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Alalaô!

Reclama daqui, reclama de lá e, como em tudo na vida, tem gente que adora e gente que dispensa. Mas, é verão! Fazer o quê?  (Foto: Rede Globo).

Semana passada, a jornalista Maria Júlia Coutinho anunciou no Jornal Nacional que grandes eram as chances de uma enorme chuva atingir municípios do Sul, como Uruguaiana e Pelotas. “Pode chover forte nesses locais, pois há instabilidade e uma frente fria se movimentando”, disse, ao citar, inclusive, a possibilidade de temporal. Ela acertou a previsão quando mencionou a chuva, mas a quantidade não foi exatamente o que os que aguardam ansiosamente pelo outono gostariam. Ao menos, nos primeiros dias. Na gíria da própria Maju, o que caiu estava mais para “chuvica” que para “chuvona”. Daquelas que dá uma animadinha, de leve, mas, no fim, em vez de refrescar, até abafa mais.

A professora de Design de Moda, Ana Luiza Soares, 33, até se disse esperançada ao contemplar os primeiros sinais de que o tempo estava querendo virar. “Tá [sic] nublando, gente! Que emoção!”, postou Ana, nas redes sociais. Falta exatos 12 dias, entretanto, para “as águas de março fecharem o verão”, como diz a célebre canção composta por Tom Jobim em 1972 e regravada com louvor, em parceria com Elis Regina, dois anos mais tarde.

Estação alegre
Se para uns, o fim dos dias quentes traz “promessa de vida aos corações”, para outros, o verão é majestade eterna quando se fala de período mais feliz do ano. “Verão, pra mim, é mais alegre. Tem [como curtir] praia, sol, festas e, claro, as férias”, opinou o estudante Bruno Odekayode, 17. Mesmo nascido em Porto Alegre, onde as temperaturas mais baixas predominam em boa parte dos meses, ele disse ainda não ter se acostumado. “No frio é tudo muito preso, muitas roupas, chuva… Dá uma agonia não poder aproveitar por causa do clima!”.

Ana joga no time contrário ao de Odekayode e já começou sua campanha para tentar mudar as regras nas próximas vezes. “Quando eu for Deusa, a temperatura nunca vai passar dos 29 graus. Votem em mim para o Novíssimo Testamento”, proclamou, bem-humorada.

A tal da murmuração
Ana Luiza tenta arrumar alternativas para alterar o inalterável, nem que seja só para se divertir. Bruno, quando pode, dá uma escapadinha para o Rio de Janeiro onde alivia sua sede pelo calor. Mas, e quando – faça chuva ou faça sol – a moral do indivíduo é somente reclamar do tempo? “Acho engraçado… No verão, todo mundo reclama e clama pelo inverno. Aí, chega o inverno e querem o verão!”, observou a nutricionista Rochele dos Santos, 34. “Ah, por favor, né? Tá [sic] com calor? Toma um banho, coloca uma roupa fresquinha, bebe bastante água! Está com frio? Coloca mais roupa, toma um chá ou café quentinho, fica no sol, quando tem! Acho que o que as pessoas realmente gostam é de reclamar…”.

Indo embora
Amado ou odiado, não tem jeito: o verão está de malas prontas para partir exatamente no dia 20 de março de 2017, bem cedinho, às 7h29min, dando lugar ao outono. Ele, que junto com a primavera, é apelidado de “meia-estação”, justamente por não ser tão frio nem tão quente, traz consigo expectativas de dias mais brandos.

Maju e a galera da Meteorologia podem até dar um pitaco e outro e, não raro, acertarem na previsão. O folclore – provavelmente baseado na passagem bíblica em que Jesus dá a Pedro as chaves dos céus (Mateus-16:19) -, ainda credita ao apóstolo o domínio sobre o controle do ar-condicionado lá de cima, na esperança de que ele possa regular alguma temperatura que enfim, agrade a todos. Mas, enquanto Ana Luiza não é eleita, quem decide mesmo esses detalhes é o Todo-Poderoso.

Taís Brem

A ditadura das comemorações

Mesmo em tempos de dinheiro escasso, população continua mantendo hábito de consumir para celebrar efemérides (Foto: Roni Rigon/Agência RBS).
Mesmo em tempos de dinheiro escasso, população continua mantendo hábito de consumir para celebrar efemérides (Foto: Roni Rigon/Agência RBS).

Que o país está passando por uma séria crise econômica, todos sabemos. Mas, o que todos nós também temos conhecimento é de que, por mais apertadas que estejam as finanças, sempre há certo esforço para cumprir o protocolo de presentear em datas comemorativas. Pode ser que, em vez de grandes mimos, dê-se lugar às pequenas lembrancinhas – ou, em tempos de celebração pascal, troque-se os tradicionais e atrativos ovos pelas barras de chocolate. Mesmo assim, aqueles dias destacados no calendário têm um poder já bem conhecido de driblar até mesmo a falta de dinheiro e garantir que a tradição consumista, típica dessas épocas, siga se perpetuando.

Assim, as datas comemorativas são um motivo interessante para ganhar e dar presentes ou tornam-se um compromisso desagradável para quem quer poupar, mas se vê obrigado a sempre compartilhar desses momentos? Para o social media Iago Fernandes, 23, tais festividades têm sua importância, principalmente porque traduzem uma forma de mostrar o afeto e o carinho pelo outro. “As datas [comemorativas] trazem uma boa lembrança, assim como um incentivo ao que se comemora”, disse, ao comentar que, ele e os amigos costumam presentear-se mutuamente nas datas que celebram as profissões de cada um. Para isso, entretanto, até mesmo simples cartões são válidos. “Não precisa comprar necessariamente um bem material. O principal é descrever a intenção de ter chegado àquele contexto”.

Dia dos Namorados é uma das datas em que o comércio mais lucra (Foto: Taís Brem).
Dia dos Namorados é uma das datas em que o comércio mais lucra (Foto: Taís Brem).

De fato, ao presenciar o aumento nas vendas durante épocas próximas a datas comemorativas, percebe-se que grande parte da população também valoriza o hábito e vai além. Segundo o economista Ezequiel Megiato, 27, pela ordem, Natal, Dia das Mães, Dia dos Pais e Dia dos Namorados são os períodos de maior consumo no comércio. “Em função do apelo que as datas exercem sobre as pessoas, aliado ao apelo comercial dos lojistas, nessas datas, os gastos aumentam devido à troca de presentes”, observou. “Evidentemente, muitas pessoas são mais propensas ao consumo e, às vezes, extrapolam o orçamento futuro, já que, quase sempre, optam por compras à crédito e essas compras, posteriormente, devem ser quitadas”. Para ele, que é professor e coordenador do curso de MBE em Controladoria e Finanças da Universidade Católica de Pelotas (UCPel), há, inclusive, uma contradição quando a questão é economia. Se por um lado seria interessante que as pessoas pensassem formas de celebrar sem gastar tanto, para o comércio local, o melhor mesmo é que haja consumo. “Evidentemente, esse consumo precisa ser racional, para que não tenhamos um cenário de endividamento posterior, o que, seria ruim para as famílias e para o próprio comércio”.

Campanha
Aproveitando o feriadão que começou nesta sexta-feira (25) e encerra-se no domingo (27), a Associação Comercial de Pelotas (ACP) está divulgando uma campanha que reforça a necessidade do investimento por parte da população para aquecer a economia local. A peça relaciona a figura dos sonhos de consumo às compras em lojas da própria cidade para impulsionar o crescimento do comércio pelotense. E, claro, incentiva o público a “não deixar ninguém sem presente nessa Páscoa”.

Para auxiliar quem não quer abandonar a tradição, mas, mesmo assim, pretende aderir a um consumo o mais consciente possível, Megiato deixa algumas dicas: “Antes de consumir qualquer coisa, a recomendação é que se faça as seguintes perguntas: Posso adiar essa compra? Ela é realmente essencial? Quanto eu pagaria por ela à vista? E a prazo? Claro que em um período comemorativo, é difícil que alguém vá adiar a compra de um presente. No entanto, essas perguntas podem, de imediato, postergar o consumo desenfreado e auxiliar no planejamento financeiro pessoal”, finalizou.

Taís Brem

Espetáculo nacional tem última apresentação em Pelotas nesta quarta (16)

Peça "Sobre Si" é encenada pela Cia de Artes Nissi (Foto: Divulgação)
Peça “Sobre Si” é encenada pela Cia de Artes Nissi (Foto: Divulgação)

 

A Cia de Artes Nissi, maior companhia de teatro evangélico do Brasil, está em Pelotas desde o início de março para encenar sua mais nova produção, a peça “Sobre Si”. Nesta quarta-feira (16), haverá a última apresentação do grupo na cidade, no Ministério Casa de Oração (MCO).

No espetáculo, o grupo narra a trajetória da nobre família do patriarca Arnolf. Dono de um porto, ele encara a realidade de uma situação desesperadora que bate à porta de sua família. A peça desenrola-se com o questionamento de o que fazer diante de uma doença incurável. Aos cuidados do mordomo da casa, a família se surpreenderá com algo jamais esperado.

 

Cia Nissi é o maior grupo de teatro evangélico do Brasil (Foto: Divulgação)
Cia Nissi é o maior grupo de teatro evangélico do Brasil (Foto: Divulgação)

15 anos de estrada
A Cia de Artes Nissi tem como propósito principal utilizar o entretenimento como ferramenta para falar do amor de Deus às pessoas das mais variadas idades, crenças ou posições sociais. Para isso, conta histórias de profunda reflexão por meio do teatro, da música, do circo, da dança e demais expressões artísticas. Tudo começou há 15 anos, quando Caíque Oliveira, atual diretor geral da companhia, reuniu 12 jovens e viajou por diversos locais do Brasil e do mundo com a celebrada peça “Jardim do Inimigo”. Hoje mais de 100 voluntários integram o grupo.

Última apresentação em Pelotas ocorre dia 16 (Foto: Divulgação)
Última apresentação em Pelotas ocorre dia 16 (Foto: Divulgação)

Solo pelotense
Nesta quarta-feira (16), ocorre a última apresentação da peça “Sobre Si” nesta temporada, em Pelotas. O evento será realizado no Ministério Casa de Oração (MCO), avenida Duque de Caxias, 194, Fragata. Os ingressos custam R$ 5,00 e podem ser adquiridos a partir das 14h, na Loja Gospel @.P.Ester, Centro Comercial Bairro Cidade, loja 54, avenida Duque de Caxias, 390, Fragata. A entrada é limitada.

Taís Brem

As tais cores do vestido

Foto: Divulgação.
Imagem de roupa está rodando o mundo e gerando polêmica. Foto: Divulgação.

Não é a falta de água no Sudeste, a falta de gasolina nos postos de combustíveis ou a chegada da Dilma no Aeroporto de Pelotas. No início desta tarde, quando comecei a ter uma breve noção do que se passa no universo virtual, deparei com o que está mobilizando boa parte da população, não só a nível regional ou nacional, mas – pasmem! – mundial: tentar desvendar a real cor de um tal vestido listrado cuja foto está perambulando pela Internet.

A polêmica não gira em torno de um simples vestido, mas de uma roupa cuja tonalidade tem dividido opiniões. Tem quem veja a peça nas cores preto e azul, a exemplo dos cantores Justin Bieber e Taylor Swift. Outros, como Kim Kardashian, enxergam branco e dourado. O humorista Rafinha Bastos encontrou uma terceira opção: azul e dourado. E essa pauta interessantíssima (só que não) viralizou, tornando-se o assunto do momento nas redes sociais, tanto para celebridades quanto para reles mortais.

O tal vestido foi usado pela mãe de uma noiva em um casamento na Escócia, semana passada. Uma das integrantes da banda que tocou na festa viu o vestido e notou a polêmica, quando cada convidado tinha uma versão diferente para a pergunta “Que cor é o vestido dela?”. De acordo com a fabricante da roupa, a marca Roman Originals, as cores são preto e azul. Por que isso não está facilmente notório, então? A explicação está ligada à ciência, mais especificamente à forma com que o olho comunica ao cérebro as cores, também levando em consideração a luz do sol. Trata-se de um fenômeno que, por algum motivo, ficou mais evidente na foto publicada pela garota da banda.

Havaianas aproveitou a onda e lançou peça no Facebook (Foto: Havaianas).
Havaianas aproveitou a onda e lançou peça no Facebook (Foto: Havaianas).

Como os internautas não perdoam, há uma série de memes surgindo em torno da polêmica. Uma das melhores sacadas partiu das sandálias Havaianas que, numa postagem do Facebook, mostra um pé do tradicional chinelo e pergunta aos seguidores da página “Branco ou azul?”. Mas, a maioria das menções são relacionadas a outro fato bizarro ocorrido nessa semana: o episódio em que a atriz Fernanda Souza publicou em seu Instagram uma foto sua, com seu marido Thiaguinho e os padrinhos de casamento Luciano Huck e Angélica. Na legenda, a frase: “Meu Deus! Só eu tô vendo? Tô em choque! #JesusCristo”, sugerindo que a imagem do Filho de Deus estaria estampada em seu pescoço. Muitos debocharam, dando status de delírio ao comentário. Outros, confirmaram a visão da mais nova senhora do meio artístico, dizendo ter sentido até arrepios ao identificar a abstração.

Pra mim, o vestido é dourado e branco. Meu olho e meu cérebro só identificam essas duas cores. E, levando em conta que Jesus é onipresente, quem sabe não dá para forçar que Ele estivesse mesmo no pescoço de Fernanda Souza?

Taís Brem
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Entre o consumismo e o desapego

Moda dos brechós on-line é uma das maneiras de incentivar o consumo sustentável

(Foto: Divulgação).
Artigos são vendidos pela Internet a preços simbólicos (Foto: Divulgação).

A bem da verdade, ela considera que colaboraria bem mais para o fim do consumismo – ou para uma diminuição significativa dele em sua esfera de convivência – se promovesse um troca-troca de roupas, calçados e acessórios com seus conhecidos. Mas, como um dinheirinho extra é sempre bem-vindo, a opção foi mesmo por organizar um brechó on-line. Na roda, entraram peças que a jornalista Nathalia King, 28, não usava mais e estavam ocupando o espaço que ela precisava esvaziar, em função da mudança para um imóvel menor. A quantidade de bens era grande, assim como foi a coragem de colocar em prática o tal do desapego, conceito que tem viralizado dentro e fora das redes sociais.

Jéssica trabalha com moda e sustentabilidade (Foto: Arquivo Pessoal).
Jéssica trabalha com moda e sustentabilidade (Foto: Arquivo Pessoal).

A estudante do terceiro semestre do curso de Design de Moda da Universidade Católica (UCPel) Jéssica Madruga acompanhou a onda dos brechós virtuais desde o começo em Pelotas, há uns dois anos, e acha iniciativas do tipo super positivas. Funciona assim: pelo Facebook ou outros canais semelhantes as pessoas expõem fotos de coisas que não utilizam mais – seja porque deixaram de servir ou não agradam mais – e colocam os objetos à venda. “No início, havia quem quisesse ganhar dinheiro mesmo com isso. Mas, depois, as pessoas passaram a se desfazer de suas roupas por um preço simbólico, apenas para fazer circular essas peças de um jeito não-agressivo para elas e para o meio ambiente”, disse ela que, além de trabalhar com projetos que aliam moda e sustentabilidade, é cliente assídua de brechós físicos, também. “Esses artigos, de certa forma, terão seu período de vida útil aumentado, não serão jogados fora, serão reaproveitados. E, enquanto isso, as pessoas continuam consumindo, mas de um jeito mais inteligente do que só focado no acúmulo desnecessário”.

Nathalia King (Foto: Arquivo Pessoal).
Nathalia King (Foto: Arquivo Pessoal).

Na calculadora de Nathalia, o “preço simbólico” a que Jéssica se refere varia de R$ 10,00 a R$ 30,00, não muito além disso. “Primeiro, doei muita coisa. Depois, o  objetivo foi vender as roupas para que elas fossem usadas por pessoas que realmente as apreciariam. Pelo menos, os preços são bem menores [que no comércio convencional] e ninguém se endivida”, disse, divertindo-se. “Admito que comprar dá uma sensação maravilhosa, mas, hoje em dia, não me considero mais uma pessoa consumista, como já fui – e muito!. A gente vai crescendo, amadurecendo e tendo novas prioridades. Aprendi que, economizando, posso ter conquistas bem maiores do que a compra de uma peça de roupa, por exemplo. E essa é a mentalidade. O primeiro passo é se livrar dos inúmeros cartões de crédito. Depois, passar a valorizar o que realmente é importante, sem esquecer de fazer aquela perguntinha: ‘Eu preciso disso mesmo?'”.

Blusa foi vendida no Brechó da Nath por R$ 15,00 (Foto: Arquivo Pessoal).
Blusa foi vendida no “Brechó da Nath” por R$ 15,00 (Foto: Arquivo Pessoal).

Consumo equilibrado
A também jornalista Yéssica Lopes, 23, diz não se considerar alguém consumista quando se trata do que ela chama de “bens materiais mais práticos”, como roupas e acessórios. “A maioria das minhas roupas é presente de família, que ganhei no aniversário, Natal…”, explicou. “Atualmente, só compro quando realmente não tenho outra escolha. Muitas peças da minha mãe me servem e isso facilita na hora de eventos mais formais. Já no sentido de ‘prazeres do dia a dia’, sim, me considero consumista. Prefiro andar a pé e de ônibus e poder beber uma cerveja todo dia a ficar pagando prestação de carro ou algo do gênero”.

Yéssica Lopes (Foto: Arquivo Pessoal).
Yéssica Lopes (Foto: Arquivo Pessoal).

Todo esse desprendimento deu um bom incentivo para que Yéssica também fizesse uso do Facebook para “comercializar” alguns itens que estavam sobrando em seu armário. Ou melhor: armários, no plural mesmo. “Morei cinco anos em Pelotas e, quando retornei a minha cidade natal, Rio Grande, estava praticamente com dois guarda-roupas completos. Então, separei umas cinco malas de roupa e doei quase tudo! Com algumas peças, eu tinha algum apego, como o vestido que usei na minha formatura de Ensino Médio, por exemplo. E fui enrolando”. Até que, há aproximadamente um ano, Yéssica atingiu seu limite de estresse por causa da dedicação extrema à carreira profissional. “Chegava a ser superior ao que eu dedicava a mim mesma. Então, comecei a encarar a vida de outra forma. A forma que encontrei de conseguir entregar peças bacanas às pessoas e receber um valor quase que simbólico pela troca foi a maneira que consegui desapegar de roupas que, em muitos casos, nem havia utilizado. Daí surgiu a ideia do brechó”, relatou.

Calça jeans foi um dos itens comercializados no brechó "Praticando o desapego" (Foto: Arquivo Pessoal).
Calça jeans foi um dos itens comercializados no brechó “Praticando o desapego” (Foto: Arquivo Pessoal).

Obviamente, sua atitude acabou beneficiando a ela mesma e, as economias que fez, geraram uma poupança em que ela deposita verba para viajar de vez em quando e aproveitar a vida. “O mundo anda uma loucura sem fim. Acredito que toda e qualquer ação que tente reduzir o consumo seja válida, do copo plástico ao sapato. Não serei demagoga a ponto de querer que todos se vistam da mesma forma todos os dias. Eu não faria isso. Mas, algumas ações caminham para o equilíbrio e isto sempre será benéfico, disse Yéssica. “Tenho uma linha de pensamento bem simples: tudo em excesso faz mal. Resta saber qual é o limite de cada excesso que carregamos”.

A voz das estatísticas
Se levarmos em conta o que diz a pesquisa de mercado divulgada pelo Instituto Euromonitor International, não dá para colocar o consumismo de um lado e o desapego de outro, taxativamente, por mais contraditório que pareça. Um relatório chamado As dez tendências globais de consumo para 2014, que veio a público no início do ano, mostra, entre outros dados, que as pessoas continuam em busca da boa e velha sensação de saciedade que acompanha a aquisição de um novo produto. Por causa disso, as tais compras por compulsão ainda não viraram comportamentos extintos. Entretanto, já é possível observar que esses mesmos consumidores estão muito mais atentos ao impacto que suas compras podem gerar na sociedade e no meio ambiente. A divulgação de notícias de marcas internacionais que fabricam suas peças às custas de trabalho escravo em países subdesenvolvidos, por exemplo, tem colaborado para que as pessoas revejam suas ações e busquem apoiar causas política e ecologicamente corretas.

Brincadeira sustentável

Suélen, Alonzo e Valquíria (Foto: Edyd Junges).
Suélen, Alonzo e Valquíria (Foto: Edyd Junges).

Os irmãos Alonzo, 8, e Valquíria, 6, estavam empolgadíssimos com a chegada do Dia das Crianças semanas antes de o calendário de 2014 marcar, de fato, o 12 de outubro. Por outro lado, os dois já tinham a consciência de que, assim como ganhariam presentes na data comemorativa, tinham a missão de separar alguns itens usados para trocar pelos novos integrantes de sua brinquedoteca particular. Há cerca de dois anos, esse é um trato que eles têm com os pais, o casal de comunicadores Edyd, 28, e Suélen Junges, 29. “Nós dois conversamos e achamos que a melhor forma de ensinarmos eles a não acumular coisas em vão era incentivar a doar”, disse o publicitário. “Não só no Dia das Crianças, mas no Natal ou nos aniversários deles, vamos até o baú de madeira onde eles guardam os brinquedos e, se vemos que há um acúmulo muito grande, separamos aqueles que ainda estão em boas condições para ‘passar para a frente'”, comentou. “De tempos em tempos, damos uma esvaziada no baú”. E todos saem ganhando.

Taís Brem
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Dois pontos

“Toda mulher é burra quando o assunto é homem”.
Susana Vieira, atriz.

“O layout dele é extremamente gay”.
Edwin Luisi, ator, sobre o pastor e deputado Marco Feliciano. Atualmente, Luisi interpreta Lili, um cabeleireiro homossexual na novela global Sangue Bom.

“Não sou hipócrita de recusar ‘porque é uma questão comercial’. Que seja! A gente agradece. É melhor ter uma roupa bonitinha do que vestir saco de batata”.
Preta Gil, cantora, ao explicar por que não se importa de ser 
garota-propaganda da linha plus size da C&A.

“Já comi um quilo num bufê, não tenho medo de engordar. Meu medo é ficar amarga”.
Tatá Werneck, atriz.

“Para quem escreve só existe uma coisa pior do que não escrever: escrever e ninguém ler”.
Claudia Tajes,
jornalista.

“A cada personagem que interpreto, acrescento algo à minha alma”.
Bruno Gagliasso, ator.

“Nesta época, o Santos fez excursões pelo Sul. Jogou em Pelotas, em Rio Grande. E quase que eu fico no Grêmio”.
Pelé, ex-jogador de futebol, ao comentar episódios de seu início de carreira, aos 15 anos.

Taís Brem

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“Pretendemos não parar tão cedo”

Vencedoras do Torneio Arriba Léli Aguiar de Pádel falam sobre planos futuros

Vannine e Graciella Anselmo (Foto: Arquivo Pessoal)
Vannine e Graciella Anselmo (Foto: Arquivo Pessoal)

Graciella e Vannine Anselmo são irmãs. Com 28 e 25 anos, respectivamente, a farmacêutica e bioquímica e a publicitária cresceram acostumadas a acompanhar os jogos de pádel na quadra que o pai alugava para praticantes do esporte. Com a aproximação, surgiu a afinidade e hoje, embora não se considerem profissionais, elas têm até alguns títulos para comemorar em família, como o primeiro lugar conquistado no Torneio Arriba Léli Aguiar, no início desse mês. Em entrevista ao Blog Quemany, as meninas compartilham um pouco do que aprontam em dupla nas quadras.

Blog Quemany – Quando e como começou o interesse de vocês por esse esporte?
Vannine Anselmo – O interesse pelo esporte começou desde que éramos pequenas. O nosso pai tinha quadras de pádel para alugar, então, crescemos com o esporte. Começamos a jogar com 10 e 13 anos, praticamos o esporte por uns três anos, até que teve um grande declínio e o pessoal parou de jogar. Agora, faz sete meses que retornamos aos treinos e torneios e o esporte está voltando ao seu auge, como era antigamente, com vários ex-padelistas voltando a jogar.

BQ – Recentemente, vocês ficaram em primeiro lugar em um campeonato. Que competição foi essa?
Vannine – O torneio aconteceu no pádel e Academia Winners e alguns jogos no Dunas Clube e foi organizado pelo professor Billy Knorr, em homenagem à jogadora de pádel pelotense Léli Aguiar [que está afastada das quadras, se recuperando de uma lesão no pulso]. Jogamos e ganhamos cinco jogos, incluindo a final. No jogo da final, perdemos o primeiro set de 6 x 2, ganhamos o segundo de 6 x 3 e o tie-break de 10 x 7.

BQ – Vocês são profissionais há quanto tempo?
Vannine – Não nos consideramos profissionais, porque jogamos pádel por prazer. Apenas participamos dos torneios da cidade e região há sete meses, quando retornamos ao esporte.

Meninas voltaram à prática do esporte há sete meses (Foto: Arquivo Pessoal)
Meninas voltaram à prática do esporte há sete meses (Foto: Arquivo Pessoal)

BQ – Quais são os prós e contras de jogar em família?
Vannine – Na verdade nós vemos mais prós do que contras. O único contra é que, como temos muita intimidade, podemos falar, reclamar e xingar na quadra por algum erro, mas isso acontece poucas vezes. Inclusive, temos um acordo que, quando houver alguma briga, não vamos mais jogar juntas para não virar algo mais sério. Os prós é que jogamos no mesmo horário, participamos dos mesmos torneios, viajamos juntas, temos o mesmo grupo de amigos e podemos comemorar juntas quando ganhamos algum jogo.

BQ – Vocês têm planos para o futuro como jogadoras?
Vannine – Temos planos de participar de mais torneios tanto no estado como fora dele, o que ainda não foi viável. Pretendemos não parar tão cedo, pois é um esporte que gostamos muito de praticar e no qual fizemos muitos amigos.

BQ – Quantos títulos vcs já têm?
Vannine – Quando éramos mais novas, já tínhamos alguns títulos, mas não lembro exatamente quantos. Agora, com o retorno, temos dois títulos de campeãs.

Taís Brem

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“A escola precisa preparar cidadãos responsáveis”

Projeto Direito na Escola trabalha conscientização ética e moral desde a adolescência

Projeto é desenvolvido desde agosto (Foto: Divulgação)
Ação é desenvolvida desde agosto (Foto: Divulgação)

Não se trata de induzir os jovens a seguir carreira como advogados. É apenas uma tentativa de aproximar os alunos de quinta e sexta séries do Ensino Fundamental da percepção do Direito no cotidiano, em ações simples, como ceder lugar para alguém no ônibus. Por meio do projeto Direito na Escola, uma equipe desenvolve a iniciativa desde o mês de agosto na Escola Técnica Estadual Professora Sylvia Mello, em Pelotas. Responsável pela aplicação das disciplinas, a integrante do projeto e acadêmica de Direito da Faculdade Anhanguera Cássia Soares, 33, contou ao Blog Quemany como está sendo a experiência.

Blog Quemany – Do que trata o projeto?
Cássia Soares – O projeto visa apresentar aos alunos o mundo do Direito, fazer com que eles vejam a saúde, a educação, a ética, a moral pelo prisma do Direito. Numa determinada aula, por exemplo, discutíamos sobre um fato que ocorre no ônibus: ceder lugares que são reservados por lei e ceder lugares que não são reservados por lei. O que seria moral e o que seria Direito? Foi uma aula muito animada, pois os alunos saíram surpresos em perceber que o Direito está nas atitudes e ações do dia a dia. Noutra oportunidade, analisamos o que é pluralismo jurídico. Pegamos como exemplo a autoridade do pai que diz ao filho que deve passar de ano na escola, caso contrário será castigado. É um poder exercido com coercibilidade, mas sem a intervenção do Estado. O pai é a autoridade e ele mesmo aplicaria a sanção. Eles saíram da aula dizendo que em sua casa tem pluralismo jurídico, rindo e aprendendo a perceber o mundo que os cerca por mais um prisma.

Disciplinas são ministradas na Escola Sylvia Mello (Foto: Divulgação)
Disciplinas são ministradas na Escola Sylvia Mello (Foto: Divulgação)

BQ – Como surgiu a ideia de implantá-lo?
Cássia – A implantação de algo que ajudasse as pessoas a ver “mais longe” era uma inquietação pessoal. Tomei a atitude quando, em uma aula de História do Direito, com a professora Ana Clara Henning, a minha venda caiu. Decidi trabalhar para aumentar a criticidade de outras pessoas. O caminho é a escola, pois nela concentra-se o ensino, a preparação para a vida profissional e adulta. Preparar os jovens com temas do tipo é o mínimo. Creio que a escola ainda precisa ir mais longe, preparar cidadãos responsáveis, ter na base curricular assuntos que abrangem lei de trânsito, Maria da Penha, tributos… Claro que numa linguagem didática, própria para a idade. Mas, preparar para o futuro é essencial.

BQ – Como ele funciona? Qual o período de execução?
Cássia – O projeto funciona uma vez por semana, às sextas-feiras, numa turma-piloto do sexto ano, num período de 45 minutos. O projeto tem duração de seis meses.

BQ – Quem é o público-alvo da ação? Como está sendo a receptividade?
Cássia – O público-alvo são os estudantes a partir do quinto ano, que foram bem receptivos. Alguns pais, porém, não entenderam, acharam “bobagem” ver esse assunto na quinta série. “Isso é bom para quem vai fazer Direito”, disse uma mãe, bem brava.

BQ – Qual o principal objetivo do projeto e sua contribuição para a comunidade pelotense?
Cássia – Além da conscientização pessoal, o objetivo é multiplicar o conhecimento adquirido. Depois das lições, os alunos produzem cartazes e anexam nos murais da escola, atingindo toda comunidade escolar. Certa vez, tivemos uma palestra com dois policiais militares e um estudante de Direito, dirigida aos alunos de quinta a oitava série. Os alunos praticaram uma ação ética e moral, leram uma parábola e interpretaram, como contadores de história, aos alunos da Educação Infantil. A comunidade pelotense sai ganhando, porque passa a conhecer aquilo que não sabia e, então, usa esse conhecimento para facilitar a sua vida e a dos outros.

Taís Brem

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We love you, horário de verão!

Muita gente reclama dele, mas o período também tem seus admiradores

Temporada vai até mês de fevereiro (Foto: Paulo Soares)
Temporada vai até mês de fevereiro (Foto: Paulo Soares)

Há uma semana com os relógios adiantados, moradores de 11 estados brasileiros se adaptam ao período que se estende até fevereiro de 2014. Seu nome de batismo é “horário de economia de luz no verão”, mas já somos íntimos – o conhecemos apenas como “horário de verão”. Embora colecione inimigos, desde a sua implantação (na época em que Getúlio Vargas era presidente da República), há quem simpatize com ele e preferia, inclusive, que fosse permanente em nosso calendário.

Hélio aproveita para curtir a natureza (Foto: Arquivo Pessoal)
Hélio aproveita para curtir a natureza (Foto: Arquivo Pessoal)

O administrador e programador de sistemas web Hélio Coelho, 37, é um desses. Para ele, a vontade de viver o horário de verão é tão intensa que a diferença de horário nos primeiros dias não traz problema algum. Transtorno biológico? Ele jura desconhecer o significado disso. “É como fazer um pequenino sacrifício para um bem estar maior. Se alguém reclama da uma hora perdida de sono, então que seja razoável consigo mesmo e vá dormir uma hora mais cedo”, sugeriu, ironicamente.

Coelho gosta tanto do horário de verão que fica desapontado com as novas tecnologias que avançam os relógios do computador e do celular automaticamente. “Pelo menos, tenho um relógio manual em minha casa que me dá o prazer de poder adiantá-lo no sábado à meia-noite”, conforma-se. Para o mineiro, o período traz consigo todo um simbolismo de aproximação com a natureza. “A hora do dia que mais gosto é o entardecer no pôr-do-sol. Me sinto em um momento de transição: do stress diurno para a paz e calmaria noturna; dos desafios e conflitos diurnos para os momentos de reflexão e renovo que só o travesseiro irá me proporcionar mais tarde”, disse. “Gosto do entardecer em qualquer dia do horário normal, porém no horário de verão eu ganho mais uma hora para poder fazer usufruto desse período maravilhoso que marca minha vida todos os dias. Além disso, as águas do verão proporcionam um ambiente cheiroso de terra molhada aqui nessas terras mineiras. Sol na cara e terra molhada me fazem sentir mais parte desse ‘Brasilzão Natureza’ a que pertencemos”.

Neto mora no Mato Grosso (Foto: Divulgação)
Neto mora no Mato Grosso (Foto: Divulgação)

Morador de Cuiabá, no Mato Grosso, o professor de Língua Portuguesa José Neto vive, durante todo o ano, uma hora atrasado em relação ao restante do Brasil que segue o horário de Brasília. Ele cita o fato de poder apreciar o sol logo após sair do trabalho como um dos pontos positivos em adiantar o relógio 60 minutos. É verdade, entretanto, que, nesses primeiros dias, Neto ainda não está totalmente acostumado com a temporada do “horário novo”. Para isso, ele diz precisar de, mais ou menos, três semanas. “Não acho tão fácil acordar no escuro. No entanto, todo o restante do dia vale a pena. O corpo parece mais disposto ao se acostumar com as primeiras horas da manhã. Nesse sentido, inclusive, a sabedoria popular costuma dizer que nossa mente é mais receptiva no primeiro período do dia. Alongá-lo, então, não pode ser um crime”, afirmou.

Para a pelotense Carolina Pegorini, 32, a parte incômoda do horário de verão já passou. “Só sinto a confusão no meu relógio biológico no primeiro dia do horário novo, pois, além de ‘perder’ uma hora da noite anterior, geralmente acordo atrasada. Ainda bem que esse primeiro dia sempre é em um domingo”, comentou. Assessora de Relações Internacionais, Carolina não se considera fã das estações quentes. Mas, gosta bastante do horário de verão por poder aproveitar um tempo a mais de luz natural, especialmente à tardinha. “Favorece a prática de atividades físicas ao ar livre, como andar de bicicleta e passear com o cachorro, por exemplo”.

Estratégia econômica
Cheiro de terra molhada, passeio ao entardecer e tempo disponível para praticar esportes ao ar livre são realmente coisas muito agradáveis. Mas, não foi pensando em brindar os brasileiros com experiências do tipo que o governo federal resolveu implantar o horário de verão na década de 1930 e continuar a adotá-lo até hoje. A ideia de manobrar os ponteiros para fazer com que os dias pareçam maiores é uma iniciativa que visa diminuir os gastos com energia elétrica nos estados do Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo e no Distrito Federal. Na temporada 2013/2014, de acordo com o secretário de Energia Elétrica do Ministério de Minas e Energia (MME), Ildo Grüdtner, espera-se que, aproveitando melhor a luz solar, os consumidores economizem 400 milhões de reais em geração de energia. Segundo o secretário, tal prática corta gastos em geração e transmissão e evita, também, possíveis aumentos na tarifa de luz.

Carolina crê na economia aliada à mudança de hábitos (Foto: Arquivo Pessoal)
Carolina crê na economia aliada à mudança de hábitos (Foto: Arquivo Pessoal)

Na opinião de Carolina, a ideia só funciona nesse sentido se as pessoas, de fato, se propuserem a economizar, alterando um pouco seus hábitos. “Na minha casa, vejo a diferença quando chego do trabalho, após as 18h. Acabo aproveitando a claridade do dia para passar mais tempo no pátio, cuidando das plantas e dos cães, em vez de ir direto para a frente do computador ou da TV”, exemplificou. Ao considerar que todos em sua casa continuam a utilizar a energia elétrica durante a madrugada, Neto considera que, tecnicamente, não há redução de consumo. “O comércio, porém, fecha mais cedo suas portas. Assim, se o centro da cidade poupa luz, alguma economia tal atitude deve gerar. Enfim, penso que devemos confiar nos governantes nesse aspecto, pois se um estudo sobre isso é feito e os pesquisadores afirmam ser ele positivo, resta-nos apenas crer no caráter dos resultados”, concluiu o professor. Já Coelho, diz ter absoluta certeza de que o horário de verão realmente cumpre seu papel econômico. “A grande maioria dos países no mundo faz uso dessa manobra para buscar, no período em que a luz do sol é mais ativa e extensa, a menor utilização possível de energia e isso já faz muita diferença. Só para se ter noção, a demanda média de energia em momentos de pico durante o horário de verão, cai mais de 4%. Em média, o Brasil tem conseguido bons resultados e economizado entre 4% e 5% de energia nesse período, o que corresponde a uma economia de mais de 150 milhões de reais a cada temporada”, disse, ao citar dados do Operador Nacional do Sistema (ONS). “Percebo claramente que nessa uma hora a mais de sol no dia, eu utilizo menos a luz do que em um período de inverno. Dizem que na parte da manhã (6h, ainda escuro no horário de verão), as luzes são acesas e não adianta fazer a manobra. Isso é uma inverdade, pois o que conta é o horário em que mais pessoas estão acordadas e ativas para o dia a dia. A quantidade de pessoas acordadas e ativas às 6h não chega nem perto da imensidão de pessoas acordadas às 18h, quando o sol ainda está de pé e não se faz uso da luz elétrica até que escureça, às 19h. Vejo isso todos os dias nas vidas das pessoas aqui no meu bairro em Belo Horizonte”, afirmou.

Contagem regressiva

Horário normal volta em fevereiro (Foto: Divulgação)
Horário normal volta em fevereiro (Foto: Divulgação)

No dia 16 de fevereiro, os relógios dos moradores dos 11 estados em que o horário de verão está em vigor voltam ao normal. Até lá, faltam alguns meses. Mas, como legítimo defensor da temporada, Hélio já pensa no fim do período com certo pesar. “Quando o horário de verão está chegando ao fim me bate uma dor aqui no coração e o meu semblante cai, mas logo me lembro de duas coisas que me animam: na volta ao horário normal, os relógios são atrasados e eu ganho uma hora inteira a mais no domingo posterior à troca; e na segunda-feira, me lembro que o horário de verão retornará dentro de poucos meses e, então, essa esperança de um novo horário de verão me anima novamente”, disse. Nada como olhar tudo pelo lado positivo.

Taís Brem