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Força na língua

De novo, cá estou eu, depois de um tempo sem escrever, felizmente não tão longo. E embora essa seja minha primeira postagem oficial como jornalista (uhu!), nada há de novo debaixo desse sol, pelo menos no que diz respeito ao formato do que vou escrever: optei pelas frases. Quanto ao conteúdo, esse sim, é novidade. Ainda que tenha sido dito há algum tempo, merece atenção. Retenha o que é bom!

Taís Brem

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“Todas as cabeças coroadas da TV Globo conhecem e gostam de drogas. Os que não usam mais, um dia já usaram”.
Paulo Cesar Pereio, ator

“A vida é cheia de contradições. Sim, o roqueiro toma seu café da manhã ao som da pregação de pastores e angelicais canções evangélicas. Sem problemas, vivemos numa democracia”.
Tony Belloto, cantor, descrevendo, na boa, como a cozinheira evangélica de sua casa afeta o começo do seu dia.

“Prometi para os meus filhos que até o fim deste mês não caso mais. Preciso cumprir essa promessa”.
Fábio Junior, cantor, se achando…

“Em que parte da Bíblia está escrito que devemos julgar os demais? Ah sim, em parte alguma. Deus é o único juiz, queridos. Deus é amor”.
Miley Cyrus, cantora, que diz apoiar “todas as formas de amor”, apesar de ser uma cristã fervorosa.

“Às vezes, o pastor reclama, mas é trabalho, sei separar”.
Stéphannie Oliveira, modelo e filha do ex-jogador Bebeto, ao justificar que consegue equilibrar os nus fotográficos que faz com sua vida espiritual.

“As pessoas me veem alegre, e sou de fato muito alegre porque, por exemplo, se estou mal e vejo você na rua, fico feliz de te ver. Mas aí você vai embora e volto para a melancolia de antes”.
Sarah Oliveira, apresentadora.

“São só palavras impressas no papel, o resto está na cabeça de quem lê. Quem me critica, não está falando de mim, está falando de si próprio”.
William P. Young, autor do best-seller A Cabana, sobre as críticas negativas que recebe pela publicação.

Três palavrinhas

“Hoje sabemos que os efeitos da proibição, como o tráfico de drogas, saltam muito mais aos olhos do que o uso da erva. É a mesma coisa que proibir a masturbação”.
Marcos Winter,
ator e protagonista da peça “Monólogos de marijuana”, que pretende tratar sobre a descriminalização da maconha. Mas não é apologia, garante o diretor Emílio Gallo.

“Quando estou fazendo capa de ‘Nova’, visto uma pombagira de poder, praticamente um travesti. Não sou aquela pessoa. Encarno uma personagem e me divirto”.
Carolina Dieckmann,
atriz, explicando como concebe os personagens para estampar capas de revistas por aí.

“Eu acho que o vírus da paz está comigo desde que estava no útero da minha mãe. Não me lembro do dia em que briguei com alguém”.
Lula,
presidente do Brasil, em visita a Israel. Tão santo quanto a terrinha…

Parafraseando

“Se não trabalho, o diabo vem morar aqui na minha cabeça. E ele já se instalou, tá vendo esse terreno aqui?”
Erasmo Carlos, músico, apontando para própria cachola ao responder porque dedica tanto tempo ao trabalho.

“O crack é o único negócio que me balança. Seu aparecimento abalou minha decisão de princípio, que é ser a favor da legalização das drogas”.
Caetano Veloso, músico também, ao comentar que se sente “triste por ver que a pedra tem efeito muito rápido e destrói muita gente pobre e desavisada”.

“Na minha opinião, ser mãe não é uma opção. É um degrau que a pessoa tem que pisar se quiser caminhar pra frente”.
Maria Mariana, a atriz que ficou famosa com a peça “Confissões de Adolescente” e que, agora, cresceu e virou mãe.

“Adoro o mundo gay e me inspiro muito em travestis para me maquiar… Por isso, não tem lugar melhor para eu comemorar meu aniversário”.
Francine Piaia, ex-BBB e novata no mundo das celebridades, ao explicar o motivo de ter escolhido uma boate gay para comemorar mais um aninho de vida.

“Acho que não há nada que um pai lamente mais do que ter machucado sua filha, por não ter conseguido olhar mais para ela do que para si próprio”.
Nando Reis, músico, sobre o teor implícito da composição “Só para So”, feita para sua filha adolescente Sophia.

“Tenho medo de ficar doente em algum momento da minha vida. Pode parecer meio dramático, mas é do que eu tenho medo. Seria a única coisa que interromperia toda essa alegria de viver”.
Eliana, apresentadora de TV.

“Ele foi o responsável por difundir a música negra para o mundo. Ela entrou em espaços onde não entrava antes, fazendo os brancos dançarem”.
Carlinhos de Jesus, coreógrafo, ao comentar a morte do astro pop Michael Jackson. O falecimento ocorreu no início da noite de ontem, em Los Angeles.

 

Assim, assim

 

“Já ouvi até que o Pelé é mais famoso que Jesus Cristo”.

Edson Arantes do Nascimento, o Pelé, comentando sua popularidade em entrevista à Veja. Convencido? Ele explica: “Mas não sou eu que digo isso, viu? Ouvi de um jornalista japonês. Depois que os Beatles disseram que eram mais famosos que Cristo, começou a desgraça e o grupo acabou”. Ah, tá…

 

“O homem ficou irritado e perguntou: ‘Você é o dono do mundo?’. Respondi: ‘Sou não. Sou só o zelador’”.

Carlinhos Brown, músico, comentando sua postura ecológica ao chamar atenção de um senhor que jogou uma lata de cerveja pela janela do carro.

 

“Todos os caras com quem eu cresci, exceto os que casaram e tiveram filhos, ainda estão traficando drogas e se comportando como idiotas. Há um criminoso a menos porque eu peguei a guitarra”.
Noel Gallagher,
da banda Oasis.

 

“Tenho parte em 70% das músicas dele. Sabe o que é o marido o dia inteiro no violão, téim, téim, téim, atrás de uma palavra? Pois eu ia lá e achava a palavra”.

Paula Lavigne, empresária e ex-mulher de Caetano Veloso, garantindo que foi parte fundamental na construção do sucesso dele.

 

“Ninguém pode pensar hoje que casou por toda a vida. As crianças perceberam isso. Pela minha experiência, quando os pais resolvem bem a situação entre eles, os pequenos não estão nem aí. São fortes, adaptam-se”.

Maurício de Sousa, cartunista e pai da Turma da Mônica, numa filosófica reflexão sobre separação de pais. E olha que ele entende “tudo” de crianças…

 

“Aqui vocês não vão encontrar só índios. Aqui também tem gente bonita”.
Gedeão Amorim, secretário de Educação do Amazonas, apresentando o estado com uma declaração pra lá de infeliz a 192 estudantes do Projeto Rondon.

 

“Filho da mãe não tem direito a visita. Aqui, mãe só vê filho com autorização judicial. Muitos vão para o crime porque a mãe não tomou atitude quando eles eram crianças. Depois que o cara vira bandido a mãe vem visitar?”.

José Magalhães, delegado, considerado o profissional mais famoso do gênero na Bahia, justamente pela fama de durão. Já dá pra ter uma ideia.

 

Mais frases

 

“Se chegar nessa fase é melhor liberar o seu parceiro, pois há outras pessoas que podem cuidar bem dele. Tudo tem data de validade, gente!”.

Vera Holtz, atriz, defendendo a ruptura de relacionamentos quando a vida a dois cai na rotina. Data de validade? Eu, hein!

 

“Meus pais falavam que eu era mentirosa, mas não era, eu atuava para saber o teor do meu poder de convencimento. Uma vez, caí no chão com uma amiga com quem eu tava andando de patins, cheguei em casa e fiquei um mês fingindo que estava sem memória. Não era por maldade, eu só queria testar”.

Deborah Secco, atriz, contando as bizarrices que aprontava quando criança, já ensaiando para a profissão que exerceria no futuro.

 

Tem uma droga que eu uso muito hoje, que é H2O”.

Fernando Gabeira, candidato à prefeitura do Rio, falando que já não fuma mais maconha por não considerar “razoável” exercer mandato no Legislativo e, ao mesmo tempo, “ter uma posição de desrespeitar a lei”.

 

“Esta música vai para todos os emocionalmente confusos. Vocês devem conhecer algumas pessoas que se encaixam nessa categoria. E Deus sabe, eu conheço”.

Madonna, cantora, antes de tocar a música “Miles Away” (sobre um casal que se separa), em Boston. O comentário foi uma camuflada alusão ao seu próprio divórcio, anunciado nesta semana.

 

“Sou de uma geração em que os ídolos morriam de overdose. Eu queria viver a vida como Jim Morrison”.

Walter Casagrande Júnior, ex-jogador de futebol e atual comentarista esportivo da Globo, falando do período em que usou drogas. Esta foi a primeira entrevista dele depois de um longo tempo internado para se recuperar do vício.

 

“Tivemos brigas feias em diferentes ocasiões. Certa vez, logo depois de ele voltar de Boston, onde estava se tratando, ele tinha quase morrido, mas voltou e estávamos todos muito felizes. Fomos almoçar, e ele, ainda bastante frágil, tomou vinho. Quando encheu o segundo copo, eu disse que não entendia o que estava querendo. Ele começou uma história de que seus heróis tinham morrido cedo. Disse que iria embora e discutimos”.

Frejat, músico, sobre as situações de desentendimento com o amigo Cazuza por conta da vida desregrada que o ídolo levava mesmo depois de saber que tinha AIDS.

 

Diz que me diz

 

“Ser pobre é como um câncer, agora este câncer está atingindo a classe-média. Isto não é o sonho americano, é o pesadelo americano”.

Nancy Kapp, assistente social americana e parte da parcela de cidadãos que virou sem-teto por causa da crise no mercado imobiliário dos EUA. Existe até lista de espera para o estacionamento onde ela e várias outras pessoas tem dormido dentro de seus próprios automóveis.

 

“É muito ingrato você ser a boa, né? Tão coitadinha, sempre choramingando, sempre sofrendo. A boa é passada para trás o tempo todo”.

Regina Duarte, atriz, falando do lado negativo dos personagens de boa moça que já interpretou.

 

“Se meu filho de 12 anos quisesse experimentar, eu diria que acho melhor começar um pouquinho mais tarde, porque é preciso certa estrutura psicológica”.

Frejat, músico, sobre a forma livre, leve e solta com que pretende abordar o assunto das drogas com seu filho.

 

“Os Beatles tiveram uma influência bem positiva no mundo e somente regimes que querem controlar seu povo tinham medo da gente. Nós rimos bastante da decisão do governo de Israel”.

Paul McCartney, ex-beatle, debochando do primeiro impedimento que o grupo recebeu de tocar na Terra Santa em 1965. Depois daquela, só neste ano o cantor conseguiu realizar shows em Israel. E ainda assim, com protestos.

 

“Eles não precisam dessa promoção. Eles vendem muito, vão bem no mundo todo. É um grupo que agora está no topo”.

Pedro Damián, produtor mexicano e criador do grupo RBD, negando que o anúncio sobre a separação da banda seja uma estratégia de marketing.

 

“Entrei numas zen e meditei sobre a prática do desapego, sobre a impermanência do universo, essas coisas espirituais. Mas como nunca fui santa eu também roguei uma praga: que os dedinhos dos ladrões entortem feito rabo de porco e não consigam tocar nos instrumentos, aqueles fihos da…”.

Rita Lee, roqueira, sobre como tem encarado o roubo de sua aparelhagem musical, em agosto. Ela ganhou de Hebe uma guitarra para colaborar na reposição dos equipamentos. Gracinha o nome do novo instrumento.

 

“A música baiana conseguiu algo único: ela vende beijo na boca. No show de rock, fica todo mundo olhando para o palco e ninguém pega ninguém. O axé vai se mesclar até com artistas internacionais, mas não vai morrer, porque é o único que vende beijo na boca”.

Emanuel Junior, sócio-diretor da empresa que organiza as principais micaretas de Minas Gerais, explicando porque o fenômeno musical dá tão certo no Brasil e até fora.

 

“Acredito que existe uma roda da vida. Ela vai girando e as coisas boas e ruins acontecem para todo mundo. Aconteceu comigo, e pronto”.

Joyce Pascowitch, colunista social, sobre o tratamento que está fazendo para o câncer de mama.

 

“Tenho muito orgulho de ter participado de uma fase tão importante na vida brasileira. Como economista, sinto-me privilegiada de ter podido fazer mudanças que vinha discutindo na minha vida acadêmica, por tantos anos. Foi um privilégio, ou uma sorte”.

Zélia Cardoso de Mello, ministra da Economia no governo Collor, sobre o terrível período em que muitos brasileiros perderam tudo o que tinham da noite pro dia por causa do confisco que ela planejou. Nos olhos dos outros é refresco.

 

 

 

 

Pagando bem…

 

 

É uma boa sacada de marketing. Você pode não conseguir conquistar aquela boazuda da tevê, mas pode beber a cerveja em que ela aparece como garota-propaganda. Ser tão atraente quanto aquela estrela do cinema também está longe das possibilidades naturais, mas você pode, ao menos, fumar o mesmo cigarro que ela fuma. E faz efeito. Psicologicamente, simples assim. Li na Folha de ontem que um grupo de pesquisadores de uma revista britânica de artigos sobre o tabaco publicará um estudo interessante que enfatiza esta constatação. A matéria mostra contratos cinematográficos referentes às décadas de 20 a 50 que envolviam artistas, estúdios e empresas de cigarros em acordos para que o tabagismo aparecesse nas telonas. Sim, os astros hollywoodianos recebiam fortunas para fumar em filmes! Absurdo, não? Além de influenciar o comportamento dos mais fracos da cabeça, ainda colocava o vício como algo glamouroso. E o pior: quem defende a prática, justifica que o cigarro é uma espécie de “patrimônio do cinema mundial”, porque constitui figura indispensável em clássicos como “Casablanca” e “Gilda”, cuja imagem sedutoramente enfumaçada do cartaz oficial ilustra a foto abaixo. Lamentável. Leia na íntegra.

 

 

Astros de Hollywood recebiam fortunas para fumar em filmes*

 

As grandes empresas de cigarro pagavam quantias milionárias às estrelas de Hollywood da primeira metade do século passado para que aparecessem fumando nos filmes, de acordo com pesquisadores que tiveram acesso a alguns desses contratos.


Clark Gable, Spencer Tracey, Joan Crawford, John Wayne e Bette Davis foram algumas das míticas estrelas cinematográficas usadas pela indústria do tabaco, mediante o pagamento de milhões de dólares, para dar uma imagem de “glamour” ao cigarro, denunciaram os pesquisadores.

 

Um equipe dirigida pelo professor Stanton Glanzt, do Centro de Pesquisa e de Educação sobre o Controle do Tabagismo da Universidade da Califórnia (EUA), teve acesso aos contratos assinados entre os produtores de cigarro e as grandes estrelas de Hollywood desde o início do cinema falado, no final da década de 1920, até a chegada da TV, nos anos 1950.

 

O grupo comprovou que Paramount e Warner Bros eram os estúdios com mais acordos promocionais com essas empresas, especialmente Lucky Strike (American Tobacco) e Chesterfield (Ligget & Myers).


Somente a American Tobacco pagou, no final de 1930, o equivalente hoje a US$ 3,2 milhões aos astros do cinema para relacioná-los aos cigarros Lucky Strike.

 

Foi assim que as grandes estrelas da época ajudaram a promover a imagem da marca Lucky Strike, Old Gold, Chesterfield, ou Camel, entre outras.

 

Indústrias amigas

Os pesquisadores destacam a sinergia entre ambas as indústrias, já que os produtores de tabaco ganham uma melhor “aceitação social” do cigarro, e os estúdios de cinema se aproveitam das estratégias comerciais desse setor.

 

A presença de fumantes na telona é denunciada, com freqüência, como incentivo ao tabagismo de jovens e adolescentes. Já os que se opõem a uma regulamentação sobre artistas que fumam nos filmes defendem que a representação do cigarro faz parte do patrimônio artístico do cinema americano e citam clássicos como “Casablanca” (1942).

 

O estudo, financiado pelo Instituto Nacional do Câncer Grant, aparece nesta quinta-feira na revista especializada britânica “Tobacco Control”.

 

*Da agência France Press

 

Desembucha!

 

“Todos pensam que é só uma coisa zen, mas a gente fica nas posições mais escalafobéticas. Onde esses caras estavam com a cabeça quando inventaram isso?”.

Christiane Torloni, atriz, sobre a prática da ioga.

 

“Alguns partidos queriam que eu me candidatasse para vereadora em 2008, mas eu não quis. Eu não dou conta nem da minha vida, vou dar conta de uma cidade, de decidir e aprovar leis? Não dá. A gente não pode brincar com essas coisas”.

Sabrina Sato, apresentadora de tv.

 

“Nosso grande sonho é ser como os Paralamas. Olho o Bi, o Barone e o Herbert e vejo que não estão tocando por dinheiro, mas porque são músicos. Se o cara sobe no palco pensando em pagar as contas, vai estar sempre devendo”.

Falcão, vocalista da banda “O Rappa”.

 

“Quando eu era pequeno, meu irmão dizia que, se eu gravasse um disco, ele iria comer o bolachão com farinha. Tem mais histórias assim, mas, se eu contar, tira a expectativa do inédito”.

Frank Aguiar, cantor e deputado federal por São Paulo, adiantando um pouco do enredo do filme que contará a sua história. Embora a idéia lembre a sacada de “Dois filhos de Francisco”, ele insiste em destacar que o seu longa será diferente. “Gosto do Zezé e do Luciano, mas o filme deles é sobre momentos ruins. O meu, não. Vai ser para dar risada”, disse. Então tá bom.

 

“Ninguém tem direito a negar aos outros seu modo de vida, mesmo que não concorde com ele, porque todos têm o direito de viver a vida que desejam, desde que não prejudiquem o outro”.

Brad Pitt, ator americano, ao doar US$ 100 mil para apoiar os partidários do casamento entre homossexuais na Califórnia (EUA).

 

“Eu tenho um profundo sentimento cristão. O normal é homem gostar de mulher. Homem com homem não é normal. Não vou dizer que é normal para ganhar votos de gay”.

Paulo Maluf, candidato à prefeitura de São Paulo, em opinião contrária a do galã holliwoodiano.

 

“Hoje em dia é difícil distinguir a mãe da filha, elas estão todas peladas”.

Nsaba Buturo, ministro ugandense de Ética e Integridade, condenando as minissaias no vestuário feminino de seu país. Ele defende que a peça deve ser banida, porque mulheres que as usam distraem os motoristas e provocam acidentes de trânsito.

 

“O criacionismo se baseia na fé e não tem nada a ver com a ciência, por isso não tem espaço nas aulas de ciência”.

Lewis Wolpert, biólogo da University College, de Londres, se declarando contra a teoria bíblica da criação nas salas de aula.

 

“Minha equipe e eu sempre temos em mente que o nosso público é jovem e pode usar as histórias que contamos como exemplo”.

Patrícia Moretzsohn, autora da temporada atual de “Malhação”. E será que dá mesmo pra usar alguma coisa dali como exemplo?

 

“Poderíamos nos sentar aqui com médicos e policiais e todos diriam que, se os alcoólatras mudassem sua dependência da bebida para a erva, o mundo seria um lugar mais fácil de se viver”.

George Michael, cantor britânico, defendendo o livre uso das drogas, com as quais tem problema de dependência. Se o uso delas fosse assim tão benéfico, ele não teria pedido perdão aos seus fãs após ter sido, mais uma vez, detido por posse de narcóticos neste fim de semana. Pensando melhor no assunto, ele prometeu se recuperar destas ocorrências.

 

Ora, ora, pois, pois

 

 

“Os blogueiros que nasceram no final dos anos 80 se referem à expressão como ‘provérbio’ ou ‘velho ditado’, nem imaginam que veio de uma propaganda”.

Washington Olivetto, publicitário, dono da agência W/Brasil e criador da campanha que contém a famosa frase “O primeiro a gente nunca esquece”, feita originalmente para divulgar um sutiã.

 

“Que maneira melhor de informar nossos clientes a respeito de nossas ações sobre as filas no check-in do que colocar uma mensagem que eles possam ler enquanto esperam?”.

Steve Bayliss, gerente de marketing da companhia aérea Air New Zealand. A empresa está buscando carecas que aceitem manter uma tatuagem temporária na cabeça para divulgar os serviços que prometem mais rapidez e menos filas. Cada careca deve receber o equivalente a R$ 1.200.

 

“Acho que o grande atrativo da novela é ainda a falta de opção das pessoas. A pessoa vê, porque não tem nada melhor para fazer naquele horário”.

Regina Duarte, atriz.

 

“Devemos copiar aquilo que deu certo na forma com que os evangélicos utilizam a grande mídia”.

Jonas Abib, monsenhor e fundador da Canção Nova, o maior pólo de comunicação católica do Brasil.

 

“Devo dizer que não me lembro de experiências negativas com drogas. Mas não digo para todo mundo usar. Vi muita gente ter viagens ruins ao meu lado”.

Roberto Frejat, músico.

 

“É uma mostra que nos força a pensar sobre o efeito da fama e as conseqüências do estilo de vida dos pop stars”.

Alex Proud, diretor da galeria de arte londrina que abriga a mostra fotográfica Forever 27, sobre roqueiros que morreram aos 27 anos de idade.

 

 

 

Obituário

 

Certa vez, durante uma aula de Jornalismo Especializado, ouvi sobre uma função muito interessante desempenhada por alguns profissionais da imprensa. Não lembro o nome específico, mas a síntese é mais ou menos a seguinte: existe um certo funcionário em veículos de comunicação designado para reunir várias informações sobre celebridades e pessoas de destaque mundo afora, com o propósito específico de ter material suficiente para servir de base caso a pessoa venha a falecer. Já viu aqueles links na internet ou trechos de reportagens que enunciam: “Saiba mais sobre a vida e a obra de Fulano?”. Então. É pra isso. Assim, se a pessoa morre de repente, ninguém precisa ficar correndo atrás de informações que resumam o que de fato fez a vida do indivíduo virar algo de destaque. Macabro? Tá, pode ser. Mas eu achei tão interessante que penso que curtiria fazer um teste neste departamento. Tirando a parte ruim – do ter de noticiar um falecimento –, ficar reunindo dados sobre a trajetória das pessoas, me parece muito atraente.

 

O professor desta disciplina chegou a citar exemplos que normalmente aceleram a função destes profissionais. Tipo, se é necessário ter um histórico, já de arquivo, para quando certos famosos resolverem bater as botas, nada mais sensato que ir procurar os alvos mais prováveis de uma fatalidade. Exemplos? O papa João Paulo II, com a saúde tri debilitada por décadas a fio, e a Dercy Gonçalves, pra lá de idosa, já deviam ter seus históricos preparadinhos muito tempo antes do que realmente foi necessário. Os Mamonas Assassinas, por sua vez… Quem poderia imaginar que eles morreriam assim, no auge da carreira, com todo o gás? O Airton Senna ainda era um pouco mais provável, porque tinha uma profissão arriscada. Mas os Mamonas devem ter dado trabalho pro tal setor que alimenta o obituário dos jornais, revistas, sites etc. Imagino que foi correria geral.

 

Enfim, esta baita introdução é fruto do que eu estava refletindo há alguns dias, quando li que a última internação da cantora britânica Amy Winehouse foi em função de uma overdose de maconha. Parece que ela fumou haxixe durante 36 horas seguidas. Isto mesmo: 36 horas! Conforme as informações que correram o mundo por meio do tablóide The Sun, a brincaderinha deve custar à moça danos cerebrais permanentes, porque, além de usar o derivado da erva danada, ela fez uso de crystal meth, proveniente da heroína. Os médicos temem que o corpo dela – bastante fragilizado por causa de tantos excessos repetidos – possa acabar com os ossos quebrados. Já imaginou que loucura? Os amigos mais próximos, que viram ela passar mal, disseram até que as convulsões que a garota sofreu lembravam cenas do filme O Exorcista, em que a protagonista era possuída pelo capeta. Meu Deus!

 

Chega a ser triste. Eu não conheço muito bem o tipo de música que ela canta, porque minha praia é outra, mas dizem – não uma, nem duas, mas muitas pessoas – que Amy está sendo tal qual um furacão na música mundial. E o que levaria uma jovem de carreira tão promissora a escolher um caminho tão tenebroso quanto o das drogas, se ela parece ter boa parte de tudo o que as pessoas normais dizem precisar para serem felizes? Já ouvi opiniões frias a respeito ao comentar que sinto pena de observar esta situação: “Coitada? Coitado de mim que não tenho dinheiro!”.

 

Não vejo por aí. O dinheiro e a fama de Amy são apenas fatores que aceleram mais e mais a sua queda. O que se vê é uma pessoa cada vez mais vazia e frustrada que usa até a altura do penteado para indicar em que pé anda a sua depressão. Detalhe: o cabelo aparece cada vez mais alto. Neste caso, melhor ser pobre, saudável e feliz.

 

Enfim, a vida movimentada e polêmica do furacão Amy deve estar colocando ritmo acelerado ao trabalho dos caras do obituário. Mas é claro que, na minha opinião clássica de crente, a solução não virá por meio de consultas psiquiátricas, medicamentos e internações. Muito menos no aumento da venda de seus álbuns. Quem sabe dar mais veracidade ao clichê “Só Jesus salva”? Esperemos os próximos capítulos.

 

 

Taís Brem