Mais que uma primeira impressão

Eu gosto de saber o que as pessoas pensam sobre mim. Parece estranho assumir isso em meio a uma sociedade em que a maioria diz que não se importa com a opinião alheia e jura que está “pouco se lixando” para a visão que os outros têm de si. Mas, eu gosto de saber dessas coisas. Sobretudo, quando aquele primeiro encontro, que gerou uma primeira impressão, evoluiu para uma amizade duradoura. Daquelas que ultrapassam anos, que chegam a décadas, que perduram para a eternidade.

De vez em quando, exercito fazer perguntas desse tipo para meus amigos: “O que vocês achavam de mim quando me conheceram?”. A maioria me achava tímida, séria demais ou metida. E foi, modéstia à parte, se surpreendendo ao longo do tempo. Descobriu que, na verdade, eu poderia ser uma boa amiga ou, pelo menos, uma pessoa mais simpática do que parecia à primeira vista.

Da mesma forma, gosto de relembrar como eu imaginava que certas pessoas eram antes de ter uma proximidade maior com elas. A Ana Paula, mesmo. Não, não foi um caso de amor à primeira vista. Ela foi simpática comigo desde o primeiro momento. Eu, não. Devo confessar que treinei o melhor de meus sorrisos amarelos para o momento em que ela arriscasse dizer “oi”. Eu realmente não fiz a menor questão de ser (ou parecer) simpática naquela ocasião. Mas, de alguma maneira extremamente constrangedora, fui pega de jeito. É engraçado pensar que aquela mesma pessoa que antes eu queria evitar é hoje tão importante na minha vida, capaz de mudar meu dia com um abraço (ou uma bronca). Desde aquele primeiro contato, ela já ouviu muitas de minhas lamúrias, já guardou muitos de meus segredos, já me deu infinitos conselhos, já enxugou minhas lágrimas, já riu das minhas piadas, já brigou comigo como uma mãe faz com a filha que ama, já disse que tinha orgulho de mim, já orou, em prantos, pra eu melhorar quando estava doente, já me pegou no colo…

E hoje é o seu aniversário. Por mais que eu tente, eu nunca vou conseguir retribuir tudo o que ela já fez por mim, tudo o que essa amizade tem me feito crescer como pessoa, como mulher, como esposa, como mãe, como filha de Deus. Nessa hora, sinto-me como alguém que vai presentear alguém que já tem de “tudo”, que parece não precisar de nada e para quem, por isso mesmo, acertar um presente é tão simples que chega a complicar. Ela é assim. Essa homenagem, portanto, não tem a pretensão de ser convencional. Seu objetivo? Dizer “eu te amo” com algo a mais que sete letras. Dizer “obrigada” com mais do que somente uma palavra. Repetir o clichê dos clichês (“você é única e especial”) sem cair na mesmice. E fazer tudo isso sem encher linguiça, mas produzindo aquele efeito que só os amigos com “A” maiúsculo reconhecem. Se o seu nome é Ana Paula Oliveira Guimarães e você está do outro lado da tela, lendo essa crônica e enxugando as lágrimas, o objetivo foi alcançado. Te amo, minha amiga, minha mãe, minha irmã, minha pastora. Parabéns!

Taís Brem