O doce gostinho da vingança

 

Por que o homem carrega dentro de si o espírito vingativo? Foi a partir desta questão que a revista Veja, nas bancas a partir da próxima quarta, elaborou a reportagem principal desta edição. Li a matéria e achei bastante interessante, por isso resolvi sugeri-la por aqui. A resposta para a pergunta pode ser formada por duas teorias básicas. A primeira é que o desejo de vingança é uma espécie de toxina existente na mente apenas das pessoas rancorosas, fruto de perturbações pela falta dos pais na infância, por exemplo. Outra definição mostra este sentimento como algo já intrínseco à personalidade humana, como o amor, o ódio e o medo.


 

Mas, além de dar explicações psicológicas pra problemática do famoso “olho por olho, dente por dente”, a reportagem apresenta alguns exemplos de quem resolve pagar seus agressores com a mesma moeda. Tem de tudo: de vinganças bobas até coisas bem sérias, de casos corriqueiros a uns que eu nunca tinha ouvido falar na vida. Uma mulher mesmo resolveu se vingar do ex-namorado roqueiro mandando aos amigos dele uma fita de vídeo em que ele aparecia na companhia de pagodeiros. O que ela ganhou com isso? O cara foi desmoralizado pelo grupo e perdeu a amizade da turma! Vê se pode! Já o pai de um garotinho assassinado aos oito anos de idade, ao tomar conhecimento de que os criminosos não seriam punidos, planejou invadir a audiência e matar os três responsáveis à queima-roupa. Graças a Deus, ele conseguiu desviar a ira e desistiu da idéia. Mas os dois exemplos servem bem para mostrar a que extremos este sentimento (literalmente) dos infernos pode levar as pessoas. E o pior: dando um espacinho para o lado carnal, todos nós estamos sujeitos aos mesmos desatinos. Se não formos além.


 

Antes de você seguir o link e conferir com os próprios olhos o produto desta propaganda editorial gratuita, só mais dois exemplos que me chamaram a atenção. Um é o do judoca português Pedro Dias. Nas olimpíadas de Pequim, ele usou o desejo de vingança como motivação ao derrotar o brasileiro João Derly, que havia lhe roubado a namorada no passado. “Ele foi humilhado, humilhado por mim”, festejou. A medalha era o que menos importava na disputa. O que parecia estar mesmo em jogo era sua dignidade. Outro exemplo citado foi o da atriz Jennifer Aniston, que resolveu esvaziar o guarda-roupa do parceiro ao descobrir sua traição. As roupas foram doadas a uma instituição de caridade. Detalhe um: o parceiro era, nada mais, nada menos, que o galã holliwoodiano Brad Pitt. Detalhe dois: a traidora atende pelo simples e humilde nome de Angelina Jolie e, atualmente, forma com o bonitão um dos casais mais badalados do mundo das celebridades. E daí? Jennifer, pelo menos, saiu de alma lavada do negócio. O problema é que o gostinho doce da vingança é mais curto que a perna da mentira. Como diria Tertuliano: “Quer ser feliz por um instante? Vingue-se. Quer ser feliz para a vida toda? Perdoe”. Praticar isso não é tão fácil quanto citar uma declaração. Mas pode servir de incentivo para dar menos vazão à carne. Experimentemos.

 

Taís Brem

 

*A matéria de Veja pode ser lida aqui.

 

 

 

 

2 comentários em “O doce gostinho da vingança”

  1. Nem cheguei a ler a matéria da Veja, já me esbaldei aqui em seus comentários, mto bom o texto, o que falar da vingança!!?!?
    Vou deixar alguns versículos aqui, que falam por si só.

    “Não digas: vingar-me-ei do mal; espera pelo Senhor e ele te livrará.” Provérbios 20:22

    “Ouvistes que foi dito: Olho por olho, e dente por dente. Eu, porém, vos digo que não resistais ao homem mau; mas a qualquer que te bater na face direita, oferece-lhe também a outra.” Mateus 5. 38-39

    E como você mesmo disse:
    “Praticar isso não é tão fácil quanto citar uma declaração. Mas pode servir de incentivo para dar menos vazão à carne. Experimentemos.”

    Fábio Guimarães – http://www.fabioecarolguimaraes.wordpress.com

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