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Mencionaram

“Nem tudo está nas minhas mãos. Tive uma lição de humildade”.
Pitty, cantora, sobre o período de sua vida em que precisou passar por um tratamento psicanalítico.

“O Brasil é você. Essa negação do país, pela situação em que ele está, é querer ser vítima”.
Leandra Leal, atriz.

“Quando o assunto da vez é a mudança de emissora de Xuxa, nós vamos de Angélica”.
Joyce Pascowitch, jornalista, sobre a capa do mês de março da revista que leva seu nome.

“O plantio é silencioso. Festa só se faz na colheita”.
José Ivo Sartori, governador do Rio Grande do Sul, rebatendo as críticas ao seu jeito tranquilo de liderar.

“Eu não tenho mais vizinhos”.
Ana Moretto, moradora da cidade catarinense de Xanxerê, que foi parcialmente devastada por um tornado na segunda (20).

“Acho que essa moda vai passar, a não ser que esteja se espalhando uma fantástica epidemia de tolice no mundo”.
Ruth Rocha, escritora, ao criticar negativamente o interesse do público infanto-juvenil em literaturas sobre magia, vampirismo e coisas do tipo.

“Em minha defesa, tenho a desculpa de estar falando com você porque vai lançar um disco”.
Leonardo Rodrigues, repórter do UOL, justificando para Chicão, filho de Cássia Eller, que não o entrevistou em função da notoriedade da mãe.

“Tenho muito orgulho de fazer parte dessas duas famílias! Sou um cara abençoado”.
Tiago Abravanel, ator global e neto de Sílvio Santos, ao comentar a atitude do SBT em parabenizar a emissora rival, Rede Globo, pelos seus 50 anos.

“Esse ‘enta’ em vez do ‘inta’ é muito forte”.
Gabriela Duarte, atriz, sobre seu aniversário de 40 anos.

“Tenho uma vergonha muito grande de dizer que eu não fiz uma pergunta que presta”.
André Luiz Azevedo, jornalista, ao comentar que foi a última pessoa a entrevistar o ex-presidente da República Tancredo Neves.

“Diríamos que é um dos momentos mais ridículos da minha vida. O mundo inteiro deve ter pensado: ‘Quem é esse idiota berrando como louco ao lado do Pelé?'”.
Galvão Bueno, jornalista, sobre sua histórica narração da conquista do tetracampeonato pela Seleção Brasileira de futebol, em 1994.

“Quando eu tinha quatro anos, me perguntaram na escola o que eu queria ser quando crescer. Respondi: ‘Inesquecível’.”
Felipe Veloso, estilista.

Taís Brem

Rasa profundidade

Primeiro, a citação de um grande nome, para dar aquela ideia de pesquisa profunda. Depois, a súbita queda de nível. Ocorreu em dois programas de televisão, em duas emissoras diferentes, quando as apresentadoras tratavam de assuntos igualmente diversos. Mas, demonstrou ser uma fórmula bem utilizada no gênero. Na Rede TV!, a repórter entrevistava um desses MC’s que está no topo das paradas de sucesso. Durante o bate-papo, ela resolveu provar ao rapaz que ele não é o único representante do chamado estilo “ostentação”. “Primeiro, começou com Chico Buarque”, disse a moça, com certo ar de intelectualidade, ao referir-se ao compositor da música “Construção”, na qual um amor marcante é narrado, seguido de uma morte trágica.

Quem estava assistindo, até poderia pensar que a produção do programa havia gasto um tempo pesquisando o gênero a fundo entre os representantes de todo o tipo de música nacional – do funk à MPB. Mas, não. Foram até Chico e pararam por ali mesmo. Porque, depois, o que vieram foram os intérpretes de “Lepo-lepo” e companhia limitada. No mínimo, frustrante. Se Chico Buarque estivesse morto, com certeza, teria revirado no túmulo ao se ver incluso numa lista daquelas.

Mas, Adoniran Barbosa deve tê-lo feito quando Angélica, no Estrelas, resolveu listá-lo como uma das personalidades que têm “a cara de São Paulo”. Acontece que a loira caiu no mesmo erro que a colega da Rede TV!: iludiu a audiência com a ideia de uma grande pesquisa no tema, se valendo de uma citação relevante, para, depois, preencher a lista com personalidades mais rasas, como Ana Maria Braga e Serginho Groisman. Está certo que os dois têm seu prestígio artístico, além de serem globais, o que já garante um lugar na lista. Mas mostrou que a arrancada só serviu para tentar impressionar. Acredito que o telespectador se surpreenda com essas quedas bruscas. Ou se começa raso e se mantém o padrão, ou se inicia profundamente e continua fundo. Quente ou frio. Morno, não está pegando bem.

Taís Brem

*Texto publicado originalmente no Observatório da Imprensa.

“Tudo isso me entusiasma para caprichar ainda mais”

Blog Quemany relembra entrevista feita em 2010 com o vencedor do Prêmio Esso de Jornalismo desse ano

Nilson Mariano (Foto: Arquivo Pessoal)
Nilson Mariano (foto) e os colegas José Luís Costa, Humberto Trezzi e Marcelo Perrone conquistaram o prêmio (Foto: Arquivo Pessoal)

Na última semana, o jornal Zero Hora venceu a principal categoria da 58ª edição do Prêmio Esso de Jornalismo pela reportagem “Os arquivos secretos do coronel do [Destacamento de Operações de Informações – Centro de Operações de Defesa Interna] DOI-CODI”, que trouxe à tona episódios sombrios da história do período militar no Brasil. Em homenagem a um dos responsáveis pelo prêmio, o jornalista Nilson Mariano, o Blog Quemany publica neste sábado uma entrevista feita em 2010 com o repórter. Na ocasião, Nilson conversou conosco sobre a série comemorativa “52 Histórias que Não Acabaram”, que semanalmente publicou o retrato atual de histórias que marcaram época no periódico ao longo de seus 46 anos.

Blog Quemany – Como surgiu a ideia de criar a série?
Nilson Mariano – A ideia foi do diretor de Redação de ZH, Ricardo Stefanelli, que propôs reunir 52 histórias marcantes veiculadas no jornal e me chamou para executá-la. Não é uma mera volta ao passado, porque é necessário que tenha havido uma surpresa no decorrer do período. É uma série jornalística de histórias humanas.

BQ – De que forma as histórias foram escolhidas?
Nilson – A escolha dos personagens começa na sessão de arquivo, onde um profissional pesquisa jornais antigos e elenca, numa lista, os fatos que mais lhe saltaram à vista. O próximo passo é apurar como essas pessoas vivem hoje e o que fazem. Desde que o projeto começou, abriu espaço para as mais diversas histórias: de uma ex-paranormal que hoje sofre de câncer a um ladrão de carros regenerado; do curioso caso do morador de Santo Ângelo que calça 59 à cidade que, inteira, se rendeu ao desafio de emagrecer.

 

O caso de Ludwig foi um dos mais repercutidos (Foto: Arquivo ZH)
O caso de Ludwig foi um dos mais repercutidos (Foto: Arquivo ZH)

BQ – Tem algum caso em específico que tenha lhe chamado mais atenção?
Nilson – Todas elas me surpreenderam. Difícil dizer qual a que mais gostei; é algo subjetivo.

BQ – Em alguma das histórias houve resistência por parte dos personagens em tocar novamente no assunto que fora notícia? Como vocês lidam quando há uma reação negativa?
Nilson – Lembro um caso de um peão de Rosário do Sul que ganhara na loteria. Como virou fazendeiro, e está rico, ele temeu perder a tranquilidade. No lugar dele, faria o mesmo. A melhor forma de lidar com resistências do tipo é respeitar.

BQ – Como tem sido o retorno do público? 
Nilson – Tem sido melhor do que o esperado. Isso é medido pelos acessos na zerohora.com, no Facebook, pelos e-mails, telefonemas e até por cartas. Inclusive, muitos leitores sugerem histórias. Tudo isso me entusiasma para caprichar ainda mais.

Taís Brem

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“A escola precisa preparar cidadãos responsáveis”

Projeto Direito na Escola trabalha conscientização ética e moral desde a adolescência

Projeto é desenvolvido desde agosto (Foto: Divulgação)
Ação é desenvolvida desde agosto (Foto: Divulgação)

Não se trata de induzir os jovens a seguir carreira como advogados. É apenas uma tentativa de aproximar os alunos de quinta e sexta séries do Ensino Fundamental da percepção do Direito no cotidiano, em ações simples, como ceder lugar para alguém no ônibus. Por meio do projeto Direito na Escola, uma equipe desenvolve a iniciativa desde o mês de agosto na Escola Técnica Estadual Professora Sylvia Mello, em Pelotas. Responsável pela aplicação das disciplinas, a integrante do projeto e acadêmica de Direito da Faculdade Anhanguera Cássia Soares, 33, contou ao Blog Quemany como está sendo a experiência.

Blog Quemany – Do que trata o projeto?
Cássia Soares – O projeto visa apresentar aos alunos o mundo do Direito, fazer com que eles vejam a saúde, a educação, a ética, a moral pelo prisma do Direito. Numa determinada aula, por exemplo, discutíamos sobre um fato que ocorre no ônibus: ceder lugares que são reservados por lei e ceder lugares que não são reservados por lei. O que seria moral e o que seria Direito? Foi uma aula muito animada, pois os alunos saíram surpresos em perceber que o Direito está nas atitudes e ações do dia a dia. Noutra oportunidade, analisamos o que é pluralismo jurídico. Pegamos como exemplo a autoridade do pai que diz ao filho que deve passar de ano na escola, caso contrário será castigado. É um poder exercido com coercibilidade, mas sem a intervenção do Estado. O pai é a autoridade e ele mesmo aplicaria a sanção. Eles saíram da aula dizendo que em sua casa tem pluralismo jurídico, rindo e aprendendo a perceber o mundo que os cerca por mais um prisma.

Disciplinas são ministradas na Escola Sylvia Mello (Foto: Divulgação)
Disciplinas são ministradas na Escola Sylvia Mello (Foto: Divulgação)

BQ – Como surgiu a ideia de implantá-lo?
Cássia – A implantação de algo que ajudasse as pessoas a ver “mais longe” era uma inquietação pessoal. Tomei a atitude quando, em uma aula de História do Direito, com a professora Ana Clara Henning, a minha venda caiu. Decidi trabalhar para aumentar a criticidade de outras pessoas. O caminho é a escola, pois nela concentra-se o ensino, a preparação para a vida profissional e adulta. Preparar os jovens com temas do tipo é o mínimo. Creio que a escola ainda precisa ir mais longe, preparar cidadãos responsáveis, ter na base curricular assuntos que abrangem lei de trânsito, Maria da Penha, tributos… Claro que numa linguagem didática, própria para a idade. Mas, preparar para o futuro é essencial.

BQ – Como ele funciona? Qual o período de execução?
Cássia – O projeto funciona uma vez por semana, às sextas-feiras, numa turma-piloto do sexto ano, num período de 45 minutos. O projeto tem duração de seis meses.

BQ – Quem é o público-alvo da ação? Como está sendo a receptividade?
Cássia – O público-alvo são os estudantes a partir do quinto ano, que foram bem receptivos. Alguns pais, porém, não entenderam, acharam “bobagem” ver esse assunto na quinta série. “Isso é bom para quem vai fazer Direito”, disse uma mãe, bem brava.

BQ – Qual o principal objetivo do projeto e sua contribuição para a comunidade pelotense?
Cássia – Além da conscientização pessoal, o objetivo é multiplicar o conhecimento adquirido. Depois das lições, os alunos produzem cartazes e anexam nos murais da escola, atingindo toda comunidade escolar. Certa vez, tivemos uma palestra com dois policiais militares e um estudante de Direito, dirigida aos alunos de quinta a oitava série. Os alunos praticaram uma ação ética e moral, leram uma parábola e interpretaram, como contadores de história, aos alunos da Educação Infantil. A comunidade pelotense sai ganhando, porque passa a conhecer aquilo que não sabia e, então, usa esse conhecimento para facilitar a sua vida e a dos outros.

Taís Brem

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“Eu realmente não esperava por isso”

Publicitário se surpreende com sucesso de projeto que indica pronúncia correta de marcas estrangeiras

Forma abrasileirada de marcas famosas são divulgadas no projeto (Foto: Divulgação)
Página divulga forma abrasileirada de marcas famosas (Foto: Divulgação)

É praticamente um serviço de utilidade pública. Por meio do Facebook e do Tumblr, o redator curitibano Gustavo Asth, 26, auxilia os internautas a pronunciar corretamente o nome de marcas estrangeiras. O projeto teve início há apenas dois meses. De lá para cá, a iniciativa já tem quase nove mil fãs e inspira, também, as próprias marcas a fazer suas versões abrasileiradas, como a rede de lanchonetes Burger King, que, dia desses, postou em sua Fan Page a forma certa de falar o nome de um dos sanduíches de seu cardápio. Nesse rápido bate-papo com o “Blogue Kêmani”, Asth conta um pouco de como está sendo essa experiência e admite: o sucesso superou suas expectativas.

Burger King embarcou na brincadeira (Foto: Divulgação)
Burger King embarcou na brincadeira (Foto: Divulgação)

Blog Quemany – Como surgiu a ideia de criar a página Como Fala?
Gustavo Asth – A ideia veio de observar as pessoas falarem o nome de algumas marcas dos jeitos mais diferentes possíveis. São marcas que estão na boca do povo, que fazem parte do nosso cotidiano, mas que a gente nem sempre sabe pronunciar corretamente.

BQ – As expectativas foram superadas?
Asth – O que começou como uma brincadeira, ganhou destaque rapidamente. Em apenas dois meses de existência, a página #ComoFala já acumula mais de 150 mil acessos. Foi engraçado ver meus amigos compartilhando a página sem nem saber que era minha. Agora, recebo dezenas de sugestões todos os dias. Eu realmente não esperava por isso!

Página tem quase nove mil fãs (Foto: Divulgação)
Página tem quase nove mil fãs (Foto: Divulgação)

BQ – Quantas pessoas integram o projeto?
Asth – Eu e meu amigo, o diretor de arte Pedro Falcão, encarregado de “layoutar” as marcas.

BQ – Dá para dizer que a página é uma sátira à forma errada que as pessoas têm de falar o nome das marcas ou é mais uma crítica ao estrangeirismo exagerado na publicidade?
Asth – Não se trata de crítica a estrangeirismo nenhum, longe disso. É apenas uma forma irreverente de ajudar as pessoas a falarem do jeito certo.

Taís Brem

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Nova seção

Você já deve ter percebido que o Blog Quemany mudou. Se em 2008, esse espaço virtual havia sido criado para ser praticamente um diário particular online, com textos carregados de opiniões e postagens bastante pessoais, há alguns meses ele assumiu uma nova faceta: a de um veículo jornalístico, que traz ao público reportagens, artigos, crônicas e compilações de frases sobre temas diversos, com a intenção de mostrar o que Pelotas tem de melhor. E isso numa via de mão dupla. O que a gente fala por aqui não é apenas notícia ligada ao cotidiano pelotense. Mas, pretende fazer com que o povo de Pelotas possa enxergar no que acontece no resto do mundo um link com a sua própria realidade, bem como proporcionar que o resto do mundo enxergue e valorize uma Pelotas que tem potencial para ir cada vez mais longe.

Hoje, dia 12 de outubro, inauguramos uma nova seção neste projeto. A cada sábado, se o Senhor permitir, postaremos um bate-papo direto e objetivo sobre assuntos variados. Na estreia, convidamos a pediatra do Hospital Universitário São Francisco de Paula da Universidade Católica de Pelotas (HUSFP/UCPel) Luiza Helena Vinholes Siqueira Novaes para falar sobre esperteza das crianças de hoje. #VemVer #NóisGostaDeFeedback

Taís Brem

Aqui, ali e acolá

Por aqui, o médico e vereador Anselmo Rodrigues, preocupado com o nível de profissionalismo dos médicos cubanos. Ali, Dilma Rousseff, sem meias-palavras, visivelmente irritada com a espionagem americana. E acolá, Miley Cyrus vivendo uma fase bad girl. Leia, a seguir, uma compilação de frases do Blog Quemany para esse sábado (21). Boa leitura!

Taís Brem


“Tu subirias num avião sem ter a certeza de que o piloto é totalmente preparado para pilotar a aeronave? Tu não subirias!”.
Anselmo Rodrigues, médico e vereador pelotense, ao defender a submissão de médicos estrangeiros que vierem para o Brasil ao Exame Nacional de Revalidação do Diploma Médico, o Revalida.

“Sei que ZH não vai publicar, mas desculpem o desabafo”.
Jorge Barcellos, doutor em Educação, na abertura do texto “Menos que um cachorro”, que enviou ao jornal Zero Hora para reclamar da falta de notícias na impressa geral a respeito do aniversário de 240 anos da Câmara Municipal de Porto Alegre, em 06 de setembro. O texto foi publicado.

“Você acha que eu preciso?”.
Marina Ruy Barbosa, atriz, respondendo com uma pergunta o questionamento da repórter da Revista Contigo! sobre ela já ter feito terapia.

“Entre a sombra e a luz, nós vamos andando e lidando com todo tipo de energia. Aprendi a blindar meu coração, mas não estou livre de sentir”.
Tico Santa Cruz, músico, sobre depressão no meio artístico.

“Eu ia dar palestras nas faculdades e perguntava o que as meninas queriam fazer. E era sempre ser apresentadora de TV ou moça do tempo. Eu dizia: ‘Você quer ser famosa? Tem maneiras mais fáceis. Jornalismo não é carreira para ficar famoso, é uma profissão de sacrifício’”.
Ana Paula Padrão, jornalista.

“Piso em barata, pego rã na piscina. Não tem muita coisa que um homem possa fazer que eu não faça”.
Alinne Moraes, atriz, tentando desmistificar sua fama de mocinha que não mete a “mão na massa”.

“Acredito que é necessário tirar um tempo para ser maluco”.
Miley Cyrus, cantora e atriz, ao justificar a face, no mínimo, estranha que tem revelado ao mundo nas últimas semanas, com suas performances sensuais e ousadas.

“Tudo que a Madonna fez, eu fazia antes. Na ditadura. Se era proibido, eu queria”.
Ney Matogrosso, cantor.

“Não tenho cerimônia para usufruir das mulheres que me seduzem por conta do que eu escrevo. Não estou roubando ninguém!”.
Xico Sá, jornalista.

“A gente tem que dar os nomes que as coisas merecem. Guerra é guerra, terrorismo é terrorismo, espionagem de país democrático é espionagem”.
Dilma Rousseff, presidente da República, sobre as escutas feitas no Brasil pelas quais o presidente americano Barack Obama havia assumido responsabilidade “direta e pessoal”.

Falou, tá falado!

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Rita Cadillac

“Foi praticamente um coma alcoólico”.
Rita Cadillac,
ex-chacrete, ao confessar que o ramo dos filmes pornográficos não deu certo para ela, porque precisava beber demais para completar as atuações sem culpa.

“Se pudesse desejar uma coisa pra humanidade, desejaria que toda mulher tivesse parto normal”.
Carolina Dieckmann, atriz.

“Pô, é a quarta vez que leio alguém dizer que quer um Brasil descente. Eu quero é subinte! E decente”.
Luciano Pires, jornalista, indignado com os posts com erro de português no Facebook.

“Eu oro por ela”.

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Baby do Brasil

Baby do Brasil, cantora e pastora, surpreendendo Marília Gabriela ao responder a pergunta: “Você gosta da Lady Gaga?”.

Uma novela é sucesso quando desperta sentimentos fortes: amor, ódio, vale tudo. Só não vale indiferença”.
Glória Perez, escritora.

“Tem dias que prefiro homens, tem dias que prefiro mulheres. Eu me relaciono com pessoas, não com rótulos”.
José de Abreu, ator, abrindo suas escolhas sexuais.

“Acho incrível como o cantor de uma banda chamada Ratos de Porão se tornou um ídolo mirim”.
André Barcinski, jornalista, sobre João Gordo. Barcinski está trabalhando na produção da autobiografia do músico.

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Johnny Depp

“Quando fico coberto por maquiagem, é mais fácil olhar para outra pessoa. É mais fácil olhar para o rosto do outro do que para o próprio. Acho que é assim com todo mundo”.
Johnny Depp, ator, que ficou famoso por interpretar personagens que exigiam uma grande descaracterização de sua aparência natural, como no filme “Edward Mãos de Tesoura”.

“Não quero mais dirigir, porque prefiro beber”.
Zeca Pagodinho, cantor, ao demonstrar como equilibra sua paixão pela cerveja e sua consciência a respeito da segurança no trânsito.

Taís Brem

Elas não me representam


O conjunto de xícaras e pires que sua avó usava, a imagem do brinquedo que fazia sucesso entre seus coleguinhas ou a letra da música que fazia todo mundo dançar empolgadamente. Há inúmeras publicações nas redes sociais que, muito mais que provocar boas lembranças, fazem surgir, sobretudo nos remanescentes que foram crianças nos anos 1980 e 1990, uma agradável sensação de pertencimento.

É comum presenciar quem, ao se deparar com essas coisas, comece a puxar mais uma lista de símbolos que marcaram sua geração. As respostas ao clássico “O que você quer ser quando crescer” são um exemplo. Lembro que, nosso sonho, como meninas, variava entre ser professora, médica, bailarina e, é claro, o trio-maravilha “modelo-cantora-e-atriz”. Difícil achar quem não se identificasse.

Isso me faz ficar um tanto boquiaberta quando vejo ou escuto declarações como a que a ex-panicat Dani Bolina prestou semana passada, revelando que, desde pequena, sempre sonhou em sair pelada na capa de uma revista masculina. Dani nasceu em 1984, como eu. E, a menos que tenhamos crescido em ambientes estratosfericamente diferentes, não consigo achar nisso nenhuma concordância. É como se eu e a moça em questão fôssemos de planetas totalmente estranhos, ainda que se considerem os fatores culturais, familiares, éticos e tal. O só mencionar as “revistas de mulher pelada” no meu contexto era, no mínimo, assunto-tabu. Sair na capa delas, então… Totalmente impensável! Eu nunca conheci quem, naquela idade, quisesse fazê-lo.

Talvez, as crianças com quem convivi eram mais atrasadas ou mais reprimidas. Mas, quando essas personalidades aparecem lançando pérolas como essa na mídia, é de admirar. Não exatamente pelo fato do “sonho” em si, porque a declaração de Dani não é nada exclusiva. Confesso que fiquei bem mais apavorada quando Andressa Soares, a Mulher Melancia, disse o mesmo lá por 2008. Contudo, de lá para cá, até Flávia Alessandra já confessou aspiração semelhante. O susto fica mesmo por conta do rótulo. Os colegas jornalistas poderiam usar expressões do tipo “desejo proibido”, “aventura que esperava realizar” ou até “projeto a longo prazo para ganhar dinheiro fácil”. Mas, “sonho de criança”? Soa quase como um atentado ao pudor! E isso porque nem a alegação do nu artístico cola para quem ainda não entende a diferença entre a mão esquerda e a direita. Por acaso, há criança tão evoluída que compreenda a diferença entre alguém que aparece pelado vulgarmente numa foto e alguém que posa sem roupa por motivos puramente profissionais? Poupem-me! Se isso foi moda em algum momento na nossa infância, eu e minha turma perdemos o bonde. Definitivamente, essas moçoilas não me representam.

Taís Brem

A própria cegueira

 

saramago

 

Ele é aclamado no mundo inteiro por conta de seus livros, considerados verdadeiras obras-primas. Mas, quando se trata de espiritualidade, José Saramago, autor de “Ensaio sobre a Cegueira”, é o próprio cego. Foi o que deu pra notar dando uma olhada num vídeo de uma entrevista com ele que circula pela internet.

 

Confesso que sei muito pouco sobre a figura. É português. Ganhou o prêmio Nobel de Literatura. E escreveu este tal romance que virou filme e tem emocionado muita gente. Cristãos, inclusive. Enfim, deve ter seu mérito. Entretanto, qualquer pontinha de pré-admiração que eu pudesse ter por ele a ponto de me levar a pesquisar mais sobre sua vida e obra caiu por terra ontem, quando vi este vídeo. Trata-se de uma sabatina feita por alguns jornalistas da Folha. Nela, o cara fala, entre outras coisas, do que pensa sobre Deus e de como visualiza a Bíblia e coisas que, na sua opinião, a Igreja teria inventado, como o pecado e o inferno.

 

Parece que não é a primeira vez que ele dá suas alfinetadas no cristianismo e faz questão de dizer que é ateu. Não deveria. Entretanto, se fosse apenas uma opinião isolada que não fizesse diferença alguma para o resto do mundo, paciência. Não fomos criados como robôs e ninguém tem a obrigação de pensar de uma única forma. As religiões e seitas existem aos montes por aí – inclua-se nisso o ateísmo.  Cabe a cada um definir o que é melhor para sua vida. O problema é que, por ser alguém de muita influência, considerado extremamente sábio por público e crítica em todo o planeta, Saramago chega a envenenar com suas declarações pagãs. Basta observar os risinhos de aprovação e os aplausos da platéia para comprovar o efeito que sua postura causa.

 

Um dos repórteres perguntou se, após a cura da doença respiratória que quase lhe custou a vida, sua percepção sobre Deus havia mudado. E ele, sarcasticamente, responde: “Por que mudaria? Quem me curou foi meu médico e aquela senhora que está sentada ali”, disse, fazendo referência à esposa, Pilar. Logo depois, emendou: “Não quero ofender ninguém, mas, para mim, Deus não existe. Não brinquemos com estas coisas”.

 

Na seqüência, o autor, atualmente com 86 anos, diz acreditar que Deus é apenas uma invenção dos homens. Coisa de alguém que teve medo da morte e pensou que era melhor se agarrar à possibilidade de existência de um ser superior. Daí, segundo ele, é que a Igreja Católica teria aproveitado também para criar o inferno e o purgatório. O pecado, outra invenção, seria um “instrumento da igreja para controlar os corpos”.

 

Para arrematar os comentários de fundo (anti) religioso, Saramago fala que a Bíblia é um verdadeiro desastre. Foi escrita por homens e, por isso, não merece crédito. Além do mais está cheia de exemplos de incestos e assassinatos. “Não é um livro que possa ser deixado na mão de um inocente”, completou. Aham. Quem sabe a sua coleção aclamada mundo afora possa. Coleção esta que inclui o livro que lhe garantiu o Nobel de literatura, há dez anos, chamado “O Evangelho Segundo Jesus Cristo”. Trata-se de um relato que, conforme a jornalista Maria das Graças Targino, mostra um “Deus vingativo”, um “diabo simpático” e um “Jesus maravilhosamente imperfeito”. “Uma obra-prima recheada de passagens literalmente incríveis”, comenta a moça, encantada.

 

Tá vendo como estas baboseiras perturbam a cabeça das pessoas? Mas, como ele é um intelectual inteligentíssimo, o cara, um grande sábio, tá valendo. Louco e ignorante é quem ousa discordar.

 

Taís Brem