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“Ruim é teu passadis”


Na última semana, uma grande fabricante de produtos capilares publicou, em sua página do
Facebook, a foto de uma garota com o penteado da moda: coque com fios bagunçados. A menina tinha cabelo liso e loiro. Muitas curtidas e comentários simpáticos depois, um, em especial, chamou minha atenção: “Acho que vocês deveriam começar a postar dicas para cabelos crespos. Só acho”, sugeriu uma consumidora. A empresa prontamente respondeu que sim, providenciaria dicas que se adaptassem às diversas necessidades das clientes. Foi quando outra consumidora resolveu levar para o lado da ignorância e se meteu na conversa: “Fulana, se seu cabelo é ruim, ninguém pode fazer nada por você!”.

O comentário ridículo teve pouco apoio – uns dois likes, no máximo. A maioria do feedback que a moça recebeu pela sua infeliz colocação foi de reprovação. Não abri a foto para saber se a primeira sugestão veio de uma negra. Mas, quando ela resolveu levantar a bandeira dos cabelos crespos, ficou rotulada, no mínimo, como quem tem problemas graves a cada vez que decide pegar um pente para domar as madeixas, como os proprietários do chamado “cabelo ruim”. Ainda que apenas uma pessoas tenha tido a coragem de expor esse pensamento.

A classificação dada aos cabelos de afrodescendentes não é nova. A variação “cabelo duro”, inclusive, já foi usada para preencher os versos de uma música popular muito cantada lá pelos anos 1990 – ruim, aliás, era a tal música. Alguns diriam que esse “modo de falar”, trata-se apenas de um costume cultural inocente. Mas, para outros, é uma prova de que o preconceito racial que dizem já não existir aqui no Brasil não acabou coisa nenhuma. Afinal, qual é mesmo a métrica que se utiliza para definir se algo é “ruim” ou não? Cabelo de negro é difícil de pentear, é fato. Mas, a palavra ruim carrega consigo um sentido tão pejorativo quanto o que acompanha expressões como “ovelha negra”, “imprensa marrom”, “denegrir a imagem”… É como se o senso comum bradasse que, “se é preto ou negro, basta para ser ruim”. De qualquer forma, como disse meu pai quando conversávamos sobre o assunto há um tempo atrás, a única coisa que destoa dessa realidade é a “grana preta”, que todos querem ter.

Velado ou descoberto, consciente ou inconsciente, o tema merece reflexão sobre a forma com que emprestamos nossas bocas para reproduzir comportamentos preconceituosos que só atrasam o progresso da humanidade.

Se Antônio Carlos Bernardes Gomes, o Mussum, legítimo representante do humor negro, entrasse naquela polêmica facebookiana, seu comentário certamente seria: “Ruim é teu passadis”.

Taís Brem

Texto publicado também no Reportchê.

Falou, tá falado!

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Rita Cadillac

“Foi praticamente um coma alcoólico”.
Rita Cadillac,
ex-chacrete, ao confessar que o ramo dos filmes pornográficos não deu certo para ela, porque precisava beber demais para completar as atuações sem culpa.

“Se pudesse desejar uma coisa pra humanidade, desejaria que toda mulher tivesse parto normal”.
Carolina Dieckmann, atriz.

“Pô, é a quarta vez que leio alguém dizer que quer um Brasil descente. Eu quero é subinte! E decente”.
Luciano Pires, jornalista, indignado com os posts com erro de português no Facebook.

“Eu oro por ela”.

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Baby do Brasil

Baby do Brasil, cantora e pastora, surpreendendo Marília Gabriela ao responder a pergunta: “Você gosta da Lady Gaga?”.

Uma novela é sucesso quando desperta sentimentos fortes: amor, ódio, vale tudo. Só não vale indiferença”.
Glória Perez, escritora.

“Tem dias que prefiro homens, tem dias que prefiro mulheres. Eu me relaciono com pessoas, não com rótulos”.
José de Abreu, ator, abrindo suas escolhas sexuais.

“Acho incrível como o cantor de uma banda chamada Ratos de Porão se tornou um ídolo mirim”.
André Barcinski, jornalista, sobre João Gordo. Barcinski está trabalhando na produção da autobiografia do músico.

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Johnny Depp

“Quando fico coberto por maquiagem, é mais fácil olhar para outra pessoa. É mais fácil olhar para o rosto do outro do que para o próprio. Acho que é assim com todo mundo”.
Johnny Depp, ator, que ficou famoso por interpretar personagens que exigiam uma grande descaracterização de sua aparência natural, como no filme “Edward Mãos de Tesoura”.

“Não quero mais dirigir, porque prefiro beber”.
Zeca Pagodinho, cantor, ao demonstrar como equilibra sua paixão pela cerveja e sua consciência a respeito da segurança no trânsito.

Taís Brem

Pois então…

 

Sobre o que escrever? Meu Deus… Fazia tempo que este dilema não passava pela minha cabeça. Eu tava bem empolgada com este negócio de blog e parecia ter assunto fervilhando aos montes todo dia, toda hora. Mas de uns dias para cá… Tô meio sem saber o que dizer.

Talvez porque esteja desanimada com as estatísticas da minha página. Acho que as pessoas até olham um pouco, de vez em quando, mas quem escreve gosta de ser lido, não tem jeito. Por isso nunca parece o bastante. E depois, mandei um monte de convite pra um monte de gente que nem deve ter dado muita bola. Existem exceções, é claro. A estes (Tânia, Ingrid, pastor Fábio, Rafa Varela, Miguel…), o meu muito obrigada. A atenção de vocês serviu para me animar um pouquinho. Mas, por outro lado, tal qual como escrevi noutro post, talvez o motivo do ibope baixo seja a diferença de gostos. Talvez eu tenha uma forma muito particular de me expressar que difere do que as pessoas curtem ler. Por exemplo: as frases que seleciono para colocar aqui. Bah, isso é algo que me fascina. Acho muito legal ficar fuxicando textos e entrevistas imprensa afora e retirar deles trechos de coisas que as pessoas falam e geram idéias interessantes sobre tudo. Mas aí é que está: EU ACHO interessante. O resto da torcida do Flamengo, pelo jeito, não.

Ontem eu tive uma aula digamos… com uma boa margem de tempo para ficar sem fazer nada. Nisso, aproveitei para dar uma zapeada na internet. Entretanto, parece que até as novidades do meu arsenal de fontes murcharam. Por acaso achei, no site da BBC Brasil, uma matéria sobre um tal “arrasa-corações” da Arábia Saudita. Segundo a reportagem, trata-se de um ator considerado um “Justin Timberlake melhorado” e que tem provocado, inclusive, divórcios e desentendimentos entre casais naquele país. O motivo: o cara se mostra mais romântico que a maioria dos maridos da vida real e provoca revoltas apaixonadas nas mulheres. Os esposos, por sua vez, também tomam a iniciativa de dar um ponto final nas relações quando encontram, assim, aleatoriamente, fotos desse Ricardão nas carteiras e pertences de suas cônjuges. Tu vê, né? É cada uma.

Esta dava um bom assunto. Mas não achei que teria capacidade de destrinchar muito mais que meia-dúzia de linhas acerca disso. E depois, fazer as vezes de um “controlC/controlV” do nada é algo que eu mesma critico, na maioria dos casos, quando vejo em algum meio de comunicação, qualquer que seja. Acho pouco original.

Então, quem sabe, falar de novas tecnologias? Hummm, assunto farto. Dia desses me deparei com uma notícia na Zero sobre um tal de Blu-ray. O Blu-ray, sabe? Quê? Vocês ainda não o conhecem? Tudo bem, até ler esta matéria, eu também não conhecia. Trata-se de um disquinho azul – como o próprio nome, ainda que contraído, sugere – candidato a sucessor do DVD. Ainda existem poucos filmes no mercado passados para esta tecnologia e o aparelho que o reproduz é bem carinho. Mas nada que impeça que, logo, logo, a coisa se popularize e, assim como os MP3’s, DVD’s e celulares de última geração, fique a preço de banana. Só que este assunto também não vingou. Ficou empacado na pastinha que criei no computador para desenvolver textos para o blog. Assim como algumas frases que tô esperando contexto para colocar no ar. Mas todo dia falar de Taty Quebra-barraco e Zé do Caixão cansa, né? Pois é… Melhor dar um tempo.

A inspiração deve vir com mais força nos próximos dias. É o que espero, sinceramente.

 

Taís Brem (com TPM, numa cidade em dia de chuva).