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Não era o que você estava pensando

Imagem polêmica de líderes mundiais gerou comentários maliciosos

Cameron, Helle, Obama e Michelle (Foto: Roberto Schmidt/ Agência AFP)
Cameron, Helle, Obama e Michelle (Foto: Roberto Schmidt/ Agência AFP)

Muita gente publicou e republicou. Curtiu e ajudou a repercurtir. E, a cada versão, o conto ganhou mais um ponto. Distorcido. A sequência de imagens feitas pelo fotógrafo da Agência AFP Roberto Schmidt num evento em memória ao ex-presidente sul-africano Nelson Mandela, na terça-feira (10), acompanhada de comentários maliciosos por parte da imprensa de todo o mundo, foi o suficiente para levantar uma série de afirmações sobre a falta de educação do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, do primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, e da primeira-ministra da Dinamarca, Helle Thorning-Schmidt.

Quem olha as fotos, vê o trio às gargalhadas, posando para foto no celular de Helle, e Michelle, a primeira-dama americana, com cara de poucos amigos ao lado. As conclusões: além de estar se divertindo em hora imprópria com os colegas, Obama estava correndo sério risco de ir dormir no sofá, dada a situação chata provocada pelo entrosamento com a loira assanhada. Foi isso que o planeta inteiro comentou. Acontece que, pelo que parece, a apuração jornalística gerou um “furo furado”. Porque não foi bem isso que ocorreu. Para esclarecer o caso polêmico, Schmidt publicou um post no blog dos correspondentes da AFP, dizendo que tirou as fotos logo após Obama ter discursado no estádio FNB (Soccer City), em Johannesburgo. No momento, o clima era de celebração pela memória de Mandela, bem ao estilo africano de ser, com danças, cânticos e sorrisos, inclusive. Uma questão cultural. “Era mais como uma atmosfera de carnaval, nem um pouco mórbida. A cerimônia já tinha ido por duas horas e duraria mais duas”, relembrou. “Eu não vi nada de chocante no meu visor. Os líderes mundiais simplesmente agiram como seres humanos, como eu e você. Duvido que alguém teria permanecido totalmente pedregoso enquanto dezenas de milhares de pessoas estavam comemorando no estádio. Políticos ou não, estávamos na África”.

Conforme o relato, Obama, Cameron e Helle estariam, então, apenas entrando no clima da descontraída homenagem. Michelle, também. Não fossem alguns segundos de diferença do clique, ela mesma teria sido flagrada brincando com o trio. “Seu olhar severo foi capturado por acaso”, explicou o fotógrafo, ao demonstrar frustração com a repercussão negativa atribuída ao trabalho. “Mandamos cerca de 500 fotos, tentando retratar verdadeiros sentimentos, e esta imagem aparentemente trivial parece ter eclipsado muito desse trabalho coletivo. Confesso, também, que me deixa um pouco triste que estamos tão obcecados com o dia a dia de trivialidades, em vez de coisas de real importância”, finalizou.

Ainda bem que as palavras estão aí para desfazer os mal-entendidos que a interpretação errada de uma imagem pode causar.

Taís Brem

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Wilson Lima e suas histórias

Gosto pela fotografia começou na infância (Foto: Robson Hellebrandt)
Gosto pela fotografia começou na infância (Foto: Robson Hellebrandt)

A primeira vez que ouvi falar de Wilson Lima foi durante um estágio no Jornal Diário Popular, lá por 2006, 2007. Lembro que a editora-chefe comentou: “Já visses as fotos do seu Wilson? Tem uma que mostra uma guriazinha tomando vacina que é perfeita! Ele conseguiu capturar a gotinha bem redondinha, entrando na boca dela. Ele é fantástico!”. Fiquei curiosa para ver a tal foto, tamanha era a empolgação da narração. Felizmente, não demorou muito para que eu pudesse conhecer não apenas essa imagem, mas muitas outras que fazem parte da carreira desse talentoso fotógrafo que, atualmente com 74 anos, acumula 66 de carreira, diversos prêmios e passagens por veículos importantes na história da Comunicação no Brasil, como as extintas revistas Manchete e Cruzeiro.

Minha convivência com seu Wilson começou quando passei a estagiar na Assessoria de Comunicação e Marketing da Universidade Católica de Pelotas (UCPel), onde, aliás, trabalhamos até hoje. Ele é o único fotógrafo da Universidade, responsável por registrar os variados momentos que fazem parte da vida acadêmica, desde grandes eventos a simples entrevistas do dia a dia. O talento e a disposição com que exerce o seu dom são admiráveis. A fotografia é o seu ganha-pão, sim. Ele mesmo já declarou que não se imagina trabalhando noutra coisa. Mas, mais do que meio de sobrevivência, tirar fotos é um prazer para o seu Wilson. Seu olhar está tão acostumado a fotografar, que ele sempre vê um ângulo diferente, novo e surpreendente em cada situação.

Wilson Lima tem diversos prêmios em seu currículo (Foto: Paulo Rossi)
Wilson Lima tem diversos prêmios em seu currículo (Foto: Paulo Rossi)

Trabalhar com Wilson Lima é estar lado a lado com o prodígio que, aos oito anos de idade, tirou um retrato do muro caído de um galpão no Centro da cidade e teve sua foto publicada no jornal onde seu pai, o também fotógrafo Ramão Barros, trabalhava. É ouvir as histórias de bastidores de eventos como as edições do Festival de Cinema de Gramado das décadas de 1970 e 1980. É enxergar o brilho do olhar de quem esteve no México, durante a Copa do Mundo de 1970, capturando o momento em que Pelé dava o seu famoso soco no ar. É se admirar ao saber que ali está o responsável pelo registro que imortalizou Fidel Castro bebendo Coca-Cola. É imaginar a felicidade de Elis Regina ao experimentar seu vestido de noiva durante uma sessão de fotos e se emocionar com a sensibilidade da artista chorando a morte de Che Guevara, momentos depois. É se divertir escutando a reprodução dos trechos de uma conversa com Raul Seixas, assim como descobrir as surpresas que podem ocorrer durante um velório, como o de Lupicínio Rodrigues. E é, também, querer revirar meio-mundo atrás das fotografias que registram essas histórias todas. Não para comprovar a veracidade delas. Apenas para ter o gosto de apreciá-las e guardá-las com carinho. Seu Wilson não fez isso. Acostumado a ver seu trabalho publicado periodicamente, ele nunca achou que seria importante guardar as edições para que, no futuro, pudesse relembrar os momentos de sua carreira ou mesmo compartilhar esses fatos com quem não teve a oportunidade de vivenciá-los. Achava que era bobagem. Uma lástima.

São muitas as experiências a que se tem acesso quando ele é o assunto e uma saída para uma pauta é garantia de boas risadas. Muito provavelmente, porque por trás desses 74 anos, há uma criança que nunca saiu de cena. Seu Wilson é tão contagiante que apenas reproduzir suas piadas já garante um bom status humorístico. Não é pouca a quantidade de amigos e familiares que tenho que dizem “Preciso conhecer esse senhor!”, quando eu conto suas peripécias. Sua companhia é tão agradável e divertida que certa vez um de seus netos passou um espetáculo de circo inteiro na plateia apenas observando os palhaços sem esboçar a reação característica das crianças diante de uma atração desse tipo. Não havia motivo para rir. Por quê? “Meu avô é muito mais engraçado que eles!”, justificou, desapontado.

Wilson Lima e Taís Brem (Foto: Paulo Soares)
Wilson Lima e Taís Brem (Foto: Paulo Soares)

Dizem que para ser completo, o ser humano precisa plantar uma árvore, ter um filho e escrever um livro. Um filho eu já tenho, embora planeje ter mais uns dois, se assim Deus permitir. Árvore eu já plantei, levando em conta, inclusive, as sementes de feijão plantadas no colégio. Mas, livro, ainda está na esfera dos sonhos. Fiz alguns ensaios de publicações quando criança, dignos de quem sempre quis ser algo como jornalista ou escritora, desde que se entende por gente. Porém, ainda que em fase de projeto, uma coisa é certa: quando minha carreira como escritora deslanchar, seu Wilson será assunto de um dos meus livros. Sua história é digna de ser conhecida por muita gente e imortalizada como um tributo a pessoas que fazem desse planeta um lugar melhor para se viver.

Taís Brem
*Texto classificado em segundo lugar na categoria Histórias de Vida do III Prêmio Longevidade Bradesco Seguros 2013

Elas não me representam


O conjunto de xícaras e pires que sua avó usava, a imagem do brinquedo que fazia sucesso entre seus coleguinhas ou a letra da música que fazia todo mundo dançar empolgadamente. Há inúmeras publicações nas redes sociais que, muito mais que provocar boas lembranças, fazem surgir, sobretudo nos remanescentes que foram crianças nos anos 1980 e 1990, uma agradável sensação de pertencimento.

É comum presenciar quem, ao se deparar com essas coisas, comece a puxar mais uma lista de símbolos que marcaram sua geração. As respostas ao clássico “O que você quer ser quando crescer” são um exemplo. Lembro que, nosso sonho, como meninas, variava entre ser professora, médica, bailarina e, é claro, o trio-maravilha “modelo-cantora-e-atriz”. Difícil achar quem não se identificasse.

Isso me faz ficar um tanto boquiaberta quando vejo ou escuto declarações como a que a ex-panicat Dani Bolina prestou semana passada, revelando que, desde pequena, sempre sonhou em sair pelada na capa de uma revista masculina. Dani nasceu em 1984, como eu. E, a menos que tenhamos crescido em ambientes estratosfericamente diferentes, não consigo achar nisso nenhuma concordância. É como se eu e a moça em questão fôssemos de planetas totalmente estranhos, ainda que se considerem os fatores culturais, familiares, éticos e tal. O só mencionar as “revistas de mulher pelada” no meu contexto era, no mínimo, assunto-tabu. Sair na capa delas, então… Totalmente impensável! Eu nunca conheci quem, naquela idade, quisesse fazê-lo.

Talvez, as crianças com quem convivi eram mais atrasadas ou mais reprimidas. Mas, quando essas personalidades aparecem lançando pérolas como essa na mídia, é de admirar. Não exatamente pelo fato do “sonho” em si, porque a declaração de Dani não é nada exclusiva. Confesso que fiquei bem mais apavorada quando Andressa Soares, a Mulher Melancia, disse o mesmo lá por 2008. Contudo, de lá para cá, até Flávia Alessandra já confessou aspiração semelhante. O susto fica mesmo por conta do rótulo. Os colegas jornalistas poderiam usar expressões do tipo “desejo proibido”, “aventura que esperava realizar” ou até “projeto a longo prazo para ganhar dinheiro fácil”. Mas, “sonho de criança”? Soa quase como um atentado ao pudor! E isso porque nem a alegação do nu artístico cola para quem ainda não entende a diferença entre a mão esquerda e a direita. Por acaso, há criança tão evoluída que compreenda a diferença entre alguém que aparece pelado vulgarmente numa foto e alguém que posa sem roupa por motivos puramente profissionais? Poupem-me! Se isso foi moda em algum momento na nossa infância, eu e minha turma perdemos o bonde. Definitivamente, essas moçoilas não me representam.

Taís Brem

Ora, ora, pois, pois

 

 

“Os blogueiros que nasceram no final dos anos 80 se referem à expressão como ‘provérbio’ ou ‘velho ditado’, nem imaginam que veio de uma propaganda”.

Washington Olivetto, publicitário, dono da agência W/Brasil e criador da campanha que contém a famosa frase “O primeiro a gente nunca esquece”, feita originalmente para divulgar um sutiã.

 

“Que maneira melhor de informar nossos clientes a respeito de nossas ações sobre as filas no check-in do que colocar uma mensagem que eles possam ler enquanto esperam?”.

Steve Bayliss, gerente de marketing da companhia aérea Air New Zealand. A empresa está buscando carecas que aceitem manter uma tatuagem temporária na cabeça para divulgar os serviços que prometem mais rapidez e menos filas. Cada careca deve receber o equivalente a R$ 1.200.

 

“Acho que o grande atrativo da novela é ainda a falta de opção das pessoas. A pessoa vê, porque não tem nada melhor para fazer naquele horário”.

Regina Duarte, atriz.

 

“Devemos copiar aquilo que deu certo na forma com que os evangélicos utilizam a grande mídia”.

Jonas Abib, monsenhor e fundador da Canção Nova, o maior pólo de comunicação católica do Brasil.

 

“Devo dizer que não me lembro de experiências negativas com drogas. Mas não digo para todo mundo usar. Vi muita gente ter viagens ruins ao meu lado”.

Roberto Frejat, músico.

 

“É uma mostra que nos força a pensar sobre o efeito da fama e as conseqüências do estilo de vida dos pop stars”.

Alex Proud, diretor da galeria de arte londrina que abriga a mostra fotográfica Forever 27, sobre roqueiros que morreram aos 27 anos de idade.

 

 

 

Sinistro…

 

Uma exposição em Londres pretende mostrar fotografias de roqueiros mortos aos 27 anos. Para quem pensa que a lista é pequena, engana-se. A “coincidência” reuniu mais de 30 nomes, entre eles Kurt Cobain, Jimi Hendrix e Janis Joplin. Em comum, todos tiveram um sucesso estrondoso, viveram intensamente e morreram prematuramente, aos 27 anos de idade. 2 + 7 = 9… Hum… Isto te lembra alguma coisa?

Frases – parte VII

 

 

“O Michael Jackson é uma criança em forma de gente”.

Carla Perez, dançarina, “tirando o chapéu” para o cantor no programa Raul Gil, há alguns anos. Será que as crianças não fazem parte da categoria de seres humanos?

 

“Não tirei porque estava com vontade de ficar pelada, até porque eu sou evangélica, e não cabe para uma mulher de 52 anos, mãe de família, ficar de calcinha na porta do banco”.

Solange Couto, atriz, dizendo não saber o porquê do fiasco que fez numa agência da Caixa Econômica Federal, no último dia 28. Depois de várias tentativas frustradas de passar pela porta giratória, a atriz perguntou ao segurança o que mais teria de fazer para conseguir entrar. Ele respondeu: “Tira a roupa”. E ela… obedeceu.

 

“Por que na Frei Caneca, gente? Tem um padre ali, tem uma igreja. Vai passear em qualquer canto do bairro!”.

Célia Marcondes Smith, advogada da Sociedade dos Amigos e Moradores do Bairro de Cerqueira César (Samorcc), protestando sobre a intenção de fazer da rua Frei Caneca, em São Paulo, uma “rua gay”.

 

“Nós vamos conversar com o governador [José Serra] para que o consumidor tenha opção: quem quiser comprar por quilo, que compre por quilo, quem quiser por dúzia, que compre por dúzia”.

José Torres Gonçalves, presidente do Sindicato dos Feirantes do Estado de São Paulo, sobre a lei que obriga os comerciantes a venderem bananas  por quilo e não mais por dúzia. Será que ninguém tem coisa mais importante com que se preocupar?

 

“Me espanta a idéia de me casar, acredito que é mais romântico continuar namorando, porque isso permite ao homem não dormir em uma coroa de louros”.

Shakira, cantora colombiana, dizendo não querer saber de casamento, apesar de pensar na maternidade.

 

“Dedico uma petição especial àqueles de vocês que o Senhor chama para o sacerdócio e à vida consagrada. Não tenham medo de dizer sim a Jesus”.

Papa Bento XVI, dirigindo mensagem a jovens australianos.

 

“Uma coisa são férias, a outra são férias forçadas por não ter trabalho. A Record conseguiu pegar essas pessoas, entre aspas, inúteis e dar emprego a elas”.

Ângelo Paes Leme, ator, favorável à iniciativa da Record em convidar artistas globais para serem contratados.

 

“Quando olhei as fotos percebi que nunca vemos os astros do rock daquela forma. Quando mostrei as fotos para a Juliette [Lewis], ela concordou e disse ‘essa é a forma de mostrar como realmente somos’”.

Matthias Willim, fotógrafo suíço, famoso por retratar roqueiros logo após seus shows.

 

“A beleza da mulher foi feita para mostrar para o marido dela e para mais ninguém. Por quê o outro vai xeretar? Por quê o outro tem de saber o comprimento ou a cor do meu cabelo ou se está tudo em cima? Isso é da conta só do meu marido.”

Ilza Almeida, consultora brasileira que se mudou para o Egito há três anos. Ela adotou o véu para esconder os cabelos e evitar o assédio masculino.

 

“Claudia carrega Deus em tudo o que faz, e credita a Ele a escolha deste momento para engravidar. Daí, se o bebê for menino, ela quer dar um nome bíblico. Este nome no momento é David”.

Paulo Roberto Sampaio, assessor da cantora Cláudia Leitte.

 

“Bom, eu pensei sim, mas ainda não escolhi esse nome não. Acho que é mais uma sugestão dele”.

Cláudia, negando, com bom-humor, a afirmação de seu assessor.

 

“Estamos cansados de ter que esperar, de ver nossos pais e avós comandarem o país. Queremos comandar as coisas”.

John Tayler Hammons, 19 anos, eleito em maio prefeito da cidade de Muskogee, nos EUA.