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“Tudo isso me entusiasma para caprichar ainda mais”

Blog Quemany relembra entrevista feita em 2010 com o vencedor do Prêmio Esso de Jornalismo desse ano

Nilson Mariano (Foto: Arquivo Pessoal)
Nilson Mariano (foto) e os colegas José Luís Costa, Humberto Trezzi e Marcelo Perrone conquistaram o prêmio (Foto: Arquivo Pessoal)

Na última semana, o jornal Zero Hora venceu a principal categoria da 58ª edição do Prêmio Esso de Jornalismo pela reportagem “Os arquivos secretos do coronel do [Destacamento de Operações de Informações – Centro de Operações de Defesa Interna] DOI-CODI”, que trouxe à tona episódios sombrios da história do período militar no Brasil. Em homenagem a um dos responsáveis pelo prêmio, o jornalista Nilson Mariano, o Blog Quemany publica neste sábado uma entrevista feita em 2010 com o repórter. Na ocasião, Nilson conversou conosco sobre a série comemorativa “52 Histórias que Não Acabaram”, que semanalmente publicou o retrato atual de histórias que marcaram época no periódico ao longo de seus 46 anos.

Blog Quemany – Como surgiu a ideia de criar a série?
Nilson Mariano – A ideia foi do diretor de Redação de ZH, Ricardo Stefanelli, que propôs reunir 52 histórias marcantes veiculadas no jornal e me chamou para executá-la. Não é uma mera volta ao passado, porque é necessário que tenha havido uma surpresa no decorrer do período. É uma série jornalística de histórias humanas.

BQ – De que forma as histórias foram escolhidas?
Nilson – A escolha dos personagens começa na sessão de arquivo, onde um profissional pesquisa jornais antigos e elenca, numa lista, os fatos que mais lhe saltaram à vista. O próximo passo é apurar como essas pessoas vivem hoje e o que fazem. Desde que o projeto começou, abriu espaço para as mais diversas histórias: de uma ex-paranormal que hoje sofre de câncer a um ladrão de carros regenerado; do curioso caso do morador de Santo Ângelo que calça 59 à cidade que, inteira, se rendeu ao desafio de emagrecer.

 

O caso de Ludwig foi um dos mais repercutidos (Foto: Arquivo ZH)
O caso de Ludwig foi um dos mais repercutidos (Foto: Arquivo ZH)

BQ – Tem algum caso em específico que tenha lhe chamado mais atenção?
Nilson – Todas elas me surpreenderam. Difícil dizer qual a que mais gostei; é algo subjetivo.

BQ – Em alguma das histórias houve resistência por parte dos personagens em tocar novamente no assunto que fora notícia? Como vocês lidam quando há uma reação negativa?
Nilson – Lembro um caso de um peão de Rosário do Sul que ganhara na loteria. Como virou fazendeiro, e está rico, ele temeu perder a tranquilidade. No lugar dele, faria o mesmo. A melhor forma de lidar com resistências do tipo é respeitar.

BQ – Como tem sido o retorno do público? 
Nilson – Tem sido melhor do que o esperado. Isso é medido pelos acessos na zerohora.com, no Facebook, pelos e-mails, telefonemas e até por cartas. Inclusive, muitos leitores sugerem histórias. Tudo isso me entusiasma para caprichar ainda mais.

Taís Brem

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