Arquivo da tag: esporte

É preciso saber perder

Quarto lugar na Copa trouxe à tona decepção da torcida com a Seleção e mostrou que o povo não sabe lidar com a derrota

Foto: Divulgação
Sonho do hexacampeonato foi adiado (Foto: Jefferson Bernardes/VIPCOMM).

O Brasil pode até ter sediado a tal Copa das Copas, no que diz respeito à hospitalidade para com os turistas e o clima de festa com que realizou o Mundial por aqui. Mas,  o desempenho da Seleção Brasileira dentro de campo esteve bem aquém do que esperava a Pátria de Chuteiras. Tanto, que nem mesmo o mais pessimista dos brasileiros poderia imaginar que aquele jogo contra a Alemanha, no Mineirão, em 08 de julho, viraria a maior derrota de um time anfitrião de Copa do Mundo e a pior goleada que já sofremos em 100 anos de história. Mais trágico ainda foi perder a chance de garantir o terceiro lugar, no último sábado (12), no mínimo, como prêmio de consolação.

Que foi “apenas um campeonato de futebol perdido”, todo mundo sabe. Todavia, um sentimento de frustração, de tristeza e, até mesmo, de luto tomou conta de grande parte da população brasileira. Muita gente encarou os dois resultados negativos como algo bem mais sério que uma competição esportiva. Na opinião da psicóloga Lauren Gómez, 34, a reação dos torcedores denota que o brasileiro, em linhas gerais, não sabe perder. “O reflexo disso se viu, por exemplo, nos programas de TV, que enfatizaram a tristeza das crianças ao assistirem o fracasso da Seleção. Isso mostra o quanto os pais reproduzem para os filhos esta falsa ideia de que o Brasil tem que ser perfeito em aspectos como o futebol e o Carnaval – já que não somos exemplo em educação, saúde etc -, em vez de prepararem suas crianças para aprender a conquistar, mas, também, saber enfrentar as perdas e tolerar frustrações”, opinou. Para ela, é essencial que se saiba viver e passar para as outras gerações a importância de conceitos como a resiliência e a adaptabilidade, justamente para enfrentar as crises, que são inevitáveis, da melhor forma possível. “O mundo não é suave quando se trata de lições de vida”, sentenciou a psicóloga.

Roberta (E) torceu, mas não se iludiu (Foto: Arquivo Pessoal).

A estudante Roberta Oliveira de Souza, 18, também disse acreditar que a reação da torcida não foi das mais adequadas. “Quem sabe perder? Acho que ninguém, né? Mas, deveríamos encarar isso como uma grande experiência de vida. Nem sempre conquistamos tudo”, comentou.

Torcedores conscientes
Lauren e Roberta torceram pela Seleção Brasileira na Copa. “Mas, com os pés no chão, porque eu sabia que eles não estavam preparados”, ressaltou a psicóloga. O estudante de Jornalismo, Henrique Massaro, 22, disse ter criticado bastante a maneira como a Copa foi trazida para o Brasil. Todavia, quando a Seleção entrou em campo, ele parou para torcer. Torcida que, infelizmente, não bastou para a conquista do hexa. “Acho que o brasileiro está tendo que se conformar, afinal já é a terceira eliminação seguida em copas. Mas, perder levando sete gols é algo que ninguém está preparado. Para mim, é momento de aproveitar e voltar os olhos para o futebol brasileiro, que está jogado às traças em termos de estrutura”, opinou.

"O jeito é se conformar", disse o estudante de Jornalismo (Foto: Henrique Massaro).
“O jeito é se conformar”, disse o estudante de Jornalismo (Foto: Henrique Massaro).
Foto: Arquivo pessoal
Juliana disse acreditar que os jogadores também merecem respeito (Foto: Arquivo Pessoal).

A auxiliar contábil Juliana Zandoná de Mattos, 27, ficou chateada com a má campanha. Porém… “Torcedor de verdade está junto ganhando ou perdendo. Espero que as famílias que têm filhos pequenos utilizem isso como lição de que, na vida, nem sempre teremos vitórias. Às vezes, nós perdemos e outros ganham”, disse. E, para ela, aceitar os momentos de perda com maturidade também incluiu respeitar a dor alheia, no caso, a dos protagonistas desse espetáculo que não teve um final feliz. “Antes de jogadores milionários, eles são seres humanos. Claro que eles não queriam que isso acontecesse também. Se nós estamos decepcionados, imagina eles?”.

Taís Brem
Curta a página do Blog Quemany no Facebook e siga-nos no Twitter! #NóisGostaDeFeedback 😉

Falando em Copa

Copa desse ano tem dividido opinião de torcedores (Foto: Divulgação).
Copa desse ano tem dividido opinião de torcedores (Foto: Divulgação).

Falar de Copa de Mundo me traz muitas coisas à mente. Lembro da Copa de 1990, quando a bola em campo era o que menos me importava. Tudo o que eu mais queria era colecionar aqueles copões da Pepsi, decorados com motivos relacionados ao Mundial. Lembro da de 1994, a “minha primeira Copa”, de fato, da qual participei ativamente, torcendo, opinando, preenchendo as tabelinhas dos jogos, ajudando minha mãe e minha avó a preparar os lanches para as partidas, aprendendo sobre um universo novo, que se tornou fascinantemente especial depois da conquista do tetra. Lembro de chorar pela derrota de 1998 e me perguntar por que aquele cara da França tinha que nos humilhar ainda mais marcando o terceiro gol contra nós, no finalzinho do segundo tempo. Lembro de acordar de madrugada em 2002 para assistir a muitas das partidas que nos levariam ao pentacampeonato. E lembro de pouco me lixar para o que aconteceu nas copas que vieram depois. Até essa, de 2014.

A Copa do Mundo desse ano está sendo diferente. Porque somos os anfitriões, sim. Embora, eu vá assistir a todos os jogos pela TV mesmo, como sempre. Mas, principalmente, porque a reação dos brasileiros quanto ao evento está tornando esse um momento singular. Há quem considere essa uma ótima oportunidade de demonstrar toda a nossa paixão pela camisa verde e amarela, vibrando e fazendo o possível para que essa seja a Copa das Copas. Todavia, há quem torça contra o sucesso do Mundial e, também, da Seleção Brasileira. A motivação? Protestar contra a corrupção. Porque se acha totalmente inútil mobilizar todo um país para um evento supérfluo enquanto a educação, a saúde e todo o resto agonizam. Parece justo. Acontece que não é. Não na minha humilde opinião.

É como aquela velha polêmica que questiona por que gastar dinheiro comemorando Carnaval enquanto outros setores públicos precisam tanto de verba. Particularmente, não sou adepta da comemoração. Mas, creio que, se o dinheiro da educação, da saúde, do transporte, da habitação e da “mãe do Badanha” fossem aplicados como deveriam, haveria recurso de sobra para tudo. Inclusive, para a cultura e o entretenimento. As festas não são o vilão. O vilão é a má-utilização do dinheiro público. E isso acontece com ou sem Copa. Com ou sem Carnaval. Com ou sem PT. Infelizmente.

Muitas vezes, esse pessimismo coletivo não tem nem um fundamento decente. Hoje, por exemplo, tinha gente se dizendo croata desde pequeninho e nem sabia explicar o porquê. Quer dizer, sabia: apenas para ser contra o Brasil.

Ainda bem que a gente ganhou. Seria muito frustrante perder o primeiro jogo, em casa, reforçando todo esse ar de mau humor que anda pairando por aí nos últimos meses. Entendo as justificativas de quem espera muito mais do que estádios padrão FIFA para melhorar a nossa situação. De quem quer muito mais do que chamar a atenção do resto do mundo, quer uma vida digna para se viver quando não tiver nenhum turista olhando. Entendo tudo isso. Sou brasileira. Mas, não sou alienígena. Por isso, nessa Copa, entre o pessimismo e o otimismo, fico com o segundo. Que tudo possa dar muito certo. Dentro e fora do campo. O espetáculo começou e, sim, vai ter Copa.

Taís Brem
Siga-nos no Twitter e curta-nos no Facebook #NóisGostaDeFeedback
😉

“Pretendemos não parar tão cedo”

Vencedoras do Torneio Arriba Léli Aguiar de Pádel falam sobre planos futuros

Vannine e Graciella Anselmo (Foto: Arquivo Pessoal)
Vannine e Graciella Anselmo (Foto: Arquivo Pessoal)

Graciella e Vannine Anselmo são irmãs. Com 28 e 25 anos, respectivamente, a farmacêutica e bioquímica e a publicitária cresceram acostumadas a acompanhar os jogos de pádel na quadra que o pai alugava para praticantes do esporte. Com a aproximação, surgiu a afinidade e hoje, embora não se considerem profissionais, elas têm até alguns títulos para comemorar em família, como o primeiro lugar conquistado no Torneio Arriba Léli Aguiar, no início desse mês. Em entrevista ao Blog Quemany, as meninas compartilham um pouco do que aprontam em dupla nas quadras.

Blog Quemany – Quando e como começou o interesse de vocês por esse esporte?
Vannine Anselmo – O interesse pelo esporte começou desde que éramos pequenas. O nosso pai tinha quadras de pádel para alugar, então, crescemos com o esporte. Começamos a jogar com 10 e 13 anos, praticamos o esporte por uns três anos, até que teve um grande declínio e o pessoal parou de jogar. Agora, faz sete meses que retornamos aos treinos e torneios e o esporte está voltando ao seu auge, como era antigamente, com vários ex-padelistas voltando a jogar.

BQ – Recentemente, vocês ficaram em primeiro lugar em um campeonato. Que competição foi essa?
Vannine – O torneio aconteceu no pádel e Academia Winners e alguns jogos no Dunas Clube e foi organizado pelo professor Billy Knorr, em homenagem à jogadora de pádel pelotense Léli Aguiar [que está afastada das quadras, se recuperando de uma lesão no pulso]. Jogamos e ganhamos cinco jogos, incluindo a final. No jogo da final, perdemos o primeiro set de 6 x 2, ganhamos o segundo de 6 x 3 e o tie-break de 10 x 7.

BQ – Vocês são profissionais há quanto tempo?
Vannine – Não nos consideramos profissionais, porque jogamos pádel por prazer. Apenas participamos dos torneios da cidade e região há sete meses, quando retornamos ao esporte.

Meninas voltaram à prática do esporte há sete meses (Foto: Arquivo Pessoal)
Meninas voltaram à prática do esporte há sete meses (Foto: Arquivo Pessoal)

BQ – Quais são os prós e contras de jogar em família?
Vannine – Na verdade nós vemos mais prós do que contras. O único contra é que, como temos muita intimidade, podemos falar, reclamar e xingar na quadra por algum erro, mas isso acontece poucas vezes. Inclusive, temos um acordo que, quando houver alguma briga, não vamos mais jogar juntas para não virar algo mais sério. Os prós é que jogamos no mesmo horário, participamos dos mesmos torneios, viajamos juntas, temos o mesmo grupo de amigos e podemos comemorar juntas quando ganhamos algum jogo.

BQ – Vocês têm planos para o futuro como jogadoras?
Vannine – Temos planos de participar de mais torneios tanto no estado como fora dele, o que ainda não foi viável. Pretendemos não parar tão cedo, pois é um esporte que gostamos muito de praticar e no qual fizemos muitos amigos.

BQ – Quantos títulos vcs já têm?
Vannine – Quando éramos mais novas, já tínhamos alguns títulos, mas não lembro exatamente quantos. Agora, com o retorno, temos dois títulos de campeãs.

Taís Brem

Acompanhe o Blog Quemany nas redes sociais. Curta nossa página no Facebook e siga-nos no Twitter! 😉 #NóisGostaDeFeedback 

Companheira do passado, do presente e do futuro

Paulo Guterres_Divulgação

O dia é dedicado aos ciclistas, mas a estrela mesmo é a bicicleta, ontem, hoje e sempre

A professora de 32 anos. O engenheiro civil, de 54. A funcionária pública, de 58. O estudante, que completará 13, no fim do ano. A administradora e a futura fisioterapeuta, que estão com 30 anos de idade. O pedreiro, que, embora bem conservado, já tem 61. E o ex-motorista marítimo, de 89. Os perfis podem ser diferentes, mas, todos eles se conectam quando o assunto é ciclismo. Os praticantes de uma das atividades que melhor equilibra esporte e lazer tem seu dia próprio no calendário nacional hoje, 19 de agosto. E, em se tratando de bicicleta, difícil encontrar quem, de alguma forma, não tenha se apaixonado por ela em alguma fase da vida.

Descobrir o motivo não é nem um pouco complicado. É só analisar uma parcela da população pelotense, por exemplo, de qualquer que seja o nível social. Não raro, se descobrirá que muitos no contexto se encaixam entre aqueles que tiveram o veículo como objeto de desejo na infância; que reconhecem, no presente, sua importância por fazer tão bem para a saúde das pessoas e do planeta; e que já percebem que a bicicleta tem tudo para ganhar o título de meio de transporte do futuro.

Muito ainda há que se fazer para melhorar a vida de quem transita de bicicleta em Pelotas, mesmo com os 27 quilômetros de estruturas cicloviárias que a cidade possui, ao todo. Que o diga o pedreiro Itamar Garcia, 61, que utiliza o veículo como principal meio de locomoção há mais de duas décadas. “Falta sinalizar melhor os trechos e aperfeiçoar as ciclofaixas para evitar acidentes”, disse, ao citar como exemplo a avenida Domingos de Almeida. “Tem algumas tampas de bueiro cruzadas no meio do caminho que podem fazer com que a roda encaixe naquelas grades e acabe gerando um tombo. Mas, está melhorando. Fora isso, é tranquilo. Eu, que dependo da bicicleta para trabalhar, acho ela muito útil. E, como gosto de esportes, andar de bicicleta é um exercício a mais. Faz muito bem para minha saúde”, afirmou.

Gláucia, em recente visita a Amsterdam, na Holanda, onde o ciclismo é uma febre (Foto: Arquivo Pessoal)
Gláucia, em recente visita a Amsterdã, Holanda, onde o ciclismo é uma febre (Foto: Arquivo Pessoal)

A administradora Gláucia Sales, 30, costuma andar de bicicleta com mais frequência no verão, quando faz passeios na Praia do Laranjal. Ela diz considerar muito positivo o movimento de incentivo que tem ocorrido nos últimos tempos em prol do ciclismo. “Faz bem à saúde, é um meio de transporte que não polui e, se as bicicletas forem mais utilizadas, tem a vantagem da diminuição da quantidade de carros nas ruas”, disse. “Porém, para que as pessoas possam fazer uso da bicicleta como meio de transporte ou lazer, deve haver políticas públicas de incentivo e de viabilidade nas cidades”, destacou.


Nostalgia sobre duas rodas
O ciclismo foi a forma adotada pela funcionária pública Luiza Soares, 58, tanto para diminuir o tempo gasto com a espera do ônibus para chegar ao serviço quanto para economizar financeiramente. “O dinheiro que eu usava para pagar a passagem, resolvi juntar para cobrir as prestações de uma bicicleta no crediário”, disse. “Isso faz mais de dez anos e, até hoje, continuo pedalando”.

Aliás, desde que se entende por gente, Luiza observava o pai, o aposentado Maurício Silveira, 89, também utilizando a bicicleta como veículo de trabalho e de passeio. Até agora, esse foi o único meio de transporte próprio que o chefe de família teve, inclusive para carregar no bagageiro os filhos, os sobrinhos e, até os netos. “Lembro até hoje do vô me levando para o colégio de bicicleta”, recordou o militar Lucas Garcia, 18. O corredor da casa da família foi, por muitos anos, utilizado como estacionamento de vários exemplares do veículo. “Praticamente todos nós tínhamos. E a família não é pequena”, comentou Luiza. “Hoje, alguns já se desfizeram das suas, mas ainda usamos bastante. Sempre tem uma bicicleta à disposição para quem precisar”.

Boas lembranças associadas às pedaladas também fazem parte da vida da professora Ana Paula Vallim, 32. Durante uma visita ao médico, quando tinha por volta de oito anos, foi questionada sobre o porquê de ser tão magra. A mãe entregou: “É que ela anda muito de bicicleta, doutor”. Menos mal. Não havia nada de grave no fato da menina estar tomando gosto pelo hábito saudável que nutriria ainda por muitos anos à frente. Na época, Ana Paula morava “pra fora”, na zona rural de Pelotas. Lá, os “cacarecos” que a família adquiria de segunda mão, serviam de transporte para todo tipo de necessidade, inclusive para ir para o colégio. “Eram cinco quilômetros até chegar à escola. Chegou o tempo em que minha mãe começou a achar que eu não tinha estrutura para suportar todo o trajeto, com sol forte no verão, em pleno meio-dia”, recordou.

Depois de algum tempo morando na cidade, com 23 anos, Ana Paula conseguiu adquirir sua primeira bicicleta direto da loja. O motivo principal também era suprir a necessidade de locomoção. Porém, a compra teve um prazer a mais: curar a frustração de nunca antes ter tido uma bicicleta para verdadeiramente chamar de sua, novinha em folha. Cada vez que usava o veículo, fazia uma verdadeira viagem ao passado, com direito a simular que dirigia um carro de verdade enquanto passava pelo meio dos automóveis, ”fingindo que ligava o pisca”, “fazendo som de buzina com a boca” e “girando o guidom, como se fosse um volante”. Há quatro anos, a professora não precisa mais fazer de conta que é motorista, porque já tem licença para dirigir e carro para aplicar suas habilidades de verdade. Mesmo assim, sente falta da companhia da bicicleta. “Pretendo ainda tornar o ciclismo uma rotina semanal. Gosto de sentir a brisa no rosto, enquanto pedalo”, comentou. E a vontade de fazer da meta uma realidade se fortalece ainda mais quando é convidada pela irmã para fazer passeios e trilhas sobre duas rodas. “Isso mexe bastante comigo. Voltar a andar de bicicleta é uma possibilidade que eu não descarto”.

Da mesma forma, embora com pouca idade, o estudante Rafael Santiago, 12, guarda na memória seus bons momentos na companhia da bicicleta. Há uns dois anos, era pedalando que ele, os irmãos e a mãe iam para a igreja que frequentam, três vezes por semana. “Aí, um dia, a mãe decidiu ir de ônibus e a gente nunca mais foi de ‘bici’”, contou, ao mencionar o apelido em diminutivo, demonstrando que tem tanto carinho quanto saudade dos passeios. Hoje, ele anda mais de skate. Mas, quando questionado sobre qual dos dois gosta mais, não consegue eleger um preferido. “Entre ônibus e bici, acho a bici muito melhor. Mas, entre skate e bici, não tem melhor. Gosto do mesmo jeito dos dois”.

Para o corpo e a mente

Pedalar faz bem para a saúde física e mental (Foto: Wilson Lima)
Pedalar faz bem para a saúde física e mental (Foto: Wilson Lima)

A acadêmica do quarto semestre do curso de Fisioterapia da Universidade Católica de Pelotas (UCPel) Inês Padilha, 30, sabe que, além de ótima atividade física – por melhorar o condicionamento e a respiração, por exemplo –, andar de bicicleta contribuiu com a saúde da mente. “Ajuda a espairecer e colocar as ideias em ordem”, disse. O engenheiro civil Paulo Guterres concorda: “A vida dentro dessa visão é contagiante e muito boa. Muitos abandonam as noitadas, o álcool e o fumo. Isso é maravilhoso, pois encontramos nos amigos, na vida simples e na natureza o Deus que muitos esqueceram”.

Diretor do Centro Politécnico da UCPel, foi Guterres quem teve a ideia de realizar, em parceria com o grupo Pedal Curticeira, a pedalada em homenagem ao Dia do Trabalhador, feita pela instituição no último dia 1º de maio. A comunidade acadêmica aprovou. “Quero contagiar mais e mais pessoas para juntar o útil ao agradável, pois, além de pedalar, temos um grupo de amigos e de gente que busca vida saudável e respeito à natureza e ao ser humano. Vamos pedalando, jogando conversa fora e encontrando gente de verdade”, disse. “Hoje eu conheço muita gente do interior, simples, sem instrução, mas que tem coração, verdade nas palavras e no olhar”.

UCPel promoveu passeio ciclístico em homenagem aos funcionários (Foto: Wilson Lima)
UCPel promoveu passeio ciclístico em homenagem aos funcionários (Foto: Wilson Lima)

Os novos amigos a que Guterres se refere são os integrantes do grupo Pedal Curticeira, que ele frequenta desde 2011. A partir dos 16 anos, amantes do ciclismo se reúnem regularmente às terças-feiras, quintas e sábados. Às vezes, também, há passeios aos domingos, como nesse último (18), em que o engenheiro pedalou 110 quilômetros, indo até o município de Cerrito e voltando pelo interior do Capão do Leão.

Guterres participa do Pedal Curticeira há dois anos (Foto: Divulgação)
Guterres participa do Pedal Curticeira há dois anos (Foto: Divulgação)

Origem da data
O Dia Nacional do Ciclista é comemorado anualmente em 19 de agosto desde 2008, após proposta do então senador capixaba Gerson Camata e aprovação da Comissão de Educação, Cultura e Esporte. A data foi escolhida para homenagear o ciclista e biólogo Pedro Davison, que morreu atropelado em 19 de agosto de 2006, em Brasília. O motorista que o atropelou dirigia em velocidade excessiva e estava embriagado.

Taís Brem

Polemizando

 

Quando a polêmica é religião…

 

“Ela sempre acreditou em Deus e cresceu em uma família de religiosos praticantes. Ela espera que virar pastora não só melhore sua vida espiritual como também ajude a aconselhar aqueles que passam por coisas que ela já passou no passado”.

Fonte da revista Star, sobre o anúncio da cantora Britney Spears de que pretende virar pastora quando a carreira pop acabar.

 

…quando a polêmica é nudez…

 

“Foi o momento menos erótico da minha existência. A última coisa que você pensa ali é em sexo. Por mais que seja polêmico, é muito menos erótico que uma passeata no carnaval”.

Rodolfo, ciclista, sobre o evento “Pedalada Pelada”, em que manifestantes nus protestaram pelas ruas da cidade de São Paulo contra a falta de segurança no trânsito para quem usa bicicleta. O slogan escolhido para a atividade foi “nus é como nos sentimos pedalando nesta cidade”…

 

“Os brasileiros associam nudez com sexo e isso me chocou um pouco. Eu vim de família alemã, os valores são outros. Na minha casa, meus pais andavam nus e eu também”.

Vera Fischer, atriz.

 

…quando a polêmica é aborto…

 

“O aborto deve sair da delegacia e entrar no hospital. Deixar de ser crime para se transformar num problema de saúde e responsabilidade pública”.

Tony Belloto, músico e escritor.

 

… quando a polêmica é racismo…

 

“Eu ficava frustrada, porque nenhuma delas era pretinha. Todas tinham os cabelos lisos e louros e eu, com esse cabelo de bucha, de palha de aço. Então, eu apenas cantava as músicas da Xuxa”.

Larissa Luz, vocalista do Araketu, contando o desapontamento que teve na infância, quando não pode ser paquita.

 

… e quando é sexo…

 

“No meu processo espiritual, a relação sexual não tem valor nenhum se não tiver o amor”.

Baby do Brasil, cantora, cristã e solteira, há cinco anos, acerca de sua abstinência de sexo.

 

“Queira ou não, de cada 100 católicos, 99 usam preservativo. O Papa deve entender que a carne é fraca!”.

Alain Fogue, diretor da ONG camaronesa Movimento Camaronês pelo Acesso aos Tratamentos (MOCPAT), sobre o discurso anti-camisinha durante visita do Papa ao país.

 

“Não acho que o amor entre dois homens seja bom ou ruim. É normal”.

Ney Matogrosso, cantor, sobre o homossexualismo.

 

Tão-tá

 

“Acho frustrante viver nos Estados Unidos, onde a sexualidade é censurada sempre. Quando criança, meus ídolos eram mulheres de grande integridade, mas com uma fortíssima carga erótica”.

Eva Mendes, atriz americana.

 

“Sou uma pessoa de múltiplas facetas: fui modelo, posei nu, sou um dos maiores goleadores do mundo e, agora, virei político”.

Túlio Maravilha, jogador de futebol, que já venceu eleições para vereador, quer se lançar como deputado federal em 2010, e depois virar governador e presidente da República. É mole?

 

“É muito importante, a oportunidade de virar uma página negra da era Bush. Estou com muita esperança, o século XXI começa agora”.

Marcos Palmeira, ator, um tanto atrapalhado com os trocadilhos para explicar suas expectativas sobre o governo de Barack Obama, um negro.

 

“Se a ciência e os médicos sugerem que este é o melhor paliativo para aliviar a dor e o sofrimento de pessoas doentes, é algo que eu estou aberto a experimentar”

Barack Obama, o próprio presidente dos EUA, sobre a liberação de maconha para fins medicinais.

 

“Encenar é como cozinhar: do bom para o péssimo é uma pitada de sal”.

Rodrigo Lombardi, ator global.

 

“Lula que me desculpe, mas nós não temos uma primeira-dama. E me incomoda o português errado que ele fala. Lula e a esposa tinham de ser bom exemplo para nós”.

Cássia Kiss, atriz, opinando que o presidente brasileiro e sua respectiva esposa poderiam ter cursado, no mínimo, uma faculdade, dado todo o tempo que têm de trajetória política.

 

 

 

Vê só!

 

“Sincretismo é um ato que se usa para agradar a todos e não faz bem a ninguém. Ninguém se completa com o sincretismo. É apenas uma confusão mental”.

Stella de Oxóssi, ialorixá, opinando sobre a mistura de credos.

 

“Tenho orgulho de dizer que comecei na TV sem ter sido atraída pelo glamour do vídeo. Sou de uma geração em que jornalismo não era sinônimo de glamour, mas de palavra, de trabalho duro”.

Glória Maria, jornalista.

 

“A procura aumentou de uns quatro anos para cá. Aparece pelo menos uma mãe por semana”.

Eliana Zica, tatuadora, comentando o crescimento da estatística de mulheres que passam pelas agulhas do seu estúdio para homenagear os filhos.

 

“Quando me criticam com relação a isso normalmente falam como se eu fosse um coitadinho que foi manipulado. A verdade não é essa. Sei muito bem o que fiz, o que isso representa na minha vida e na da minha esposa, pois tenho a convicção, no meu coração, de que quem ama espera”.

Kaká, jogador de futebol cristão, sobre as criticas que recebe por ter casado virgem.

 

“Acho que foi uma coisa meio de Deus que você aceitou, né?”.

Ana Maria Braga, apresentadora de TV, num comentário sobre a gravidez de Cláudia Leitte. Profundo, não?

 

Meu nome não é Ivete Sangalo, é catarro na parede. Eu quero brilhar no show”.

Ivete Sangalo, cantora, explicando porque prefere brilhos e cores berrantes em seus figurinos para o palco. Diz ela que na vida particular é mais discreta. Não consigo visualizar.

 

Uma semana de luto rubro-negro

 

Há uma semana um acidente mobilizou a mídia – não só esportiva – de todo o Brasil. E foi exatamente minha cidade natal, Pelotas, que entrou em foco por causa disso. Confira neste post algumas das frases que grandes figuras do meio futebolístico disseram sobre a tragédia que matou o ídolo da torcida do Brasil de Pelotas, Cláudio Milar, o zagueiro Régis Gouveia e o preparador de goleiros do time, Giovani Guimarães.

 

“Nos últimos três anos, não perdi um único jogo do Brasil, em Pelotas e fora da cidade. Ontem [dia 15 de janeiro], pela primeira vez, não acompanhei a delegação”.

Hélder Lopes, atual presidente do Brasil de Pelotas, sobre a viagem que resultou no trágico acidente com a delegação.

 

“O Brasil foi minha grande escola em termos de técnico. Aquele clube marca muito na gente. É fácil torcer para o Grêmio ou o Inter, que são os dois maiores times do Estado. Mas, não existe torcida fiel como a do Brasil”.

Luiz Felipe Scolari, técnico do clube em 1983.

 

“A gente sente demais. Todo mundo fica pensando que poderia estar nessa”.

Celso Roth, técnico do Grêmio.

 

“O que vai ocorrer depois eu não sei, mas esse jogo já era. É a maior tragédia da história do futebol brasileiro”.

Francisco Noveletto, presidente da Federação Gaúcha de Futebol.

 

“Não podemos correr riscos de lesões. O Brasil agora não pode perder ninguém, nem por gripe”.

Cláudio Duarte, iniciando suas atividades como técnico do time pelotense.