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Desembucha!

 

“Todos pensam que é só uma coisa zen, mas a gente fica nas posições mais escalafobéticas. Onde esses caras estavam com a cabeça quando inventaram isso?”.

Christiane Torloni, atriz, sobre a prática da ioga.

 

“Alguns partidos queriam que eu me candidatasse para vereadora em 2008, mas eu não quis. Eu não dou conta nem da minha vida, vou dar conta de uma cidade, de decidir e aprovar leis? Não dá. A gente não pode brincar com essas coisas”.

Sabrina Sato, apresentadora de tv.

 

“Nosso grande sonho é ser como os Paralamas. Olho o Bi, o Barone e o Herbert e vejo que não estão tocando por dinheiro, mas porque são músicos. Se o cara sobe no palco pensando em pagar as contas, vai estar sempre devendo”.

Falcão, vocalista da banda “O Rappa”.

 

“Quando eu era pequeno, meu irmão dizia que, se eu gravasse um disco, ele iria comer o bolachão com farinha. Tem mais histórias assim, mas, se eu contar, tira a expectativa do inédito”.

Frank Aguiar, cantor e deputado federal por São Paulo, adiantando um pouco do enredo do filme que contará a sua história. Embora a idéia lembre a sacada de “Dois filhos de Francisco”, ele insiste em destacar que o seu longa será diferente. “Gosto do Zezé e do Luciano, mas o filme deles é sobre momentos ruins. O meu, não. Vai ser para dar risada”, disse. Então tá bom.

 

“Ninguém tem direito a negar aos outros seu modo de vida, mesmo que não concorde com ele, porque todos têm o direito de viver a vida que desejam, desde que não prejudiquem o outro”.

Brad Pitt, ator americano, ao doar US$ 100 mil para apoiar os partidários do casamento entre homossexuais na Califórnia (EUA).

 

“Eu tenho um profundo sentimento cristão. O normal é homem gostar de mulher. Homem com homem não é normal. Não vou dizer que é normal para ganhar votos de gay”.

Paulo Maluf, candidato à prefeitura de São Paulo, em opinião contrária a do galã holliwoodiano.

 

“Hoje em dia é difícil distinguir a mãe da filha, elas estão todas peladas”.

Nsaba Buturo, ministro ugandense de Ética e Integridade, condenando as minissaias no vestuário feminino de seu país. Ele defende que a peça deve ser banida, porque mulheres que as usam distraem os motoristas e provocam acidentes de trânsito.

 

“O criacionismo se baseia na fé e não tem nada a ver com a ciência, por isso não tem espaço nas aulas de ciência”.

Lewis Wolpert, biólogo da University College, de Londres, se declarando contra a teoria bíblica da criação nas salas de aula.

 

“Minha equipe e eu sempre temos em mente que o nosso público é jovem e pode usar as histórias que contamos como exemplo”.

Patrícia Moretzsohn, autora da temporada atual de “Malhação”. E será que dá mesmo pra usar alguma coisa dali como exemplo?

 

“Poderíamos nos sentar aqui com médicos e policiais e todos diriam que, se os alcoólatras mudassem sua dependência da bebida para a erva, o mundo seria um lugar mais fácil de se viver”.

George Michael, cantor britânico, defendendo o livre uso das drogas, com as quais tem problema de dependência. Se o uso delas fosse assim tão benéfico, ele não teria pedido perdão aos seus fãs após ter sido, mais uma vez, detido por posse de narcóticos neste fim de semana. Pensando melhor no assunto, ele prometeu se recuperar destas ocorrências.

 

Medo? Que nada!

 

 

Calçados com ilustrações de diabinhos que se transformam em acessórios mimosos e um filme cujo protagonista é um demônio que luta pelo bem da sociedade. Agora é a vez de outros monstrengos invadirem o imaginário infantil com uma mensagem bem diferente da que a maior parte dos reles mortais aprendeu a se acostumar. Medo? Que nada! Bruxas, morcegos e toda esta trupe podem ser até amigos de seus filhos. Já pensou que boa companhia?

 

É mais ou menos isso que sugere a publicação da editora Panda Books intitulada “Desenhando Monstros”. Com autoria do norte-americano Ed Emberley, o livro apresenta a proposta de ensinar os pequenos a reproduzir, sem maiores embaraços, vampiros de dentes bem afiados, lobisomens peludos e morcegos horripilantes. Isso sem falar no Godzila e no Frankstein que completam a coleção que a própria editora chama de “assustadora e divertida”.

 

 

 

A idéia assemelha-se com a da Enciclopédia dos Monstros, de Gonçalo Júnior. Em entrevista à imprensa sobre seu lançamento (leia aqui parte da declaração), o autor defende que educar a criança a gostar destas criaturas bizarras é um bom passo para que elas comecem a ter medo do que – na opinião dele, é claro – realmente importa. Ou seja: por que acusar seres inofensivos pela sua aparência se vivemos num mundo cercado de assassinos e ladrões? Eles são os monstros, afinal!

 

Já pela ótica do filme da Disney, Monstros S.A., os tais personagens continuam sim com o seu papel tradicional: assustar as crianças. Aliás, esta chega a ser uma questão de sobrevivência no cenário criado pela produção do longa. A tal fábrica que ilustra o filme é uma organização de monstros que se dedica a arrancar e guardar os gritos dos pequenos, em qualquer parte do planeta, no idioma que seja, durante as 24 horas do dia, para logo transformá-los em energia para os automóveis e para todas as cidades onde vivem os monstros. Acontece que, mesmo mostrando a que vieram os personagens principais, o filme continua propagando a mesma mensagem subliminar que insiste em inverter valores. Bem aquela coisa de que “se eles são tão fofos, bonitinhos, mimosos e engraçados”… Pânico pra quê? Aliás, quem foi mesmo que inventou esta história “boba” de que monstros dão medo?

 

Taís Brem

Capeta do bem

 

“Ele pode ser vermelho. Ele pode ser chifrudo. Ele pode ser incompreendido. Mas quando você precisa do trabalho direito, é hora de chamar Hellboy”. Este é um pequeno trecho da sinopse oficial do filme Hellboy II – O Exército Dourado”. A tradução em português para o nome do protagonista – menino do inferno – já indica um pouco do que o enredo promete. Mas, com ressalvas: a expectativa dos criadores é de que, embora diabólico, o personagem seja aceito por cinéfilos de todas as idades como um super-herói. Portanto, um bom cidadão a serviço da comunidade. Simpático, inclusive.

 

Há quem diga que é justamente por conta de sua simpatia que a primeira fase de Hellboy fez tanto sucesso. O personagem criado pelo californiano Mark Mignola, é gigante, vermelho, chifrudo e, mesmo acostumado a ser zombado na rua, leva tudo no bom humor. Sua história indica que ele nasceu no inferno, com o propósito de destruir o planeta. Mas aí, ele acabou caindo nas mãos de um padrasto bondoso e, milagrosamente, abandonou sua torta natureza, ingressou numa tal Agência para Pesquisas e Defesa em Paranormalidade, virou um capeta do bem e passou até a aparar os chifres.

 

O enredo se desenrola quando o planeta Terra descobre-se em situação de perigo, já que as forças da natureza lideradas pelo príncipe Nuada, vão se vingar dos homens porque eles andam matando o ecossistema. Nuada desperta o Exército Dourado, adormecido há milênios, para atacar os homens. Hellboy (interpretado por Ron Perlman), sua namorada, Liz (da atriz Selma Blair), o robô Johann e o desajeitado Abraham Sapiens saem em busca do Q.G. de Nuada. E o bonde vai andando com direito até a romance de família. Acredita que o ex-chifrudo derrete seu coração quando sabe que será papai? Óhhhhh, que mimoso…

 

Apenas por esta pequena introdução, dá pra notar que a trama é boa pedida para despertar, pelo menos, dois tipos de opinião. Ou a seqüência tem a intenção de ser apenas um manual cinematográfico divertido, com boas doses de ação e lições nobres acerca dos problemas ecológicos ou é um filme-lobo disfarçado em pele de cordeiro. Eu fico com a última. Particularmente, não vejo com bons olhos algo que coloca o grande vilão da humanidade como um inofensivo serzinho do bem. Ainda mais que, pelo teor da coisa, o longa deve levar milhares de crianças acompanhadas pelos pais aos cinemas e, consequentemente estimular filosofias do tipo “Yin-Yang”, em que o bem não é somente bom e o mal também não é tão mau assim. E então: alguém aí acredita nesta história? Só pela cara feia do personagem principal, melhor pensar duas vezes.

 

 

Taís Brem

Blá-blá-blá

 

“Eu não tenho assunto com ninguém do Rio. No Rio você vê advogados falando ‘merreca’ em vez de falar dinheiro. Que credibilidade um sujeito desses tem?”.

Lobão, músico, atacando os cariocas (e mais meio-mundo), em entrevista ao Jornal do Brasil.

 

“Sinto-me perdendo, mas tenho consciência de que a aprovação desse projeto é muito importante para as crianças e os adolescentes”.

Maria do Rosário, deputada federal e candidata à prefeitura de Porto Alegre, sobre a decisão que retirou os casais homossexuais da Lei Nacional de Adoção. Ao contrário do que esperava Maria do Rosário, os gays não estão aptos, perante a legislação, para aderirem ao processo.

 

“É o que eu chamo de ‘estratégia de traficante’: o primeiro é de graça”.

Zeca Baleiro, cantor, brincando com o marketing que fará no segundo volume de seu CD “O Coração do Homem-Bomba”. Três faixas do álbum serão disponibilizadas gratuitamente para download em seu site.

 

“Acho que está na hora de mudarmos esta franquia. Queremos que o Chucky seja algo que as pessoas tenham medo”.

Don Mancini, roteirista que escreveu o clássico Brinquedo Assassino. O próximo filme da série deve chegar às telas em 2010, mas com um formato mais trash e assustador que o conferido nas últimas versões da seqüência, em “O Filho de Chucky” e “A Noiva de Chucky”.

 

“É a eleição mais confortável da minha vida, mas estamos em campanha como se houvesse um adversário forte”.

José Soler Pântano, prefeito de Bálsamo, SP, que garantiu vitória antecipada já nas eleições 2008. O motivo: a cidade é uma das 135 do Brasil que só tem um candidato inscrito para o cargo. Mesmo assim, ele tem ido de casa em casa para pedir votos.

 

“Acho que se o cara vê o Batman, sai escalando parede e cai, é um desequilíbrio de quem assiste. Nesse caso, o guri poderia ter feito uma bomba e explodido uma geladeira, como também aconteceu no meu filme. Ainda bem que não fez”.

Jorge Furtado, cineasta, comentando a prisão do rapaz de 20 anos que disse ter se inspirado em seu filme “O Homem que Copiava” para falsificar cédulas.

 

“É a coisa mais próxima do inferno que já vi”.

Médico que ajudou no resgate às vítimas do acidente ocorrido num aeroporto de Madri, na Espanha.

 

“O manual do fabricante é a Bíblia. Deus fez o homem. Você quer saber o que é bom para você? Vai lá, leia”.
Silas Malafaia, pastor.

 

 

A cara jovem do Brasil

 

Este post poderia ser só mais uma clássica sessão de frases. Será até. Mas, em parte. Embora goste demais do gênero, senti que o assunto que quero tratar hoje merece um espacinho maior. É por isso que vou “perder tempo” com meu mais novo achado: uma pesquisa inédita do instituto Datafolha sobre o perfil do jovem brasileiro! Não é demais??? Não? Não achou? Tá bom… Olha, eu sei que, às vezes, papo de jornalista é chato. Jornalista crente então… Nem se fala. Mas, eu vou escrever assim mesmo, porque continuo achando que o tema merece atenção. E, se você tiver paciência de ir até o fim, por favor, me acompanhe. Vou me esforçar para parecer o mais interessante possível.

 

 

 

Pois então. O estudo feito pela Folha S. Paulo é inédito, porque é a primeira vez que alguém, pelo menos neste século, o 21, se empenha em entrevistar 1.541 pessoas, entre 16 e 25 anos, de 168 cidades do país com base num questionário de 120 perguntas. O resultado? Um bom apanhado de informações sobre as cabeças que farão (e já fazem) o futuro do Brasil a partir de assuntos que abrangem de sexo a religião, passando por hábitos de consumo, política e preferência musical. As declarações abaixo foram retiradas do caderno “Jovem do século 21”, encartado na Folha de S. Paulo do último 27 de julho. Confira – em frases, claro – um pouco do que achei mais interessante deste trabalho.

 

“Esta pesquisa mostra a mesma coisa que, aparentemente, descobrimos a cada vez que sondamos os adolescentes: eles são tão caretas quanto a gente, se não mais”.

Contardo Calligaris, psicanalista, 59 anos, no artigo em que considera a nova geração longe dos padrões de rebeldia que marcaram, por exemplo, a adolescência dos anos 60. É… O que ele afirma pode ser verdade por um lado…

 

“O jovem brasileiro quer saúde. Quer estudar e ganhar dinheiro. Quer ser feliz no trabalho e no amor e quer ir para o céu quando morrer”.

André Forastieri, 42 anos, jornalista.

 

“Esse mundo já está muito perdido. Muita liberação vai acabar estragando”.

Fernanda Lima, estudante, 18 anos, discursando contra o aborto e a favor da maioridade penal.

 

“Vi que estava perdendo tempo e amadureci”.

Giovanna de Carvalho, 16 anos, lamentando ter repetido o primeiro ano do Ensino Médio. Ela integra a lista dos 54% de jovens que já repetiu ano na escola.

 

“A mulherada está atacada hoje em dia! Acho que é falta do que fazer”.

Camile Liguori, 20 anos, defendendo sua postura sobre virgindade.

 

“Nessa parte, assumo minha fé católica. A pessoa só terá a chave do meu corpo se abrir o meu emocional”.

Ederson Vertuan, 24 anos, sobre o mesmo assunto. Vertuan faz parte dos somente 1% de rapazes que ainda é virgem depois dos 22 anos.

 

Mas, por outro lado…

 

“Os pais desses adolescentes estão parados na década de 1960, achando que seus filhos usam droga e tudo bem. É um horror”.

Ana Cecília Marques, pesquisadora da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), comentando o índice de 43% dos pais que sabem que os filhos usam ou já usaram drogas. E parecem não fazer nada para mudar a situação.

 

“Sinto prazer em comprar, mas, quando percebi, tinha 40 calças jeans e só usava quatro”.

Guilherme Lemes, 19 anos. Ele é um dos 69% dos jovens que se assumem consumistas, gastando, fútil e desnecessariamente, o dinheiro dos pais ou o próprio salariozinho suado em compras.

 

“Nunca fui paranóica, mas já tinha 18 anos e meu peito não crescia”.

Mariana Martines, 20 anos, que colocou uma prótese de 260 ml de silicone nos seios por estar insatisfeita com seu visual. Pela pesquisa, 42% das meninas sonham em fazer plástica contra 16% dos meninos.

 

Outro dado que considero interessante é que, na lista dos medos, o da morte é líder: são 40% dos jovens que temem morrer ou perder pessoas próximas. Dá uma idéia de fragilidade. A violência foi citada por 13% dos entrevistados, talvez porque um de cada três deles tenha dito que já foi assaltado, inclusive – e até bem óbvio – os mais abastados.

 

Um próximo item mostra que 37% dos jovens têm a mãe como melhor amiga para contar… quase tudo. Especialistas concordam que os adolescentes tenham mesmo de manter uma certa restrição. Acham que é saudável que pais e filhos tenham mesmo segredinhos entre si, porque abrir demais detalhes sobre sexualidade pode tornar-se invasão de privacidade. É o que eles acreditam. Depois das mães, vêm os pais, os avós e os irmãos.

 

Em se tratando de consumo de drogas, álcool e cigarro, jovens que moram no sul (é, aqui mesmo, infelizmente) estão muito mais à frente que os de outras partes do Brasil. É o que mostram as estatísticas. Segundo pesquisadores, o dado é reflexo do grande oferecimento de entorpecentes aos moradores desta região. Isso é motivado também pela “instalação de rotas de narcotráfico e laboratórios clandestinos de refino de drogas no local”.

 

Quando o assunto é música, o forró (surpreendentemente, na minha opinião) é o ritmo preferido da maioria. 23% preferem pagode ou rock, 11%, samba e axé, 15%.

 

Taís Brem

 

A gente precisa mesmo disto?

 

 

Já ouvi muita gente dizer que o Brasil aceita tudo quanto é porcaria que vem de fora. E tô vendo que isso é uma grande verdade, infelizmente. Mesmo sem assistir muita TV, tenho acompanhado, via internet, que nossos adolescentes estão cada vez mais fissurados em enlatados internacionais que acabam sendo veiculados aqui. Nenhum problema haveria se a mensagem repassada fosse algo legal de ser reproduzido. Coisa que está bem longe de ser a realidade.

 

Falei pouco sobre um deles no post da Turma da Mônica Jovem, o tal “Gossip Girl”. Essa baboseira saiu da cabeça da escritora Cecily von Ziegesar que decidiu contar, num visão teen, nada mais nada menos do que ela mesmo viveu em sua encantadora mocidade. Aluna de um dos mais chiques colégios de Manhattan, Cecily conviveu com amigos que usavam roupas de grife, tomavam coquetéis nos bares mais cool, usavam drogas e mantinham relações sexuais em qualquer lugar, tipo assim, no banco de trás de limusines. Tudo isso ainda em idade escolar. A própria atriz que protagoniza o seriado, Blake Lively, confessou: “Todo mundo namora todo mundo e transa com todo mundo. Um monte de coisa escandalosa acontece. Até eu fico chocada”.

 

Mas, a emissora norte-americana CW, responsável pela produção, não está nem um pouco preocupada. Tanto que lançou, de forma mais debochada impossível, várias peças publicitárias que ironizam a preocupação de pais e educadores com a propagação da série. Um dos cartazes mostra dois dos atores num beijo caliente, que insinua uma cena de sexo. Logo abaixo, a sigla OMFG, traduzido como “Oh My F****** God”. Nem preciso dizer que os asteriscos escondem um belo palavrão. E olha que este cartaz é apenas o anúncio de um trailer da série. O videozinho é a compilação de três imagens: duas meninas se beijando, uma outra dançando numa boate e um casal adolescente na cama.

 

A ousada campanha continua com outdoors mostrando os personagens teens em cenas sensuais acompanhados, justamente, das frases ditas por grupos conservadores contra o programa. Nate, um dos meninos, está deitado na cama com uma mulher mais velha. A frase “Absurdamente inadequado” completa, ironicamente, o cenário. Na outra foto, Serena recebe um carinho no pescoço de um rapaz cujo rosto não aparece e a expressão escolhida é “O pesadelo de todos os pais”. Noutra imagem, Chuck Bass oferece uma fruta para uma garota, acompanhada do aviso “Muito ruim para você”. Pra finalizar, um amasso entre Blair e Nate na piscina vem com uma opinião bem direta: “Um produto desagradável”.

 

Assim como Gossip Girl, descobri nesta semana um outro best-seller que virou programete.  Chama-se “Crepúsculo” ou  “Twilight”,  seu nome em inglês. Esta é a história de suspense e terror cujo casal protagonista é formado por uma menina de 17 anos e um… vampirinho básico. Se foi sucesso? Capaz que não! É a nova mania, a coqueluche, a febre do momento entre os adolescentes dos Estados Unidos e… adivinhem… do Brasil também, é claro! O romance trash já é o 6º lugar na lista dos livros mais vendidos por aqui. Já a versão cinematográfica foi lançada nesta semana no States e está sendo aguardada ansiosamente pela multidão enlouquecida de fãs tupiniquins.

 

E quem pára tudo isso se, na visão capitalista em que vivemos o dinheiro está acima de tudo? Está dando lucro? Então que continue, cada vez pior. O que mais me indigna é que as próprias instituições das quais se poderia esperar alguma atitude de mudança estão deixando a desejar. Exemplo básico: parece que a mais recente “carta na manga” de Edir Macedo à frente da Record é a assinatura de um acordo com a emissora mexicana Televisa para garantir os direitos de reproduzir uma versão brasileira de Rebelde. Isto é coisa que uma igreja apóie?

 

Chamem-me de moralista, crucifiquem-me, mas esta é a verdade e tem de ser dita: o Brasil já tá mal demais na foto para ficar aceitando tanto lixo de fora. Alguém tem que mudar esta situação.

 

Taís Brem

 

 

 

E eles também cresceram

 

Taí uma novidade que, até então, não estava nos gibis: a Turma da Mônica agora é uma turma de “gente grande”. Sim, eles cresceram e serão apresentados ao grande público por meio de uma revista mensal cujo lançamento está previsto para a 20ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo. O evento é ainda em agosto.

 

“Pai” de Mônica, Magali, Cascão e Cebolinha, Maurício de Sousa disse que a nova cara dos personagens não deve substituir a faceta que os levou à fama. Será apenas um núcleo diferenciado. Agora a protagonista não é mais baixinha e muito menos gorda. A adolescente sensual acompanha a tendência da amiga e ex-gulosa Magali, adepta de um sistema balanceado de alimentação. Cebolinha parou de falar “elado”, graças à ajuda de uma fonoaudióloga. E Cascão já toma banho. Pelo menos, de vez em quando.

 

“Era uma velha curiosidade minha e dos leitores: Como seriam os personagens depois que crescessem? O que se modificaria? O que se firmaria na personalidade de cada um?”, disse Souza, em entrevista à Folha de S. Paulo.

 

 

Ao abrir uma série de possibilidades para temas que fogem ao tradicional universo infantil abordado até agora nas historinhas, os novos gibis prometem vir carregados de muita aventura, humor e até romance. As ilustrações também são diferentes, uma vez que seguem traços dos quadrinhos japoneses, os mangás. Isso seria uma estratégia marketeira para tentar abocanhar os jovens que curtem o estilo. Ou seja, eles verão seus heróis da infância sob uma perspectiva bem mais atraente. Mas será que esta nova turma seduzirá apenas os mais grandinhos?

 

Eu, sinceramente, acho que não. E muito disso deve-se à sociedade que faz as crianças acharem que crescer é a melhor coisa do mundo. Não que não seja. Isto não é o foco agora. Falo que os anos estão fazendo com que pular etapas se torne divertido. A classe das guriazinhas e gurizinhos está em extinção. O que temos agora são mini-mulheres e homenzinhos. E todos acham uma gracinha o decotinho, a micro-sainha, o reboladinho, o garanhãozinho e por aí vãozinho. Agora me aparece uma revista, considerada por público e crítica como um material recomendável para as crianças ao longo dos anos, apresentando seus personagens em fase adulta. O que os pequenos vão querer também? Se espelhar neles. Óbvio.

 

Por que isso me parece trágico? Porque lembra o que aconteceu com a mente da geração de adeptos a Barbies, Malhações, Tchans, Rebeldes e, agora, mais recentemente, Gossip Girls. Este último é o nome de uma série americana cultuada por adolescentes de vários países. No enredo, sexo, consumismo, fantasia, ilusão. Na carona, uma multidão de crianças que, autonomamente, se dão por adultas seguindo valores contrários aos que todo papai e mamãe (normais, é claro) desejariam que seu filho seguisse.

 

Tudo bem, isso tudo são apenas hipóteses. Vamos esperar para ver. Vá que a Turma da Mônica Jovem apresente referências eticamente corretas para o público infantil. Sendo assim, retiro o que eu disse. Todavia, isso seria algo difícil pacas. Faz muito tempo que o que é certo virou errado e vice-versa. Bancar o bonzinho não dá nem ibope nem dinheiro. É descartável, não serve.

 

 

 

 
 

 

Frases – parte V

“Com certeza, Deus vai perdoar este senhor que não pôde vir fazer o show”.

Moacir Alves, prefeito de Pedro Osório, atrapalhado com as declarações sobre a ausência do pastor Marco Feliciano no evento Restaura Zona Sul

 

“Ela falou que uma mulher como ela jamais poderia deitar, até mesmo na morte”.

Nestor Lopes, presidente do Museu Dercy Gonçalves e amigo íntimo da comediante, explicando o motivo dela ter sido enterrada na posição vertical.

 

“Foi legal da parte do vereador Jarré. É só procurar na Bíblia a lição de Maria Madalena: quem nunca pecou que atire a primeira pedra. É uma pena que a homenagem tenha se voltado contra o vereador”.

Daniele, dançarina da boate Garotas da Gogo, em Carazinho. A fofinha integra o grupo que receberá homenagem de um vereador da cidade pelos “momentos de alegria” que a casa concede a seus clientes.

 

“Estou tão animada, parece até que vou chorar de tanta emoção”.

Fã de Harry Potter, comentando a satisfação com que passou a noite em claro em frente a uma livraria. Ela e um grupo de crianças e adolescentes japoneses aguardavam a versão oriental do livro “Harry Potter e as Relíquias da Morte”.

 

“Até organizei uma gincana com as empregadas, para incentivá-las: toda vez que a conta de luz diminui, elas ganham um bônus. Tem funcionado.”

Marcos Mion, apresentador de televisão, contando como ajuda a preservar o meio ambiente.

 

“Quem tem de ter medo é o cachorro e não eu. Se precisar, mordo de novo”.

Gabriel Alexandre da Silva, 11 anos, mostrando dente que perdeu ao morder pescoço de pit bull que o atacou na rua onde mora, em Sabará, região metropolitana de Belo Horizonte (MG).