo até hoje. A ideia de manobrar os ponteiros para fazer com que os dias pareçam maiores é uma iniciativa que visa diminuir os gastos com energia elétrica nos estados do Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo e no Distrito Federal. Na temporada 2013/2014, de acordo com o secretário de Energia Elétrica do Ministério de Minas e Energia (MME), Ildo Grüdtner, espera-se que, aproveitando melhor a luz solar, os consumidores economizem 400 milhões de reais em geração de energia. Segundo o secretário, tal prática corta gastos em geração e transmissão e evita, também, possíveis aumentos na tarifa de luz.

Carolina crê na economia aliada à mudança de hábitos (Foto: Arquivo Pessoal)
Carolina crê na economia aliada à mudança de hábitos (Foto: Arquivo Pessoal)

Na opinião de Carolina, a ideia só funciona nesse sentido se as pessoas, de fato, se propuserem a economizar, alterando um pouco seus hábitos. “Na minha casa, vejo a diferença quando chego do trabalho, após as 18h. Acabo aproveitando a claridade do dia para passar mais tempo no pátio, cuidando das plantas e dos cães, em vez de ir direto para a frente do computador ou da TV”, exemplificou. Ao considerar que todos em sua casa continuam a utilizar a energia elétrica durante a madrugada, Neto considera que, tecnicamente, não há redução de consumo. “O comércio, porém, fecha mais cedo suas portas. Assim, se o centro da cidade poupa luz, alguma economia tal atitude deve gerar. Enfim, penso que devemos confiar nos governantes nesse aspecto, pois se um estudo sobre isso é feito e os pesquisadores afirmam ser ele positivo, resta-nos apenas crer no caráter dos resultados”, concluiu o professor. Já Coelho, diz ter absoluta certeza de que o horário de verão realmente cumpre seu papel econômico. “A grande maioria dos países no mundo faz uso dessa manobra para buscar, no período em que a luz do sol é mais ativa e extensa, a menor utilização possível de energia e isso já faz muita diferença. Só para se ter noção, a demanda média de energia em momentos de pico durante o horário de verão, cai mais de 4%. Em média, o Brasil tem conseguido bons resultados e economizado entre 4% e 5% de energia nesse período, o que corresponde a uma economia de mais de 150 milhões de reais a cada temporada”, disse, ao citar dados do Operador Nacional do Sistema (ONS). “Percebo claramente que nessa uma hora a mais de sol no dia, eu utilizo menos a luz do que em um período de inverno. Dizem que na parte da manhã (6h, ainda escuro no horário de verão), as luzes são acesas e não adianta fazer a manobra. Isso é uma inverdade, pois o que conta é o horário em que mais pessoas estão acordadas e ativas para o dia a dia. A quantidade de pessoas acordadas e ativas às 6h não chega nem perto da imensidão de pessoas acordadas às 18h, quando o sol ainda está de pé e não se faz uso da luz elétrica até que escureça, às 19h. Vejo isso todos os dias nas vidas das pessoas aqui no meu bairro em Belo Horizonte”, afirmou.

Contagem regressiva

Horário normal volta em fevereiro (Foto: Divulgação)
Horário normal volta em fevereiro (Foto: Divulgação)

No dia 16 de fevereiro, os relógios dos moradores dos 11 estados em que o horário de verão está em vigor voltam ao normal. Até lá, faltam alguns meses. Mas, como legítimo defensor da temporada, Hélio já pensa no fim do período com certo pesar. “Quando o horário de verão está chegando ao fim me bate uma dor aqui no coração e o meu semblante cai, mas logo me lembro de duas coisas que me animam: na volta ao horário normal, os relógios são atrasados e eu ganho uma hora inteira a mais no domingo posterior à troca; e na segunda-feira, me lembro que o horário de verão retornará dentro de poucos meses e, então, essa esperança de um novo horário de verão me anima novamente”, disse. Nada como olhar tudo pelo lado positivo.

Taís Brem

Tricotando no feriado

2º Encontro Gaúcho de Tricô ocorre no próximo sábado em Porto Alegre

Evento terá oficinas, desfile e feira de lojistas (Foto: Paulo Soares)
Evento terá oficinas, desfile e feira de lojistas (Fotos: Paulo Soares)

Há espaço para todos: desde aqueles que estão na fase inicial até os que pensam que já sabem de tudo, mas, na verdade, sempre têm algo a mais para aprender. Praticantes e simpatizantes da arte de tricotar têm um encontro marcado no próximo sábado (12), em Porto Alegre. Trata-se da segunda edição do Encontro Gaúcho de Tricô. Mais de 160 pessoas já garantiram presença, entretanto ainda há vagas para os interessados.

Diversas técnicas serão ensinadas (Foto: Paulo Soares)
Diversas técnicas serão ensinadas

De acordo com a coordenadora do evento Suzete Musse, 54, a programação prevê a realização de 17 oficinas, em que serão compartilhadas diferentes técnicas de tricô e crochê. Um grande destaque dessa edição é o almoço-desfile, no qual serão exibidas as peças produzidas por todos os patrocinadores e lojistas do evento. “Nosso objetivo é divulgar sempre e cada vez mais a arte do tricô, através das oficinas, e fazer com que as pessoas tenham a oportunidade de conhecer produtos novos que facilitem seu trabalho, por meio da Feira de Lojistas”, disse a coordenadora.

A Feira a que Suzete se refere é a atividade que reunirá lojas especializadas em peças de tricô e crochê não apenas do Rio Grande do Sul, mas de todo o Brasil. Das 9h às 18h, o público em geral poderá visitar a Feira gratuitamente.

Viciados em agulhas

Suzete tricota desde criança
Suzete tricota desde criança

“Quem faz tricô, sabe que, depois que aprendemos a usar as agulhas, vira um vício”. A sentença vem dos lábios de quem é íntima dos novelos desde a infância. Com cinco, seis anos de idade, Suzete começou a demonstrar interesse pela prática que já era comum na família e não parou mais. “Minha avó e minha irmã tricotavam muito e eu, também, comecei a lidar com as agulhas. Perto dos 20 anos, já tricotava blusas e nunca mais larguei. Hoje, faz parte de um todo”, comentou. Para ela, o que leva pessoas de todas as idades a tricotar é o fascínio que a atividade provoca. “Tricotar uma peça, carreira por carreira, dar forma a uma criação nossa (mesmo que estejamos seguindo uma receita de terceiros) tem um significado e um valor ímpar. As pessoas se encantam com aquilo que a arte proporciona. Parece não existir o impossível. E todo dia aprendemos algo diferente. Nos dias de hoje, através dos grupos, vemos crescer o interesse em idades bem distintas. Acho, inclusive, que a forma agitada que estamos vivendo hoje é que faz com que busquemos fazer coisas que nos dê prazer com as mãos. E o tricô se encaixa nessa busca perfeitamente”, opinou.

O 2º Encontro Gaúcho de Tricô é uma promoção do grupo Tricô Tchê.

Serviço:
trico_quemany
O quê? 2º Encontro Gaúcho de Tricô
Quando? Sábado, 12 de outubro, das 8h15min às 17h;
Onde? Clube do Professor Gaúcho – Avenida Guaíba, 12.060 – Ipanema – Porto Alegre;
Quanto? A inscrição em cada oficina custa R$ 50,00. Inscrevendo-se em duas, o participante paga R$ 90,00. A visitação na Feira de Lojistas é gratuita e aberta ao público em geral. Inscrições e informações pelo site do evento.

Taís Brem

Coração voluntário

Jovens estão entre os milhares de brasileiros que trabalham doando tempo e talento voluntariamente

Élem e Jaqueline trabalham como voluntárias na escola e na igreja (Foto: Wilson Brem)
Élem e Jaqueline trabalham como voluntárias na escola e na igreja (Foto: Wilson Brem)

Jaqueline Cruz e Élem da Luz são tia e sobrinha, embora a idade delas não revele esse curioso detalhe. Aos 18 e 17 anos, respectivamente, as estudantes que no fim de 2013 concluem o Ensino Médio já possuem três anos de trabalho voluntário em seu currículo. E são um exemplo de jovens que dispõem de seu tempo e talento para disseminar conhecimento, ajudando outras pessoas e contribuindo para o enfrentamento de problemas que assolam nossa nação, como as barreiras ao desenvolvimento educacional no Brasil. Elas estão entre os milhares de brasileiros engajados no voluntariado em ações simples, desenvolvidas em escolas e igrejas, por exemplo, mas que têm um poderoso impacto de transformação na sociedade.

A história de amor delas com o trabalho voluntário teve início enquanto cursavam a oitava série e se candidataram para, em horário inverso ao de suas aulas, ajudarem na organização da biblioteca da Escola Estadual de Ensino Fundamental Nossa Senhora de Fátima, em Pelotas, Rio Grande do Sul. Aparentemente insignificante para alguns, a tarefa diária de catalogar livros e organizar prateleiras despertou nelas a paixão pela literatura, bem como a percepção para a lacuna que a falta de interesse pela leitura estava fazendo na educação dos pequenos.

Incentivo à leitura foi objetivo principal do projeto (Foto: Arquivo Pessoal)
Incentivo à leitura foi objetivo principal do projeto (Foto: Wilson Brem)

Após um tempo trabalhando ali, Jaque e Élem desenvolveram e apresentaram à diretoria da escola um projeto ao qual deram o nome de “Hora do Conto”. Trocando em miúdos, tratava-se de um plano de atividades voltadas para as séries iniciais, em que as meninas contariam histórias para as crianças, com o propósito de estimular o gosto pelos livros. “Começamos a ver que as crianças não tinham vontade de pegar os livros para ler. Então, pensamos em fazer um projeto de leitura e arrumar um cantinho específico na biblioteca para contar histórias e incentivá-las”, disse Jaqueline. A ideia foi prontamente aceita pela então diretora, a professora Neusa Coi, 55, e pelos demais docentes que, inclusive, colaboraram doando tapetes, almofadas e outros materiais que deixaram o cantinho destinado ao projeto confortável e convidativo. “Eles confiaram na gente e isso foi muito importante, porque, também, nos motivou a ir melhorando o projeto”, disse Élem. A Hora do Conto tinha cerca de meia-hora. Após ler uma história, elas distribuíam atividades para as crianças, como folhas com desenhos para colorir, e conversavam sobre o que tinha sido narrado, estimulando a imaginação dos pequenos. “A gente sempre propunha que eles dessem um novo final às historinhas”, relembrou Jaqueline.

O trabalho realizado pelas meninas merece destaque não apenas por ser voluntário, mas por ter surgido de uma iniciativa própria. Afinal, elas mesmas se dispuseram a pôr a mão na massa para mudar a situação de distanciamento que notaram entre os alunos e os livros. “Ambas tiveram um comportamento maravilhoso, tanto no trato para com os alunos, quanto no preparo das atividades e tarefas realizadas”, observou Neusa. “Elas são muito dinâmicas e criativas. Vejo como muito importante a participação de jovens em trabalhos voluntários como o que as meninas realizaram na escola, pois a instituição tem a oportunidade de oferecer aos alunos novas possibilidades de atividades e o voluntário adquire experiência”.

Para Neusa, o perfil do voluntário é essencial para o sucesso da atividade – no caso das meninas, elas deveriam gostar de crianças, ter paciência, ser tranquilas, criativas e sentir muito prazer no que estavam fazendo. Quesitos esses que foram preenchidos com muito êxito, tanto que, quando tiveram que deixar a escola para iniciar o Ensino Médio em outro colégio, Jaqueline e Élem continuaram engajadas na causa do voluntariado na instituição, realizando, agora, tarefas de recreação vinculadas ao Programa Mais Educação, do Governo Federal. No momento, elas aguardam pela diretoria da escola o chamado para realizar algum trabalho com as séries iniciais.

Paixão que contagia

Atividades são desenvolvidas com crianças (Foto: Wilson Brem)
Atividades são desenvolvidas com crianças (Foto: Wilson Brem)

Anos depois de ter deixado – com muito pesar, é verdade – os momentos de leitura da Hora do Conto, as meninas ficaram sabendo que seu esforço rendeu frutos. Certa vez, ao visitarem a escola elas viram uma das alunas que ouvia as historinhas contadas por elas seguindo o exemplo e contando histórias a outras crianças menores. Perguntar se elas se sentiram orgulhosas com isso, seria desnecessário. Mas, a resposta é sim. “Foi algo muito legal. Percebemos que o projeto ajudou as pessoas e trouxe crescimento e experiência de vida, tanto para eles, quanto para nós”, frisou Jaqueline que, já pensa no que fazer assim que concluir o Ensino Médio: dar aulas de História. Já Élem, não gostaria de seguir nenhuma profissão ligada à Pedagogia, porém falar em escrever faz seus olhos brilharem. “Quero fazer algo ligado à Literatura ou Jornalismo, talvez”, afirmou.

Mãe de Élem e irmã de Jaque, a doméstica Neusa Luz, 50, disse considerar excelente o tempo que as duas dedicaram ao desenvolvimento das tarefas voluntárias na escola. “Elas demonstravam muito entusiasmo e ficaram muito mais responsáveis. Foi ótimo para elas”, pontuou.

Amanda, Giovanna e Marianna também são discipuladoras (Foto: Arquivo Pessoal)
Amanda, Giovanna e Marianna também são discipuladoras (Foto: Arquivo Pessoal)

Na mesma época em que começaram as atividades na Escola Nossa Senhora de Fátima, Élem e Jaque foram convidadas a integrar o time das chamadas “discipuladoras” na igreja que frequentam, o Ministério Casa de Oração (MCO). Seu papel: nos dias de culto – aos domingos, terças e sextas-feiras –, ser responsáveis pelos membros infanto-juvenis do Ministério, desenvolvendo tarefas específicas para a faixa etária de 0 a 12 anos, enquanto os pais assistem à reunião no templo principal. Junto com elas, completam a equipe as irmãs Giovanna, 16, e Marianna Guimarães, 14, e Amanda Vieira, que também tem 14 anos. A irmã caçula de Élem, Milene, 15, não é discipuladora oficial. Todavia, ao que parece, isso é apenas questão de tempo, pois volta e meia a adolescente é flagrada com alguma criança no colo, auxiliando as mães que precisam de ajuda para cuidar dos filhos durante as reuniões.

Meninas se revezam no atendimento da Biblioteca Cultural (Foto: Wilson Brem)
Meninas se revezam no atendimento da Biblioteca Cultural (Foto: Wilson Brem)

O trabalho na biblioteca desenvolvido lá na escola, há três anos, serviu como base para o aperfeiçoamento de outro projeto ligado ao MCO. Sim, as garotas não param: elas também são as responsáveis pela Biblioteca Cultural da igreja. Num espaço cuidadosamente arrumado por elas culto após culto, estão estantes lotadas de livros doados pelos próprios membros do Ministério, que são colocados para locação. A verba arrecadada com a atividade é destinada para trabalhos missionários desenvolvidos dentro e fora do país, sobretudo em locais onde práticas ligadas ao cristianismo são reprimidas oficialmente, gerando perseguição aos seguidores da religião.

Taís Brem

Um shopping para chamar de nosso

Em 03 de outubro, finalmente, Pelotas assistirá à inauguração de seu primeiro shopping center

Shopping Pelotas será o primeiro da cidade (Foto: Taís Brem)
Shopping Pelotas será o primeiro da cidade (Foto: Taís Brem)

O shopping que leva o nome da cidade e o peso de ser o primeiro empreendimento do tipo a ser inaugurado em Pelotas estará aberto ao público a partir do mês que vem. A expectativa é enorme entre os moradores da cidade. Afinal, a Princesa do Sul, do alto de seus 201 anos, já teve de tudo: centro comercial, galeria, hipermercado e lojas que lançaram a escada rolante como novidade, excursões para a capital que incluíam passeios em shoppings e vários projetos que nunca chegaram a vingar. Mas, shopping mesmo, é a primeira vez.

Laureni Mendes (Foto: Arquivo Pessoal)
Laureni Mendes (Foto: Arquivo Pessoal)

Para a maioria dos cidadãos pelotenses, a implantação de um shopping na cidade é positiva, uma vez que, entre outras coisas, é sinal de desenvolvimento econômico. “Vai proporcionar novas oportunidades de emprego e será mais um ponto turístico para os visitantes, sem contar que é um grande investimento para Pelotas”, opinou a dona-de-casa Laureni Mendes, 45. Sheila Teixeira, 19, concorda, principalmente, porque poderá impulsionar as chances para os jovens que nunca trabalharam. Porém, embora considere que o empreendimento será um marco para a cidade, a estudante não acha que o visitará com frequência, já que o Shopping Pelotas funcionará no bairro Areal e Sheila mora no Fragata. Para o jornalista e professor Jairo Sanguiné, o empreendimento dará vida à cidade. “Meu interesse pessoal são as salas de cinema, pois Pelotas é tida como polo cultural e ainda não tem salas de cinema de qualidade”, apontou. A expectativa do militar Igor Silveira, 19, é por variedade de entretenimento. Tendo algo diferente, como boliche ou área de pentibol, eu pretendo frequentar”, comentou.

Com apenas um pavimento, o Shopping Pelotas tem mais de 35 mil metros quadrados de área construída e conta com 172 lojas, seis âncoras, cinco megalojas, dois restaurantes, 14 fast-foods, cinco salas de cinema (sendo que duas são 3D) e 1.173 vagas de estacionamento. Por serem inéditas em Pelotas, as filiais das lojas Americanas e Riachuelo e da rede de fast-food Burger King estão entre as mais aguardadas pelo público.

Progresso ou retrocesso?
Na opinião de Silveira, a instalação do shopping em Pelotas é uma evolução. “Mas, uma evolução meio atrasada”, explicou. “Nós temos uma economia significativa para fazer o shopping render e, de uns tempos para cá, a economia da cidade, que está entre as maiores do Rio Grande do Sul, ficou mais forte. [Essa inauguração] Poderia ter ocorrido antes”. Na mesma linha, a psicóloga Marilei Vaz opinou que o “reboliço” feito pela população em torno da implantação do empreendimento soa como exagero. “Para uma cidade que tem tantos prédios bonitos e já viveu tanto glamour, inaugurar um shopping a esta altura é um retrocesso”. “Depois que municípios, como Lajeado, Passo Fundo, Novo Hamburgo, entre outras cidades menores já têm shopping há mais de dez anos, é, no mínimo, motivo para reflexão”, disse o administrador de empresas Marco Soares, 41, que é pelotense, mas, atualmente, mora na capital paulista. “A propósito, agora que Pelotas está inaugurando um shopping, o ‘comércio de rua’ está em alta”, comentou Soares, ao citar o sucesso da 25 de março, do Brás, da Teodoro Sampaio e da avenida Paulista, em São Paulo; do Saara, no Rio de Janeiro; e dos Open Mall, uma espécie de shopping de rua, famoso nos Estados Unidos e que, agora, ganha força na região de Campinas e Belo Horizonte.

Os envolvidos com o projeto, obviamente, não estão alheios a essa realidade. “Um shopping em Pelotas é aguardado há décadas. Por isso, posicionamos o shopping como uma novidade que veio realizar um sonho do pelotense, mas, sem esquecer que é uma iniciativa que nasceu localmente, que tem a cara de Pelotas e que, por isso, irá satisfazer totalmente nossa comunidade”, disse o diretor de criação da Incomum, Daniel Moreira, o Cuca.

Ação teve início em junho (Foto: Divulgação)
Ação teve início em junho (Foto: Divulgação)

A Incomum é a agência de comunicação estratégica que possui a conta do Shopping Pelotas. Na ação prévia feita para gerar envolvimento e movimentação na Fan Page, a agência utilizou expressões características da região. O primeiro passo foi dado no evento da entrega dos capacetes, em 20 de junho. Na ocasião, os convidados receberam um bolo inglês acompanhado de uma etiqueta com a frase “Não é bolinho, é queque”. “Dando continuidade a esse mimo, criamos a campanha no Facebook, onde, com a mesma estrutura de frase, fizemos 25 posts, publicados de 26 de junho a 29 de julho”, disse Cuca. “A soma do alcance de cada post da campanha foi de 208 mil pessoas. O mais exitoso foi ‘Não é vou embora, é partiu o Guabiroba!’, com um alcance de mais de 40 mil pessoas distintas, 653 compartilhamentos, 450 curtidas e 40 comentários”.

Hoje, a Fan Page do Shopping Pelotas, que ficou popular trazendo à memória dos pelotenses o “frege”, o “mandinho”, o “de primeiro” e a “recheada”, tem mais de nove mil fãs. A expectativa da agência é chegar aos 15 mil até o fim desse ano.

Antes tarde do que nunca
O publicitário Paulo Soares, 52, que também já deixou de morar em Pelotas há mais de 20 anos, torce para que o empreendimento dê certo. A respeito de uma provável resistência local a novidades, o publicitário opinou: “Não há lógica em rejeitar o progresso, se não há uma manutenção e um progresso do comércio nativo. Na Bahia, há uma rejeição à música internacional e até mesmo a ritmos brasileiros não baianos, mas, há uma força incontestável do axé-music, com todas as suas variantes”, exemplificou. “O comércio de Pelotas não oferece, nem nos produtos locais, doces, compotas, artigos de couro, alternativa moderna de compra, nem uma feira permanente, a não ser a dominical da Avenida [Bento Gonçalves]. Em Fortaleza, tem uma feira como essa funcionando todos os dias, das 17h às 23h. Na Praia de Boa Viagem, em Recife, também. Por que Pelotas não trabalha sua vocação turística? Por que o Mercado Público está fechado, um ano depois da previsão de reabertura? São coisas como essas que eu acho que justificam o atraso desse empreendimento”, enumerou. “O Shopping Pelotas será um sucesso se incorporar a cultura da cidade, o samba, inclusive. Se tiver uma política de inclusão de pequenos estabelecimentos, sem deixar de focar nos grandes. Se tiver linhas de ônibus e lotação para acesso fácil, eventos culturais, participação na vida da cidade. Se tiver a coragem de romper com a apatia e se posicionar como uma operação revolucionária”, sugeriu. “Assim esperamos”.

Alerta redobrado

Agente alerta para a prudência no dia da inauguração (Foto: Taís Brem)
Agente alerta para a prudência no dia da inauguração (Foto: Taís Brem)

A inauguração do Shopping Pelotas está marcada para o dia 03 de outubro. E, como a movimentação deve ser intensa no local, intensifica-se, também, a necessidade de prudência no trânsito. “Mesmo se tratando de uma rótula, há um uso excessivo da velocidade dos veículos e desrespeito à sinalização. Por isso, é necessário ter prudência redobrada. O local estará mais sensível a ‘acidentes’, em função do aumento do número de veículos e de pessoas”, lembrou o agente de trânsito Wilson Brem.

O Shopping Pelotas funcionará na avenida Ferreira Viana, 1.526, no cruzamento com a São Francisco de Paula.

Taís Brem

Uma senhora propaganda

Costume saudável de beber água mineral pode influenciar gerações

Ana Paula, em visita a Israel, com a inseparável garrafa d'água (Foto: Arquivo Pessoal)
Ana Paula (D), em visita a Israel, com a inseparável garrafa d’água (Foto: Arquivo Pessoal)


Ninguém lembra ao certo o motivo que desencadeou o hábito – pode ter sido para aliviar o esforço que o uso contínuo da voz causava às cordas vocais ou para melhorar o funcionamento dos rins. O que se sabe é que funcionou e contagiou muitas pessoas. Às vésperas de completar 45 anos, a pastora do Ministério Casa de Oração (MCO) e empresária carioca Ana Paula Oliveira Guimarães, pode não ter mais idade de garotinha. Mas, o vigor e a disposição que esbanja têm muito a ver com a mania que cultivou de sempre carregar junto a si uma garrafa com água mineral. Mesmo que a embalagem seja daquelas grandes, de um litro e meio. E cada vez que ela aparece bebendo o seu líquido precioso, faz uma “senhora propaganda” do produto do qual muitos desconhecem os benefícios.

Ana Paula mora em Pelotas, no Rio Grande do Sul, há mais de uma década. E foi nesse período, em que reside em terras gaúchas, que o filho mais velho, Paulo Roberto, 23, aconselhou-a a começar a tomar água mineral. “Eu não lembro bem, ao certo, como começou essa história da água. Mas, realmente, ela influenciou muita gente. Especialmente eu, que dei o conselho e depois comecei a seguir minha própria ideia”, disse.

O gosto da carioca pelo produto é tão intenso que ela ingere apenas uma marca específica. E, dado ao paladar aguçado, sabe discernir se o lote em questão está “bom” ou não. “A água que ela toma é de uma fonte distinta, como todas as águas minerais de boa qualidade, mas essa foi a que acabou agradando”, comentou Paulo.

Ariadne e Paulo, tomando gosto pela água mineral (Foto: Arquivo Pessoal)
Ariadne e Paulo, tomando gosto pela água mineral (Foto: Arquivo Pessoal)

Também pastor, cantor e recepcionista da Beit Immanuel, em Tel Aviv, Israel, Paulo estudou Louvor e Adoração por dois anos no Centro de Treinamento Missionário Diante do Trono (CTMDT), em Minas Gerais. Enquanto esteve por lá, recebeu, por várias vezes, a visita da família. E foi uma grande sensação para os colegas perceber em sua mãe o hábito incomum de carregar a garrafa de água mineral a tiracolo. Comprovados os benefícios do hábito, até os colegas de Paulo passaram a ingerir mais o líquido, principalmente durante as apresentações da banda formada pelos alunos do Seminário. “Eu via todo mundo tomar muita água e acabei pegando essa fase de influência por causa do Paulo, que carregava uma garrafa de um litro e meio direto”, disse a agora acadêmica de Dança da Faculdade de Artes do Paraná (FAP) Ariadne Cunha, 25.

Carioca passou a carregar garrafas maiores para suprir o hábito (Foto: Arquivo Pessoal)
Carioca passou a carregar garrafas maiores para suprir o hábito (Foto: Arquivo Pessoal)

Saber que sua mania saudável faz discípulos diverte Ana Paula. “Amo a verdadeira água da vida. Esse é o ‘top’ do percurso, que me faz mergulhar mais profundo nesse estilo, gerando vida e influenciando nossa geração a desfrutar saúde, respirando”, comentou. “Para mim, água tem sabor de vida pura”.

Também pudera. Encher uma embalagem de PVC com água da torneira ou mesmo do filtro é fácil. Mas, cumprir à risca o protocolo de realmente beber água mineral, não é coisa que se veja em qualquer esquina. Infelizmente. “A água mineral é uma água naturalmente abundante em sais. Ela provém de nascentes onde o solo é rico em sais minerais”, explicou a professora Eva Regina Lemos, técnica em Química pelo Instituto Federal Sul-Rio-Grandense (IF-Sul) e graduada em Pedagogia pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel), ao acrescentar que considera que as pessoas tomem água por ser uma necessidade do corpo humano, mas não aproveitam os benefícios que a mineral pode trazer à saúde por falta de conhecimento do assunto.

A marca que Ana Paula costuma ingerir é classificada como radioativa e, portanto, possui propriedades calmantes, além de contribuir na dissolução de cálculos renais, melhorar a digestão e aliviar cólicas estomacais e intestinais. Existem, ao todo, 11 classificações diferentes de água mineral, com várias contribuições à saúde, como a carbogasosa, indicada para repor energia; a iodetada, que combate inflamações na laringe; e a ferruginosa, que pode, inclusive, ajudar no combate à anemia.

Águas e águas
Nem tudo o que é incolor, inodoro e insípido é a mesma coisa. Saiba a diferença.

Water DropletsÁgua potável – De acordo com Eva, esse é um tipo de água que sofre tratamento físico e químico para que se torne apta para o consumo;

Água filtrada – “A água filtrada passa por um tratamento físico que é a filtragem. Se for feito em água potável, esse processo retira algumas partículas sólidas que podem ser adquiridas na tubulação do serviço de saneamento básico até a residência onde está o filtro”, disse a professora. “Existem, também, filtros especiais que retiram o resíduo de cloro da água, como o filtro de carvão ativado”;

Água mineral – Entre os sais presentes na água mineral estão o cálcio, que auxilia no combate à osteoporose, o cromo, que regula taxas de açúcar no sangue, o magnésio, que previne a hipertensão, e o bicarbonato, que controla o nível de acidez estomacal. Conforme a Associação Brasileira da Indústria de Águas Minerais (Abinam), todas as etapas de produção – da captação à venda ao consumidor –, obedecem a rigorosos padrões nacionais e internacionais de higiene, o que garante efetiva contribuição à nutrição e à saúde do organismo. “A diferença básica entre a água mineral com gás e a sem gás é que a água com gás tem adição de gás carbônico, enquanto a outra tem apenas os sais minerais”, esclareceu Eva.

Taís Brem