Dois pontos

“Toda mulher é burra quando o assunto é homem”.
Susana Vieira, atriz.

“O layout dele é extremamente gay”.
Edwin Luisi, ator, sobre o pastor e deputado Marco Feliciano. Atualmente, Luisi interpreta Lili, um cabeleireiro homossexual na novela global Sangue Bom.

“Não sou hipócrita de recusar ‘porque é uma questão comercial’. Que seja! A gente agradece. É melhor ter uma roupa bonitinha do que vestir saco de batata”.
Preta Gil, cantora, ao explicar por que não se importa de ser 
garota-propaganda da linha plus size da C&A.

“Já comi um quilo num bufê, não tenho medo de engordar. Meu medo é ficar amarga”.
Tatá Werneck, atriz.

“Para quem escreve só existe uma coisa pior do que não escrever: escrever e ninguém ler”.
Claudia Tajes,
jornalista.

“A cada personagem que interpreto, acrescento algo à minha alma”.
Bruno Gagliasso, ator.

“Nesta época, o Santos fez excursões pelo Sul. Jogou em Pelotas, em Rio Grande. E quase que eu fico no Grêmio”.
Pelé, ex-jogador de futebol, ao comentar episódios de seu início de carreira, aos 15 anos.

Taís Brem

Curta nossa página no Facebook e siga-nos no Twitter 😉 #NóisGostaDeFeedback

Consciência capilar

Liso ou crespo: Qual é o estilo de cabelo que mais valoriza a raça negra?

Para além do Dia da Consciência Negra, tema divide opiniões (Foto: Divulgação)
Para além do Dia da Consciência Negra, tema divide opiniões (Foto: Divulgação)

É fácil presumir que o indivíduo está a fim de potencializar sua negritude quando resolve apostar no black power ou nas tradicionais tranças. Mas, e quando a opção de penteado passa pelo alisamento ou, até, pelas colorações nada comuns à pele negra, como os tons de loiros das luzes e mechas californianas? É exagero afirmar que a escolha por modificar a natureza dos crespos afeta a consciência racial?

O debate é polêmico. Contudo, grande parte das pessoas entrevistadas para esta reportagem acha que sim, é precipitado medir a consciência que alguém tem de sua raça a partir do penteado que escolhe para adornar sua cabeça. Trocando em miúdos, a maioria diz acreditar que não é porque alisa, alonga ou pinta as madeixas segundo o “padrão branco de aceitação” da sociedade que um negro está tentando anular suas raízes.

Especialista no tratamento de cabelos afro, a cabeleireira Simone Santiago estima que 80% das clientes do salão Tranças e Td +, do qual é proprietária, preferem alterar a estrutura dos fios alisando-os, seja à base de produtos químicos ou, simplesmente, com chapinha e escova. “20% prefere os crespos, mas não abrem mão de uma escova lisa vez ou outra para algum evento comemorativo. Já as tranças são sempre bem-vindas, em todos os tipos de cabelos”, destacou. Para ela, cada vez mais as mulheres negras têm se permitido mudar a aparência, à medida que vão passando por cada fase da vida. “Fases marcantes, como 15 anos, formaturas, casamentos, começo ou fim de relacionamentos, novo emprego… E usar cabelo liso ou crespo em cada um desses momentos transcende a consciência racial. Há inúmeros recursos que nos permitem mudar a aparência, conservando a saúde dos fios e expressando nossos sentimentos, conquistas e mudanças sem perder a referência ou a consciência”, enumerou. “Particularmente, essa conversa de que ‘em terra de chapinha, quem tem cabelo crespo é rainha’ é conversa de cabeleireiro preguiçoso. Uma escova bem feita tem seu valor”.

Simone, em suas várias versões (Fotos: Arquivo Pessoal)
Simone, em suas várias versões (Fotos: Arquivo Pessoal)

Engana-se quem lê uma declaração dessas e pensa que é papo de quem quer apenas fazer propaganda de seu trabalho usando a cabeça alheia como cobaia. Com a mesma ênfase com que defende o lado artístico do seu ganha-pão, Simone se dispõe a experimentar os mais diversos tipos de penteados na própria cabeça, em seu cotidiano. A mesma mulher que está de longas tranças na segunda-feira, pode lhe surpreender com um chanel desfiado no dia seguinte, com um mega-hair extravagantemente liso na sexta e com um corte curto, crespo, natural e discreto na próxima semana. Até se apaixonar por uma tintura bem puxada para o azul e mudar novamente. Ela é praticamente uma camaleoa, assim como suas clientes. “Somos negras com estilo e personalidade e podemos, sim, nos expressar através de nossos cabelos, sem parecer um batalhão de ‘tudo a mesma coisa'”, sentenciou a cabeleireira.

“Gosto do carapinho”

Atualmente, jornalista tem preferido os crespos (Foto: Arquivo Pessoal)
Atualmente, jornalista tem preferido os crespos (Foto: Arquivo Pessoal)

Dizem que as mulheres “normais” nunca estão plenamente satisfeitas com sua aparência. Para a jornalista Conceição Lourenço, 53, a afirmação é tão verdadeira que serve para explicar a necessidade de mudança de visual que o sexo feminino expressa em suas transformações. O que, por certo, não é diferente com a raça negra. A dona da cabeleira crespa e exuberante costuma chamar atenção por onde passa, ora por despertar preconceito (“Muita gente olha com desdém e risinhos…”), ora por surtir admiração (“Sábado, por exemplo, duas senhoras brancas me chamaram no shopping para dizer que eu deveria ser modelo. Dei risada e disse que era jornalista. Elas ficaram decepcionadas, mas foi bonitinho”). E há, também, os que demonstram curiosidade. “Um dos porteiros do meu prédio, que é negro, perguntou: ‘Seu cabelo é tão fofo… Não dá trabalho?’. Respondi: ‘É igual ao seu… Deixe crescer e descubra!'”,relembrou, às gargalhadas.

Há alguns anos, Conceição tem deixado as madeixas crescerem de forma natural. E o reflexo que vê no espelho muito lhe agrada. “Não acho que a negra que modifica o cabelo está negando nada, absolutamente. Hoje, acho meu cabelo bonito, mas já alisei. Gosto do carapinho, do crespo e ando gostando cada vez mais. Parece que valoriza meu rosto”.

Na contramão

Wilson, em seu tempo de black power (Foto: Arquivo Pessoal)
Wilson, em sua fase “black power” (Foto: Arquivo Pessoal)

O servidor público Carlos Wilson, 38, já conviveu com o visual da própria mulher, cuja pele é mais escura que a dele, com fios alisados e tingidos de loiro. Mas, é publicamente fã de cachos e tranças. “Para mim, alisar o cabelo e pintar de tons que não têm a ver com a natureza da raça é querer se amoldar ao padrão estético que a sociedade impõe, mesmo que inconscientemente. Até, nós, homens, quando rapamos a cabeça para se livrar da dificuldade de pentear o cabelo estamos fazendo isso”, comentou ele, que já cultivou um cabelão black power há uns cinco anos, mas teve de se desfazer do estilo em nome da praticidade e da apresentação necessária na vida profissional. Agora que tudo o que tem são alguns fios que se encontram com a navalha periodicamente para manter o cabelo baixinho, Wilson se diverte penteando o filho, João Esdras, de um ano. “Vou incentivar o ‘negãozinho’ a valorizar seu cabelo natural e suas raízes afrodescendentes. Pelo menos, até que ele tenha idade para decidir que estilo quer adotar”.

Pai penteando o filho (Foto: Arquivo Pessoal)
Pai penteando o filho (Foto: Arquivo Pessoal)

Taís Brem

Siga a página do Blog Quemany no Facebook e siga-nos no Twitter! 😉 #NóisGostaDeFeedback

No topo das preferências

Curso de Medicina permanece como mais disputado nos vestibulares

(Foto: Wilson Lima)
Índice de vestibulandos que escolhe a graduação é sempre alto (Foto: Wilson Lima)

Todo santo ano é a mesma coisa: é só verificar as listas dos cursos escolhidos pelos vestibulandos para testificar a imensa quantidade de pessoas que opta por cursar Medicina. Há quem, inclusive, faça um verdadeiro tour pelo Brasil, prestando provas do Oiapoque ao Chuí, na esperança de conseguir vaga em alguma instituição de Ensino Superior e, assim, realizar o sonho de exercer uma das profissões mais cobiçadas do mercado. Qual a motivação de tanto esforço? Pressão familiar? Busca por status? Retorno financeiro? Ou, puramente, vontade de ajudar as pessoas?

Maira concluiu a graduação em 1991 (Foto: Arquivo Pessoal)
Maira concluiu a graduação em 1991 (Foto: Arquivo Pessoal)

A diretora do Hospital Miguel Piltcher (HMP), Maira Piltcher, 47, é otimista. Para ela, que formou-se em 1991 pela Universidade Católica de Pelotas (UCPel), a maioria das pessoas que busca a área médica como profissão o faz por vocação. “Infelizmente, temos aqueles que realmente procuram a Medicina pela questão financeira ou por imposição da família. O que é algo problemático, pois posso garantir que ninguém é feliz ou faz bem aquilo que não faz por amor. No caso da Medicina, isso não só acarreta problemas pessoais como pode atingir o paciente”, disse.

A vontade de poder ajudar o próximo, entender e aliviar seus problemas, unida à necessidade de levar adiante o negócio da família também acabou por guiar Maira ao caminho que segue até hoje. O lado positivo é que sua escolha não foi abafada por uma visão fantasiosa da profissão. Ter crescido no ambiente característico, vendo seu pai, o também médico Miguel Piltcher, trabalhar muito e viver a intensa correria de plantões e urgências, a preparou naturalmente para a movimentação cotidiana que viria a enfrentar. “Aquilo já me fascinava”, relembrou ela, que acabou escolhendo uma especialidade que não lhe permite muito
descanso: ginecologia e obstetrícia.

Partos são atividade rotineira no dia a dia de Maira (Foto: Arquivo Pessoal)
Partos são atividade rotineira no dia a dia de Maira (Foto: Arquivo Pessoal)
Etiene conclui curso no fim do ano (Foto: Arquivo Pessoal)
Etiene conclui curso no fim do ano (Foto: Arquivo Pessoal)

Curiosamente, foi, também, o lado movimentado da profissão – academicamente falando – que estimulou Etiene Dias, 28, a querer seguir carreira como médica. Ela se forma no próximo mês, pela Universidade Federal do Rio Grande (Furg), e desde o início do Ensino Médio ficou fascinada pela possibilidade de trabalhar numa área que exige constante atualização. “Isso me atraia muito. Sei que muitas pessoas escolhem a área médica por esperar um bom retorno financeiro e algum status perante a sociedade. No meu caso, não pensei diretamente nisso, pois acredito que, quando se é um bom profissional, dedicado e competente, essas duas questões são uma consequência direta”, opinou.

Mudança de planos
Se Maira e Etiene sempre tiveram uma inclinação clara para a área da Medicina, com Carolina Malhão, 26, as coisas não foram definidas de forma tão simples desde o começo. Embora ingressar no curso mais disputado das faculdades fosse um sonho antigo, a vontade esbarrava no medo do vestibular e na ideia de que não conseguiria passar pela concorrência. Então, Carolina seguiu a profissão do pai: o jornalista Jorge Malhão. Depois de formada e tendo exercitado o talento genético tanto pelas ondas do rádio quanto pelas páginas do jornal, decidiu abandonar tudo e arriscar no seu sonho. “Ainda estou lutando para ter uma vaga na universidade, por isso não tenho muitos planos para depois de formada”, afirmou. Quando questionada sobre a possível razão para que a profissão de Medicina seja tão almejada pelos vestibulandos, Carolina comentou: “Claro que muitos são guiados pela vontade de fazer dinheiro. Mas, acredito que não há nada de errado disso, desde que não se abandone o humanismo tão necessário na profissão”.

Carolina deixou o Jornalismo para investir em seu sonho (Foto: Arquivo Pessoal)
Carolina deixou o Jornalismo para investir em seu sonho (Foto: Arquivo Pessoal)

Números
Raramente os altos índices de procura pelos cursos de Medicina nas instituições de Ensino Superior mostram alguma surpresa. De um modo geral, em várias regiões do país, do interior às capitais, o fenômeno observado é o mesmo: muita gente lutando pelas mesmas vagas. No início desse ano, por exemplo, a Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), no Paraná, registrou 451 candidatos inscritos para cada uma das vagas disponibilizadas para a graduação. Para 2014, na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), o índice é de 104 candidatos por vaga. Na Universidade Federal do Ceará, que tem a
sugestiva sigla “UFC”, a disputa também é acirrada: são 9.748 inscritos para 140 vagas. Já no processo que selecionará os novos alunos da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) para o próximo ano, há 57 candidatos disputando cada uma das vagas disponíveis para Medicina.

Em Pelotas não é diferente: nas duas universidades que oferecem o curso – UFPel e UCPel, a procura é bastante grande, tanto por estudantes daqui quanto por candidatos de outras partes do Brasil. Na Católica, por exemplo, que disponibiliza 90 vagas ao ano para a graduação, o índice de candidatos por vaga que era 22 em 2010 subiu para 36 em 2012.

Sonho familiar
Quando se fala em vida profissional dos filhos, para a maioria dos pais, o mais importante é que eles exerçam uma carreira que lhes deixe felizes. Mas, o desejo de um emprego que remunere bem também é um anseio. É o que mostra uma pesquisa feita recentemente pela rede social corporativa Linkedin. O levantamento, que colheu a opinião de 1.001 pessoas, mostra, ainda, que 35% dos entrevistados sonham em ver os filhos atuando como médicos ou como empreendedores, dirigindo o próprio negócio.

Taís Brem

Curta a página do Blog Quemany no Facebook e siga-nos no Twitter! #NóisGostaDeFeedback 😉

“Tudo isso me entusiasma para caprichar ainda mais”

Blog Quemany relembra entrevista feita em 2010 com o vencedor do Prêmio Esso de Jornalismo desse ano

Nilson Mariano (Foto: Arquivo Pessoal)
Nilson Mariano (foto) e os colegas José Luís Costa, Humberto Trezzi e Marcelo Perrone conquistaram o prêmio (Foto: Arquivo Pessoal)

Na última semana, o jornal Zero Hora venceu a principal categoria da 58ª edição do Prêmio Esso de Jornalismo pela reportagem “Os arquivos secretos do coronel do [Destacamento de Operações de Informações – Centro de Operações de Defesa Interna] DOI-CODI”, que trouxe à tona episódios sombrios da história do período militar no Brasil. Em homenagem a um dos responsáveis pelo prêmio, o jornalista Nilson Mariano, o Blog Quemany publica neste sábado uma entrevista feita em 2010 com o repórter. Na ocasião, Nilson conversou conosco sobre a série comemorativa “52 Histórias que Não Acabaram”, que semanalmente publicou o retrato atual de histórias que marcaram época no periódico ao longo de seus 46 anos.

Blog Quemany – Como surgiu a ideia de criar a série?
Nilson Mariano – A ideia foi do diretor de Redação de ZH, Ricardo Stefanelli, que propôs reunir 52 histórias marcantes veiculadas no jornal e me chamou para executá-la. Não é uma mera volta ao passado, porque é necessário que tenha havido uma surpresa no decorrer do período. É uma série jornalística de histórias humanas.

BQ – De que forma as histórias foram escolhidas?
Nilson – A escolha dos personagens começa na sessão de arquivo, onde um profissional pesquisa jornais antigos e elenca, numa lista, os fatos que mais lhe saltaram à vista. O próximo passo é apurar como essas pessoas vivem hoje e o que fazem. Desde que o projeto começou, abriu espaço para as mais diversas histórias: de uma ex-paranormal que hoje sofre de câncer a um ladrão de carros regenerado; do curioso caso do morador de Santo Ângelo que calça 59 à cidade que, inteira, se rendeu ao desafio de emagrecer.

 

O caso de Ludwig foi um dos mais repercutidos (Foto: Arquivo ZH)
O caso de Ludwig foi um dos mais repercutidos (Foto: Arquivo ZH)

BQ – Tem algum caso em específico que tenha lhe chamado mais atenção?
Nilson – Todas elas me surpreenderam. Difícil dizer qual a que mais gostei; é algo subjetivo.

BQ – Em alguma das histórias houve resistência por parte dos personagens em tocar novamente no assunto que fora notícia? Como vocês lidam quando há uma reação negativa?
Nilson – Lembro um caso de um peão de Rosário do Sul que ganhara na loteria. Como virou fazendeiro, e está rico, ele temeu perder a tranquilidade. No lugar dele, faria o mesmo. A melhor forma de lidar com resistências do tipo é respeitar.

BQ – Como tem sido o retorno do público? 
Nilson – Tem sido melhor do que o esperado. Isso é medido pelos acessos na zerohora.com, no Facebook, pelos e-mails, telefonemas e até por cartas. Inclusive, muitos leitores sugerem histórias. Tudo isso me entusiasma para caprichar ainda mais.

Taís Brem

Curta a página do Blog Quemany no Facebook e siga-nos no Twitter! #NóisGostaDeFeedback 😉

Falatório

“Se você passa a vida lutando pelo dinheiro, você pode se tornar como São Paulo: rico e triste”.
David Coimbra, jornalista, ao opinar sobre o clima que define a capital paulistana.

“Se alguém disser que o que está acontecendo em relação à Copa no Brasil é positivo para o país, eu vou chamar de mentiroso”.
Romário, deputado federal e ex-jogador de futebol.

“Não tenho medo de envelhecer. Preciso de cada marca de expressão no meu rosto, sou atriz”.
Carolina Dieckmann, atriz.

“Entre abrir um champanhe e preparar uma mamadeira, a preferência tem sido pelas taças.”
Jarbas Tomaschewski,
jornalista, ao comentar a tendência atual dos casais que preferem não ter filhos.

“Todo mundo quer a felicidade, a cara-metade e emagrecer. Se existissem essas três pílulas, estaria tudo resolvido”.
Flávia Alessandra,
atriz.

“Eu me sinto num joguinho de videogame, onde vou mudando de fases e as dificuldades no meio do caminho vão aumentando”.
Luiza Rabello, ciclista porto-alegrense, ao desabafar sobre seu cotidiano na coluna Informe Especial, do jornal Zero Hora.

“Gente, ele conhece minhas músicas e disse que adora ‘Zen’… Choquei”.
Anitta, cantora, ao comentar como o conhecimento de Roberto Carlos a seu respeito a surpreendeu. A novata irá cantar com o Rei no tradicional programa de fim de ano da Globo.

“Depois, vou vender caju na praça Buenos Aires. Vou pedir emprego em jornal, mas não escrevo mais.”
Fernando Morais, jornalista e escritor das biografias sobre Paulo Coelho, Assis Chateaubriand e Olga Benário, ao anunciar que não quer mais escrever biografias para não se preocupar com a burocracia das autorizações.

“É inadmissível ficar um mês em fila de show de Justin Bieber e chegar atrasado pro Enem”.
Dilma Bolada, perfil fake da presidenta Dilma Rousseff no Facebook, aconselhando candidatos do Exame Nacional do Ensino Médio.

“Experimentar, mudar de opinião é das melhores coisas do mundo.”
Gilda Midani, fotógrafa, produtora e estilista.

Taís Brem

Mais que uma primeira impressão

Eu gosto de saber o que as pessoas pensam sobre mim. Parece estranho assumir isso em meio a uma sociedade em que a maioria diz que não se importa com a opinião alheia e jura que está “pouco se lixando” para a visão que os outros têm de si. Mas, eu gosto de saber dessas coisas. Sobretudo, quando aquele primeiro encontro, que gerou uma primeira impressão, evoluiu para uma amizade duradoura. Daquelas que ultrapassam anos, que chegam a décadas, que perduram para a eternidade.

De vez em quando, exercito fazer perguntas desse tipo para meus amigos: “O que vocês achavam de mim quando me conheceram?”. A maioria me achava tímida, séria demais ou metida. E foi, modéstia à parte, se surpreendendo ao longo do tempo. Descobriu que, na verdade, eu poderia ser uma boa amiga ou, pelo menos, uma pessoa mais simpática do que parecia à primeira vista.

Da mesma forma, gosto de relembrar como eu imaginava que certas pessoas eram antes de ter uma proximidade maior com elas. A Ana Paula, mesmo. Não, não foi um caso de amor à primeira vista. Ela foi simpática comigo desde o primeiro momento. Eu, não. Devo confessar que treinei o melhor de meus sorrisos amarelos para o momento em que ela arriscasse dizer “oi”. Eu realmente não fiz a menor questão de ser (ou parecer) simpática naquela ocasião. Mas, de alguma maneira extremamente constrangedora, fui pega de jeito. É engraçado pensar que aquela mesma pessoa que antes eu queria evitar é hoje tão importante na minha vida, capaz de mudar meu dia com um abraço (ou uma bronca). Desde aquele primeiro contato, ela já ouviu muitas de minhas lamúrias, já guardou muitos de meus segredos, já me deu infinitos conselhos, já enxugou minhas lágrimas, já riu das minhas piadas, já brigou comigo como uma mãe faz com a filha que ama, já disse que tinha orgulho de mim, já orou, em prantos, pra eu melhorar quando estava doente, já me pegou no colo…

E hoje é o seu aniversário. Por mais que eu tente, eu nunca vou conseguir retribuir tudo o que ela já fez por mim, tudo o que essa amizade tem me feito crescer como pessoa, como mulher, como esposa, como mãe, como filha de Deus. Nessa hora, sinto-me como alguém que vai presentear alguém que já tem de “tudo”, que parece não precisar de nada e para quem, por isso mesmo, acertar um presente é tão simples que chega a complicar. Ela é assim. Essa homenagem, portanto, não tem a pretensão de ser convencional. Seu objetivo? Dizer “eu te amo” com algo a mais que sete letras. Dizer “obrigada” com mais do que somente uma palavra. Repetir o clichê dos clichês (“você é única e especial”) sem cair na mesmice. E fazer tudo isso sem encher linguiça, mas produzindo aquele efeito que só os amigos com “A” maiúsculo reconhecem. Se o seu nome é Ana Paula Oliveira Guimarães e você está do outro lado da tela, lendo essa crônica e enxugando as lágrimas, o objetivo foi alcançado. Te amo, minha amiga, minha mãe, minha irmã, minha pastora. Parabéns!

Taís Brem

“Pretendemos não parar tão cedo”

Vencedoras do Torneio Arriba Léli Aguiar de Pádel falam sobre planos futuros

Vannine e Graciella Anselmo (Foto: Arquivo Pessoal)
Vannine e Graciella Anselmo (Foto: Arquivo Pessoal)

Graciella e Vannine Anselmo são irmãs. Com 28 e 25 anos, respectivamente, a farmacêutica e bioquímica e a publicitária cresceram acostumadas a acompanhar os jogos de pádel na quadra que o pai alugava para praticantes do esporte. Com a aproximação, surgiu a afinidade e hoje, embora não se considerem profissionais, elas têm até alguns títulos para comemorar em família, como o primeiro lugar conquistado no Torneio Arriba Léli Aguiar, no início desse mês. Em entrevista ao Blog Quemany, as meninas compartilham um pouco do que aprontam em dupla nas quadras.

Blog Quemany – Quando e como começou o interesse de vocês por esse esporte?
Vannine Anselmo – O interesse pelo esporte começou desde que éramos pequenas. O nosso pai tinha quadras de pádel para alugar, então, crescemos com o esporte. Começamos a jogar com 10 e 13 anos, praticamos o esporte por uns três anos, até que teve um grande declínio e o pessoal parou de jogar. Agora, faz sete meses que retornamos aos treinos e torneios e o esporte está voltando ao seu auge, como era antigamente, com vários ex-padelistas voltando a jogar.

BQ – Recentemente, vocês ficaram em primeiro lugar em um campeonato. Que competição foi essa?
Vannine – O torneio aconteceu no pádel e Academia Winners e alguns jogos no Dunas Clube e foi organizado pelo professor Billy Knorr, em homenagem à jogadora de pádel pelotense Léli Aguiar [que está afastada das quadras, se recuperando de uma lesão no pulso]. Jogamos e ganhamos cinco jogos, incluindo a final. No jogo da final, perdemos o primeiro set de 6 x 2, ganhamos o segundo de 6 x 3 e o tie-break de 10 x 7.

BQ – Vocês são profissionais há quanto tempo?
Vannine – Não nos consideramos profissionais, porque jogamos pádel por prazer. Apenas participamos dos torneios da cidade e região há sete meses, quando retornamos ao esporte.

Meninas voltaram à prática do esporte há sete meses (Foto: Arquivo Pessoal)
Meninas voltaram à prática do esporte há sete meses (Foto: Arquivo Pessoal)

BQ – Quais são os prós e contras de jogar em família?
Vannine – Na verdade nós vemos mais prós do que contras. O único contra é que, como temos muita intimidade, podemos falar, reclamar e xingar na quadra por algum erro, mas isso acontece poucas vezes. Inclusive, temos um acordo que, quando houver alguma briga, não vamos mais jogar juntas para não virar algo mais sério. Os prós é que jogamos no mesmo horário, participamos dos mesmos torneios, viajamos juntas, temos o mesmo grupo de amigos e podemos comemorar juntas quando ganhamos algum jogo.

BQ – Vocês têm planos para o futuro como jogadoras?
Vannine – Temos planos de participar de mais torneios tanto no estado como fora dele, o que ainda não foi viável. Pretendemos não parar tão cedo, pois é um esporte que gostamos muito de praticar e no qual fizemos muitos amigos.

BQ – Quantos títulos vcs já têm?
Vannine – Quando éramos mais novas, já tínhamos alguns títulos, mas não lembro exatamente quantos. Agora, com o retorno, temos dois títulos de campeãs.

Taís Brem

Acompanhe o Blog Quemany nas redes sociais. Curta nossa página no Facebook e siga-nos no Twitter! 😉 #NóisGostaDeFeedback 

“A escola precisa preparar cidadãos responsáveis”

Projeto Direito na Escola trabalha conscientização ética e moral desde a adolescência

Projeto é desenvolvido desde agosto (Foto: Divulgação)
Ação é desenvolvida desde agosto (Foto: Divulgação)

Não se trata de induzir os jovens a seguir carreira como advogados. É apenas uma tentativa de aproximar os alunos de quinta e sexta séries do Ensino Fundamental da percepção do Direito no cotidiano, em ações simples, como ceder lugar para alguém no ônibus. Por meio do projeto Direito na Escola, uma equipe desenvolve a iniciativa desde o mês de agosto na Escola Técnica Estadual Professora Sylvia Mello, em Pelotas. Responsável pela aplicação das disciplinas, a integrante do projeto e acadêmica de Direito da Faculdade Anhanguera Cássia Soares, 33, contou ao Blog Quemany como está sendo a experiência.

Blog Quemany – Do que trata o projeto?
Cássia Soares – O projeto visa apresentar aos alunos o mundo do Direito, fazer com que eles vejam a saúde, a educação, a ética, a moral pelo prisma do Direito. Numa determinada aula, por exemplo, discutíamos sobre um fato que ocorre no ônibus: ceder lugares que são reservados por lei e ceder lugares que não são reservados por lei. O que seria moral e o que seria Direito? Foi uma aula muito animada, pois os alunos saíram surpresos em perceber que o Direito está nas atitudes e ações do dia a dia. Noutra oportunidade, analisamos o que é pluralismo jurídico. Pegamos como exemplo a autoridade do pai que diz ao filho que deve passar de ano na escola, caso contrário será castigado. É um poder exercido com coercibilidade, mas sem a intervenção do Estado. O pai é a autoridade e ele mesmo aplicaria a sanção. Eles saíram da aula dizendo que em sua casa tem pluralismo jurídico, rindo e aprendendo a perceber o mundo que os cerca por mais um prisma.

Disciplinas são ministradas na Escola Sylvia Mello (Foto: Divulgação)
Disciplinas são ministradas na Escola Sylvia Mello (Foto: Divulgação)

BQ – Como surgiu a ideia de implantá-lo?
Cássia – A implantação de algo que ajudasse as pessoas a ver “mais longe” era uma inquietação pessoal. Tomei a atitude quando, em uma aula de História do Direito, com a professora Ana Clara Henning, a minha venda caiu. Decidi trabalhar para aumentar a criticidade de outras pessoas. O caminho é a escola, pois nela concentra-se o ensino, a preparação para a vida profissional e adulta. Preparar os jovens com temas do tipo é o mínimo. Creio que a escola ainda precisa ir mais longe, preparar cidadãos responsáveis, ter na base curricular assuntos que abrangem lei de trânsito, Maria da Penha, tributos… Claro que numa linguagem didática, própria para a idade. Mas, preparar para o futuro é essencial.

BQ – Como ele funciona? Qual o período de execução?
Cássia – O projeto funciona uma vez por semana, às sextas-feiras, numa turma-piloto do sexto ano, num período de 45 minutos. O projeto tem duração de seis meses.

BQ – Quem é o público-alvo da ação? Como está sendo a receptividade?
Cássia – O público-alvo são os estudantes a partir do quinto ano, que foram bem receptivos. Alguns pais, porém, não entenderam, acharam “bobagem” ver esse assunto na quinta série. “Isso é bom para quem vai fazer Direito”, disse uma mãe, bem brava.

BQ – Qual o principal objetivo do projeto e sua contribuição para a comunidade pelotense?
Cássia – Além da conscientização pessoal, o objetivo é multiplicar o conhecimento adquirido. Depois das lições, os alunos produzem cartazes e anexam nos murais da escola, atingindo toda comunidade escolar. Certa vez, tivemos uma palestra com dois policiais militares e um estudante de Direito, dirigida aos alunos de quinta a oitava série. Os alunos praticaram uma ação ética e moral, leram uma parábola e interpretaram, como contadores de história, aos alunos da Educação Infantil. A comunidade pelotense sai ganhando, porque passa a conhecer aquilo que não sabia e, então, usa esse conhecimento para facilitar a sua vida e a dos outros.

Taís Brem

Curta a página do Blog Quemany no Facebook e siga-nos no Twitter 😉 #NóisGostaDeFeedback