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32 anos, casada, mãe, jornalista, cristã

Alalaô!

Reclama daqui, reclama de lá e, como em tudo na vida, tem gente que adora e gente que dispensa. Mas, é verão! Fazer o quê?  (Foto: Rede Globo).

Semana passada, a jornalista Maria Júlia Coutinho anunciou no Jornal Nacional que grandes eram as chances de uma enorme chuva atingir municípios do Sul, como Uruguaiana e Pelotas. “Pode chover forte nesses locais, pois há instabilidade e uma frente fria se movimentando”, disse, ao citar, inclusive, a possibilidade de temporal. Ela acertou a previsão quando mencionou a chuva, mas a quantidade não foi exatamente o que os que aguardam ansiosamente pelo outono gostariam. Ao menos, nos primeiros dias. Na gíria da própria Maju, o que caiu estava mais para “chuvica” que para “chuvona”. Daquelas que dá uma animadinha, de leve, mas, no fim, em vez de refrescar, até abafa mais.

A professora de Design de Moda, Ana Luiza Soares, 33, até se disse esperançada ao contemplar os primeiros sinais de que o tempo estava querendo virar. “Tá [sic] nublando, gente! Que emoção!”, postou Ana, nas redes sociais. Falta exatos 12 dias, entretanto, para “as águas de março fecharem o verão”, como diz a célebre canção composta por Tom Jobim em 1972 e regravada com louvor, em parceria com Elis Regina, dois anos mais tarde.

Estação alegre
Se para uns, o fim dos dias quentes traz “promessa de vida aos corações”, para outros, o verão é majestade eterna quando se fala de período mais feliz do ano. “Verão, pra mim, é mais alegre. Tem [como curtir] praia, sol, festas e, claro, as férias”, opinou o estudante Bruno Odekayode, 17. Mesmo nascido em Porto Alegre, onde as temperaturas mais baixas predominam em boa parte dos meses, ele disse ainda não ter se acostumado. “No frio é tudo muito preso, muitas roupas, chuva… Dá uma agonia não poder aproveitar por causa do clima!”.

Ana joga no time contrário ao de Odekayode e já começou sua campanha para tentar mudar as regras nas próximas vezes. “Quando eu for Deusa, a temperatura nunca vai passar dos 29 graus. Votem em mim para o Novíssimo Testamento”, proclamou, bem-humorada.

A tal da murmuração
Ana Luiza tenta arrumar alternativas para alterar o inalterável, nem que seja só para se divertir. Bruno, quando pode, dá uma escapadinha para o Rio de Janeiro onde alivia sua sede pelo calor. Mas, e quando – faça chuva ou faça sol – a moral do indivíduo é somente reclamar do tempo? “Acho engraçado… No verão, todo mundo reclama e clama pelo inverno. Aí, chega o inverno e querem o verão!”, observou a nutricionista Rochele dos Santos, 34. “Ah, por favor, né? Tá [sic] com calor? Toma um banho, coloca uma roupa fresquinha, bebe bastante água! Está com frio? Coloca mais roupa, toma um chá ou café quentinho, fica no sol, quando tem! Acho que o que as pessoas realmente gostam é de reclamar…”.

Indo embora
Amado ou odiado, não tem jeito: o verão está de malas prontas para partir exatamente no dia 20 de março de 2017, bem cedinho, às 7h29min, dando lugar ao outono. Ele, que junto com a primavera, é apelidado de “meia-estação”, justamente por não ser tão frio nem tão quente, traz consigo expectativas de dias mais brandos.

Maju e a galera da Meteorologia podem até dar um pitaco e outro e, não raro, acertarem na previsão. O folclore – provavelmente baseado na passagem bíblica em que Jesus dá a Pedro as chaves dos céus (Mateus-16:19) -, ainda credita ao apóstolo o domínio sobre o controle do ar-condicionado lá de cima, na esperança de que ele possa regular alguma temperatura que enfim, agrade a todos. Mas, enquanto Ana Luiza não é eleita, quem decide mesmo esses detalhes é o Todo-Poderoso.

Taís Brem

Um incômodo anfitrião

Parece aquela clássica brincadeira de criança em que uma cobre parte da boca com a mão para tentar dificultar o que o ouvido da outra irá captar. Mas, também, poderia ser, simplesmente uma conversa entre loucos. Na ânsia de responder seus internautas com eficácia, a fanpage do Sistema Brasileiro de Televisão (SBT) tem deixado a desejar. E muito.

Se o simples fato de um remetente verificar que sua mensagem, apesar de visualizada pelo destinatário, não foi respondida já é frustrante, quando, em vez disso, o receptor resolve emitir uma resposta atrás da outra, desesperadamente e de forma desconexa, sem se preocupar com, de fato, resolver o problema em questão, a situação ganha mais um status lamentável: irritante.

Para começar, o site do SBT não dispõe – pelo menos não de maneira clara – de um espaço básico para comunicação com os telespectadores via Internet. Um link ou botão “Fale conosco”, por exemplo. Pois, bem: não tem. Daí a necessidade de recorrer ao Messenger, canal por onde empresas costumam atender de forma rápida e satisfatória seu público.

No caso do SBT, a primeira impressão é a melhor possível. Tão logo percebe que o internauta está em sua página, o sistema emite uma mensagem personalizada de boas-vindas e apresenta alguns dos recursos disponíveis na página – acesso a vídeos, entrevistas, notícias, trechos de capítulos das novelas… Parece simpático. O problema é quando começa a tentativa de diálogo. A cada frase digitada pelo telespectador, na maioria das vezes ligada a alguma dúvida a ser sanada, a emissora lança uma postagem: tem espaço para quiz sobre as Chiquititas, vídeos infantis, manchetes sensacionalistas e tudo quanto é tema ligado à programação do patrão. A pergunta feita por você? Provavelmente não tenha nem sido lida. E se tentar perguntar de novo, lá vem mais bombardeio. Ignore por um dia ou dois as mensagens e eles tornam a insistir. Alguém precisa avisá-los que o método não está funcionando, antes que comecem a empurrar goela abaixo produtos Jequiti…

Taís Brem

Somos/amamos frases!

“As epidemias estão dando de 7 x 1 no Brasil. É um vexame brasileiro”.
Carlos Ernesto Starling, infectologista mineiro, com mais de 30 anos de carreira.

“Até nossos amigos reclamam! Dizem que a gente só faz eles passarem vergonha!”.
Andressa Ferreira, atriz e mulher de Thammy Miranda, ao comentar sobre as frequentes separações e reaproximações do casal.

“Você nunca poderia ver a minha bunda!”.
Dani Calabresa, humorista, para a representante da Estação Primeira de Mangueira, Renatinha, que tem tripofobia, pânico com aglomeração de furinhos.

“O que faz a família brasileira hoje sair de casa é a música sertaneja”.
Luan Santana, cantor sertanejo.

“Sem glamour e com problematização é a maneira correta de se falar sobre uma pessoa que adoece”.
Dayse Miranda, pesquisadora do Grupo de Estudo e Pesquisa em Suicídio e Prevenção (GePesp), que estuda o suicídio no Brasil, em especial entre mulheres policiais militares.

“Ninguém levanta essa bandeira! Os famosos são como alienígenas. Engravidam e logo emagrecem, perdem, em uma semana, quilos…”.
Fany Pacheco, a “famosa” ex-BBB que pretende, em sua nova carreira como youtuber, quebrar paradigmas, “humanizar os famosos e assumir uma postura que eles não assumem”.

“Vocês acabaram de ouvir a nova banda do Brasil: ‘Cada um segura o seu desodorante’!”.
Faustão, apresentador, largando mais uma de suas piadinhas após a plateia ter cantado junto com Capital Inicial um de seus grandes sucessos, com os braços erguidos e em movimento.

“Como faz falta o Chacrinha!”.
Paulo Ricardo, cantor, no Vídeo Show, ao assistir sua participação no extinto Cassino do Chacrinha, ainda com a RPM.

“Acho que eles esperavam ver Tieta…”.
Betty Faria, atriz, sobre a polêmica repercussão midiática que teve sua ida à praia de biquíni há alguns anos.

“Casa de pobre vive cheia. Casa de rico vive vazia”.
Fabrício Carpinejar, escritor.

“Realizei tantos sonhos de criança aqui nesse aeroporto, [mas, também] ganhei muitos ‘não’. Ninguém é obrigado a tirar foto comigo”.
Adauto Miguel, vendedor de balas no Aeroporto Santos Dumont, cuja conta no Instagram tem fotos dele com famosos como Gilberto Gil, Oscar Magrini e Rodrigo Santoro.

“Cortaram o barato dos presos em Porto Alegre. Eles eram os únicos brasileiros que estavam vendo uma luz no fim do túnel”.
Rogério Nascente, poeta, sobre a ação da polícia que desmantelou a tentativa de fuga de detentos do Presídio Central de POA por um túnel gigantesco, na última semana.

“Ninguém gosta mais de liberdade de expressão do que eu”.
Donald Trump, presidente dos Estados Unidos.

“Eu quero agradecer ao presidente Trump, porque, se no ano passado o Oscar parecia racista, hoje a história é outra. Os negros salvaram a Nasa e os brancos salvaram o jazz”.
Jimmy Kimmel, comediante americano e apresentador do Oscar 2017.

“Ou eu preciso me tratar ou o filme é mesmo muito bom!”.
Rubens Ewald Filho, critico de cinema sobre o musical “La la land”, que diz sempre se emocionar ao assistir.

“Posso ouvir daqui as gargalhadas de Donald Trump”.
Julio Maria, repórter cultural, sobre a gafe que permitiu que “La la land” fosse anunciado como melhor filme do Oscar 2017, quando, na verdade, o título caberia a “Moonlight”.

“O bom é que você já fez uma previsão do futuro: uma Beyoncé grávida!”.
Felipe Andreoli, apresentador-substituto do programa Encontro, tirando sarro da pessoa acima do peso que participou da ala dedicada à cantora americana na Unidos da Tijuca. A moça (ou rapaz) contornou a brincadeira de mau gosto: “Mas a minha barriga, em vez de gêmeos é de quadrigêmeos!”.

 

Taís Brem

A justa saia da coincidência

Na última semana, Fátima Bernardes recebeu, no palco do seu Encontro, o humorista e, agora ator, Ivanildo Gomes Nogueira, o Batoré. Aquele, famoso por cantar os versos “Você pensa que é bonito ser feio?”, por anos a fio, na “Praça é Nossa”, de Carlos Alberto de Nóbrega. Atualmente na Rede Globo, ele está no ar em “Velho Chico”, fazendo o papel de um delegado.
Pois, exatamente no dia em que foi ao programa matinal de Fátima, a principal temática tratada foi a de pessoas que, de tanto contarem piadas sem-graça, podem ser consideradas doentes. Ou portadoras de certo transtorno, para tornar o diagnóstico mais leve. Desde o momento em que pisou no palco, Batoré emendou uma piada na outra, sempre tentando fazer referência ao seu “drama” pessoal – o ser feio -, mas sem surtir o desejado efeito – do riso frouxo – na plateia e nos demais convidados. A própria Fátima chegou a ficar desconcertada várias vezes e, em determinado momento, inclusive, pediu que ele “parasse com essa história de feiúra” e respondesse à pergunta feita, de forma mais objetiva. A atriz Thaila Ayala, também presente na ocasião, teve um surto de sinceridade. “Quando encontrei ele nos bastidores, eu disse: ‘Já sei! Você foi convidado por causa da pauta das piadas!'”. Por outro lado, a anfitriã tentou manter a elegância. Ao entrevistar o médico que comentaria como são identificados os casos graves do transtorno da piada sem-graça, enfatizou que aquele não era o caso de Batoré, uma vez que as piadas que ele contava eram, sim, engraçadas.
A explicação não convenceu muito e, no conjunto da obra, o clima não chegou nem perto do esperado para um ambiente cômico. Se o resultado coincidiu propositalmente com a pauta do programa, não saberemos. A boa notícia é que, se o ramo das risadas não der mais certo para Batoré, pelo menos uma chance para mudar de rumo ele já tem, dadas as boas críticas que tem recebido por conta de seu personagem dramático no horário nobre da emissora global.
Taís Brem
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A ditadura das comemorações

Mesmo em tempos de dinheiro escasso, população continua mantendo hábito de consumir para celebrar efemérides (Foto: Roni Rigon/Agência RBS).
Mesmo em tempos de dinheiro escasso, população continua mantendo hábito de consumir para celebrar efemérides (Foto: Roni Rigon/Agência RBS).

Que o país está passando por uma séria crise econômica, todos sabemos. Mas, o que todos nós também temos conhecimento é de que, por mais apertadas que estejam as finanças, sempre há certo esforço para cumprir o protocolo de presentear em datas comemorativas. Pode ser que, em vez de grandes mimos, dê-se lugar às pequenas lembrancinhas – ou, em tempos de celebração pascal, troque-se os tradicionais e atrativos ovos pelas barras de chocolate. Mesmo assim, aqueles dias destacados no calendário têm um poder já bem conhecido de driblar até mesmo a falta de dinheiro e garantir que a tradição consumista, típica dessas épocas, siga se perpetuando.

Assim, as datas comemorativas são um motivo interessante para ganhar e dar presentes ou tornam-se um compromisso desagradável para quem quer poupar, mas se vê obrigado a sempre compartilhar desses momentos? Para o social media Iago Fernandes, 23, tais festividades têm sua importância, principalmente porque traduzem uma forma de mostrar o afeto e o carinho pelo outro. “As datas [comemorativas] trazem uma boa lembrança, assim como um incentivo ao que se comemora”, disse, ao comentar que, ele e os amigos costumam presentear-se mutuamente nas datas que celebram as profissões de cada um. Para isso, entretanto, até mesmo simples cartões são válidos. “Não precisa comprar necessariamente um bem material. O principal é descrever a intenção de ter chegado àquele contexto”.

Dia dos Namorados é uma das datas em que o comércio mais lucra (Foto: Taís Brem).
Dia dos Namorados é uma das datas em que o comércio mais lucra (Foto: Taís Brem).

De fato, ao presenciar o aumento nas vendas durante épocas próximas a datas comemorativas, percebe-se que grande parte da população também valoriza o hábito e vai além. Segundo o economista Ezequiel Megiato, 27, pela ordem, Natal, Dia das Mães, Dia dos Pais e Dia dos Namorados são os períodos de maior consumo no comércio. “Em função do apelo que as datas exercem sobre as pessoas, aliado ao apelo comercial dos lojistas, nessas datas, os gastos aumentam devido à troca de presentes”, observou. “Evidentemente, muitas pessoas são mais propensas ao consumo e, às vezes, extrapolam o orçamento futuro, já que, quase sempre, optam por compras à crédito e essas compras, posteriormente, devem ser quitadas”. Para ele, que é professor e coordenador do curso de MBE em Controladoria e Finanças da Universidade Católica de Pelotas (UCPel), há, inclusive, uma contradição quando a questão é economia. Se por um lado seria interessante que as pessoas pensassem formas de celebrar sem gastar tanto, para o comércio local, o melhor mesmo é que haja consumo. “Evidentemente, esse consumo precisa ser racional, para que não tenhamos um cenário de endividamento posterior, o que, seria ruim para as famílias e para o próprio comércio”.

Campanha
Aproveitando o feriadão que começou nesta sexta-feira (25) e encerra-se no domingo (27), a Associação Comercial de Pelotas (ACP) está divulgando uma campanha que reforça a necessidade do investimento por parte da população para aquecer a economia local. A peça relaciona a figura dos sonhos de consumo às compras em lojas da própria cidade para impulsionar o crescimento do comércio pelotense. E, claro, incentiva o público a “não deixar ninguém sem presente nessa Páscoa”.

Para auxiliar quem não quer abandonar a tradição, mas, mesmo assim, pretende aderir a um consumo o mais consciente possível, Megiato deixa algumas dicas: “Antes de consumir qualquer coisa, a recomendação é que se faça as seguintes perguntas: Posso adiar essa compra? Ela é realmente essencial? Quanto eu pagaria por ela à vista? E a prazo? Claro que em um período comemorativo, é difícil que alguém vá adiar a compra de um presente. No entanto, essas perguntas podem, de imediato, postergar o consumo desenfreado e auxiliar no planejamento financeiro pessoal”, finalizou.

Taís Brem

Preconceito ou valorização?

A entrada de alunos menos favorecidos na Universidade tem virado notícia em diversas plataformas (Foto: Divulgação).
O ingresso de alunos menos favorecidos na Universidade tem virado notícia em diversas plataformas e dividido a opinião do público (Foto: Divulgação).

A divulgação de aprovados em universidades do Brasil inteiro, em função do resultado do Sistema de Seleção Unificada do Ministério da Educação (Sisu/MEC), no início deste primeiro semestre letivo, provocou uma onda de noticiários que enfatizaram especialmente a conquista de alguns estudantes ao adentrar no Ensino Superior. Jornais, revistas e sites de todo o país fizeram manchetes com a filha da doméstica que deu um novo rumo à história da família pobre, a travesti que conseguiu sua vaga na Universidade e o catador de lixo que, finalmente, pode começar seu plano de ser “alguém na vida”. A posição dos veículos de comunicação dividiu opiniões.

Enquanto parte do público apoiou a iniciativa e considerou essa uma forma justa de valorizar o feito de pessoas que se esforçaram tanto a ponto de romper com uma condição, a princípio, de desvantagem, outra parcela entendeu que noticiar tais acontecimentos reforça, ainda mais, o preconceito.

O publicitário Diego Lucas Barbosa, 26, faz parte do primeiro grupo. Para ele, esse tipo de notícia não agrega informações suficientes para formar uma opinião concreta em quem ainda não tem posicionamento formado sobre o assunto. “[A matéria] pode reforçar os pensamentos que os leitores já possuem. Se são contra, pode aumentar o preconceito. Se são a favor, fará ter orgulho da situação”, pontuou. “Aos indecisos, creio que elas deem um ‘empurrão’ para que se construa sua posição pessoal”. Já a auxiliar de Educação Infantil e acadêmica de Pedagogia Eloísa Santos, 43, disse enxergar nisso tudo um “preconceito camuflado”. “O QI [quociente de inteligência] de uma pessoa não está relacionado a cor, classe social ou sexo”, disse.

Começo de vitória

Transexual passou em universidade pública e virou notícia (Foto: Facebook).
Transexual passou em universidade pública e virou notícia (Foto: Facebook).

Amanda Palha é transexual e tem 28 anos. No início de 2016, ela foi notícia em vários canais por ter sido aprovada em primeiro lugar pelo Sisu no curso de Serviço Social da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Mas, para ela, sua conquista e outras semelhantes só podem ser consideradas um grande passo rumo a uma sociedade melhor a partir do que se faz com isso. “A mera inclusão de pessoas trans na faculdade não significa muita coisa se existir isoladamente”, comentou, em entrevista. “O que faz diferença é o que a gente faz dentro espaço. Por isso que eu não acho que é uma vitória ainda, é um começo”.

Após a divulgação da matéria no site da revista Exame, diversos internautas manifestaram sua opinião. “Não importa se ela é hetero, trans, travesti ou gay. Importa que ela está mostrando que as travestis também estudam e não são todas prostitutas, como a maior parte da sociedade generaliza”, disse um. Outro, menos favorável à publicação, discursou: “Segundo a Constituição, somos todos iguais, independente de gênero. Um hetero é mais intelectual que um homossexual, por isso precisa de holofotes quando passa em alguma coisa? Claro que não. O preconceito começa a partir do momento em que separam a população entre nós e eles”.

Como funciona o Sisu?
O processo seletivo do Sisu, que existe desde 2009, é uma forma que universidades públicas do Brasil têm utilizado para selecionar novos alunos, em detrimento do antigo vestibular. Para isso, o candidato efetua sua inscrição e o sistema seleciona automaticamente os candidatos mais bem classificados em cada curso, de acordo com suas notas no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). A partir daí, são considerados selecionados os candidatos classificados dentro do número de vagas ofertadas pelo Sisu em cada curso, por modalidade de concorrência.  Há instituições participantes do Sisu que disponibilizam uma parte de suas vagas para as políticas afirmativas que beneficiam afrodescendentes, indígenas e alunos vindos de escola pública, por exemplo.

Taís Brem

Espetáculo nacional tem última apresentação em Pelotas nesta quarta (16)

Peça "Sobre Si" é encenada pela Cia de Artes Nissi (Foto: Divulgação)
Peça “Sobre Si” é encenada pela Cia de Artes Nissi (Foto: Divulgação)

 

A Cia de Artes Nissi, maior companhia de teatro evangélico do Brasil, está em Pelotas desde o início de março para encenar sua mais nova produção, a peça “Sobre Si”. Nesta quarta-feira (16), haverá a última apresentação do grupo na cidade, no Ministério Casa de Oração (MCO).

No espetáculo, o grupo narra a trajetória da nobre família do patriarca Arnolf. Dono de um porto, ele encara a realidade de uma situação desesperadora que bate à porta de sua família. A peça desenrola-se com o questionamento de o que fazer diante de uma doença incurável. Aos cuidados do mordomo da casa, a família se surpreenderá com algo jamais esperado.

 

Cia Nissi é o maior grupo de teatro evangélico do Brasil (Foto: Divulgação)
Cia Nissi é o maior grupo de teatro evangélico do Brasil (Foto: Divulgação)

15 anos de estrada
A Cia de Artes Nissi tem como propósito principal utilizar o entretenimento como ferramenta para falar do amor de Deus às pessoas das mais variadas idades, crenças ou posições sociais. Para isso, conta histórias de profunda reflexão por meio do teatro, da música, do circo, da dança e demais expressões artísticas. Tudo começou há 15 anos, quando Caíque Oliveira, atual diretor geral da companhia, reuniu 12 jovens e viajou por diversos locais do Brasil e do mundo com a celebrada peça “Jardim do Inimigo”. Hoje mais de 100 voluntários integram o grupo.

Última apresentação em Pelotas ocorre dia 16 (Foto: Divulgação)
Última apresentação em Pelotas ocorre dia 16 (Foto: Divulgação)

Solo pelotense
Nesta quarta-feira (16), ocorre a última apresentação da peça “Sobre Si” nesta temporada, em Pelotas. O evento será realizado no Ministério Casa de Oração (MCO), avenida Duque de Caxias, 194, Fragata. Os ingressos custam R$ 5,00 e podem ser adquiridos a partir das 14h, na Loja Gospel @.P.Ester, Centro Comercial Bairro Cidade, loja 54, avenida Duque de Caxias, 390, Fragata. A entrada é limitada.

Taís Brem

O meme do ano que mal começou

Página Diferentona passa de meio milhão de curtidas e vira febre na Internet
Página Diferentona passa de meio milhão de curtidas e vira febre na Internet


Caso 2016 terminasse neste exato momento, ao falar em retrospectiva, seria indispensável mencionar a página Diferentona como o meme do ano. Ela pode até soar chata e repetitiva depois de algumas postagens, mas o fato é que, agradando ou desagradando os internautas, não se fala noutra coisa na rede nos últimos dias. Trata-se de um deboche à exclusividade que algumas pessoas acham que têm em determinado assunto. “Só eu que faço papel de trouxa?”, “Só eu que nunca acampei?”, “Só eu que sofro nesta vida?” e “Só eu que amo frio?” são alguns exemplos das questões levantadas pela página e respondidas com muito bom humor. “Sim, só você. Diferentona. A rainha do gelo. A coração frio. Frozen. Toma aqui seu certificado de amante do gelo”, arrematou a postagem do dia 03 de janeiro.

Postagens ironizam supostas exclusividades (Foto: Divulgação)
Postagens ironizam supostas exclusividades (Foto: Divulgação)

Diferentona é uma página de humor, embora esteja definida como “Artes e espetáculos” no Facebook. Sua ilustração principal mostra uma versão da famosa deusa Vênus pintada por Botticelli, revirando os olhos, como tipicamente se faz quando se acha algo bizarro. A origem exata da brincadeira é desconhecida, mas é possível que tudo tenha começado no Twitter, quando a usuária @nicesthing, em novembro do ano passado, irritada com os comentários do tipo “será que eu sou a única pessoa que…”, respondeu: “Sim. Só tu. Just you. Pioneira. Inovadora. Vanguardista. 7 bilhão de pessoa [sic] no mundo mas VC”. O tuíte se espalhou e a brincadeira se expandiu, gerando a tal página do Face (que, enquanto este texto era escrito tinha mais de 700 mil curtidas), um perfil no Twitter (com 24,4 mil seguidores) e um no Snapchat, entre outras cópias, como as páginas Diferentona Indelicada e Esquisitona, para não citar as homônimas que seguem o mesmo padrão de posts. “A questão dos virais é sempre complicada, é muito difícil apontar os elementos que o constituem. Justamente por isso, tantas empresas falham tentando produzi-los”, explicou a jornalista e mestre em Letras, Taiane Volcan, 27. “Os virais são influenciados por um alinhamento de fatores, como momento histórico, padrões consideravelmente estáveis no ambiente da rede social e uma sacada que não pode ser nem simples demais, nem complexa demais, pois precisa se popularizar entre os diferentes grupos que constituem a rede”.

Embora faça tanto sucesso, tem quem esteja achando que Diferentona não durará muito mais, afinal as postagens já estariam soando enjoativas. Taiane, que atualmente é doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Letras da Universidade Católica de Pelotas (UCPel) e desenvolve pesquisas sobre discurso, humor e política em ambientes virtuais, considera que o fenômeno está seguindo um curso natural. “Um meme é um viral e sua tendência é não ter vida muito longa mesmo. Ele representa os quinze minutos de fama nas redes sociais. Todos atingem o seu ápice e depois tendem a enfraquecer. A página Diferentona está fadada a ter uma queda de popularidade, atingindo o seu ponto de estabilidade, que é quando uma página produz conteúdos interessantes, as pessoas acompanham e alguns [desses conteúdos], mais eventualmente, se destacam”, pontuou, ao citar que o mesmo processo ocorreu com outras páginas famosas, como Gina Indelicada, Dilma Bolada, Diva Depressão, entre outras.

Aproveitando a onda
Grande parte do público que curte e segue Diferentona não apenas aprecia as postagens, como interage, criando memes parecidos e ganhando, também, alguma notoriedade. Foi o que ocorreu quando a página brincou com a questão “Só eu não tenho celulite?”. Nos comentários, a usuária Fernanda Aquino fez a pergunta inversa, foi criativa na resposta e recebeu 104 curtidas. “Só eu que tenho celulite? Sim, só você. Miss queijo suíço. Xodó da Coca-Cola. Cratera lunar. A peneira humana. Brocada. Casa de cupim”. A atriz global Camila Pitanga confessou, em sua conta no Twitter, que até já entendeu como funciona a brincadeira, mas considera não ter a mesma habilidade. Os internautas não perdoaram. “Chegou a diferentona. Que não sabe fazer meme. A deslocada. Adultona”, disse um. “Só você, Camila. A pitanga estragada da pitangueira. A falsiane do Twitter. O palitinho premiado. A sensação do momento”, exagerou outro.

UFPel também valeu-se do meme (Foto: Divulgação)
UFPel também valeu-se do meme (Foto: Divulgação)

Além de reles mortais e celebridades, empresas e instituições
públicas também estão fazendo questão de aproveitar a deixa – a exemplo da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), da Prefeitura de Olinda, do Governo do Rio Grande do Sul, do canal de TV paga Multishow, da marca de automóveis Jeep e da rede de varejo Ricardo Eletro. “No caso da Diferentona, existe uma estabilidade do uso de humor como forma de comunicação nas redes sociais que se apropria da capacidade do humor de comunicar e de tornar o que é comunicado mais palatável, pois permite brincar com essa questão da diferença de opinião e suaviza esse ambiente

Peça encomendada pela Prefeitura de Olinda (Foto: Divulgação)
Peça encomendada pela Prefeitura de Olinda (Foto: Divulgação)

de disputa que vinha pesando cada vez mais na rede, especialmente em função de discursos políticos e religiosos, bastante controversos e populares”, comentou Taiane. “Considero o Diferentona um viral extremamente importante, especialmente em um contexto de disputas discursivas tão ríspidas como tenho observado nas redes sociais. É um sopro de humor na nuvem de discursos de ódio da rede, que surge para nos lembrar que não somos os únicos que pensamos diferente, que sempre irão existir opiniões opostas e que, muitas vezes, é possível se divertir com isso sem necessariamente fazer um novo inimigo”.

Taís Brem
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*Texto publicado também no Observatório da Imprensa.

Feito e dito

“Foi um chute no estômago, para não dizer num lugar mais baixo. Porque não é o nosso estilo agredir a religião dos outros. Se exigimos respeito à nossa crença, temos que respeitar as outras crenças”.
Edir Macedo, bispo e fundador da Igreja Universal, ao considerar o famoso chute na santa, ocorrido em 1995, “a pior coisa que já aconteceu” em sua instituição.

“Era mais forte do que ele”.
Marcos Pasquim, ator, sobre a mania do autor de novelas Carlos Lombardi em sempre escrever para ele personagens que apareciam sem camisa.

“Será que cada panela só tem uma tampa? Se for eu tô ferrada, porque a minha tampa já foi”.
Graziela Abrão, viúva do músico Chorão, morto em 2013.

“O segredo é não aparecer muito”.
Ney Latorraca, sobre sua popularidade.

“Quando nasci, ela me levou até ele e disse: ‘Tua filha’. Ele olhou e respondeu: ‘Desconheço’”.
Valesca Popozuda, cantora, sobre a relação entre sua mãe e seu pai biológico.

“Foi por causa dessa onda do politicamente correto. Estou seguindo uma linha de respeito”.
Gilberto Dias, proprietário da padaria Pão da Praia, em Rio Grande, que mudou o nome da Nega Maluca para Bolo Afrodescendente.

“Na vida, existem coisas que servem para nos fazer crescer fisicamente e espiritualmente”.
Fernando Medeiros, ex-BBB, sobre sua relação amorosa com Aline e Amanda dentro da casa.

“Sacrificar-se por quem não merece o sacrifício nunca foi bem assimilado pelo público. Muito embora o maior sacrifício da humanidade tenha sido feito por um homem que se deixou crucificar por quem não merecia seu amor incondicional”.
Adrilles Jorge, ex-BBB, filosofando sobre Jesus Cristo.

“Ninguém se suicida na favela. Na favela se morre por bala perdida”.
Caio Fábio, pastor.

“Adoraria viver duas personagens: a Viúva Porcina, de Roque Santeiro, e Tieta. Elas são a minha cara”.
Claudia Raia, atriz.

“Gente, eu só fui sincera. Não é o estilo que me agrada”.
Sandy, cantora e jurada do programa Superstar, ao explicar a declaração de que ama seu pai, mas não a música sertaneja.

“Sofro a humilhação pública diária de perder para a novela das 19h, I Love Paraisópolis”.
Gilberto Braga, escritor, sobre o vexame de audiência de sua novela, a global Babilônia, das 21h.

“Houve uma certa regressão do conceito das pessoas. Tudo tem que ser politicamente correto. Aí as coisas ficam chatas, ficam babacas, ficam caretas”.
Dennis Carvalho, diretor, sobre o mesmo assunto.

“A Fernanda Montenegro não tem direito de fazer apologia do afeto homossexual. Grandes fãs dela estão estarrecidos com isso”.
Ziraldo, escritor, claramente contrário ao beijo gay exibido no folhetim em questão.

Taís Brem
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Mencionaram

“Nem tudo está nas minhas mãos. Tive uma lição de humildade”.
Pitty, cantora, sobre o período de sua vida em que precisou passar por um tratamento psicanalítico.

“O Brasil é você. Essa negação do país, pela situação em que ele está, é querer ser vítima”.
Leandra Leal, atriz.

“Quando o assunto da vez é a mudança de emissora de Xuxa, nós vamos de Angélica”.
Joyce Pascowitch, jornalista, sobre a capa do mês de março da revista que leva seu nome.

“O plantio é silencioso. Festa só se faz na colheita”.
José Ivo Sartori, governador do Rio Grande do Sul, rebatendo as críticas ao seu jeito tranquilo de liderar.

“Eu não tenho mais vizinhos”.
Ana Moretto, moradora da cidade catarinense de Xanxerê, que foi parcialmente devastada por um tornado na segunda (20).

“Acho que essa moda vai passar, a não ser que esteja se espalhando uma fantástica epidemia de tolice no mundo”.
Ruth Rocha, escritora, ao criticar negativamente o interesse do público infanto-juvenil em literaturas sobre magia, vampirismo e coisas do tipo.

“Em minha defesa, tenho a desculpa de estar falando com você porque vai lançar um disco”.
Leonardo Rodrigues, repórter do UOL, justificando para Chicão, filho de Cássia Eller, que não o entrevistou em função da notoriedade da mãe.

“Tenho muito orgulho de fazer parte dessas duas famílias! Sou um cara abençoado”.
Tiago Abravanel, ator global e neto de Sílvio Santos, ao comentar a atitude do SBT em parabenizar a emissora rival, Rede Globo, pelos seus 50 anos.

“Esse ‘enta’ em vez do ‘inta’ é muito forte”.
Gabriela Duarte, atriz, sobre seu aniversário de 40 anos.

“Tenho uma vergonha muito grande de dizer que eu não fiz uma pergunta que presta”.
André Luiz Azevedo, jornalista, ao comentar que foi a última pessoa a entrevistar o ex-presidente da República Tancredo Neves.

“Diríamos que é um dos momentos mais ridículos da minha vida. O mundo inteiro deve ter pensado: ‘Quem é esse idiota berrando como louco ao lado do Pelé?'”.
Galvão Bueno, jornalista, sobre sua histórica narração da conquista do tetracampeonato pela Seleção Brasileira de futebol, em 1994.

“Quando eu tinha quatro anos, me perguntaram na escola o que eu queria ser quando crescer. Respondi: ‘Inesquecível’.”
Felipe Veloso, estilista.

Taís Brem