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A justa saia da coincidência

Na última semana, Fátima Bernardes recebeu, no palco do seu Encontro, o humorista e, agora ator, Ivanildo Gomes Nogueira, o Batoré. Aquele, famoso por cantar os versos “Você pensa que é bonito ser feio?”, por anos a fio, na “Praça é Nossa”, de Carlos Alberto de Nóbrega. Atualmente na Rede Globo, ele está no ar em “Velho Chico”, fazendo o papel de um delegado.
Pois, exatamente no dia em que foi ao programa matinal de Fátima, a principal temática tratada foi a de pessoas que, de tanto contarem piadas sem-graça, podem ser consideradas doentes. Ou portadoras de certo transtorno, para tornar o diagnóstico mais leve. Desde o momento em que pisou no palco, Batoré emendou uma piada na outra, sempre tentando fazer referência ao seu “drama” pessoal – o ser feio -, mas sem surtir o desejado efeito – do riso frouxo – na plateia e nos demais convidados. A própria Fátima chegou a ficar desconcertada várias vezes e, em determinado momento, inclusive, pediu que ele “parasse com essa história de feiúra” e respondesse à pergunta feita, de forma mais objetiva. A atriz Thaila Ayala, também presente na ocasião, teve um surto de sinceridade. “Quando encontrei ele nos bastidores, eu disse: ‘Já sei! Você foi convidado por causa da pauta das piadas!'”. Por outro lado, a anfitriã tentou manter a elegância. Ao entrevistar o médico que comentaria como são identificados os casos graves do transtorno da piada sem-graça, enfatizou que aquele não era o caso de Batoré, uma vez que as piadas que ele contava eram, sim, engraçadas.
A explicação não convenceu muito e, no conjunto da obra, o clima não chegou nem perto do esperado para um ambiente cômico. Se o resultado coincidiu propositalmente com a pauta do programa, não saberemos. A boa notícia é que, se o ramo das risadas não der mais certo para Batoré, pelo menos uma chance para mudar de rumo ele já tem, dadas as boas críticas que tem recebido por conta de seu personagem dramático no horário nobre da emissora global.
Taís Brem
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Mencionaram

“Nem tudo está nas minhas mãos. Tive uma lição de humildade”.
Pitty, cantora, sobre o período de sua vida em que precisou passar por um tratamento psicanalítico.

“O Brasil é você. Essa negação do país, pela situação em que ele está, é querer ser vítima”.
Leandra Leal, atriz.

“Quando o assunto da vez é a mudança de emissora de Xuxa, nós vamos de Angélica”.
Joyce Pascowitch, jornalista, sobre a capa do mês de março da revista que leva seu nome.

“O plantio é silencioso. Festa só se faz na colheita”.
José Ivo Sartori, governador do Rio Grande do Sul, rebatendo as críticas ao seu jeito tranquilo de liderar.

“Eu não tenho mais vizinhos”.
Ana Moretto, moradora da cidade catarinense de Xanxerê, que foi parcialmente devastada por um tornado na segunda (20).

“Acho que essa moda vai passar, a não ser que esteja se espalhando uma fantástica epidemia de tolice no mundo”.
Ruth Rocha, escritora, ao criticar negativamente o interesse do público infanto-juvenil em literaturas sobre magia, vampirismo e coisas do tipo.

“Em minha defesa, tenho a desculpa de estar falando com você porque vai lançar um disco”.
Leonardo Rodrigues, repórter do UOL, justificando para Chicão, filho de Cássia Eller, que não o entrevistou em função da notoriedade da mãe.

“Tenho muito orgulho de fazer parte dessas duas famílias! Sou um cara abençoado”.
Tiago Abravanel, ator global e neto de Sílvio Santos, ao comentar a atitude do SBT em parabenizar a emissora rival, Rede Globo, pelos seus 50 anos.

“Esse ‘enta’ em vez do ‘inta’ é muito forte”.
Gabriela Duarte, atriz, sobre seu aniversário de 40 anos.

“Tenho uma vergonha muito grande de dizer que eu não fiz uma pergunta que presta”.
André Luiz Azevedo, jornalista, ao comentar que foi a última pessoa a entrevistar o ex-presidente da República Tancredo Neves.

“Diríamos que é um dos momentos mais ridículos da minha vida. O mundo inteiro deve ter pensado: ‘Quem é esse idiota berrando como louco ao lado do Pelé?'”.
Galvão Bueno, jornalista, sobre sua histórica narração da conquista do tetracampeonato pela Seleção Brasileira de futebol, em 1994.

“Quando eu tinha quatro anos, me perguntaram na escola o que eu queria ser quando crescer. Respondi: ‘Inesquecível’.”
Felipe Veloso, estilista.

Taís Brem

Palavreado

“O demônio não está dentro do saco de farinha de trigo”.
Ailin Aleixo, blogueira do Gastrolândia, ao opinar que a “ditadura antiglúten” poderia ser eliminada do mundo gastronômico em 2015.

“Cabe a nós tirar o foco do escândalo”.
Nathalia Timberg, atriz, ao comentar sobre o tom natural que pretende dar à personagem lésbica na próxima novela global das 21h, “Babilônia”. Fernanda Montenegro será seu par romântico.

“Quero pedir a mão ao pai, comunicar à família, quero fazer tudo direitinho”.
Pedro Bial, apresentador, ao comentar como pretende oficializar seu relacionamento com a jornalista Maria Prata.

“A porcaria inteira do show é um desastre. Não considero isso boa televisão”.
Kai Hibbard, vencedora da quarta edição do reality show de emagrecimento Biggest Loser, da emissora americana NBC, ao se dizer envergonhada de ter participado da atração e ter a obrigação de alertar novos candidatos sobre o abuso físico e psicológico que diz ter sofrido lá.

“Não tenho muito tempo para acompanhar os times, mas Corinthians e Flamengo são clubes conhecidos e que vestiria a camisa tranquilamente”.
Cristiano Ronaldo, jogador, sobre o futebol brasileiro. Atualmente, ele atua como atacante do Real Madrid.

“Não consigo vê-lo no ar sem deixar que funcione a mil minha máquina de fazer gargalhadas”.
Aguinaldo Silva, autor de novelas, orgulhoso de seu personagem gay Téo Pereira, interpretado por Paulo Betti, em “Império”.

“Nesse caso , pode”.
Evaristo Costa, apresentador do Jornal Hoje, ao relacionar as notícias de desperdício de água com o inusitado fato de uma arara azul ter aprendido a abrir sozinha uma torneira para se refrescar, em Mato Grosso.

“Perdeu. Calor é grande”.
Bilhete deixado por ladrão que furtou três aparelhos de ar-condicionado em uma escola catarinense.

“Lamentamos profundamente que a galeria de fotos com Fernanda Gentil aproveitando a praia no Rio de Janeiro possa ter constrangido a jornalista, principalmente nesse momento especial na vida de qualquer mulher, que é a gravidez”.
Nota do portal de notícias R7, da Record, que publicou fotos da jornalista global, comentando que ela estaria com uns “quilinhos a mais”. Após o “mal-entendido”, a apresentadora anunciou que está grávida de dois meses.

“Desculpas aceitas, Record. Porque o perdão é uma das primeiras virtudes que quero ensinar ao meu(minha) filho(a)”.
Fernanda Gentil, jornalista, em resposta ao comunicado.

“Tá ficando um gatinho. Falta uma barbinha”.
Marie Carly, internauta, opinando sobre o novo visual da atriz lésbica Thammy Miranda que, após passar por uma cirurgia para a retirada dos seios, está malhando os braços para ficar mais musculosa e masculina.

“Quando estamos confortáveis, estamos anestesiados demais pra fazermos as mudanças necessárias”.
Reynaldo Gianecchini, ator, em relato sobre o transplante de medula que, há três anos, salvou sua vida.

Taís Brem
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Grande novidade

É como se tivesse virado regra: não precisa casar. Vive um tempo junto, para se ter re-al-men-te certeza do que se quer e, depois, casa. Todavia, se não der certo, separa. Mas, não apenas corporalmente. Divorciar-se, direitinho, com papel e tudo, está mais fácil. Agora, quem quer fazê-lo, só precisa desembolsar uns trocados – porque, de graça, nem injeção na testa – e dirigir-se a um cartório de notas. Lá, se encaminha tudo para que o casamento seja desfeito. Uma das únicas ressalvas é que não haja menores de idade envolvidos na tramitação. Porque somente cônjuges de fato responsáveis podem tomar uma decisão como essa.

Há duas semanas, o Jornal Hoje anunciou uma reportagem sobre o assunto. E, quando Sandra Annemberg deu a manchete, parecia até que era novidade. Mas, não. Divorciar-se não está mais fácil “agora”. Já era, desde 2007, quando saiu a lei que descomplica o processo para desfazer um casamento.

A matéria mostrada no telejornal teve como case uma moça que priorizou “ser feliz” e não pensou duas vezes para sair fora da relação matrimonial. Foi até um cartório e pronto: desfez os laços que outrora eram para sempre. As imagens mostravam uma mulher bem-resolvida. E uma criança pequena, provavelmente fruto da união que não deu certo.

Só alguns segundos depois é que ficou claro o que era, de verdade, tudo aquilo. Explicaram que a lei do divórcio rápido não é nada nova. O que sustenta que a notícia deveria ter sido sobre o aumento no número de divórcios do ano passado para este, conforme uma pesquisa divulgada há pouco. Essa, sim, que poderia ser considerada uma “novidade”, apareceu basicamente pincelada. Nem sei se alguém conseguiu entender do que se tratava. A abordagem foi tão confusa que, após o programa, quem procurou revê-la no site do JH, não a encontrou postada entre as matérias daquela edição. Talvez, a produção tenha se dado conta de que o chamariz deveria ter sido mais condizente com a real informação que seria passada. Antes tarde do que nunca.

Ah, e a menininha que apareceu enfatizando a ideia de que, na busca pela felicidade, os filhos são meros coadjuvantes, não era filha do primeiro casamento. Mas, do segundo, ocorrido dez anos depois, do qual a entrevistada diz não se arrepender. “Agora, é tudo diferente.” Fazemos votos que sim.

Taís Brem
*Texto publicado originalmente no Observatório da Imprensa.

Rasa profundidade

Primeiro, a citação de um grande nome, para dar aquela ideia de pesquisa profunda. Depois, a súbita queda de nível. Ocorreu em dois programas de televisão, em duas emissoras diferentes, quando as apresentadoras tratavam de assuntos igualmente diversos. Mas, demonstrou ser uma fórmula bem utilizada no gênero. Na Rede TV!, a repórter entrevistava um desses MC’s que está no topo das paradas de sucesso. Durante o bate-papo, ela resolveu provar ao rapaz que ele não é o único representante do chamado estilo “ostentação”. “Primeiro, começou com Chico Buarque”, disse a moça, com certo ar de intelectualidade, ao referir-se ao compositor da música “Construção”, na qual um amor marcante é narrado, seguido de uma morte trágica.

Quem estava assistindo, até poderia pensar que a produção do programa havia gasto um tempo pesquisando o gênero a fundo entre os representantes de todo o tipo de música nacional – do funk à MPB. Mas, não. Foram até Chico e pararam por ali mesmo. Porque, depois, o que vieram foram os intérpretes de “Lepo-lepo” e companhia limitada. No mínimo, frustrante. Se Chico Buarque estivesse morto, com certeza, teria revirado no túmulo ao se ver incluso numa lista daquelas.

Mas, Adoniran Barbosa deve tê-lo feito quando Angélica, no Estrelas, resolveu listá-lo como uma das personalidades que têm “a cara de São Paulo”. Acontece que a loira caiu no mesmo erro que a colega da Rede TV!: iludiu a audiência com a ideia de uma grande pesquisa no tema, se valendo de uma citação relevante, para, depois, preencher a lista com personalidades mais rasas, como Ana Maria Braga e Serginho Groisman. Está certo que os dois têm seu prestígio artístico, além de serem globais, o que já garante um lugar na lista. Mas mostrou que a arrancada só serviu para tentar impressionar. Acredito que o telespectador se surpreenda com essas quedas bruscas. Ou se começa raso e se mantém o padrão, ou se inicia profundamente e continua fundo. Quente ou frio. Morno, não está pegando bem.

Taís Brem

*Texto publicado originalmente no Observatório da Imprensa.

Mundo paralelo


Particularmente, não lembro disso muito bem. Mas, tenho um amigo que, volta e meia, recorda uma cena que povoou boa parte das manhãs das crianças da década de 1980: a mesa de café da manhã da Rainha dos Baixinhos. Tinha de tudo ali, não só o básico café preto, obviamente. Tinha leite, iogurte e suco. Tinha pão, bolacha e bolo. Tinha geléia, margarina, patê e sabe-se-lá-mais-o-quê! E frutas, muitas frutas. De todas as cores, tamanhos e sabores. Uma mesa farta, de encher os olhos, da qual a apresentadora pegava um grão de alguma coisa e, com o poder de quem pode ignorar toda aquela abundância, seguia o programa, deixando toda a audiência com água na boca. Audiência essa – sempre bom lembrar – que, em sua maioria, não devia ter nem um terço do que estava naquela mesa para provar em sua humilde residência. A mesa de café da manhã da Xuxa era outra realidade. Praticamente, um mundo paralelo. Uma coisa vivida por alguém que parecia estar tão perto, ali, do outro lado da tela, mas, na verdade, estava muito afastada do que ocorre no mundo dos reles mortais.

No dia em que recebeu a atriz Maitê Proença no palco do Video Show, semana que passou, Zeca Camargo bem que podia ter colocado uma trilha da Xuxa de fundo. Talvez os mais espirituosos entendessem o link enquanto o rapaz e sua convidada marcavam num grande mapa-múndi os países que já haviam visitado. Maitê, apresentada como uma viajante nata, jurou nunca ter contado os locais em que já foi durante sua vida inteira, mas fazia ideia de serem umas 70 nações. Camargo se exibiu e foi certeiro: visitou 97 e pretende, em breve, fechar 100. Falou com a naturalidade de quem planeja, depois de amanhã, conhecer o novo minimercado que abriu no bairro vizinho. E isso para um público que, se bobear, não sabe nem que Brasil faz fronteira com o Uruguai.

Daí, o indivíduo que está quebrando a cabeça para ver como vai conseguir completar o dinheiro da passagem do ônibus para o próximo dia de trabalho, se depara com uma notícia-bomba direto do mundo dos esportes: dizem que a fortuna envolvida na compra do Neymar pelo Barcelona não foi “só” de cerca de R$ 188,5 milhões, como o divulgado até então, mas de R$ 284,5 milhões. Um valor que dá nó na cabeça só de tentar contabilizar.

É impossível o cidadão comum não se sentir deslocado com contrastes como esses, que – não é de hoje – pipocam na mídia como se fizessem parte da vida de todos. Para a geral, o jeito é assistir ao lado “vida real” da programação como quem acompanha um programa de ficção. No mínimo, vai doer menos. Para a imprensa, cabe a dica de se adequar melhor à realidade do público que deseja atingir. A menos que os inadequados nessa história toda sejam mesmo os pobres-sonhadores-telespectadores que têm posado de intrusos do outro lado da TV.

Taís Brem

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Falatório

“Se você passa a vida lutando pelo dinheiro, você pode se tornar como São Paulo: rico e triste”.
David Coimbra, jornalista, ao opinar sobre o clima que define a capital paulistana.

“Se alguém disser que o que está acontecendo em relação à Copa no Brasil é positivo para o país, eu vou chamar de mentiroso”.
Romário, deputado federal e ex-jogador de futebol.

“Não tenho medo de envelhecer. Preciso de cada marca de expressão no meu rosto, sou atriz”.
Carolina Dieckmann, atriz.

“Entre abrir um champanhe e preparar uma mamadeira, a preferência tem sido pelas taças.”
Jarbas Tomaschewski,
jornalista, ao comentar a tendência atual dos casais que preferem não ter filhos.

“Todo mundo quer a felicidade, a cara-metade e emagrecer. Se existissem essas três pílulas, estaria tudo resolvido”.
Flávia Alessandra,
atriz.

“Eu me sinto num joguinho de videogame, onde vou mudando de fases e as dificuldades no meio do caminho vão aumentando”.
Luiza Rabello, ciclista porto-alegrense, ao desabafar sobre seu cotidiano na coluna Informe Especial, do jornal Zero Hora.

“Gente, ele conhece minhas músicas e disse que adora ‘Zen’… Choquei”.
Anitta, cantora, ao comentar como o conhecimento de Roberto Carlos a seu respeito a surpreendeu. A novata irá cantar com o Rei no tradicional programa de fim de ano da Globo.

“Depois, vou vender caju na praça Buenos Aires. Vou pedir emprego em jornal, mas não escrevo mais.”
Fernando Morais, jornalista e escritor das biografias sobre Paulo Coelho, Assis Chateaubriand e Olga Benário, ao anunciar que não quer mais escrever biografias para não se preocupar com a burocracia das autorizações.

“É inadmissível ficar um mês em fila de show de Justin Bieber e chegar atrasado pro Enem”.
Dilma Bolada, perfil fake da presidenta Dilma Rousseff no Facebook, aconselhando candidatos do Exame Nacional do Ensino Médio.

“Experimentar, mudar de opinião é das melhores coisas do mundo.”
Gilda Midani, fotógrafa, produtora e estilista.

Taís Brem

Mais do mesmo

O telespectador postou no Facebook que estava assistindo à morte do Tião Galinha na TV. Não, ele não estava contando aos amigos o sonho que teve durante o soninho da tarde. Estava assistindo ao Canal Viva, canal da televisão paga, pertencente à Rede Globo, que se destina a transmitir reprises de programas da emissora, principalmente novelas. No caso mencionado na rede social, tratava-se de Renascer, de Benedito Ruy Barbosa, exibida originalmente em 1993.

A ideia da Globo foi boa. Afinal, sabe-se que sempre há uma audiência garantida para esse tipo de programação. Quem não gosta de reassistir algo que foi marcante em sua vida? Acontece que, ultimamente, até quem não acha que valha a pena ver de novo tem tido poucas opções para fugir do “Hum… Acho que já vi essa cena antes…”.

Sim, os remakes e as reprises estão na moda e estão com tudo. Nessa onda, já voltaram com nova cara à telinha “O Astro”, “Gabriela”, “Ti-ti-ti”, “Guerra dos Sexos”, “Dona Xepa”, “Saramandaia”, “Carrossel”… E seguem reprisando clássicos da TV mexicana que a audiência já cansou de ver – que o digam a série de folhetins das “Marias” interpretadas por Thalia Ariadna e a dupla Chaves e Chapolin Colorado.

Alguém pode protestar que o método só segue sendo executado porque está sendo tão divertido para os olhos dos telespectadores quanto é rentável para o cofre das emissoras. O povo gosta. Fica apenas a reflexão se os milhares de comunicadores e afins que as faculdades jogam para o mercado todos os semestres não têm a criatividade necessária para inovar e arriscar um pouco mais. O exemplo não se resume a novelas e seriados. Outros formatos de programas, de entretenimento a noticiários, são copiados tal e qual de TV’s estrangeiras. Uma vez ou outra, tudo bem. Mas, o significativo aumento dessas ocorrências chega a ser sofrível, deixa implícito que a capacidade dos profissionais da mídia televisiva brasileira não tem sido usada a pleno. Não precisa abusar tanto assim da famosa máxima “Nada se cria, tudo se copia”.

A contribuição dos enlatados

Em sua maioria importadas dos Estados Unidos, até as séries têm contribuído, ultimamente, para reforçar o ar de falta de criatividade na TV. A primeira vez que notei o debate em uníssono deve ter ocorrido mês passado. O senhor Drummond, da família protagonista de “Arnold”, fazendo o possível e o impossível para esconder sua idade real e, assim, conquistar uma namorada mais nova. Tal qual um dos personagens principais de “Três é Demais”. Depois, a abordagem hilária do conflito de gerações passou para os filhos mais velhos de Drummond: tanto a garota quanto o garoto fingiram ser mais velhos para fazer bonito com seus pretendentes. Tudo isso em episódios diferentes, se é que se pode usar essa expressão.

Na última semana, foi a vez de “Eu, a Patroa e as Crianças” e “Um Maluco no Pedaço” se combinarem para mostrar ao público a saga dos adolescentes que sofrem bullying na escola e acabam vendo seus pais se engalfinhando para defendê-los. De novo, a mesma história; só mudou o endereço.

Os exemplos podem ser fruto de planejamento. Talvez na tentativa de reforçar uma espécie de marketing social na cabeça das pessoas (eles podem ser fãs de Glória Perez, por que não?).

Enquanto isso, a ideia segue sendo executada. As novas Chiquititas, que estrearam nessa segunda-feira (15), são um ótimo convite para quem está gostando da brincadeira.

Taís Brem

Texto publicado também no Observatório da Imprensa

Força na língua

De novo, cá estou eu, depois de um tempo sem escrever, felizmente não tão longo. E embora essa seja minha primeira postagem oficial como jornalista (uhu!), nada há de novo debaixo desse sol, pelo menos no que diz respeito ao formato do que vou escrever: optei pelas frases. Quanto ao conteúdo, esse sim, é novidade. Ainda que tenha sido dito há algum tempo, merece atenção. Retenha o que é bom!

Taís Brem

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“Todas as cabeças coroadas da TV Globo conhecem e gostam de drogas. Os que não usam mais, um dia já usaram”.
Paulo Cesar Pereio, ator

“A vida é cheia de contradições. Sim, o roqueiro toma seu café da manhã ao som da pregação de pastores e angelicais canções evangélicas. Sem problemas, vivemos numa democracia”.
Tony Belloto, cantor, descrevendo, na boa, como a cozinheira evangélica de sua casa afeta o começo do seu dia.

“Prometi para os meus filhos que até o fim deste mês não caso mais. Preciso cumprir essa promessa”.
Fábio Junior, cantor, se achando…

“Em que parte da Bíblia está escrito que devemos julgar os demais? Ah sim, em parte alguma. Deus é o único juiz, queridos. Deus é amor”.
Miley Cyrus, cantora, que diz apoiar “todas as formas de amor”, apesar de ser uma cristã fervorosa.

“Às vezes, o pastor reclama, mas é trabalho, sei separar”.
Stéphannie Oliveira, modelo e filha do ex-jogador Bebeto, ao justificar que consegue equilibrar os nus fotográficos que faz com sua vida espiritual.

“As pessoas me veem alegre, e sou de fato muito alegre porque, por exemplo, se estou mal e vejo você na rua, fico feliz de te ver. Mas aí você vai embora e volto para a melancolia de antes”.
Sarah Oliveira, apresentadora.

“São só palavras impressas no papel, o resto está na cabeça de quem lê. Quem me critica, não está falando de mim, está falando de si próprio”.
William P. Young, autor do best-seller A Cabana, sobre as críticas negativas que recebe pela publicação.

Um novo post

Eu não tive nenhuma outra idéia melhor que essa para um título de um novo post a não ser “um novo post”. E é óbvio que ele teria de ser de frases. Trata-se de uma compilação de algumas declarações de celebridades (ou pseudo-celebridades), umas mais recentes, outras nem tanto assim. Com a correria do dia a dia e o twitter, que simplifica muito o que se quer falar na web, tenho andado meio em falta. Mas pretendo voltar. Esse, então, é o novo primeiro passo! =)
Taís Brem

“As crianças pedem autoridade. Essa coisa debatida com os estudiosos de educação de deixar a criança fazer tudo não é uma demonstração de amor. Ao contrário, amor é dizer ‘não pode’, o que é mais difícil.
Wagner Moura,
ator, sobre educação infantil. A opinião vem bem a calhar no dia em que o presidente pretende assinar um projeto de lei contra as palmadas…

“Sou a voz da Globo no esporte nos últimos 30 anos. Isso é uma coisa que pesa muito, para o bem e para o mal. Mas tenho a exata noção dos limites”.
Galvão Bueno,
narrador.

“Namorarei, noivarei e casarei quantas vezes forem necessárias, até encontrar meu verdadeiro amor”.
Thammy Miranda,
filha de Gretchen, ao dizer que pretende seguir o “exemplo” de tentativas amorosas da mãe. Recentemente, Thammy acabou um relacionamento homossexual com Jenifer Ferracini.

“Sinceramente, achava o Saramago parecido com o Pelé: bom no que faz, desde que calado”.
Dado Schneider,
comunicador, opinando, via twitter, sobre o escritor português, morto mês passado.

“A gente tinha dito que numa das danças terminaríamos com um selinho para mostrar que não temos pudor”.
Renato Zóia,
instrutor de Ana Maria Braga no quadro “Dança dos Famosos”, do Domingão do Faustão, sobre o final estratégico que levantou rumores sobre um possível caso entre os dois. Sem pudor? É, eles conseguiram mesmo atingir o objetivo.

“Ele só sabe dizer que a filha é linda, que tem o bumbum e as perninhas definidinhas, iguais às da mãe “.
Assessora da Scheila Carvalho,
sobre a opinião de Tony Salles, marido da dançarina, a respeito de Giulia, a filha recém-nascida dos dois.