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As mais-mais

 

A revista Veja fez um levantamento bastante interessante sobre peculiaridades de 40 cidades brasileiras. Algumas são tão curiosas que resolvi reproduzir aqui. Tá curioso também? Então, dá uma lida na lista de alguns dos municípios mais-mais do Brasil e, em alguns casos, até do mundo.

 

Mais segura

Desde que criou um canal permanente de comunicação entre os cidadãos e a polícia, o município de Maringá, no Paraná, é o mais seguro do país. Enquanto outras cidades tem taxa de homicídios de 35,5 para cada 100 mil pessoas, lá este número é de apenas 7,9. Chega a ser parecido com a capital da Holanda, Amsterdã.

 

Mais informatizada

Brasília é a cidade do Brasil que mais tem domicílios com acesso a aparelhos de tecnologia de informação e comunicação. As proporções de lares com desktops, de pessoas com notebooks e de donos de celulares da capital federal chegam a superar às de São Paulo.

 

A que mais recicla

O Brasil é o país que mais recicla alumínio no mundo: mais de 1 milhão de latinhas por hora. Destas, 70% são recicladas em Pindamonhangaba, no leste paulista, que sedia a maior empresa de reciclagem do planeta, a Novelis.

 

A maior produtora de suco de laranja

Itápolis, em São Paulo, é a cidade que mais produz suco de laranja. E isso não só no Brasil, mas mundialmente. Por ano, 710 mil toneladas de laranja são espremidas para virar bebida.

 

Mais alfabetizada

Parecido com o Japão, o município catarinense de São João do Oeste tem menos de 1% de analfabetos em sua população com mais de 15 anos.

 

Onde mais se lê

Em Passo Fundo, aqui no Rio Grande do Sul, os habitantes leem, em média, seis livros por ano. O índice é três vezes maior que o normal registrado no Brasil. Encosta no padrão francês.

 

Só brancos

Todos os 1.583 habitantes da cidade gaúcha de Montauri, contados em 2007 pelo IBGE, são brancos. O município foi fundado em 1904 por italianos.

 

Mais negros

Riacho Frio, no sul do Piauí, é o município brasileiro com o maior porcentual de negros do Brasil: 62% da população. Outros 18% são pardos. Presume-se que a concentração se deve à sua proximidade com antigos quilombos.

 

A mais evangélica

Dos 3.600 habitantes de Quinze de Novembro, no centro do Rio Grande do Sul, 60% se denominam protestantes. Eles mantiveram a religião de seus antepassados, luteranos alemães que fundaram a cidade no início do século XX.

 

A mais incrédula

Em Nova Ibiá, Bahia, 60% dos habitantes se declaram sem religião. A segunda colocada neste quesito é Pitimbu, na Paraíba.

 

A capital do divórcio

Campo Grande, capital do Mato Grosso do Sul, é também considerada capital dos divórcios no país. É a cidade que mais registra casos de separação judicial.

 

Mais motos

Tabatinga, no Amazonas, tem cerca de 25 mil motos, praticamente uma para cada dois habitantes. Até 2007, a cidade não tinha nem posto de gasolina. Mesmo assim, os veículos de duas rodas eram abastecidos por combustível vendido dentro de garrafas plásticas.

 

Taís Brem 

 

Assim, assim

 

“Já ouvi até que o Pelé é mais famoso que Jesus Cristo”.

Edson Arantes do Nascimento, o Pelé, comentando sua popularidade em entrevista à Veja. Convencido? Ele explica: “Mas não sou eu que digo isso, viu? Ouvi de um jornalista japonês. Depois que os Beatles disseram que eram mais famosos que Cristo, começou a desgraça e o grupo acabou”. Ah, tá…

 

“O homem ficou irritado e perguntou: ‘Você é o dono do mundo?’. Respondi: ‘Sou não. Sou só o zelador’”.

Carlinhos Brown, músico, comentando sua postura ecológica ao chamar atenção de um senhor que jogou uma lata de cerveja pela janela do carro.

 

“Todos os caras com quem eu cresci, exceto os que casaram e tiveram filhos, ainda estão traficando drogas e se comportando como idiotas. Há um criminoso a menos porque eu peguei a guitarra”.
Noel Gallagher,
da banda Oasis.

 

“Tenho parte em 70% das músicas dele. Sabe o que é o marido o dia inteiro no violão, téim, téim, téim, atrás de uma palavra? Pois eu ia lá e achava a palavra”.

Paula Lavigne, empresária e ex-mulher de Caetano Veloso, garantindo que foi parte fundamental na construção do sucesso dele.

 

“Ninguém pode pensar hoje que casou por toda a vida. As crianças perceberam isso. Pela minha experiência, quando os pais resolvem bem a situação entre eles, os pequenos não estão nem aí. São fortes, adaptam-se”.

Maurício de Sousa, cartunista e pai da Turma da Mônica, numa filosófica reflexão sobre separação de pais. E olha que ele entende “tudo” de crianças…

 

“Aqui vocês não vão encontrar só índios. Aqui também tem gente bonita”.
Gedeão Amorim, secretário de Educação do Amazonas, apresentando o estado com uma declaração pra lá de infeliz a 192 estudantes do Projeto Rondon.

 

“Filho da mãe não tem direito a visita. Aqui, mãe só vê filho com autorização judicial. Muitos vão para o crime porque a mãe não tomou atitude quando eles eram crianças. Depois que o cara vira bandido a mãe vem visitar?”.

José Magalhães, delegado, considerado o profissional mais famoso do gênero na Bahia, justamente pela fama de durão. Já dá pra ter uma ideia.

 

Falação

 

“Eu sou uma dessas pessoas que acredita que você não deve se arrepender de nada na vida. Você precisa se sentir confiante de que era tudo parte do percurso”.

Angelina Jolie, atriz, ressaltando que não lamenta nem se arrepende das experiências que teve com drogas. Bonito, hein?

 

“Há uma espécie de jogo oculto, umas simulações de afeto, umas forçadas de barra, regadas a peru, arroz de forno e batatas. Não seria um filme meu se fosse uma festa de Papai Noel com presentes e renas de nariz vermelho”.

Selton Mello, diretor do longa “Feliz Natal”, que, segundo ele, é baseado em experiências pessoais. “Sempre achei o Natal algo meio melancólico, uma celebração meio obrigatória”, comentou.

 

“Jesus disse: amai o próximo. Por isso os homens têm tesão pela cunhada, pela melhor amiga da mulher. E as mulheres, pelo personal trainer. Ele está bem ao lado dela”.

Francisco Daudt, psicanalista, tirando onda com o mandamento bíblico.

 

“O único emprego dele era ser marido da Susana e jogar futevôlei na praia. E, pelo que sei, só a primeira função era remunerada”.

Mãe de Fernanda Cunha, definindo o ex-marido da atriz Susana Vieira e amante da filha, Marcelo Silva. Fernanda virou celebridade trash ao ligar para um jornal contando que tinha um caso com Marcelo há sete meses e que havia apanhado dele por ter aberto o jogo com a outra. Agora, os dois já aparecem apaixonados na tv e anunciando casamento. Pelo jeito, a moça gostou da surra.

 

“Gosto de dividir com as pessoas o que Deus tem feito na minha vida. Vou me preparar. Quem sabe um dia…”.

Kaká, jogador de futebol, sobre a possibilidade de se tornar pastor.

 

“Um papel não faz diferença, não tem a menor importância. Papel você rasga. Ter um documento e estar atrelado a alguém não quer dizer que ame mais ou menos aquela pessoa”.

Giovanna Antonelli, atriz, pregando contra o casamento legalizado.

 

“Não tenho motivo nenhum para comemorar nada. Não sou feliz nem infeliz, diria que sou indiferente em relação à vida. Tiraram a maior parte de mim”.

Ana Carolina Oliveira, mãe de Isabella Nardoni, em entrevista à revista Veja nesta semana.

Vaidade de vaidades

 

Bem dizia o sábio Salomão no livro de Eclesiastes: “Vaidade de vaidades, tudo é vaidade”. Li hoje uma matéria muito interessante no site de Veja sobre coisas que não precisamos fazer antes de morrer. Sim, você entendeu direito: uma lista do que NÃO precisamos fazer antes de ir para nosso destino final. Ao mesmo tempo engraçada e reflexiva, a reportagem fala do caminho inverso que se pode trilhar em vez de ficar se sobrecarregando com coisas fúteis que alguns abençoados dizem ser indispensáveis para dar um sentido melhor à vida. Batalhar para entrar pro Guiness ou ter seus 15 minutos de fama na televisão, ficar rico, nadar com golfinhos e ler romances inúteis de trilhões de páginas são apenas alguns destes muitos itens que tornam a existência um fardo pesado demais para ser carregado.


E é tão pesado que nem Dave Freeman, um dos autores do livro Cem Coisas para Fazer Antes de Morrer, conseguiu levar. Freeman e Neil Teplica publicaram o livro em 1999 dando uma espécie de pontapé inicial para que todos os demais reles mortais passassem a se sentir bastante frustrados por não atingir todos aqueles objetivos traçados. O problema é que ele mesmo acabou morrendo no meio da lista e não pode, portanto, cumprir sua nobre missão. Na contramão disso, três outros livros foram lançados recentemente para amenizar o drama: 101 Coisas para Não Fazer Antes de Morrer, do americano Robert Harris, Não Ligo a Mínima – 101 Coisas para Não Fazer Antes de Morrer, do inglês Richard Wilson, e Cai Fora! 103 Coisas para Não Fazer Antes de Morrer, do inglês Sam Jordison. Eu, que ainda não cheguei aos 40 anos, vi as listas do que fazer e tive a sensação de que nunca iria conseguir. Primeiro fiquei meio deprimido. Depois percebi que era ridículo e decidi livrar as pessoas desse tipo de opressão”, brincou Jordison. Dá uma olhadinha em algumas destas bizarrices.

 

Visitar o Taj Mahal — Conhecer o mausoléu transformado em declaração póstuma de amor é item obrigatório dos viajantes aventureiros. Atente-se para o fato de que o monumento é cercado de Índia por todos os lados: o rio cheira mal, o calor é insuportável, mendigos imploram por trocados e, acima de tudo, há turistas demais. Todos, sem exceção, tirando fotos que serão versões pioradas das imagens dos cartões-postais e guias de turismo. “Eu estive no Taj Mahal e acho que acontece o mesmo que com as pirâmides do Egito e com Machu Picchu: já vimos tanto na televisão e em fotos que, ao vivo, não são tão bonitos. Também dizem que é incrível mergulhar nas Maldivas, mas eu nem sei nadar”, disse Wilson.

 

Aprender outra língua – Grego antigo, alemão moderno, mandarim? Quem já fala no mínimo outros três idiomas pode se dispensar da obrigação. A regra só não serve para mulheres solteiras que querem usar o método de aprender italiano, na Itália, usando o universal e comprovado método de namorar um local.

 

Ler Guerra e Paz Ou Ulisses, ou a Ilíada. São obras-primas da literatura, é verdade. Mas ninguém é obrigado a ler suas centenas de páginas se não aproveitar de verdade. Em resumo: não acabe um livro de que você não gosta. Leia outra coisa.

 

Pular de pára-quedas – Ou fazer bungee jumping. Ou, radicalismo dos radicalismos, praticar o “zorbing”, assustadora modalidade em que o praticante é colocado em uma bola gigante, muitas vezes cheia de água, que rola morro abaixo. “Nunca tinha ouvido falar nisso até ler as listas do que fazer. Se você é viciado em adrenalina, faz sentido. Eu sofri um acidente de carro e posso dizer que a sensação é a mesma. Taquicardia, frio e tremedeira. É muito desagradável”, descreve Jordison.

 

Ir a uma praia de nudismo – Além de correr o risco de sofrer queimaduras em áreas nunca dantes bronzeadas, você se sentirá inferior diante de corpos mais bonitos ou constrangido por outros nem tanto. E passará o dia sendo examinado por estranhos. Pra quem tem vocação para manequim de vitrine, serve.

 

Assistir a uma corrida de Formula 1 em Mônaco – Além de um barulho infernal, os carros passam rápidos demais, não dá para saber quem está em qual colocação, é impossível ver a maior parte da pista, o ar fica cheirando a gasolina e os preços são extorsivos.

 

Passar a virada do ano em Times Square, em NY – Entre outras coisas faz muito frio, o tempo todo alguém faz uma piadinha sem graça, todas as ruas em volta estão fechadas por causa da passagem das autoridades e você percebe que ficou preso no meio de 500.000 pessoas. Depois de um bom tempo de pé, você precisa de um banheiro.

 

Ficar rico – Se não ficou até agora…

 

 

Melhor se inspirar nas palavras de Salomão:

 

“É ilusão, é ilusão, diz o Sábio. Tudo é ilusão. A gente gasta a vida trabalhando, se esforçando e afinal que vantagem leva em tudo isso? Pessoas nascem, pessoas morrem, mas o mundo continua sempre o mesmo. O sol continua a nascer, e a se pôr, e volta ao seu lugar para começar tudo outra vez. O vento sopra para o sul, depois para o norte, dá voltas e mais voltas e acaba no mesmo lugar. Todos os rios correm para o mar, porém o mar não fica cheio. A água volta para onde nascem os rios, e tudo começa outra vez. Todas as coisas levam a gente ao cansaço — um cansaço tão grande, que nem dá para contar.

Os nossos olhos não se cansam de ver, nem os nossos ouvidos, de ouvir. O que aconteceu antes vai acontecer outra vez. O que foi feito antes será feito novamente. Não há nada de novo neste mundo. Será que existe alguma coisa de que a gente possa dizer: “Veja! Isto nunca aconteceu no mundo”? Não! Tudo já aconteceu antes, bem antes de nós nascermos. Ninguém lembra do que aconteceu no passado; quem vier depois das coisas que vão acontecer no futuro também não vai lembrar delas.

Eu, o Sábio, fui rei de Israel, em Jerusalém. E resolvi examinar e estudar tudo o que se faz neste mundo. Que serviço cansativo é este que Deus nos deu! Eu tenho visto tudo o que se faz neste mundo e digo: tudo é ilusão. É tudo como correr atrás do vento. Ninguém pode endireitar o que é torto, nem fazer contas quando faltam os números. E pensei assim: ‘Eu me tornei um grande homem, muito mais sábio do que todos os que governaram Jerusalém antes de mim. Eu realmente sei o que é a sabedoria e o que é o conhecimento.’ Assim, procurei descobrir o que é o conhecimento e a sabedoria, o que é a tolice e a falta de juízo. Mas descobri que isso é o mesmo que correr atrás do vento”.

 

Eclesiastes-1
 

O doce gostinho da vingança

 

Por que o homem carrega dentro de si o espírito vingativo? Foi a partir desta questão que a revista Veja, nas bancas a partir da próxima quarta, elaborou a reportagem principal desta edição. Li a matéria e achei bastante interessante, por isso resolvi sugeri-la por aqui. A resposta para a pergunta pode ser formada por duas teorias básicas. A primeira é que o desejo de vingança é uma espécie de toxina existente na mente apenas das pessoas rancorosas, fruto de perturbações pela falta dos pais na infância, por exemplo. Outra definição mostra este sentimento como algo já intrínseco à personalidade humana, como o amor, o ódio e o medo.


 

Mas, além de dar explicações psicológicas pra problemática do famoso “olho por olho, dente por dente”, a reportagem apresenta alguns exemplos de quem resolve pagar seus agressores com a mesma moeda. Tem de tudo: de vinganças bobas até coisas bem sérias, de casos corriqueiros a uns que eu nunca tinha ouvido falar na vida. Uma mulher mesmo resolveu se vingar do ex-namorado roqueiro mandando aos amigos dele uma fita de vídeo em que ele aparecia na companhia de pagodeiros. O que ela ganhou com isso? O cara foi desmoralizado pelo grupo e perdeu a amizade da turma! Vê se pode! Já o pai de um garotinho assassinado aos oito anos de idade, ao tomar conhecimento de que os criminosos não seriam punidos, planejou invadir a audiência e matar os três responsáveis à queima-roupa. Graças a Deus, ele conseguiu desviar a ira e desistiu da idéia. Mas os dois exemplos servem bem para mostrar a que extremos este sentimento (literalmente) dos infernos pode levar as pessoas. E o pior: dando um espacinho para o lado carnal, todos nós estamos sujeitos aos mesmos desatinos. Se não formos além.


 

Antes de você seguir o link e conferir com os próprios olhos o produto desta propaganda editorial gratuita, só mais dois exemplos que me chamaram a atenção. Um é o do judoca português Pedro Dias. Nas olimpíadas de Pequim, ele usou o desejo de vingança como motivação ao derrotar o brasileiro João Derly, que havia lhe roubado a namorada no passado. “Ele foi humilhado, humilhado por mim”, festejou. A medalha era o que menos importava na disputa. O que parecia estar mesmo em jogo era sua dignidade. Outro exemplo citado foi o da atriz Jennifer Aniston, que resolveu esvaziar o guarda-roupa do parceiro ao descobrir sua traição. As roupas foram doadas a uma instituição de caridade. Detalhe um: o parceiro era, nada mais, nada menos, que o galã holliwoodiano Brad Pitt. Detalhe dois: a traidora atende pelo simples e humilde nome de Angelina Jolie e, atualmente, forma com o bonitão um dos casais mais badalados do mundo das celebridades. E daí? Jennifer, pelo menos, saiu de alma lavada do negócio. O problema é que o gostinho doce da vingança é mais curto que a perna da mentira. Como diria Tertuliano: “Quer ser feliz por um instante? Vingue-se. Quer ser feliz para a vida toda? Perdoe”. Praticar isso não é tão fácil quanto citar uma declaração. Mas pode servir de incentivo para dar menos vazão à carne. Experimentemos.

 

Taís Brem

 

*A matéria de Veja pode ser lida aqui.