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Medo? Que nada!

 

 

Calçados com ilustrações de diabinhos que se transformam em acessórios mimosos e um filme cujo protagonista é um demônio que luta pelo bem da sociedade. Agora é a vez de outros monstrengos invadirem o imaginário infantil com uma mensagem bem diferente da que a maior parte dos reles mortais aprendeu a se acostumar. Medo? Que nada! Bruxas, morcegos e toda esta trupe podem ser até amigos de seus filhos. Já pensou que boa companhia?

 

É mais ou menos isso que sugere a publicação da editora Panda Books intitulada “Desenhando Monstros”. Com autoria do norte-americano Ed Emberley, o livro apresenta a proposta de ensinar os pequenos a reproduzir, sem maiores embaraços, vampiros de dentes bem afiados, lobisomens peludos e morcegos horripilantes. Isso sem falar no Godzila e no Frankstein que completam a coleção que a própria editora chama de “assustadora e divertida”.

 

 

 

A idéia assemelha-se com a da Enciclopédia dos Monstros, de Gonçalo Júnior. Em entrevista à imprensa sobre seu lançamento (leia aqui parte da declaração), o autor defende que educar a criança a gostar destas criaturas bizarras é um bom passo para que elas comecem a ter medo do que – na opinião dele, é claro – realmente importa. Ou seja: por que acusar seres inofensivos pela sua aparência se vivemos num mundo cercado de assassinos e ladrões? Eles são os monstros, afinal!

 

Já pela ótica do filme da Disney, Monstros S.A., os tais personagens continuam sim com o seu papel tradicional: assustar as crianças. Aliás, esta chega a ser uma questão de sobrevivência no cenário criado pela produção do longa. A tal fábrica que ilustra o filme é uma organização de monstros que se dedica a arrancar e guardar os gritos dos pequenos, em qualquer parte do planeta, no idioma que seja, durante as 24 horas do dia, para logo transformá-los em energia para os automóveis e para todas as cidades onde vivem os monstros. Acontece que, mesmo mostrando a que vieram os personagens principais, o filme continua propagando a mesma mensagem subliminar que insiste em inverter valores. Bem aquela coisa de que “se eles são tão fofos, bonitinhos, mimosos e engraçados”… Pânico pra quê? Aliás, quem foi mesmo que inventou esta história “boba” de que monstros dão medo?

 

Taís Brem

Capeta do bem

 

“Ele pode ser vermelho. Ele pode ser chifrudo. Ele pode ser incompreendido. Mas quando você precisa do trabalho direito, é hora de chamar Hellboy”. Este é um pequeno trecho da sinopse oficial do filme Hellboy II – O Exército Dourado”. A tradução em português para o nome do protagonista – menino do inferno – já indica um pouco do que o enredo promete. Mas, com ressalvas: a expectativa dos criadores é de que, embora diabólico, o personagem seja aceito por cinéfilos de todas as idades como um super-herói. Portanto, um bom cidadão a serviço da comunidade. Simpático, inclusive.

 

Há quem diga que é justamente por conta de sua simpatia que a primeira fase de Hellboy fez tanto sucesso. O personagem criado pelo californiano Mark Mignola, é gigante, vermelho, chifrudo e, mesmo acostumado a ser zombado na rua, leva tudo no bom humor. Sua história indica que ele nasceu no inferno, com o propósito de destruir o planeta. Mas aí, ele acabou caindo nas mãos de um padrasto bondoso e, milagrosamente, abandonou sua torta natureza, ingressou numa tal Agência para Pesquisas e Defesa em Paranormalidade, virou um capeta do bem e passou até a aparar os chifres.

 

O enredo se desenrola quando o planeta Terra descobre-se em situação de perigo, já que as forças da natureza lideradas pelo príncipe Nuada, vão se vingar dos homens porque eles andam matando o ecossistema. Nuada desperta o Exército Dourado, adormecido há milênios, para atacar os homens. Hellboy (interpretado por Ron Perlman), sua namorada, Liz (da atriz Selma Blair), o robô Johann e o desajeitado Abraham Sapiens saem em busca do Q.G. de Nuada. E o bonde vai andando com direito até a romance de família. Acredita que o ex-chifrudo derrete seu coração quando sabe que será papai? Óhhhhh, que mimoso…

 

Apenas por esta pequena introdução, dá pra notar que a trama é boa pedida para despertar, pelo menos, dois tipos de opinião. Ou a seqüência tem a intenção de ser apenas um manual cinematográfico divertido, com boas doses de ação e lições nobres acerca dos problemas ecológicos ou é um filme-lobo disfarçado em pele de cordeiro. Eu fico com a última. Particularmente, não vejo com bons olhos algo que coloca o grande vilão da humanidade como um inofensivo serzinho do bem. Ainda mais que, pelo teor da coisa, o longa deve levar milhares de crianças acompanhadas pelos pais aos cinemas e, consequentemente estimular filosofias do tipo “Yin-Yang”, em que o bem não é somente bom e o mal também não é tão mau assim. E então: alguém aí acredita nesta história? Só pela cara feia do personagem principal, melhor pensar duas vezes.

 

 

Taís Brem

Então, tá bom

 

“Eu ficava indignada de São Paulo, a terceira maior cidade do mundo, não ter um lugar aconchegante e sofisticado para a despedida”.

Milena Romano, empresária do ramo de assistência funerária, comentando a implantação do serviço que disponibiliza pacotes para velórios de até R$40 mil. Quem se dispor a desembolsar a quantia, desfruta de salas requintadas para a despedida do morto, fundo musical inspirado no gosto do falecido, bufê com guloseimas, transmissão do evento pela internet e até lembrancinhas do momento fúnebre, chamadas de “bem-velado”. E o pior: isto não é uma piada.

 

“Quero me tornar o piloto mais preparado da Fórmula 1. Não há ninguém mais competitivo que eu”.

Lewis Hamilton, piloto inglês, atual líder do Mundial de Pilotos e número um da McLaren.

 

“Isso é perseguição da censura contra o cinema de terror e contra o cinema nacional. Para os gringos eles dão uma classificação bem menor. O Batman teve classificação de apenas 12 anos e é um filme bem violento!”.

José Mojica Marins, autor e intérprete de Zé do Caixão, reclamando de estar perdendo a audiência de crianças e adolescentes por causa da restrição de faixa etária em seu mais novo filme.

 

“Eu não quero saber qual é a referência que as pessoas têm de mim. Acho que elas têm que me ver pessoalmente. Pessoalmente, eu tenho algo a acrescentar”.

Sabrina Sato, apresentadora de tv.

 

“Sou um candidato limpo. Os meus adversários é que são sujos”.

Severino Cavalcanti, ex-presidente da Câmara que renunciou ao mandato em 2005 para não ser cassado por cobrar propina de um restaurante do Congresso. Atualmente, o político disputa a prefeitura da cidade pernambucana de João Alfredo.

 

“É como a vontade de ir ao banheiro, é fisiológico. Você sabe que tem que fazer naquela hora”.

Lobato, baterista da banda “O Rappa”, sobre o momento certo de se lançar um CD.

 

“Nunca antes tinha estado tão estressado, mas de alguma maneira isso me encanta”.

Brad Pitt, ator americano, falando do relacionamento com seus seis filhos.

 

“Estamos mostrando o poder das mulheres, que não deve ser subestimado”.

Samantha Ronson, DJ, afirmando o casamento com a atriz Lindsay Lohan. Uma das noivas mora no estado da Califórnia, nos States, onde o casamento gay é legalmente permitido.

 

“Já tive experiência homossexual. É a filosofia de que devemos passar por tudo na vida. Deus é energia, quando a gente morre é escuro total. A oportunidade é agora. Não dá para deixar nada para depois”.

Netinho, cantor baiano, afirmando gostar de “meninos e meninas”. E o que Deus tem a ver com isso mesmo?

 

 

 

Outra leva

 

“Se você pedir para eu piscar, eu não vou saber fazer. Se mandarem eu jogar um beijo, eu também não saberei. Eu não sei usar nenhum artifício que uma pessoa sexy usa. Isso está muito longe do que eu sou”.

Sabrina Sato, apresentadora de tv.

 

“Faço política por amor. Só largo quando morrer e for para o céu”.

Severino Cavalcanti, ex-presidente da Câmara.

 

“Se existisse uma versão feminina de Cristo, seria Britney”.

Russel Brand, comediante britânico, no MTV Video Music Awards, comparando a ressurreição de Jesus à volta bem-sucedida da cantora Britney Spears à mídia.

 

“Tem um lado meu que adoraria interpretar uma drag queen. Vai ver é só desculpa para usar muita maquiagem nos olhos”.

Daniel Radcliffe, ator que interpretou Harry Potter no cinema.

 

“Se as críticas resolvessem, o Brasil nunca seria derrotado porque elas sempre existem. Seríamos campeões de todos os campeonatos”.

Dunga, técnico da seleção brasileira de futebol.

 

“Sempre pensei nela como uma pessoa eterna e 100% de ferro, à prova de qualquer estrago”.

Carol Thatcher, filha da ex-primeira-ministra britânica Margaret Thatcher, ao informar à imprensa que a mãe sofre de demência.

 

“Se eu quiser entrevistar a Madonna, eu entrevisto. Ela é da mesma gravadora que eu. Não vai custar muito”.

Belo, cantor, cheio de moral.

 

“Só na América o garoto que nasceu no Havaí e a menina criada num subúrbio de Chicago podem chegar à Casa Branca. É por isso que amo este país”.

Michelle Obama, em discurso na convenção democrata, sobre a possível eleição do marido, Barack Obama, à Presidência americana.

Fala, tchê!

 

“Eu dedico essa música ao papa porque eu sou uma filha de Deus. Todos vocês também são filhos de Deus”.

Madonna, cantora, afrontando o Vaticano ao anunciar a canção “Like a Prayer”, num show em Roma. A Igreja Católica classificou a apresentação da música de forte apelo sexual como “uma das mais satânicas da história da humanidade”.

 

“Achamos que a fé não é algo saudável para eles”.

Alejandro Rozitchner, filósofo argentino que escreveu o livro “Filhos sem Deus – Ensinando à Criança um Estilo Ateu de Viver”. Ele e a esposa referem-se aos filhos como “os três ateuzinhos”. E com muito orgulho.

 

“Pronto, agora a medicina ficou revolucionária. É normal que um cadáver respire… Lamentável. Barbeiragem pura”.

Paulo Sant’ana, jornalista, criticando a atitude de um hospital de Canela que deu como morto um bebê que ainda respirava. Ao ser informado do fato pela funcionária da funerária, a enfermeira justificou que é natural que cadáveres respirem ar, por isso enterraram a criança viva.

 

“Eu gosto de viajar, mas, por razões de saúde, só posso ir a Paris, Londres e Nova York. Segundo o meu médico, se eu tiver um problema de saúde, essas cidades têm atendimento de Primeiro Mundo”.

Olavo Setúbal, presidente do conselho de administração da Itaúsa, do banco Itaú, falecido em agosto.

“O Fantástico nunca foi meu. E entre ficar triste apresentando um programa e feliz sem esse programa, eu preferi ser feliz. É isso que as pessoas não entendem”.

Glória Maria, jornalista, sobre sua saída do programa global.

 

“Eu tinha certeza que ia perder. Fiquei com a medalha de prata mais uma vez”.

Ziraldo, cartunista, conformado com a derrota para o jornalista Luiz Paulo Horta na eleição para a Academia Brasileira de Letras. Há dois anos, ele foi perdeu para o bibliófilo José Mindlin.

 

“O babaca rico que já estudava não queria que o pobre tivesse a chance”.

Lula, criticando a elite que foi contra a criação do ProUni.

 

“Tem muitas pessoas se casando, mas não é casamento de verdade. É casamento de combinação”.

Maisa, apresentadora de tv e garota-prodígio do SBT.

 

 “De ‘gente-fruta’ eu já tô pra lá de cheia! Só admiro a Carmem Miranda!”.

Karina Bacchi, atriz.

 

“Eu apenas não estou mangueira, mas eu sou mangueira. E ponto”.

Carlinhos de Jesus, coreógrafo, poupando palavras ao explicar por que não ensaiará a comissão de frente da escola de samba carioca em 2009, após 11 anos no comando.

 

“Me senti mal no Festival de Roterdã, onde todo mundo estava de terno e eu, com minhas roupas coloridas e tênis rasgados”.

Gustavo Spolidoro, diretor do filme “Ainda Orangotangos”, falando do que o motivou a comprar um terno para incrementar o guarda-roupa a ser usado em eventos mais sociais.

 

“Não teremos mesas nem cadeiras, para que as pessoas realmente se encontrem, se esbarrem, se conheçam. Mesa é uma barreira psicológica”.

João Cury, sócio de uma casa noturna paulistana, ao explicar a proposta informal do local.

 

 

 

Muito a declarar

 

“Acho que sou uma boa menina, tenho um coraçãozinho bom. Trabalho direitinho e mereço as coisas”.

Mari, jogadora da seleção brasileira de vôlei, nada modesta ao passar à final dos Jogos de Pequim.

 

“Duda tem me ajudado muito, assim como ajudou muito ao Lula”.

Marcelo Crivella, candidato à prefeitura do Rio, elogiando o trabalho do publicitário Duda Mendonça. O marketeiro é responsável pela campanha de Crivella, assim como foi da de Lula, em 2002.

 

“Dizem que ao fazer o papel de Deus você dá um tiro no próprio pé. E fiz duas vezes. Por muito tempo, recebi roteiros para fazer bonzinhos na tela. Por isso o Sloan me atraiu. Você não sabe ao certo se ele é mocinho ou bandido”.

Morgan Freeman, ator, comparando seus personagens em “O Todo-poderoso” e em “O Procurado”, que estréia hoje no Brasil.

 

“É hora de acabar com a pergunta ‘o que você comprou?’ e começar a perguntar ‘você vive bem?’”.

Bill McKibben, ambientalista americano, defendendo a qualidade de vida em vez do consumismo no livro “Deep Economy” (em português, Economia Profunda).

 

“Tem muita mulher bonita por aí, dá até raiva. Não tenho olho grande no que é dos outros, cada um tem as suas coisas. Mas essas mulheres, com esse corpo, dá vontade de dar nelas”.

Taty Quebra-barraco, funkeira.

 

“Quando eu estava na Amazônia fui a um restaurante em que os convidados escolhiam o peixe vivo na hora dentro de aquário. Eu achei tão agressivo, foi um momento, sei lá. Parei ali”. 

Leona Cavalli, atriz, que optou pelo estilo de vida vegetariano.

 

“Deus mudou meu futebol”.

Jorge de Amorim Campos, o Jorginho, jogador de futebol, falando de como sua conduta dentro de campo mudou depois da conversão ao Evangelho. Antes ele mais dava porrada que jogava.

 

Eu sei que não sou uma boa pessoa quando o assunto é o uso dessas substâncias”.

Lily Allen, cantora, que já teve problemas com drogas e não se arrisca a dizer que não voltará a usá-las.

 

 

Blá-blá-blá

 

“Eu não tenho assunto com ninguém do Rio. No Rio você vê advogados falando ‘merreca’ em vez de falar dinheiro. Que credibilidade um sujeito desses tem?”.

Lobão, músico, atacando os cariocas (e mais meio-mundo), em entrevista ao Jornal do Brasil.

 

“Sinto-me perdendo, mas tenho consciência de que a aprovação desse projeto é muito importante para as crianças e os adolescentes”.

Maria do Rosário, deputada federal e candidata à prefeitura de Porto Alegre, sobre a decisão que retirou os casais homossexuais da Lei Nacional de Adoção. Ao contrário do que esperava Maria do Rosário, os gays não estão aptos, perante a legislação, para aderirem ao processo.

 

“É o que eu chamo de ‘estratégia de traficante’: o primeiro é de graça”.

Zeca Baleiro, cantor, brincando com o marketing que fará no segundo volume de seu CD “O Coração do Homem-Bomba”. Três faixas do álbum serão disponibilizadas gratuitamente para download em seu site.

 

“Acho que está na hora de mudarmos esta franquia. Queremos que o Chucky seja algo que as pessoas tenham medo”.

Don Mancini, roteirista que escreveu o clássico Brinquedo Assassino. O próximo filme da série deve chegar às telas em 2010, mas com um formato mais trash e assustador que o conferido nas últimas versões da seqüência, em “O Filho de Chucky” e “A Noiva de Chucky”.

 

“É a eleição mais confortável da minha vida, mas estamos em campanha como se houvesse um adversário forte”.

José Soler Pântano, prefeito de Bálsamo, SP, que garantiu vitória antecipada já nas eleições 2008. O motivo: a cidade é uma das 135 do Brasil que só tem um candidato inscrito para o cargo. Mesmo assim, ele tem ido de casa em casa para pedir votos.

 

“Acho que se o cara vê o Batman, sai escalando parede e cai, é um desequilíbrio de quem assiste. Nesse caso, o guri poderia ter feito uma bomba e explodido uma geladeira, como também aconteceu no meu filme. Ainda bem que não fez”.

Jorge Furtado, cineasta, comentando a prisão do rapaz de 20 anos que disse ter se inspirado em seu filme “O Homem que Copiava” para falsificar cédulas.

 

“É a coisa mais próxima do inferno que já vi”.

Médico que ajudou no resgate às vítimas do acidente ocorrido num aeroporto de Madri, na Espanha.

 

“O manual do fabricante é a Bíblia. Deus fez o homem. Você quer saber o que é bom para você? Vai lá, leia”.
Silas Malafaia, pastor.

 

 

Teria sentido?

 

 

Há uma maldição pairando sobre a equipe de profissionais envolvidos no último filme do Batman, intitulado “O Cavaleiro das Trevas”. Exageros de uma cristã apocalíptica? Não exatamente. Estou apenas reproduzindo o que disse o jornal britânico “The Sun”, em sua edição on-line de hoje. A idéia ficou ainda mais “convincente” depois da notícia do acidente com Morgan Freeman, aquele senhor simpático que é o Deus negro de “A Volta do Todo-poderoso”. Em Batman, ele faz Lucius Fox, personagem a quem deve, segundo o “The Sun”, as várias capotadas que o deixaram em estado grave ontem.

 

Os outros casos são a morte de Conway Wickliffe (técnico de efeitos especiais, falecido durante as filmagens de uma cena do longa, em setembro), a prisão de Christian Bale (o próprio morcego, que se deu mal ao bater na mãe e na irmã, mês passado) e a morte de Heath Ledger (o Coringa aí ao lado, vítima fatal de uma overdose acidental de remédios, em janeiro). Xiiii… Isso já tá ficando com cara de Zé do Caixão…

 

De qualquer forma, o único aspecto que deve estar fazendo a produção rir à toa, se é que ainda há clima para tanto, é o sucesso nas bilheterias. No último domingo, a Warner Bros anunciou que o filme já levantou um total de US$ 394,9 milhões, o equivalente a R$ 618,4 milhões, em todo o mundo. Pouco ainda. Eles querem, no mínimo, mais uns US$ 100 milhões para ocupar o posto de segunda produção cinematográfica com maior arrecadação na história da América do Norte. Por enquanto, o pódio é de “Titanic”.

 

O filme do Coringa

 

Sim, eu sei que o longa metragem que está na boca de meio mundo há alguns dias é do Batman. Aliás, com um título bem suspeito, na minha opinião: “O Cavaleiro das Trevas”. Mas é o personagem Coringa quem insiste em roubar a cena. Dizem as boas línguas que a interpretação de Heath Ledger é a que melhor cara deu ao famoso vilão de todas as seqüências já feitas. Ele não é mais um bobo alegre ou uma figura caricata, mas um inimigo inteligente. Segundo a crítica de cinema, Isabela Boscov, “algo que se pode temer; alguém cujo desejo único é destruir os outros e tudo; e cujos motivos é possível intuir, mas não medir nem compreender”. Eu, hein!

De qualquer forma, mesmo sem fazer parte da minha lista de preferências cinematográficas, o filme deve fazer sucesso. Ou pelo menos movimentará grande parte da mídia em função de sua estréia. Aqui no Brasil, ela acontece hoje e, só de ontem até o início desta tarde, já soube do assunto por sites, revistas, jornais e até pelo radinho da cozinha que meu marido ligou de manhã. E olha que eu nem procurei saber. É o assunto da vez, não adianta. E muito disso deve-se ao Coringa.

O tal Heath Ledger (que, me desculpem, eu sou jornalista, mas não o conhecia até saber de sua morte) é um ator que ficou famoso mundialmente no filme “O Segredo de Brokeback Mountain”, em 2005. Ganhou o Oscar, se não me engano. Nele, Ledger interpretava um caubói gay e foi muito aplaudido. Mas, em Batman, dizem que ele se superou. O grande xis da questão é que também tem quem diga que ele encarnou tanto o personagem que acabou abalado emocionalmente a ponto de provocar a overdose que lhe fez sair de cena definitivamente em janeiro de 2008. Os colegas de set e diretores, é claro, dizem que não. Ele andava feliz demais pelos corredores para parecer perturbado. Eu, particularmente, acredito que o personagem tenha sim dado efeitos negativos. E, se deu algum positivo, agora só serve mesmo para ficar na memória de quem gosta do estilo. Ele deve ter ganhado muito dinheiro com a produção e poderia ter aberto uma infinidade de oportunidades para prosseguir com seu talento recém-descoberto. Mas não aproveitou nada. Morreu logo em seguida. Cedo, aos 28 anos. Mais um caso que nos faz refletir sobre a brevidade da vida e a importância de se ter certeza do nosso destino na eternidade. As coisas são assim mesmo. Se a culpa é do Coringa (ou do Batman), não sei. Fica a seu critério decidir.

E para encerrar, embora ontem mesmo a Zero Hora tenha deixado um recado às criancinhas dizendo que o filme novo do homem-morcego “é muito legal”, hoje o conselho tomou um viés diferente. Ticiano Osório, ao sugerir que a produção não seja vista pelos pequenos, explica: “Em vez de assistir a uma colorida e bem-humorada aventura de super-herói, a criança terá pela frente duas horas e meia de um pesadelo sombrio”.

Se tivesse filhos, eu ficaria com o segundo conselho.

 

Taís Brem

 

 

“Ou se morre como herói ou se vive bastante para se tornar o vilão”.

Coringa, o famoso vilão do homem-morcego, interpretado por Heath Ledger em “Batman – O Cavaleiro das Trevas”. O filme estréia hoje no Brasil e é considerada a melhor atuação de Ledger. Detalhe: ele morreu em janeiro deste ano de overdose acidental, provavelmente provocada pelos inúmeros medicamentos que tomou para suportar o baque de fazer um personagem tão forte. É o que dizem alguns e, sinceramente, não creio que seja exagero.