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Pronúncias

“Deus, no máximo, deu uma mãozinha para construir o Universo. Quem criou tudo, a parte mais complexa, a que precisaria de fórmulas da Física, da Matemática e da Química, foi o Big Bang”.
Luciano Potter, comunicador, numa crônica intitulada Tá muito difícil ser Deus, em que interpreta, com uma dose de ironia, a polêmica declaração do Papa Francisco sobre a ligação da evolução com o criacionismo, há alguns dias.

“O personagem pode até ser divertido, mas a dramaturgia é fraca”.
Nelson Motta, jornalista, produtor musical e compositor, ao negar que sua vida poderia render um musical ou coisa do tipo.

“Pelo que eu sei, só duas espécies vivas andam vestidas: nós e cachorro de madame”.
Túlio Milmann, jornalista, ao comentar a moda de pessoas que andam peladas em Porto Alegre.

“Acho mais importante pensar no Ebola. Isso não precisa nem chegar perto para pegar”.
Maria Zilda Betlhem, atriz, ao dizer que não se interessa pelo que o público pensa de sua relação com a arquiteta Ana Kalil.

“Nada poderá me abalar, nada poderá me derrotar, pois minha força e vitória tem um nome: é Jesus”.
Gracyanne Barbosa, modelo e esposa do cantor Belo, ao comentar com os fãs como o casal tem superado o diagnóstico de estafa que afastou temporariamente o marido da carreira.

“Eu queria ser a musa da vitória, não da derrota”.
Ana Claudia Maffei, estudante e militante do PSDB, que ficou famosa após ser clicada chorando pela derrota de Aécio Neves nas eleições presidenciais.

“Na vida real, sou muito querido”.
Lobão, cantor, ao afirmar que toda a fúria contra ele por seu posicionamento político ocorre apenas nas redes sociais. O músico ainda mencionou que foi mal-interpretado na suposta declaração de que deixaria o Brasil, caso o PT vencesse a disputa pelo Planalto.

“Eu não canto, eu encanto. E com música chiclete”.
Valesca Popozuda, funkeira, ao reconhecer seus mínimos dotes como cantora.

Taís Brem
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Vai acabar! Aleluia!

Eu poderia até dar uma de crente e dizer que tudo que sei sobre a Índia se resume à sua 22ª posição na lista dos 50 países mais intolerantes ao cristianismo, o que a faz um lugar de extrema miséria bem diferente do que a mídia tem mostrado, onde cristãos são brutalmente torturados, acusados falsamente e presos sem motivo, onde milhares de pessoas sofrem com o aumento da violência por parte dos extremistas hindus, etc, etc e tal. Mas, além de me destacar um pouquinho dos cerca de 90% de cristãos brasileiros que sequer sabem o que é uma igreja ser perseguida por seguir a Cristo, eu estaria contribuindo para aumentar a lista dos mentirosos.

Sim, tudo o que escrevi acima é verdade e nossos irmãos indianos sofrem mesmo, até muito mais do que isso. Mas, não, não é apenas isso que sei sobre a Índia. Por culpa do folhetim que até amanhã ocupa o horário nobre global, já posso dizer que conheço um pouco mais da cultura indiana, ainda que nunca tenha colocado os pés na terrinha nem tenha aberto as portas da minha casa para ver o que se passava na telinha durante a exibição de “Caminho das Índias”. É que saber do que eles (os personagens) fizeram e deixaram de fazer foi inevitável. Todo mundo, em todo o momento e em todo o lugar nesse universo que chamam de real falou disso: no ônibus, no ambiente de trabalho, na rua, na chuva, na fazenda… Só a igreja, graças a Deus, escapou! E não dá nem pra colocar a culpa nos últimos capítulos. No início, o assunto era só esse, porque todos queriam saber se Glória Perez estava só engambelando a audiência ou tinha realmente algo mais a desenrolar do que o que sempre faz quando aborda uma cultura internacional em seus enredos. E depois, comprovado que a história era diferente (se é que realmente era), a coqueluche tomou conta do Brasil.

Mérito da noveleira por ter emplacado mais um sucesso ou ponto a menos pros telespectadores que se iludiram pensando que esse tipo de coisa mudaria a vida deles em algum sentido? Não sei. Limito-me a dizer que não ter visto a atração não aumentou sequer um milímetro na minha estatura. E talvez até tenha me deixado um pouco fora do padrão. Mas, tudo bem, não é o fim. Esse, com certeza, não é um motivo para eu me atirar no Ganges ou arder no mármore do inferno. Ops, desculpa a ignorância! Essa última frase era do núcleo marroquino de uma outra novela. Me perdi nos bordões, não é a minha. Melhor ficar com as orações pelos indianos que realmente precisam da nossa audiência.

 Taís Brem

Conversê

“Para a infelicidade de todos, não mudei nada depois disso! Fiquei com raiva por ter perdido esse tempo na minha vida. Mas, por sorte, ganhei muito dinheiro em um negócio enquanto estava em coma. Acordei e era só felicidade”.
Chiquinho Scarpa,
playboy, sobre o período em que quase morreu por complicações de uma cirurgia de redução de estômago.

“Quer dizer, a vida não tem tanta importância. O que importa é o maldito dinheiro e a vaidade. Legal, né?”.
Rosimari Bosenbecker,
esposa dele, indignada com a declaração.

“Infelizmente, meu anjo da guarda, certamente por ordem superior, não impediu meu acidente”.
Papa Bento XVI,
em tom de brincadeira, explicando o possível motivo para a queda que o fez fraturar o pulso, dia 17.

“Me perguntam se acho que mereço todo esse dinheiro. Respondo que não sei, mas que Jesus pagou um preço muito mais alto pela minha vida e de outras pessoas com seu precioso sangue na cruz”.
Kaká,
jogador de futebol, cristão e, agora, presbítero.

“O Romário é sempre o culpado por tudo. Quero dizer que não matei o Michael Jackson nem trouxe ao Brasil a gripe suína”.
Romário,
ex-jogador de futebol, debochando do episódio de sua prisão por dívida de pensão alimentícia.

“Ele disse que Cristo morreu com 33 anos e não teve tempo de pagar em vida o mal da humanidade, então as pessoas têm que pagar o que Cristo não teve tempo de fazer”.
Lily Marinho,
viúva de Roberto Marinho, ao falar da resposta que um padre lhe deu certa vez para o questionamento do porquê Deus permitir que aconteçam tantas desgraças no mundo. “Bom, foi a explicação que me deram”, completou, após um breve silêncio.

Então, diga!

“Aquilo que Deus quer, por pior que possa parecer, é o que há de melhor para nós”.
José Alencar,
vice-presidente da República, expressando sua fé no Todo-Poderoso, ao comentar a fase crítica que tem passado na luta contra o câncer.

“Se houvesse uma eleição para Deus, eu não votaria neste que está aí”.
Chico Anysio,
humorista, no caminho inverso do vice-presidente.

“Sou eu mesma quem faz todas as roupas da Stefhany, tudo com muito cuidado, para não expor a imagem dela”.
Nety,
mãe de Stefhany, a “cantora” descoberta via Youtube e que está fazendo o maior sucesso dentro e fora da rede com seu hit “Eu sou Stefhany”. Quem lê, até pensa que o figurino da moça é conservador. Mas engana-se: “Não posso colocar uma roupa comprida numa menina de 17 anos. Não quero que ela aparente ter 20 ou 25”, justifica a mãe…

“Quando jovem, queria ser uma dessas pessoas que saem pelo mundo pregando a palavra de Deus”.
Mara Manzan,
atriz global.

“É simplesmente nojento, animal e estúpido as pessoas com a cabeça fechada e que têm medo desse assunto”.
Daniel Radcliffe,
mais conhecido como o bruxinho Harry Potter do cinema, falando sobre homossexualismo. O rapaz está na capa mais recente da revista Attitude, voltada ao público gay.

“As chances de haver um velhote que se veste de vermelho e distribui presentes a bordo de um trenó puxado por renas voadoras parecem significativamente maiores do que as de existir uma inteligência infinita que criou o Universo e se interessa pelo destino individual de cada um dos 7 bilhões de terrestres, aos quais conhece desde criancinhas”.
Hélio Schwartsman,
colunista da Folha e ateu. Tadinho.

Tagarelada

 

“Esse é o político mais popular da Terra. Adoro esse cara”.

Barack Obama, presidente dos EUA, elogiando Lula numa conversa informal com líderes mundiais, pouco antes do início da reunião do G20, em Londres.

 

“Deus é uma criação do homem, mais do que o homem é criação de Deus”.

Zé Ramalho, cantor e, pelo jeito, ateu.

 

“Gosto de casos de assassinato. Estou sempre em busca da verdade. Seria uma ótima investigadora”.

Luciana Gimenez, apresentadora, explicando porque resolveu explorar tanto o caso Isabella Nardoni em seu programa de TV, o Superpop. Nesta semana, faz um ano que a garota foi assassinada.

 

“Incomoda ser reduzido a isso. Por outro lado, não tenho como fugir, por enquanto”.

Fábio de Melo, padre e cantor católico, sobre os assédios que recebe por causa de sua beleza.

 

“Faço questão de falar que sou prostituta aposentada, não sinto vergonha de nada do que fiz. Não era feliz a toda hora, mas isso ninguém é, em nenhuma profissão. Não é?”.

Gabriela Leite criadora da Daspu, grife de nome provocadoramente inspirado na luxuosa Daslu e que produz peças específicas para mulheres de (difícil) vida fácil.

Milhões de cristãos desaparecem em todo o planeta

 

Apenas um piscar de olhos. Foi este o período necessário para milhões de pessoas literalmente sumirem na manhã de hoje em todo o mundo. Depoimentos de familiares, amigos e testemunhas oculares do fato – que já está sendo considerado fenômeno –, apontam para uma semelhança entre os desaparecidos: todos eles eram cristãos. Órgãos da polícia e de investigação estão apurando as informações para desvendar o mistério, já que não há nenhuma pista de onde possam estar estas pessoas. “Foi um verdadeiro caos. Em pleno trânsito, motoristas começaram a desaparecer e os carros desgovernavam, gerando acidentes terríveis. Ouvi falar, inclusive, que aviões também caíram no mesmo momento em vários outros locais do mundo”, disse, aos prantos, uma repórter da CNN americana.

 

Tá chocado? Apavorado? Achando que isso é pegadinha de 1º de abril? Bom, a notícia acima ainda não é exatamente uma verdade. A menos que for interpretada como profecia. Não sei se ela será noticiada a alguns anos neste mesmo período, no inverno ou na véspera de algum Natal. Mas o certo é que será e não sou eu quem vai escrever. É o que diz na Bíblia: quando ocorrer a segunda vinda de Cristo à Terra, os cristãos serão arrebatados, num fenômeno muito mais assustador do que este relato, até porque não se trata de mentira, literatura de ficção científica nem de roteiro de filme. Bobo é quem duvida.

 

Taís Brem 

 

Água benta

 

Depois do Guaraná Jesus e do Leão de Judá Cola, uma empresa de Santa Catarina criou uma água mineral para hidratar, como o próprio slogan deles sugere, “o corpo e a alma”. Chamada 100% Jesus, o produto tem foco direcionado para o povo evangélico, é claro, mas está disposto a cativar também consumidores de outras religiões, afinal quem não curte uma mensagenzinha de vibrações positivas vez ou outra, não é? E isso, 100% Jesus terá de sobra. No rótulo de cada embalagem haverá um versículo bíblico. Quer coisa melhor? A novidade, com opções com e sem gás, será produzida pela Aquarol Água Mineral.

 

Taís Brem

 

PS: Antes que alguém se manifeste, o título acima não está eclesiasticamente equivocado. Assim como “oxalá” também pode ser lido como “Deus queira”, “bento” é sinônimo de “benzido”, mas também de “abençoado”, sacou? Então, tá valendo.

 

Ô, hein?!

 

“Minha atriz preferida, nunca me esquecerei de você! Tudo por causa da novela ‘Senhora do Destino’”.

Lula, presidente da República, em recente encontro com Susana Vieira, elogiando a atuação da atriz na novela Senhora do Destino (2004/2005). Susana interpretava uma nordestina da terra dele. Vendo novela, hein, presidente?

 

“Me bato muito por expressões como ‘denegrir’, ou ‘a fome é negra’. Quando o poder for mais bem etnicamente distribuído, essas coisinhas de origem racista vão sumir”.

Juliana Alves, atriz, sobre o preconceito racial.

 

“A junção de sagrado e mundano causa estranheza, que pode ser ruim ou ter apelo como bom marketing religioso”.

Clara Mafra, antropóloga e pesquisadora da religião evangélica, sobre a iniciativa da Igreja Renascer, em São Paulo, ao introduzir um ringue de vale-tudo ao lado do altar, como estratégia de evangelismo. Ela diz que a atitude não choca, porque inovar é um hábito dos cristãos. “Nos anos 1940, eles introduziram no Brasil guitarras em cultos. E nos anos 1950, a Assembleia de Deus fez até concursos de miss entre as irmãs. Não deu certo”, disse.

 

“Com muito custo terminei o segundo grau. Se for presa, vou para a galera, não vou ter regalias”.

Paula Lavigne, empresária.

 

“Já posso pegar ônibus de graça e pagar meia-entrada no cinema”.

Edson Arantes do Nascimento, o Pelé, comentando sua aposentadoria.

 

“A gente tem que se segurar, ciente de que eles não vão ter essa vitória extrema como querem, porque nós adoramos o sagrado, o orixá, e estamos entregue a eles, nossa vida. Evidente que o negativo não vai vencer o positivo”.

Stella de Oxóssi, ialorixá, opinando acerca da rixa entre os umbandistas e os adeptos dos movimentos neopentecostais na Bahia.

 

 

Vê só!

 

“Sincretismo é um ato que se usa para agradar a todos e não faz bem a ninguém. Ninguém se completa com o sincretismo. É apenas uma confusão mental”.

Stella de Oxóssi, ialorixá, opinando sobre a mistura de credos.

 

“Tenho orgulho de dizer que comecei na TV sem ter sido atraída pelo glamour do vídeo. Sou de uma geração em que jornalismo não era sinônimo de glamour, mas de palavra, de trabalho duro”.

Glória Maria, jornalista.

 

“A procura aumentou de uns quatro anos para cá. Aparece pelo menos uma mãe por semana”.

Eliana Zica, tatuadora, comentando o crescimento da estatística de mulheres que passam pelas agulhas do seu estúdio para homenagear os filhos.

 

“Quando me criticam com relação a isso normalmente falam como se eu fosse um coitadinho que foi manipulado. A verdade não é essa. Sei muito bem o que fiz, o que isso representa na minha vida e na da minha esposa, pois tenho a convicção, no meu coração, de que quem ama espera”.

Kaká, jogador de futebol cristão, sobre as criticas que recebe por ter casado virgem.

 

“Acho que foi uma coisa meio de Deus que você aceitou, né?”.

Ana Maria Braga, apresentadora de TV, num comentário sobre a gravidez de Cláudia Leitte. Profundo, não?

 

Meu nome não é Ivete Sangalo, é catarro na parede. Eu quero brilhar no show”.

Ivete Sangalo, cantora, explicando porque prefere brilhos e cores berrantes em seus figurinos para o palco. Diz ela que na vida particular é mais discreta. Não consigo visualizar.

 

Contato divino

 

Circula pela Internet um texto chamado “A Bíblia e o Celular”. Já leu ou ouviu falar? É uma comparação entre o Livro Sagrado e o magnífico aparelhinho que, para muitos, virou artigo de primeira necessidade. Tipo: o que aconteceria se as pessoas deixassem de lado os torpedos e passassem a enviar mensagens bíblicas para seus contatos ou se considerassem extremamente necessário ter uma Bíblia sempre à mão, assim como parece ser caso de vida ou morte deixar de portar o celular? Em resumo, uma reflexão sobre o valor que as pessoas dão a estes dois objetos.

 

Na Holanda, um artista chamado Johan van der Dong também trabalhou a ideia de mesclar elementos do mundo moderno com o contexto espiritual: juntou a febre dos telefones móveis à oração e inventou um tal de “celular de Deus”. Ligando para o número 06-44244901, os interessados num suposto papo cabeça com o Todo-Poderoso ouvem a seguinte mensagem automática: “Este é o telefone de Deus. No momento não posso lhe atender, mas deixe uma mensagem ou ligue de volta mais tarde –e quem sabe o que você escutará”. Eu, hein?!

 

Diz o coordenador do serviço que a iniciativa está sendo um sucesso e que dá a ideia de um Deus que está sempre disponível. Como assim? Quer dizer que o cidadão liga para um número cuja recepção se resume a uma mensagem automática dizendo que o dono do telefone não pode atender e isso é ser “sempre disponível”? Em tempo, é claro que seria bem pior se um charlatão resolvesse improvisar uma voz de trovão para atender às ligações de todos os seres sedentos por uma comunicação com o seu Criador. Interessante a criatividade artística do rapaz, mas ainda prefiro o contato infalível: o 00 formado pelos dois joelhos no chão. Este é quente. Sempre atende.

 

Taís Brem