Muito a declarar

 

“Acho que sou uma boa menina, tenho um coraçãozinho bom. Trabalho direitinho e mereço as coisas”.

Mari, jogadora da seleção brasileira de vôlei, nada modesta ao passar à final dos Jogos de Pequim.

 

“Duda tem me ajudado muito, assim como ajudou muito ao Lula”.

Marcelo Crivella, candidato à prefeitura do Rio, elogiando o trabalho do publicitário Duda Mendonça. O marketeiro é responsável pela campanha de Crivella, assim como foi da de Lula, em 2002.

 

“Dizem que ao fazer o papel de Deus você dá um tiro no próprio pé. E fiz duas vezes. Por muito tempo, recebi roteiros para fazer bonzinhos na tela. Por isso o Sloan me atraiu. Você não sabe ao certo se ele é mocinho ou bandido”.

Morgan Freeman, ator, comparando seus personagens em “O Todo-poderoso” e em “O Procurado”, que estréia hoje no Brasil.

 

“É hora de acabar com a pergunta ‘o que você comprou?’ e começar a perguntar ‘você vive bem?’”.

Bill McKibben, ambientalista americano, defendendo a qualidade de vida em vez do consumismo no livro “Deep Economy” (em português, Economia Profunda).

 

“Tem muita mulher bonita por aí, dá até raiva. Não tenho olho grande no que é dos outros, cada um tem as suas coisas. Mas essas mulheres, com esse corpo, dá vontade de dar nelas”.

Taty Quebra-barraco, funkeira.

 

“Quando eu estava na Amazônia fui a um restaurante em que os convidados escolhiam o peixe vivo na hora dentro de aquário. Eu achei tão agressivo, foi um momento, sei lá. Parei ali”. 

Leona Cavalli, atriz, que optou pelo estilo de vida vegetariano.

 

“Deus mudou meu futebol”.

Jorge de Amorim Campos, o Jorginho, jogador de futebol, falando de como sua conduta dentro de campo mudou depois da conversão ao Evangelho. Antes ele mais dava porrada que jogava.

 

Eu sei que não sou uma boa pessoa quando o assunto é o uso dessas substâncias”.

Lily Allen, cantora, que já teve problemas com drogas e não se arrisca a dizer que não voltará a usá-las.

 

 

Mate amargo

 

Não sou muito de chimarrão. Na verdade, não acho a mínima graça em ficar sorvendo aquele chá amargo, pelando de quente. Por este lado, nem pareço gaúcha. Todavia, mesmo que não seja minha praia, faz muito tempo que o mate virou marca mais que registrada do Rio Grande do Sul e não é difícil conhecer gente que chega a acordar mais cedo que a cama só para manter o hábito. E nem o inverno é empecilho para isso. Devem achar bom à beça para merecer tanto sacrifício.

 

Pois bem. Acontece que um estudo feito por pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) caiu na mídia, no início desta semana, e tá causando muita polêmica. Por quê? A pesquisa mostra que substâncias presentes no chimarrão podem contribuir para o surgimento de câncer no esôfago. Seriam os tais HAP (hidrocarbonetos aromáticos policíclicos). A cada dúzia de chimarrão servida, foi detectado o mesmo índice de HAP existente em um maço de cigarro. Hummm…

 

 

Quando li a reportagem, em voz alta, para os bebedores de plantão no meu serviço, quase fui apedrejada. Tudo bem, até entendo. Concordo mesmo que seja meio forte a conclusão. Afinal, tudo que se sabia de ruim do mate até agora era que ficar todo mundo chupando na mesma bomba não era coisa lá muito higiênica. Mas daí a causar câncer? Parece exagero.

 

Pelo estudo, disseram que o risco da doença é atribuído exatamente àquela quentura toda que me repele: quanto mais alta a temperatura da bebida, mais HAP. O que deve deixar os adeptos do mate mais tranqüilos é que, apesar do alarde, não dá ainda pra dizer que chimarrão dá câncer. E isto porque, enquanto no cigarro estas substâncias maléficas vão direto pro pulmão, no caso do chima, não se sabe nem que rota os HAP fazem dentro do organismo. Precisariam de mais estudos para tanto.

 

O presidente do Instituto Escola do Chimarrão, em Venâncio Aires, Pedro Schwengber, bate pé e diz que o produto não faz mal coisa nenhuma: “Nunca vi alguém ter problemas por beber chimarrão, mas já vi gente morrer por causa do cigarro”. Ele ainda defende que outros estudos já provaram que o mate ajuda contra o colesterol, o mal de Parkinson e até as cáries. “Quando todos souberem desses benefícios, o mundo todo vai tomar chimarrão”. Então tá…

 

Taís Brem