Parafraseando

“Se não trabalho, o diabo vem morar aqui na minha cabeça. E ele já se instalou, tá vendo esse terreno aqui?”
Erasmo Carlos, músico, apontando para própria cachola ao responder porque dedica tanto tempo ao trabalho.

“O crack é o único negócio que me balança. Seu aparecimento abalou minha decisão de princípio, que é ser a favor da legalização das drogas”.
Caetano Veloso, músico também, ao comentar que se sente “triste por ver que a pedra tem efeito muito rápido e destrói muita gente pobre e desavisada”.

“Na minha opinião, ser mãe não é uma opção. É um degrau que a pessoa tem que pisar se quiser caminhar pra frente”.
Maria Mariana, a atriz que ficou famosa com a peça “Confissões de Adolescente” e que, agora, cresceu e virou mãe.

“Adoro o mundo gay e me inspiro muito em travestis para me maquiar… Por isso, não tem lugar melhor para eu comemorar meu aniversário”.
Francine Piaia, ex-BBB e novata no mundo das celebridades, ao explicar o motivo de ter escolhido uma boate gay para comemorar mais um aninho de vida.

“Acho que não há nada que um pai lamente mais do que ter machucado sua filha, por não ter conseguido olhar mais para ela do que para si próprio”.
Nando Reis, músico, sobre o teor implícito da composição “Só para So”, feita para sua filha adolescente Sophia.

“Tenho medo de ficar doente em algum momento da minha vida. Pode parecer meio dramático, mas é do que eu tenho medo. Seria a única coisa que interromperia toda essa alegria de viver”.
Eliana, apresentadora de TV.

“Ele foi o responsável por difundir a música negra para o mundo. Ela entrou em espaços onde não entrava antes, fazendo os brancos dançarem”.
Carlinhos de Jesus, coreógrafo, ao comentar a morte do astro pop Michael Jackson. O falecimento ocorreu no início da noite de ontem, em Los Angeles.

 

Zona rural

Não dá pra dizer que não acredito no que está acontecendo. Tampouco encaixa falar que estas são coisas de que “até Deus duvida”. Mas que choca, choca. Desde que o novo reality show da Record foi ao ar, só se houve falar baboseira sobre o programa. Quero dizer, baboseira é o que soa aos meus ouvidos. Para a audiência e, principalmente, aos que conceberam e liberaram a transmissão deste troço chamado “A Fazenda” tudo é absolutamente normal.

É tão normal que virou coisa corriqueira chamar entradas ao vivo da casa para os programas da emissora. Inclusive o religioso “Fala que Eu Te Escuto” entrou na roda. Soube de um dia em que um dos bispos-apresentadores fez menção ao reality, colocou no ar as cenas do que ocorria no local naquele momento e, depois de ficar “constrangido” com uns três palavrões falados pelos participantes, se ligou que aquele não era um bom momento para a intervenção. A enquete daquele dia, porém, acompanhou a onda e perguntou aos telespectadores qual era o motivo de tanta briga rolando lá dentro.

Se fosse só briga, talvez, o caso não fosse tão ruim. Afinal, desentendimentos são relativamente aceitáveis quando se fala em relacionamento humano. Mas e as doses apimentadas de sexo e pouca-vergonha? São normais também, ainda que os participantes estejam numa emissora “religiosa”? Esqueceram deste detalhe, certamente.

Toda hora tem aparecido na mídia um escandalozinho típico de que quem quer garantir seus quinze minutos de fama. Um dos últimos é de Théo Becker (pelotense como eu, que vergonha!), que nem se preocupou em esconder “as partes” enquanto se secava na toalha, após sair do banho. “Eu sei que depois eles colocam aquele ‘pretinho’”, justificou o abençoado, referindo-se às tarjas pretas costumeiramente colocadas para tapar o que não deve ser visto.

Na foto divulgada via internet, realmente o pretinho estava lá, embora não deixasse de sugerir todo o resto. Mas, nas cenas em que a Record pretende passar pelo canal pago Net, creio que não rola, não. É isso mesmo: a ideia da emissora é negociar um pay-per-view, aquele sistema que permite aos telespectadores que tem TV a cabo verem, a qualquer hora do dia, programações específicas, sem cortes e sem censura. Traduzindo, sem pretinhos.

A Globo e seu BBB que se cuidem. Além das melhorias em noticiários e teledramaturgia, a Record está querendo ganhar o primeiro lugar, também, na baixaria. E moral pra isso eles têm.
 

Taís Brem

 

Mais do mesmo

Para diferenciar da versão infantil, agora, o desenho é no estilo japonês, à moda mangá. E os seus protagonistas cresceram. Em vez das briguinhas que separavam meninos da meninas, por causa dos hormônios à flor da pele, neste momento, a preferência fica por programas que os deixem mais perto “umas dos outros”. Tá achando que já leu este post por aqui? Engano seu! Não, não se trata de uma apresentação da revista Turma da Mônica Jovem. O conteúdo é muito parecido, mas o título remete a outro clássico de nossas memórias de criança: Luluzinha Teen. O gibi com a nova fase da garota e sua turma foi pras bancas hoje, em todo o Brasil.

luluteen

Pelo que vi das prévias, a revistinha nova vem cheia de mensagens que subliminarmente impulsionam a criança a querer crescer mais rápido que o conveniente. Afinal, não creio que serão os jovens o público que a Editora Ediouro realmente acertará em cheio. Portanto, exemplos “da hora” não faltarão para os pequenos curtirem e seguirem.
A galera do gibi é chegada a uma boa paquera, a umas boas compras no shopping e a uma boa surfada, seja ela em cima de uma prancha ou na internet. Normal, né? Como explica Daniel Stycer, editor-chefe dos novos quadrinhos “ninguém, aos 15, 16 anos, é exatamente da mesma forma de quanto tinha 7. A modificação é natural”. Então, tá bom.

Nas notícias que permeiam o lançamento de Luluzinha Teen, apareceu na mídia, inclusive, uma entrevista com Maurício de Sousa, o rival. Ele disse ter achado que até demorou para surgir algo do gênero, claramente disposto a competir com sua turminha. Entretanto, em vez de se preocupar somente em vender mais que Lulu, diz ele que a Mônica estará com foco, primeiro, em ser de melhor qualidade. Será que consegue?

Taís Brem