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Vai acabar! Aleluia!

Eu poderia até dar uma de crente e dizer que tudo que sei sobre a Índia se resume à sua 22ª posição na lista dos 50 países mais intolerantes ao cristianismo, o que a faz um lugar de extrema miséria bem diferente do que a mídia tem mostrado, onde cristãos são brutalmente torturados, acusados falsamente e presos sem motivo, onde milhares de pessoas sofrem com o aumento da violência por parte dos extremistas hindus, etc, etc e tal. Mas, além de me destacar um pouquinho dos cerca de 90% de cristãos brasileiros que sequer sabem o que é uma igreja ser perseguida por seguir a Cristo, eu estaria contribuindo para aumentar a lista dos mentirosos.

Sim, tudo o que escrevi acima é verdade e nossos irmãos indianos sofrem mesmo, até muito mais do que isso. Mas, não, não é apenas isso que sei sobre a Índia. Por culpa do folhetim que até amanhã ocupa o horário nobre global, já posso dizer que conheço um pouco mais da cultura indiana, ainda que nunca tenha colocado os pés na terrinha nem tenha aberto as portas da minha casa para ver o que se passava na telinha durante a exibição de “Caminho das Índias”. É que saber do que eles (os personagens) fizeram e deixaram de fazer foi inevitável. Todo mundo, em todo o momento e em todo o lugar nesse universo que chamam de real falou disso: no ônibus, no ambiente de trabalho, na rua, na chuva, na fazenda… Só a igreja, graças a Deus, escapou! E não dá nem pra colocar a culpa nos últimos capítulos. No início, o assunto era só esse, porque todos queriam saber se Glória Perez estava só engambelando a audiência ou tinha realmente algo mais a desenrolar do que o que sempre faz quando aborda uma cultura internacional em seus enredos. E depois, comprovado que a história era diferente (se é que realmente era), a coqueluche tomou conta do Brasil.

Mérito da noveleira por ter emplacado mais um sucesso ou ponto a menos pros telespectadores que se iludiram pensando que esse tipo de coisa mudaria a vida deles em algum sentido? Não sei. Limito-me a dizer que não ter visto a atração não aumentou sequer um milímetro na minha estatura. E talvez até tenha me deixado um pouco fora do padrão. Mas, tudo bem, não é o fim. Esse, com certeza, não é um motivo para eu me atirar no Ganges ou arder no mármore do inferno. Ops, desculpa a ignorância! Essa última frase era do núcleo marroquino de uma outra novela. Me perdi nos bordões, não é a minha. Melhor ficar com as orações pelos indianos que realmente precisam da nossa audiência.

 Taís Brem

Então, diga!

“Aquilo que Deus quer, por pior que possa parecer, é o que há de melhor para nós”.
José Alencar,
vice-presidente da República, expressando sua fé no Todo-Poderoso, ao comentar a fase crítica que tem passado na luta contra o câncer.

“Se houvesse uma eleição para Deus, eu não votaria neste que está aí”.
Chico Anysio,
humorista, no caminho inverso do vice-presidente.

“Sou eu mesma quem faz todas as roupas da Stefhany, tudo com muito cuidado, para não expor a imagem dela”.
Nety,
mãe de Stefhany, a “cantora” descoberta via Youtube e que está fazendo o maior sucesso dentro e fora da rede com seu hit “Eu sou Stefhany”. Quem lê, até pensa que o figurino da moça é conservador. Mas engana-se: “Não posso colocar uma roupa comprida numa menina de 17 anos. Não quero que ela aparente ter 20 ou 25”, justifica a mãe…

“Quando jovem, queria ser uma dessas pessoas que saem pelo mundo pregando a palavra de Deus”.
Mara Manzan,
atriz global.

“É simplesmente nojento, animal e estúpido as pessoas com a cabeça fechada e que têm medo desse assunto”.
Daniel Radcliffe,
mais conhecido como o bruxinho Harry Potter do cinema, falando sobre homossexualismo. O rapaz está na capa mais recente da revista Attitude, voltada ao público gay.

“As chances de haver um velhote que se veste de vermelho e distribui presentes a bordo de um trenó puxado por renas voadoras parecem significativamente maiores do que as de existir uma inteligência infinita que criou o Universo e se interessa pelo destino individual de cada um dos 7 bilhões de terrestres, aos quais conhece desde criancinhas”.
Hélio Schwartsman,
colunista da Folha e ateu. Tadinho.