Conversê

“Para a infelicidade de todos, não mudei nada depois disso! Fiquei com raiva por ter perdido esse tempo na minha vida. Mas, por sorte, ganhei muito dinheiro em um negócio enquanto estava em coma. Acordei e era só felicidade”.
Chiquinho Scarpa,
playboy, sobre o período em que quase morreu por complicações de uma cirurgia de redução de estômago.

“Quer dizer, a vida não tem tanta importância. O que importa é o maldito dinheiro e a vaidade. Legal, né?”.
Rosimari Bosenbecker,
esposa dele, indignada com a declaração.

“Infelizmente, meu anjo da guarda, certamente por ordem superior, não impediu meu acidente”.
Papa Bento XVI,
em tom de brincadeira, explicando o possível motivo para a queda que o fez fraturar o pulso, dia 17.

“Me perguntam se acho que mereço todo esse dinheiro. Respondo que não sei, mas que Jesus pagou um preço muito mais alto pela minha vida e de outras pessoas com seu precioso sangue na cruz”.
Kaká,
jogador de futebol, cristão e, agora, presbítero.

“O Romário é sempre o culpado por tudo. Quero dizer que não matei o Michael Jackson nem trouxe ao Brasil a gripe suína”.
Romário,
ex-jogador de futebol, debochando do episódio de sua prisão por dívida de pensão alimentícia.

“Ele disse que Cristo morreu com 33 anos e não teve tempo de pagar em vida o mal da humanidade, então as pessoas têm que pagar o que Cristo não teve tempo de fazer”.
Lily Marinho,
viúva de Roberto Marinho, ao falar da resposta que um padre lhe deu certa vez para o questionamento do porquê Deus permitir que aconteçam tantas desgraças no mundo. “Bom, foi a explicação que me deram”, completou, após um breve silêncio.

Então, diga!

“Aquilo que Deus quer, por pior que possa parecer, é o que há de melhor para nós”.
José Alencar,
vice-presidente da República, expressando sua fé no Todo-Poderoso, ao comentar a fase crítica que tem passado na luta contra o câncer.

“Se houvesse uma eleição para Deus, eu não votaria neste que está aí”.
Chico Anysio,
humorista, no caminho inverso do vice-presidente.

“Sou eu mesma quem faz todas as roupas da Stefhany, tudo com muito cuidado, para não expor a imagem dela”.
Nety,
mãe de Stefhany, a “cantora” descoberta via Youtube e que está fazendo o maior sucesso dentro e fora da rede com seu hit “Eu sou Stefhany”. Quem lê, até pensa que o figurino da moça é conservador. Mas engana-se: “Não posso colocar uma roupa comprida numa menina de 17 anos. Não quero que ela aparente ter 20 ou 25”, justifica a mãe…

“Quando jovem, queria ser uma dessas pessoas que saem pelo mundo pregando a palavra de Deus”.
Mara Manzan,
atriz global.

“É simplesmente nojento, animal e estúpido as pessoas com a cabeça fechada e que têm medo desse assunto”.
Daniel Radcliffe,
mais conhecido como o bruxinho Harry Potter do cinema, falando sobre homossexualismo. O rapaz está na capa mais recente da revista Attitude, voltada ao público gay.

“As chances de haver um velhote que se veste de vermelho e distribui presentes a bordo de um trenó puxado por renas voadoras parecem significativamente maiores do que as de existir uma inteligência infinita que criou o Universo e se interessa pelo destino individual de cada um dos 7 bilhões de terrestres, aos quais conhece desde criancinhas”.
Hélio Schwartsman,
colunista da Folha e ateu. Tadinho.

Falaçada

“Aprendi a beber vodca e uísque, passei a fumar um maço de cigarro por dia. Me misturei ao personagem, entrei na energia dele… Foi uma entrega muito grande”.
Cauã Reymond,
ator, ao comentar os maus hábitos adquiridos na construção de Leo, um personagem “perdedor” que interpreta em “Se nada mais der certo”, de José Eduardo Belmonte.

“Quando eu perdi minha mãe, falei: ‘Meu Deus, eu vou ser filha de quem?’. Aí quando você concebe a ideia de ser mãe, você fala: ‘Meu Deus, eu vou ser mãe de alguém’. É o ciclo que se renova”.
Ivete Sangalo, cantora e grávida de seis meses.

“Não acredito nos vampiros da lenda, nem que haja mutantes como os que eu inventei para divertir as pessoas e fazê-las sonhar e amar. Gosto, sim, de pensar que existem santos, seres milagrosos, fadas e anjos, na vida real. Adoro o universo fantástico e misterioso”.
Tiago Santiago, autor da novela “Os Mutantes” da Record, sobre os personagens místicos que criou para o folhetim.

“Desculpe, Deus, não havia provas suficientes”.
Richard Dawkins,
autor do livro “Deus, um delírio”, ao justificar seu ateísmo e responder à pergunta sobre o que faria se caso encontrasse com o Todo-poderoso após a morte. Detalhe, querido Dawkins: Você irá encontrá-lo!

“Não me preocupo com o dinheiro. Mas, certamente, isso ocorre porque o tenho. Essa é a verdade”.
Daniel Radcliffe,
estrela de “Harry Potter”.

“Pedi que Deus me sarasse e, desde esse sábado, aconteceu um milagre! Sempre fui assim. Quando a coisa fica estranha jogo na mão dele!”.
Mara Manzan,
atriz, sobre a cura de câncer que diz ter sentido depois de clamar a ajuda de Deus.

 

Retrô de junho

O mês de junho já se foi e, com ele, o primeiro semestre do ano. Dizer que “bah, pôxa vida, como o tempo passa rápido” é clichê, mas é real. E a ideia que se tem é de que tudo tem passado mesmo cada vez mais rápido. Nada melhor, então, do que usar retrospectivas para falar do que já se foi.
E aqui está uma prévia, rapidíssima, do que (eu acho) de mais importante ocorreu neste mês.

Começando pela queda da obrigatoriedade do diploma para profissionais de Jornalismo. O Supremo Tribunal Federal, nosso respeitoso STF, decidiu que já não é mais necessário mostrar o certificado de conclusão de uma faculdade de Comunicação Social para exercer a profissão de jornalista. Lamentável. O ministro do STF, Gilmar Mendes, chegou a comparar o jornalista com o cozinheiro, ao argumentar que não é necessário cursar Culinária para se fazer uma boa comida. Isso só pra começo de conversa. A tal da liberdade de imprensa também foi citada como desculpa. Mas, desde quando restringir quem tem autoridade para escrever ou veicular algo é diminuir a liberdade de imprensa? Acaso qualquer um que saiba bem o código penal pode ser advogado? E quem tem um bom tino para corte? Pode ser médico por isso apenas?

Bem, isso foi no dia 17, uma quarta-feira. Oito dias depois, fãs de Farrah Fawcett receberam dolorosamente a notícia de sua morte. Estrela da série “As Panteras” na década de 70, Farrah tinha 62 anos. Foi vítima de cancro do cólon. E, no mesmo dia, muito mais gente ficou chocada ao saber que o “Rei do Pop” também tinha partido. Tudo bem, Farrah Fawcett tinha seu mérito, como todo ser humano. Mas, com certeza, o mundo inteiro sabia quem era Michael Jackson. Farrah Fawcett, nem todos.

Muito já se falou sobre a ida repentina de Michael. Quantos anos ele tinha, qual o álbum fez mais sucesso, os escândalos, as especulações sobre o que o matou etc, etc e tal. Repetir aqui, seria chover no molhado. Entretanto, refletindo sobre estas questões todas que voltam à mente sempre que me deparo, na mídia, com um novo dado sobre a morte dele, tive um estalo, dia desses. Acho que o mais triste desta notícia não foi, simplesmente, o falecimento físico do cantor. Mas uma sensação de que nunca mais teremos a chance de vê-lo recuperado dos baixos que marcaram sua carreira. O retorno que ele preparava para os palcos não configurou. Então, já era. Não tem mais volta, entende? Já não há mais chance de, de repente, se deparar com um novo Michael. A não ser no céu, se é que ele foi pra lá. Isso, pra mim, parece o mais lastimável.

Taís Brem