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“Deus, no máximo, deu uma mãozinha para construir o Universo. Quem criou tudo, a parte mais complexa, a que precisaria de fórmulas da Física, da Matemática e da Química, foi o Big Bang”.
Luciano Potter, comunicador, numa crônica intitulada Tá muito difícil ser Deus, em que interpreta, com uma dose de ironia, a polêmica declaração do Papa Francisco sobre a ligação da evolução com o criacionismo, há alguns dias.

“O personagem pode até ser divertido, mas a dramaturgia é fraca”.
Nelson Motta, jornalista, produtor musical e compositor, ao negar que sua vida poderia render um musical ou coisa do tipo.

“Pelo que eu sei, só duas espécies vivas andam vestidas: nós e cachorro de madame”.
Túlio Milmann, jornalista, ao comentar a moda de pessoas que andam peladas em Porto Alegre.

“Acho mais importante pensar no Ebola. Isso não precisa nem chegar perto para pegar”.
Maria Zilda Betlhem, atriz, ao dizer que não se interessa pelo que o público pensa de sua relação com a arquiteta Ana Kalil.

“Nada poderá me abalar, nada poderá me derrotar, pois minha força e vitória tem um nome: é Jesus”.
Gracyanne Barbosa, modelo e esposa do cantor Belo, ao comentar com os fãs como o casal tem superado o diagnóstico de estafa que afastou temporariamente o marido da carreira.

“Eu queria ser a musa da vitória, não da derrota”.
Ana Claudia Maffei, estudante e militante do PSDB, que ficou famosa após ser clicada chorando pela derrota de Aécio Neves nas eleições presidenciais.

“Na vida real, sou muito querido”.
Lobão, cantor, ao afirmar que toda a fúria contra ele por seu posicionamento político ocorre apenas nas redes sociais. O músico ainda mencionou que foi mal-interpretado na suposta declaração de que deixaria o Brasil, caso o PT vencesse a disputa pelo Planalto.

“Eu não canto, eu encanto. E com música chiclete”.
Valesca Popozuda, funkeira, ao reconhecer seus mínimos dotes como cantora.

Taís Brem
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Sua majestade, o bolo

Guloseima mais esperada das festas, os bolos podem ter candidatos a substitutos, mas nunca saem de moda

Bolo foi produzido por Iris Martini (Foto Edson Beline).
Bolo foi produzido por Iris Martini (Foto Edson Beline).

“Onde já se viu casamento sem bolo?”. O questionamento indignado veio dos lábios da advogada Elaine Bierhals, 60, ao saber que a filha e o genro estavam pensando na possibilidade de economizar um pouco trocando o tradicional prato por docinhos mais modestos na festa de casamento. Isto não quer dizer, exatamente, que não haveria bolo. O planejamento até que incluía um artificial, para figurar nas fotos. Mas, com o puxão de orelhas, a jornalista Raquel Bierhals, 31, e o futuro engenheiro elétrico Alexandre Weymar, 27, refletiram e resolveram acatar o palpite de Elaine.

“Pensamos melhor e achamos que seria interessante ter o bolo, sim”, disse Raquel. “Não considero que esteja fora de moda, acho que é um simbolismo interessante. Outras coisas podem ser adaptadas, dependendo do estilo do casal, mas, em termos de casamento, há coisas que devem ser mantidas. E, afinal, consideramos que ter bolo combinaria conosco”.

É bem provável que os convidados do casamento de Raquel e Alexandre, que ocorre no início de novembro, fiquem felizes ao saber da decisão. Pelo menos, a maioria deles. A designer Elisa Cavalheiro, 30, prestigiará a cerimônia, mas não é daquelas que fazem questão de não dar adeus a uma festa antes do partir do prato principal. “Adoro chocolate, mas bolos não amo tanto assim. Prefiro um docinho, tipo brigadeiro, bem-casado, camafeu…”.

Estilos variados
Assim como Elisa (acredite!), tem quem não seja apaixonado por bolos e apele para variações, muitas vezes, até curiosas. Para além dos docinhos, como os clássicos quindins e bombons de morango, por exemplo, e os mais recentes cupcakes, há outras opções para quem investe em inovar, trazendo para o centro da mesa tendências tão curiosas, como o bolo de hambúrgueres que foi servido num casamento de americanos, há um tempo. Dizem que muita gente já copiou a ideia por aí. “Isto é porque eles ainda não provaram o bolo da dona Iris”, comentou, via Facebook, o administrador Marco Antônio Soares, 42, ao tomar conhecimento da bizarra notícia.

Iris trabalha com confeitaria há mais de 20 anos (Foto: Arquivo Pessoal).
Iris trabalha com confeitaria há mais de 20 anos (Foto: Arquivo Pessoal).

A senhora a que ele se refere é ninguém menos que dona Iris Schafer Martini, 68, uma verdadeira autoridade na arte de confeitar. Não é exagero comparar os bolos produzidos por ela a obras de arte. As doçuras que dona Iris faz não apenas servem, mas enfeitam comemorações de todos os tipos – de aniversários infantis a bodas de ouro, de chás de panela a festas de formatura. O resultado são anfitriões e convidados mais que satisfeitos. “A maioria dos meus fregueses volta sempre”, disse.

Adriano e Veridiana Bica (Foto: Arquivo Pessoal).
Adriano e Veridiana Bica (Foto: Arquivo Pessoal).

A também administradora Veridiana Bica, 39, é um exemplo disto. Ela já havia tido um bolo feito pelas mãos de dona Iris na comemoração de sua formatura, em julho de 2009. Seu então noivo, o empresário Adriano Bica, provou o doce e foi paixão à primeira mordida. Logo, quando combinaram a data do casamento, concretizado em novembro de 2011, não tiveram dúvidas. “Como fizemos uma cerimônia em casa, queríamos um bolo bem bonito. Valeu pelo carinho e pela dedicação dela”, relatou a administradora. “Ela é muito profissional, humilde e atenciosa. Seus bolos têm detalhes caprichados e sabores marcantes”.

Ele – o bolo do casamento de Adriano e Veridiana – fez uma viagem considerável: saiu de Videira, no oeste de Santa Catarina, onde reside dona Iris, em direção a Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, de ônibus. Depois, partiu pelos ares para a capital do Rio de Janeiro, local de residência do casal e de realização da cerimônia. E chegou inteiro. O trajeto foi longo. Entretanto, Veridiana e o marido sabiam que valia a pena passar certo transtorno e topar o desafio em vez de fazer a encomenda num lugar mais perto de casa.

Confeiteira-padrão
Dona Iris trabalha confeccionando bolos há mais de 25 anos. Embora esta não tenha sido sua única profissão – antes de casar, no ano de 1972, já havia trabalhado como costureira –, ela garante que não se enxerga atuando noutra área. “Adoro o que faço e gosto de todas as minhas receitas e bolos”, afirmou, orgulhosa do que ela chama de suas “obras-primas”.

Na definição de dona Iris, o segredo está na paciência e na dedicação com que executa suas receitas. Segundo ela, seu ingresso no segmento começou, praticamente, sem que ela percebesse. “Comecei fazendo bolos e cucas para uma amiga e outra e, depois, fui me dedicando, aos poucos”. Ao ser questionada sobre o que mais lhe cativa em sua rotina, ela não consegue apontar somente um fator. “Gosto de tudo, não tem o que escolher. Como trabalho sozinha, preciso fazer desde as compras, até lavar a louça e confeccionar os bolos. Sou responsável por tudo”, disse.

Clara e dona Iris (Foto: Fabiana Soares).
Clara e dona Iris (Foto: Fabiana Soares).

Mãe de duas moças e um rapaz, dona Iris, naturalmente, passou um pouco de sua experiência para os filhos. Mas, nenhum deles optou por seguir o mesmo caminho profissional. A neta Clara, de dois anos, todavia, já demonstra certo interesse em ajudar a avó. “Ela gosta de recortar e fazer florzinhas para enfeitar os bolos e admira os trabalhos, falando: ‘Que liiiiindo, vovó!’”, comentou.

O talento de dona Iris é inegável, mas ela, humildemente, garante que todos os bolos que faz não têm somente o toque de sua habilidade, são sugestões dos próprios clientes. Atualmente, o Naked Cake (bolo que dispensa cobertura), Marta Rocha e Floresta Negra são os mais aclamados. Mas, é imprescindível alertar que o leitor não se empolgue. Seria, no mínimo, frustrante a qualquer reles mortal pegar as mesmas receitas que ela utiliza, aguardando obter o mesmo resultado.

Donas Iris, ao lado de um bolo feito para Bodas de Ouro (Foto: Arquivo Pessoal).
Dona Iris, ao lado de um bolo feito para Bodas de Ouro (Foto: Arquivo Pessoal).

Para que todo o trabalho de dona Iris, além de bom e bonito, seja organizado, ela mantém cada uma de suas encomendas detalhadamente anotadas. Quantos pedidos há registrados? “Só contando na agenda. Coisa que eu nunca fiz”. Mas, são muitos. E, em muitos casos, feitos pela mesma pessoa. Quer um exemplo? Temos vários: Veridiana, que teve um bolo de dona Iris em sua formatura e outro em seu casamento; Marco, que, também, teve a guloseima feita pelas mãos da confeiteira em sua cerimônia de matrimônio e, pela propaganda, intermediou encomendas para outros casamentos da família, aniversários e, até, comemorações empresariais; e fregueses que, para confirmar a preferência, já poderiam ter recebido um cartão-fidelidade. “Já fiz até bolos de pessoas que casaram, tiveram filhos, separaram e eu fiz o bolo do segundo, do terceiro casamento e de seus filhos”, mencionou a confeiteira. É muita história regada a glacê para contar sobre estas quase três décadas de trabalho.

Algumas das "obras-primas" de dona Iris (Foto: Arquivo Pessoal).
Algumas das “obras-primas” de dona Iris (Montagem: Fotos do Arquivo Pessoal).


Pelo lado de dentro
Não, esta reportagem não desvendará o segredo dos bolos produzidos por dona Iris. Porém, baseada na receita de um bolo simples de festa – que contém, basicamente, açúcar, manteiga, ovos, extrato de baunilha, farinha de trigo, fermento em pó, leite e chocolate -, a doutora em Ciência e Tecnologia de Alimentos pelo Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia de Alimentos da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), Ana Paula Wally, 33, comentou um pouco das principais características de cada um destes ingredientes.

raioxbolo

Taís Brem
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O exemplo de Amália

Octogenária é destaque por ações de voluntariado em Canoas

Dona de casa trabalha com a comunidade há quatro décadas (Foto: Arquivo Pessoal).
Dona de casa trabalha com a comunidade há quase cinco décadas (Foto: Arquivo Pessoal).

 

Se um dia seu telefone tocar e, do outro lado, uma voz lhe convidar, com entusiasmo: “Vem comer peixe aqui em casa!”, pode desconfiar. Não que a anfitriã não tenha talento para preparar um prato à altura da empolgação do convite – muito pelo contrário. Mas, não seria precipitado dizer que se trata de uma piada. Uma piada com a cara da dona Amália. E o dia que esse ilustre convite veio ao seu encontro por via telefônica, deve ser dia de jogo entre o Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense de dona Amália, e o Santos Futebol Clube, que ela prefere chamar de peixe. Pode conferir! Deve ser bem cedo. E, a essa hora, enquanto você recém está tomando ciência do que está acontecendo ao redor do universo, ela já está acordada há um bom tempo, a par das principais notícias divulgadas pela televisão, pelo jornal impresso e pelo bom e velho rádio. De onde, afinal, você acha que veio a informação que suscitou o espírito competitivo, confiante e piadista da nossa personagem?

Então, o leitor se pergunta quem é essa tal “dona Amália”. A pergunta é pertinente. Até porque, a resposta correta é “Amália Severo Gonçalves”. Entretanto, seu sobrenome também soa bem trocado por “Solidariedade”, “Benevolência”, “Caridade”, ou – quem sabe? – “Hospitalidade”. Não é à toa que a etimologia diz que seu primeiro nome vem do germânico “Amal”, que quer dizer trabalho. Em hebraico, também é essa a definição do título que se encaixa perfeitamente em sua personalidade: trabalhadora, ativa e diligente.

Trabalho voluntário sempre foi sua paixão (Foto: Arquivo Pessoal).
Trabalho voluntário tornou-se sua paixão (Foto: Arquivo Pessoal).

Essa é a dona Amália, do auge de seus 83 anos de idade. Natural da cidade gaúcha de Rosário do Sul e casada com o seu Agapíto Costa Gonçalves há respeitáveis 57 anos, ela é mãe de cinco filhos – Eliane Maria, César Luiz, Carmen Lúcia, Jorge Alberto e Cláudio Antônio – e avó de quatro netos – Gabriela, Daniel, Gustavo e Guilherme. Seu currículo profissional não contém nenhuma graduação, tampouco mestrado ou doutorado. Sua profissão, de fato? “Sempre fui dona de casa”, disse, com simplicidade. “Nunca pude trabalhar fora, porque tinha que cuidar dos meus filhos. Mas, comecei a achar que eu estava muito só dentro de casa e resolvi procurar uma entidade para poder ajudar outras pessoas”.

Foi aí que iniciou a história de dona Amália com o serviço voluntário. No ano de 1966, ela e a família já haviam se mudado para o município de Canoas, na região metropolitana de Porto Alegre. Lá, dona Amália e outras mulheres com ideais semelhantes, se juntaram para criar uma instituição filantrópica, chamada Clube de Mães Maria Goretti. Ela entrou na iniciativa como sócia-fundadora e, na entidade, já transitou como tesoureira, secretária e presidente, sempre sendo exemplo para os demais. “Acho [o voluntariado] uma coisa muito boa. Quantas pessoas entraram ali para estudar, participar de um chá, um jantar, almoço, fazer uma vacina, um curso de corte e costura ou datilografia e cresceram muito? É muito gratificante”, afirmou.

Cristã, dona Amália optou por deixar sempre muito claros em suas ações os valores do amor, da caridade, da solidariedade e da família. Com o espírito humanitário que procurou transferir aos seus filhos e netos, nunca se negou a estender a mão ao necessitado. “Sempre colaborei”, disse, ao opinar que, se todo mundo fizesse alguma coisa por quem necessita, o mundo poderia ser melhor. “Sempre temos que ter um pouquinho de disponibilidade para ajudar aos outros”.

E dona Amália não é suspeita para falar do assunto: é habilitada. Afinal, são 48 anos atuando como líder comunitária. A gratificação não vem em forma de salário, em cédulas ou moedas, mas ela garante que sente muito recompensada e nem pensa em se aposentar das boas ações que pratica. Trabalhar pelo bem do próximo só lhe faz bem.

Reconhecimento
Em 1975, dona Amália recebeu uma homenagem por seu trabalho voluntário no Clube e foi eleita Mãe do Ano. De lá para cá, muitas foram as conquistas que acolheram com carinho a comunidade de Canoas e região. Ela já preparou café da manhã para crianças carentes, já intercedeu junto a instituições profissionalizantes pela implantação de cursos de capacitação, promoveu campanhas de solidariedade, movimentou uma verdadeira força-tarefa pela construção de uma nova sede para a igreja local, realizou rifas, chás e bazares beneficentes. Por meio de palestras, incentivou mulheres a serem exemplo como mães, esposas e cidadãs.

A partir de 1991, o Clube Maria Goretti transformou-se no Clube de Mães Amor e Paz, localizado na Sociedade Cultural e Beneficente Rui Barbosa. Lá, dona Amália começou como segunda tesoureira. No ano de 2001, foi eleita como conselheira junto ao Conselho Geral de Mães, chegando à presidência seis anos mais tarde. Crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social, atendidos pela Casa do Pequeno Trabalhador, já receberam das mãos dela alimentos produzidos com carinho para fortalecer o corpo, alimentar a alma e alegrar o espírito. Seu talento também beneficiou a crianças abandonadas na Casa de Passagem, assim como os recém-nascidos do Hospital Nossa Senhora das Graças, que foram presenteados com enxovais confeccionados por amigos e parentes dessa senhora que não apenas se engaja, mas motiva parceiros a aderirem a essas causas mais do que nobres.

Dona Amália recebe honraria (Foto: Prefeitura de Canoas).
Dona Amália recebe honraria (Foto: Prefeitura de Canoas).

Recentemente, como presidente do Conselho Fiscal do Clube de Mães Amor e Paz, recebeu uma homenagem durante a comemoração dos 75 anos de emancipação política de Canoas. Ela e outras dez personalidades foram agraciadas com a Medalha Pinto Bandeira, honraria máxima concedida pelo município a cidadãos que se destacam em suas áreas de atuação, prestando relevantes serviços à cidade.

Taís Brem
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Falatório

“Se você passa a vida lutando pelo dinheiro, você pode se tornar como São Paulo: rico e triste”.
David Coimbra, jornalista, ao opinar sobre o clima que define a capital paulistana.

“Se alguém disser que o que está acontecendo em relação à Copa no Brasil é positivo para o país, eu vou chamar de mentiroso”.
Romário, deputado federal e ex-jogador de futebol.

“Não tenho medo de envelhecer. Preciso de cada marca de expressão no meu rosto, sou atriz”.
Carolina Dieckmann, atriz.

“Entre abrir um champanhe e preparar uma mamadeira, a preferência tem sido pelas taças.”
Jarbas Tomaschewski,
jornalista, ao comentar a tendência atual dos casais que preferem não ter filhos.

“Todo mundo quer a felicidade, a cara-metade e emagrecer. Se existissem essas três pílulas, estaria tudo resolvido”.
Flávia Alessandra,
atriz.

“Eu me sinto num joguinho de videogame, onde vou mudando de fases e as dificuldades no meio do caminho vão aumentando”.
Luiza Rabello, ciclista porto-alegrense, ao desabafar sobre seu cotidiano na coluna Informe Especial, do jornal Zero Hora.

“Gente, ele conhece minhas músicas e disse que adora ‘Zen’… Choquei”.
Anitta, cantora, ao comentar como o conhecimento de Roberto Carlos a seu respeito a surpreendeu. A novata irá cantar com o Rei no tradicional programa de fim de ano da Globo.

“Depois, vou vender caju na praça Buenos Aires. Vou pedir emprego em jornal, mas não escrevo mais.”
Fernando Morais, jornalista e escritor das biografias sobre Paulo Coelho, Assis Chateaubriand e Olga Benário, ao anunciar que não quer mais escrever biografias para não se preocupar com a burocracia das autorizações.

“É inadmissível ficar um mês em fila de show de Justin Bieber e chegar atrasado pro Enem”.
Dilma Bolada, perfil fake da presidenta Dilma Rousseff no Facebook, aconselhando candidatos do Exame Nacional do Ensino Médio.

“Experimentar, mudar de opinião é das melhores coisas do mundo.”
Gilda Midani, fotógrafa, produtora e estilista.

Taís Brem

Tricotando no feriado

2º Encontro Gaúcho de Tricô ocorre no próximo sábado em Porto Alegre

Evento terá oficinas, desfile e feira de lojistas (Foto: Paulo Soares)
Evento terá oficinas, desfile e feira de lojistas (Fotos: Paulo Soares)

Há espaço para todos: desde aqueles que estão na fase inicial até os que pensam que já sabem de tudo, mas, na verdade, sempre têm algo a mais para aprender. Praticantes e simpatizantes da arte de tricotar têm um encontro marcado no próximo sábado (12), em Porto Alegre. Trata-se da segunda edição do Encontro Gaúcho de Tricô. Mais de 160 pessoas já garantiram presença, entretanto ainda há vagas para os interessados.

Diversas técnicas serão ensinadas (Foto: Paulo Soares)
Diversas técnicas serão ensinadas

De acordo com a coordenadora do evento Suzete Musse, 54, a programação prevê a realização de 17 oficinas, em que serão compartilhadas diferentes técnicas de tricô e crochê. Um grande destaque dessa edição é o almoço-desfile, no qual serão exibidas as peças produzidas por todos os patrocinadores e lojistas do evento. “Nosso objetivo é divulgar sempre e cada vez mais a arte do tricô, através das oficinas, e fazer com que as pessoas tenham a oportunidade de conhecer produtos novos que facilitem seu trabalho, por meio da Feira de Lojistas”, disse a coordenadora.

A Feira a que Suzete se refere é a atividade que reunirá lojas especializadas em peças de tricô e crochê não apenas do Rio Grande do Sul, mas de todo o Brasil. Das 9h às 18h, o público em geral poderá visitar a Feira gratuitamente.

Viciados em agulhas

Suzete tricota desde criança
Suzete tricota desde criança

“Quem faz tricô, sabe que, depois que aprendemos a usar as agulhas, vira um vício”. A sentença vem dos lábios de quem é íntima dos novelos desde a infância. Com cinco, seis anos de idade, Suzete começou a demonstrar interesse pela prática que já era comum na família e não parou mais. “Minha avó e minha irmã tricotavam muito e eu, também, comecei a lidar com as agulhas. Perto dos 20 anos, já tricotava blusas e nunca mais larguei. Hoje, faz parte de um todo”, comentou. Para ela, o que leva pessoas de todas as idades a tricotar é o fascínio que a atividade provoca. “Tricotar uma peça, carreira por carreira, dar forma a uma criação nossa (mesmo que estejamos seguindo uma receita de terceiros) tem um significado e um valor ímpar. As pessoas se encantam com aquilo que a arte proporciona. Parece não existir o impossível. E todo dia aprendemos algo diferente. Nos dias de hoje, através dos grupos, vemos crescer o interesse em idades bem distintas. Acho, inclusive, que a forma agitada que estamos vivendo hoje é que faz com que busquemos fazer coisas que nos dê prazer com as mãos. E o tricô se encaixa nessa busca perfeitamente”, opinou.

O 2º Encontro Gaúcho de Tricô é uma promoção do grupo Tricô Tchê.

Serviço:
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O quê? 2º Encontro Gaúcho de Tricô
Quando? Sábado, 12 de outubro, das 8h15min às 17h;
Onde? Clube do Professor Gaúcho – Avenida Guaíba, 12.060 – Ipanema – Porto Alegre;
Quanto? A inscrição em cada oficina custa R$ 50,00. Inscrevendo-se em duas, o participante paga R$ 90,00. A visitação na Feira de Lojistas é gratuita e aberta ao público em geral. Inscrições e informações pelo site do evento.

Taís Brem

Quando o sonho vence o medo de voar

Pesquisa aponta avião como meio de turismo preferido dos brasileiros

Jovelisa pretende realizar sonho com a família ano que vem (Foto: Arquivo Pessoal)
Jovelisa pretende viajar com a família ano que vem (Foto: Arquivo Pessoal)

Ainda é cedo para arrumar as malas. Mas, Jovelisa Ferreira, 29, já planeja visitar o Rio de Janeiro com a família – o marido e o bebê do casal – em 2014. Todavia, pretende fazê-lo antes da Copa do Mundo, já que a intenção não é participar do grande reboliço que promete tomar conta da Cidade Maravilhosa no ano que vem. O que a promotora de vendas quer mesmo é aproveitar a chance para conhecer tranquilamente alguns dos pontos turísticos mais famosos do Brasil e do mundo. E, é claro, realizar o sonho de andar de avião, o que fará apesar do medo que sente só de pensar na experiência. Em agosto, o Ministério do Turismo (MTur) divulgou uma pesquisa realizada em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV) que informa a intenção de viagem para o próximo semestre de dois mil cidadãos em sete capitais do país – Belo Horizonte, Brasília, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo. Denominado “Sondagem do Consumidor – Intenção de Viagem”, o levantamento mostra que o avião é o meio de transporte preferido de quem quer viajar, mesmo entre a população de menor renda. Jovelisa encaixa-se na faixa etária que mais demonstra interesse em viajar de avião: a das pessoas com menos de 35 anos. Em seguida, vêm os cidadãos que já têm mais de 60.

Brasileiros querem conhecer o próprio país (Foto: Márcio Coimbra)
Brasileiros querem conhecer o próprio país (Foto: Márcio Coimbra)

Embora o tal “frio na barriga” seja sempre ponto de discussão quando o assunto é viagem de avião, as estatísticas provam que, cada vez mais, aqueles que nunca tinham utilizado esse meio de transporte estão dispostos a encarar o desafio. “Estamos com o mercado interno muito ativo, com a intenção de viagem muito forte por parte daqueles que entraram agora no consumo do turismo”, comentou o ministro Gastão Vieira. “Nós estamos falando de todas as faixas de renda, principalmente daqueles 35 milhões de brasileiros que entraram no mercado de consumo nos últimos dez anos”. Ainda conforme a pesquisa do MTur, quem quer viajar de avião, quer fazê-lo acompanhado, basicamente do cônjuge e dos filhos. Quanto ao destino, a maioria pretende aproveitar as promoções do setor para conhecer o próprio país. E o Nordeste é o lugar que mais se encaixa na lista de desejos dos brasileiros: 53,7% dos entrevistados querem ir para lá. O índice é alto. Para se ter uma ideia, sozinha, a região nordestina atrai mais turistas que todas as outras quatro regiões somadas – Centro-Oeste, Sudeste, Sul e Norte.

Emoções nas alturas
Mesmo sem nunca ter andado de avião, Jovelisa já experimentou sensação semelhante, durante um passeio panorâmico de helicóptero, em 2012. O problema é que os cinco minutos que tinha disponíveis para conhecer de cima a cidade onde mora – Caxias do Sul, na Serra Gaúcha – e vivenciar a emoção, gastou de olhos fechados, agarrada de um lado no marido e do outro num desconhecido, com quem dividiram o voo. “Ainda passei a vergonha de, ao pousar, não largar o desconhecido. Até perceber que já havia acabado e ter que dizer: ‘Ops, querido! Desculpe o desespero!”, relembrou, às gargalhadas. Isso sem contar a ocasião em que acompanhou seu irmão mais velho, o contabilista Lázaro, ao aeroporto, na despedida para uma viagem profissional. “Quando o avião decolou, comecei a chorar copiosamente. Foi lindo, mas eu nunca tinha visto um avião tão próximo. Foram duas emoções: ver a ‘pequena nave’ tão de perto e ver meu irmão andando de avião numa viagem de trabalho. Fiquei orgulhosa”.

Atualmente, Lázaro já não voa com tanta frequência, em função da troca de emprego. Contudo, quando o faz, não nega que é irmão de Jovelisa. “Andar de avião foi um sonho realizado, desde a primeira vez. Mas, ainda tenho medo. Até hoje, me apavoro a ponto de ter meu sistema nervoso afetado e, consequentemente, meu sistema digestivo”, comentou. “Mesmo uma semana antes de entrar em um avião, eu tenho fortes dores de barriga”.

A comerciante Eliane Zuchelo, 57, tem várias experiências das viagens de avião que regularmente faz com a família para o Chile, onde a filha mora há onze anos. “E realizar o sonho, agora está barato. Voar [de Pelotas, onde reside] para Porto Alegre está mais barato que ir de ônibus e ainda dá para parcelar no cartão”, comentou.

Passeio gringo

Graciele está conhecendo a Europa (Foto: Arquivo Pessoal)
Graciele está conhecendo a Europa (Foto: Arquivo Pessoal)

Quando tinha oito anos, Graciele Cardozo viajou pela primeira vez de avião: foi para Manaus. Na ocasião, não fugiu à regra da maioria dos entrevistados dessa reportagem. “Lembro de fazer um fiasco, pois não queria entrar no avião. Estava com medo. Mas, depois amei, pois as aeromoças me deram um lanche com chocolate, sanduíche e refrigerante”, contou. Hoje, aos 22 anos, a história é outra. O medo já ficou de lado, bem como a euforia pelas guloseimas oferecidas pelas empresas aéreas. Atualmente nutricionista, Graciele viu em sua mais recente viagem de avião, em julho desse ano, uma oportunidade de realizar outro sonho que acalentava desde os 15 anos: o de morar fora do país. Por meio de um intercâmbio, ela agora mora em Newcastle Upon Tyne, norte da Inglaterra. “A viagem de avião foi confortável, apesar da distância de aproximadamente 14 mil quilômetros. Os aeroportos são de fácil acesso e entendimento e há boa orientação para os viajantes estrangeiros”, disse. “Realmente, os brasileiros estão viajando mais e tendo mais acesso a esse tipo de oportunidade, pois o governo tem incentivado. Na minha universidade, por exemplo, chegou a ter 30 brasileiros estudando inglês no verão europeu”.

Experiência a bordo

Interesse da terceira idade tem aumentado (Foto: Divulgação)
Interesse da terceira idade tem aumentado (Foto: Divulgação)

De olho numa das faixas de idade que mais deseja voar pelo Brasil, o MTur lançou, em setembro, a segunda edição do Programa Viaja Mais Melhor Idade, que integra o Programa Viaja Mais. A iniciativa, que teve sua primeira versão em 2010, registrou, agora, o interesse de mais de 70 mil idosos. Isso com apenas duas semanas de lançamento. A intenção é incentivar os brasileiros com mais de 60 anos a viajar de avião pelo Brasil, com descontos e vantagens exclusivas. Além de pacotes fechados, estão previstas ofertas em serviços avulsos, como hospedagem, passagens, locação de veículos e atrações turísticas. Os aposentados e pensionistas podem parcelar os custos da viagem em até 48 vezes pelo Banco do Brasil ou Caixa Econômica Federal, com juros reduzidos. Conforme a oferta, há a possibilidade de estender as vantagens, também, para acompanhantes de menor idade.

Atualmente, o programa oferece 270 ofertas para 70 destinos do país. Em 2010, os pacotes mais procurados foram para Natal (RN), Fortaleza (CE), Lins (SP), Caldas Novas (GO) e Serra Gaúcha (RS).

Você tem medo de quê?

Estresse deve ser evitado antes mesmo do voo (Foto: Infraero)
Estresse deve ser evitado antes mesmo do voo (Foto: Infraero)

Por ser bastante comum, o medo de viajar de avião tem mobilizado, ao longo das últimas décadas, profissionais ligados à área de Medicina Aeroespacial a desenvolverem métodos de intervenção eficazes para administrar essa ansiedade. Só o fato de estar tão distante do chão já é suficiente para gerar certo pânico. E passageiros com tendências claustrofóbicas ou fobias em ambientes aéreos e aglomerados humanos devem procurar um médico antes do voo para realizar algum tratamento, inclusive com remédios, se for o caso. Porém, a grande parte das situações é bem mais simples. Há quem se sinta atemorizado ou excitado até mesmo nos preparativos do pré-voo, como na arrumação de malas, locomoção para o aeroporto, check-in, transporte de bagagens pesadas nos corredores e até na emoção da despedida. Para tornar a experiência o mais agradável possível, anote as dicas:

1. Recomenda-se que, antes do voo, os passageiros evitem mascar chiclete e ingerir bebidas com gás, pois isso faz com que se engula grande quantidade de ar;

2. É importante alimentar-se bem, mas, sem exageros. Lembre-se que alimentos como feijão, repolho, pepino, brócolis e couve-flor têm alto grau de fermentação e aumentam a quantidade de gases no interior do tubo digestivo, gerando mal-estar;

3. Deve-se evitar bebidas alcoólicas antes de voar, pois o álcool diminui a capacidade de as células cerebrais utilizarem o oxigênio que lhes é fornecido – que, a propósito, diminui a bordo;

4. A cada duas horas de voo, recomenda-se ingerir um copo de água ou suco de laranja;

5. Os voos diurnos são considerados ideais, uma vez que a viagem tem início após uma noite de sono, e não depois de um dia em que o corpo e a mente já estão cansados. Outro fator importante nesse caso é que, na chegada ao destino, os passageiros podem contornar a ansiedade produzida pelo voo, tomando um banho relaxante e ingerindo refeições leves.
Fonte: Cartilha de Medicina Aeroespacial “Doutor, posso viajar de avião?”, criada pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) e pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo. 

Taís Brem

Aqui, ali e acolá

Por aqui, o médico e vereador Anselmo Rodrigues, preocupado com o nível de profissionalismo dos médicos cubanos. Ali, Dilma Rousseff, sem meias-palavras, visivelmente irritada com a espionagem americana. E acolá, Miley Cyrus vivendo uma fase bad girl. Leia, a seguir, uma compilação de frases do Blog Quemany para esse sábado (21). Boa leitura!

Taís Brem


“Tu subirias num avião sem ter a certeza de que o piloto é totalmente preparado para pilotar a aeronave? Tu não subirias!”.
Anselmo Rodrigues, médico e vereador pelotense, ao defender a submissão de médicos estrangeiros que vierem para o Brasil ao Exame Nacional de Revalidação do Diploma Médico, o Revalida.

“Sei que ZH não vai publicar, mas desculpem o desabafo”.
Jorge Barcellos, doutor em Educação, na abertura do texto “Menos que um cachorro”, que enviou ao jornal Zero Hora para reclamar da falta de notícias na impressa geral a respeito do aniversário de 240 anos da Câmara Municipal de Porto Alegre, em 06 de setembro. O texto foi publicado.

“Você acha que eu preciso?”.
Marina Ruy Barbosa, atriz, respondendo com uma pergunta o questionamento da repórter da Revista Contigo! sobre ela já ter feito terapia.

“Entre a sombra e a luz, nós vamos andando e lidando com todo tipo de energia. Aprendi a blindar meu coração, mas não estou livre de sentir”.
Tico Santa Cruz, músico, sobre depressão no meio artístico.

“Eu ia dar palestras nas faculdades e perguntava o que as meninas queriam fazer. E era sempre ser apresentadora de TV ou moça do tempo. Eu dizia: ‘Você quer ser famosa? Tem maneiras mais fáceis. Jornalismo não é carreira para ficar famoso, é uma profissão de sacrifício’”.
Ana Paula Padrão, jornalista.

“Piso em barata, pego rã na piscina. Não tem muita coisa que um homem possa fazer que eu não faça”.
Alinne Moraes, atriz, tentando desmistificar sua fama de mocinha que não mete a “mão na massa”.

“Acredito que é necessário tirar um tempo para ser maluco”.
Miley Cyrus, cantora e atriz, ao justificar a face, no mínimo, estranha que tem revelado ao mundo nas últimas semanas, com suas performances sensuais e ousadas.

“Tudo que a Madonna fez, eu fazia antes. Na ditadura. Se era proibido, eu queria”.
Ney Matogrosso, cantor.

“Não tenho cerimônia para usufruir das mulheres que me seduzem por conta do que eu escrevo. Não estou roubando ninguém!”.
Xico Sá, jornalista.

“A gente tem que dar os nomes que as coisas merecem. Guerra é guerra, terrorismo é terrorismo, espionagem de país democrático é espionagem”.
Dilma Rousseff, presidente da República, sobre as escutas feitas no Brasil pelas quais o presidente americano Barack Obama havia assumido responsabilidade “direta e pessoal”.