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Tudo pela postura

 

Não gosto muito dessa coisa de ficar copiando tal e qual textos que saem na mídia. Mas, às vezes, isso se faz bastante necessário. Um exemplo bárbaro disso é o que li agorinha mesmo no blog “Campanha no Ar”, da Folha. É um espaço que, como o nome sugere, fala de eleições. No post de ontem, a repórter Laura Mattos noticiou a visita do candidato à prefeitura de São Paulo, Gilberto Kassab, a uma missa do padre Marcelo Rossi. O que ele pregou exatamente, eu não sei. Mas só pelo finalzinho do sermão, a informação merece ser mais que divulgada. Nem que seja pra dar boas risadas.

Confira, na íntegra:

 

 

Erguei as maõs

Laura Mattos

 

A agenda de Geraldo Alckmin de hoje diz que ele participa, com a sua mulher, Lu, da missa de Marcelo Rossi no Santuário do Terço Bizantino, que costuma reunir até 10 mil fiéis — e muitos eleitores.

Na quinta-feira passada, o padre-astro recebeu em seu altar Gilberto Kassab, que ganhou até bolo de aniversário e “parabéns” puxado pelo religioso.

Ao final, eis o que se deu no sermão:

 

“Quem tem alguma dor física levanta a mão!”, conclama Rossi.

Kassab não levanta.

“Quem é pego por maus pensamentos?”

Kassab não levanta.

“E pessimismo? Quem conhece alguém que fala coisas pessimistas?”

Kassab não levanta.

“Quem já sofreu a dor da traição?”

Kassab não levanta.

“Quem tem carências?”

Kassab não levanta.

“Para quem não levantou agora, nós temos um hospício aqui do lado.”

 

 

A cara jovem do Brasil

 

Este post poderia ser só mais uma clássica sessão de frases. Será até. Mas, em parte. Embora goste demais do gênero, senti que o assunto que quero tratar hoje merece um espacinho maior. É por isso que vou “perder tempo” com meu mais novo achado: uma pesquisa inédita do instituto Datafolha sobre o perfil do jovem brasileiro! Não é demais??? Não? Não achou? Tá bom… Olha, eu sei que, às vezes, papo de jornalista é chato. Jornalista crente então… Nem se fala. Mas, eu vou escrever assim mesmo, porque continuo achando que o tema merece atenção. E, se você tiver paciência de ir até o fim, por favor, me acompanhe. Vou me esforçar para parecer o mais interessante possível.

 

 

 

Pois então. O estudo feito pela Folha S. Paulo é inédito, porque é a primeira vez que alguém, pelo menos neste século, o 21, se empenha em entrevistar 1.541 pessoas, entre 16 e 25 anos, de 168 cidades do país com base num questionário de 120 perguntas. O resultado? Um bom apanhado de informações sobre as cabeças que farão (e já fazem) o futuro do Brasil a partir de assuntos que abrangem de sexo a religião, passando por hábitos de consumo, política e preferência musical. As declarações abaixo foram retiradas do caderno “Jovem do século 21”, encartado na Folha de S. Paulo do último 27 de julho. Confira – em frases, claro – um pouco do que achei mais interessante deste trabalho.

 

“Esta pesquisa mostra a mesma coisa que, aparentemente, descobrimos a cada vez que sondamos os adolescentes: eles são tão caretas quanto a gente, se não mais”.

Contardo Calligaris, psicanalista, 59 anos, no artigo em que considera a nova geração longe dos padrões de rebeldia que marcaram, por exemplo, a adolescência dos anos 60. É… O que ele afirma pode ser verdade por um lado…

 

“O jovem brasileiro quer saúde. Quer estudar e ganhar dinheiro. Quer ser feliz no trabalho e no amor e quer ir para o céu quando morrer”.

André Forastieri, 42 anos, jornalista.

 

“Esse mundo já está muito perdido. Muita liberação vai acabar estragando”.

Fernanda Lima, estudante, 18 anos, discursando contra o aborto e a favor da maioridade penal.

 

“Vi que estava perdendo tempo e amadureci”.

Giovanna de Carvalho, 16 anos, lamentando ter repetido o primeiro ano do Ensino Médio. Ela integra a lista dos 54% de jovens que já repetiu ano na escola.

 

“A mulherada está atacada hoje em dia! Acho que é falta do que fazer”.

Camile Liguori, 20 anos, defendendo sua postura sobre virgindade.

 

“Nessa parte, assumo minha fé católica. A pessoa só terá a chave do meu corpo se abrir o meu emocional”.

Ederson Vertuan, 24 anos, sobre o mesmo assunto. Vertuan faz parte dos somente 1% de rapazes que ainda é virgem depois dos 22 anos.

 

Mas, por outro lado…

 

“Os pais desses adolescentes estão parados na década de 1960, achando que seus filhos usam droga e tudo bem. É um horror”.

Ana Cecília Marques, pesquisadora da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), comentando o índice de 43% dos pais que sabem que os filhos usam ou já usaram drogas. E parecem não fazer nada para mudar a situação.

 

“Sinto prazer em comprar, mas, quando percebi, tinha 40 calças jeans e só usava quatro”.

Guilherme Lemes, 19 anos. Ele é um dos 69% dos jovens que se assumem consumistas, gastando, fútil e desnecessariamente, o dinheiro dos pais ou o próprio salariozinho suado em compras.

 

“Nunca fui paranóica, mas já tinha 18 anos e meu peito não crescia”.

Mariana Martines, 20 anos, que colocou uma prótese de 260 ml de silicone nos seios por estar insatisfeita com seu visual. Pela pesquisa, 42% das meninas sonham em fazer plástica contra 16% dos meninos.

 

Outro dado que considero interessante é que, na lista dos medos, o da morte é líder: são 40% dos jovens que temem morrer ou perder pessoas próximas. Dá uma idéia de fragilidade. A violência foi citada por 13% dos entrevistados, talvez porque um de cada três deles tenha dito que já foi assaltado, inclusive – e até bem óbvio – os mais abastados.

 

Um próximo item mostra que 37% dos jovens têm a mãe como melhor amiga para contar… quase tudo. Especialistas concordam que os adolescentes tenham mesmo de manter uma certa restrição. Acham que é saudável que pais e filhos tenham mesmo segredinhos entre si, porque abrir demais detalhes sobre sexualidade pode tornar-se invasão de privacidade. É o que eles acreditam. Depois das mães, vêm os pais, os avós e os irmãos.

 

Em se tratando de consumo de drogas, álcool e cigarro, jovens que moram no sul (é, aqui mesmo, infelizmente) estão muito mais à frente que os de outras partes do Brasil. É o que mostram as estatísticas. Segundo pesquisadores, o dado é reflexo do grande oferecimento de entorpecentes aos moradores desta região. Isso é motivado também pela “instalação de rotas de narcotráfico e laboratórios clandestinos de refino de drogas no local”.

 

Quando o assunto é música, o forró (surpreendentemente, na minha opinião) é o ritmo preferido da maioria. 23% preferem pagode ou rock, 11%, samba e axé, 15%.

 

Taís Brem

 

Teria sentido?

 

 

Há uma maldição pairando sobre a equipe de profissionais envolvidos no último filme do Batman, intitulado “O Cavaleiro das Trevas”. Exageros de uma cristã apocalíptica? Não exatamente. Estou apenas reproduzindo o que disse o jornal britânico “The Sun”, em sua edição on-line de hoje. A idéia ficou ainda mais “convincente” depois da notícia do acidente com Morgan Freeman, aquele senhor simpático que é o Deus negro de “A Volta do Todo-poderoso”. Em Batman, ele faz Lucius Fox, personagem a quem deve, segundo o “The Sun”, as várias capotadas que o deixaram em estado grave ontem.

 

Os outros casos são a morte de Conway Wickliffe (técnico de efeitos especiais, falecido durante as filmagens de uma cena do longa, em setembro), a prisão de Christian Bale (o próprio morcego, que se deu mal ao bater na mãe e na irmã, mês passado) e a morte de Heath Ledger (o Coringa aí ao lado, vítima fatal de uma overdose acidental de remédios, em janeiro). Xiiii… Isso já tá ficando com cara de Zé do Caixão…

 

De qualquer forma, o único aspecto que deve estar fazendo a produção rir à toa, se é que ainda há clima para tanto, é o sucesso nas bilheterias. No último domingo, a Warner Bros anunciou que o filme já levantou um total de US$ 394,9 milhões, o equivalente a R$ 618,4 milhões, em todo o mundo. Pouco ainda. Eles querem, no mínimo, mais uns US$ 100 milhões para ocupar o posto de segunda produção cinematográfica com maior arrecadação na história da América do Norte. Por enquanto, o pódio é de “Titanic”.

 

E eles também cresceram

 

Taí uma novidade que, até então, não estava nos gibis: a Turma da Mônica agora é uma turma de “gente grande”. Sim, eles cresceram e serão apresentados ao grande público por meio de uma revista mensal cujo lançamento está previsto para a 20ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo. O evento é ainda em agosto.

 

“Pai” de Mônica, Magali, Cascão e Cebolinha, Maurício de Sousa disse que a nova cara dos personagens não deve substituir a faceta que os levou à fama. Será apenas um núcleo diferenciado. Agora a protagonista não é mais baixinha e muito menos gorda. A adolescente sensual acompanha a tendência da amiga e ex-gulosa Magali, adepta de um sistema balanceado de alimentação. Cebolinha parou de falar “elado”, graças à ajuda de uma fonoaudióloga. E Cascão já toma banho. Pelo menos, de vez em quando.

 

“Era uma velha curiosidade minha e dos leitores: Como seriam os personagens depois que crescessem? O que se modificaria? O que se firmaria na personalidade de cada um?”, disse Souza, em entrevista à Folha de S. Paulo.

 

 

Ao abrir uma série de possibilidades para temas que fogem ao tradicional universo infantil abordado até agora nas historinhas, os novos gibis prometem vir carregados de muita aventura, humor e até romance. As ilustrações também são diferentes, uma vez que seguem traços dos quadrinhos japoneses, os mangás. Isso seria uma estratégia marketeira para tentar abocanhar os jovens que curtem o estilo. Ou seja, eles verão seus heróis da infância sob uma perspectiva bem mais atraente. Mas será que esta nova turma seduzirá apenas os mais grandinhos?

 

Eu, sinceramente, acho que não. E muito disso deve-se à sociedade que faz as crianças acharem que crescer é a melhor coisa do mundo. Não que não seja. Isto não é o foco agora. Falo que os anos estão fazendo com que pular etapas se torne divertido. A classe das guriazinhas e gurizinhos está em extinção. O que temos agora são mini-mulheres e homenzinhos. E todos acham uma gracinha o decotinho, a micro-sainha, o reboladinho, o garanhãozinho e por aí vãozinho. Agora me aparece uma revista, considerada por público e crítica como um material recomendável para as crianças ao longo dos anos, apresentando seus personagens em fase adulta. O que os pequenos vão querer também? Se espelhar neles. Óbvio.

 

Por que isso me parece trágico? Porque lembra o que aconteceu com a mente da geração de adeptos a Barbies, Malhações, Tchans, Rebeldes e, agora, mais recentemente, Gossip Girls. Este último é o nome de uma série americana cultuada por adolescentes de vários países. No enredo, sexo, consumismo, fantasia, ilusão. Na carona, uma multidão de crianças que, autonomamente, se dão por adultas seguindo valores contrários aos que todo papai e mamãe (normais, é claro) desejariam que seu filho seguisse.

 

Tudo bem, isso tudo são apenas hipóteses. Vamos esperar para ver. Vá que a Turma da Mônica Jovem apresente referências eticamente corretas para o público infantil. Sendo assim, retiro o que eu disse. Todavia, isso seria algo difícil pacas. Faz muito tempo que o que é certo virou errado e vice-versa. Bancar o bonzinho não dá nem ibope nem dinheiro. É descartável, não serve.

 

 

 

 
 

 

Pesquisas e mais pesquisas

 

Não sei se é o seu caso, mas eu, volta e meia, dou de cara com alguma notícia de teor, no mínimo, curioso sobre estudos e pesquisas científicas feitas ao redor do mundo e que, ao meu ver leigo, não acrescentam nada pra ninguém. Uma delas diz que mães de quadril largo tem mais propensão a gerar filhas com câncer. Outra fala que as mesmas mulheres cheias de curvas têm capacidade de gerar filhos mais espertos e inteligentes. Já outra comprova, por A mais B, que escovar os dentes serve como aliado na prevenção de ataques cardíacos e uma próxima indica que a capacidade para ser feliz é hereditária. Pode?

Pois é. Se isto tudo tem mesmo fundamento, não sei. Mas uma destas pesquisas, em especial, me chamou atenção hoje. No mês passado, um grupo de pesquisadores europeus defendeu a tese de que pessoas com QI (Quociente de Inteligência) mais alto são menos propensas a ter crenças religiosas. Um dos caras, Richard Lynn, já é responsável por outras pesquisas polêmicas, como a que diz que os homens são mais inteligentes que as mulheres…

Todo caso, esta que relaciona ateísmo com “inteligência” não me parece tão absurda. Supõe-se mesmo que quem tem um quê mais intelectual demonstre certa resistência para aceitar princípios divinos. O estudo diz que uma das explicações é que estas pessoas têm acesso mais facilitado a teorias alternativas de criação do mundo. Portanto, questionam mais facilmente o que seria puramente comprovado pela fé. Outro ponto forte seria que os países comunistas, locais onde, segundo o estudo, as pessoas têm um QI elevado, teriam sido fortemente afetados pela propaganda ateísta contra a crença religiosa.

É. Pelo menos estas coisas podem ser comprovadas em diversos textos da própria Bíblia, quando lemos, por exemplo, que a racionalidade humana nunca se afinou muito bem com a sabedoria divina, onde a fé é o principal elemento.

Para agradar a gregos e a troianos

 

Muito tem se falado do trio feminino que disputa a prefeitura da capital gaúcha. Hoje, porém, mais um dado curioso sobre Luciana Genro (PSOL), Manuela D’Ávila (PCdoB) e Maria do Rosário (PT): as três candidatas fazem parte da estatística que torna Porto Alegre a capital do Brasil com mais concorrentes políticos identificados com a causa gay. O número foi divulgado pela Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT).

Jogada eleitoral ou não, outras “celebridades”, como Fernando Gabeira, Soninha e Marta Suplicy, aparecem na listagem. E, para quebrar o galho dos candidatos, a Associação ainda indica quem é adepto à prática homossexual ou, simplesmente, apóia quem pratica. Pelo menos não compromete ninguém.

O candidato à prefeitura do Rio, senador e bispo da Igreja Universal do Reino de Deus, Marcelo Crivella, não tem seu nome relacionado à bandeira do arco-íris. Entretanto, já deixou claro para a imprensa que não quer arranjar confusão com ninguém. “Continuo discordando (do homossexualismo), mas isso não quer dizer que vá discriminar quem quer que seja. A liberdade de pensamento é garantida a todos. Quero respeitar para ser respeitado”, falou.

Um outro fato que deve deixar os gays cariocas mais tranqüilos é que, assim como fará com o Carnaval, Crivella não pretende vetar recursos à Parada Gay, se eleito: poupará a diversidade.

Se o discurso do bispo agrada os homossexuais e simpatizantes, o inverso também é verdade. Para ele, o tal projeto de lei que torna crime a expressão de opinião contrária ao homossexualismo é um exagero. Quem não gosta da prática, também tem direito de se pronunciar. Prova disso foi o voto negativo de Crivella à aprovação do PLC 122/06, em 2007. “Se aprovarmos o projeto como está, passa a ser crime um pai dizer ao filho que o homossexualismo é errado. Como fica a situação de um padre, de um pastor? Aprovada a lei, estaria eu próprio sujeito a pena de 2 a 5 anos, simplesmente por ensinar o que a Bíblia diz”, observou. Então, tá bom. Final feliz para gregos e troianos.

 

 

Pouca-vergonha!

 

Eu poderia retirar apenas umas declarações desta reportagem de Marielise Ferreira, publicada na Zero Hora de hoje. Mas creio que, pela bizarrice, ela merece ser colocada aqui na íntegra.

Este é o ridículo retrato da nossa política.

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Homenagem a prostíbulo gera polêmica em Carazinho

Vereadores aprovaram moção parabenizando estabelecimento por aniversário

Uma moção aprovada na semana passada por vereadores de Carazinho para parabenizar um prostíbulo pelo seu aniversário causou polêmica na cidade do norte do Estado.

O documento pede o envio de ofício a Maria Gorete Souza Cavalheiro, mencionada como proprietária da Danceteria Garotas da Gogo, em alusão aos nove anos de funcionamento da casa.

Na moção, de autoria do vereador Gilnei Jarré (PSDB), o pedido é justificado assinalando que “a empresa e toda sua equipe de funcionárias proporcionam momentos de descontração aos clientes”.

A Câmara se dividiu quando o assunto foi a plenário, no dia 15 de julho, mas a proposta acabou sendo aprovada: cinco votos a favor e quatro contra. Um vereador se absteve.

Um dos apoiadores da moção alegou tratar-se de estabelecimento que paga seus impostos como qualquer outro prestador de serviço, merecendo a mesma distinção dada a outras empresas.

De posição contrária, o vereador Adroaldo de Carli (PMDB) acha que o Legislativo deveria se ocupar de outras tarefas:

— Não conheço o lugar, não sei se tem alvará ou licença para a atividade que exerce. Se o vereador queria parabenizar as moças deveria fazer um documento pessoal do seu gabinete, sem envolver o Legislativo.

O vereador Jarré não quis se manifestar ontem sobre a moção. Apenas assegurou que houve motivos pertinentes para a aprovação do documento. Dos 148 projetos aprovados pelo Legislativo este ano, este foi o único de autoria de Jarré. Entre a população, também houve polêmica. A empresária Luiza Honório, 58 anos, ficou indignada ao tomar conhecimento do caso:

— Tem coisas mais importantes para os vereadores fazerem do que dar parabéns para um serviço que muitas vezes causa a destruição de famílias.

Já a telefonista Valéria Cornélio, 37 anos, aprovou o gesto:

— Não vejo nada de mal. É um emprego como qualquer outro.

Consultado, o setor de fiscalização da prefeitura de Carazinho não localizou em seu sistema o alvará de funcionamento da danceteria. Consultada pela RBS TV, a proprietária do local não quis se manifestar.

 

 

O filme do Coringa

 

Sim, eu sei que o longa metragem que está na boca de meio mundo há alguns dias é do Batman. Aliás, com um título bem suspeito, na minha opinião: “O Cavaleiro das Trevas”. Mas é o personagem Coringa quem insiste em roubar a cena. Dizem as boas línguas que a interpretação de Heath Ledger é a que melhor cara deu ao famoso vilão de todas as seqüências já feitas. Ele não é mais um bobo alegre ou uma figura caricata, mas um inimigo inteligente. Segundo a crítica de cinema, Isabela Boscov, “algo que se pode temer; alguém cujo desejo único é destruir os outros e tudo; e cujos motivos é possível intuir, mas não medir nem compreender”. Eu, hein!

De qualquer forma, mesmo sem fazer parte da minha lista de preferências cinematográficas, o filme deve fazer sucesso. Ou pelo menos movimentará grande parte da mídia em função de sua estréia. Aqui no Brasil, ela acontece hoje e, só de ontem até o início desta tarde, já soube do assunto por sites, revistas, jornais e até pelo radinho da cozinha que meu marido ligou de manhã. E olha que eu nem procurei saber. É o assunto da vez, não adianta. E muito disso deve-se ao Coringa.

O tal Heath Ledger (que, me desculpem, eu sou jornalista, mas não o conhecia até saber de sua morte) é um ator que ficou famoso mundialmente no filme “O Segredo de Brokeback Mountain”, em 2005. Ganhou o Oscar, se não me engano. Nele, Ledger interpretava um caubói gay e foi muito aplaudido. Mas, em Batman, dizem que ele se superou. O grande xis da questão é que também tem quem diga que ele encarnou tanto o personagem que acabou abalado emocionalmente a ponto de provocar a overdose que lhe fez sair de cena definitivamente em janeiro de 2008. Os colegas de set e diretores, é claro, dizem que não. Ele andava feliz demais pelos corredores para parecer perturbado. Eu, particularmente, acredito que o personagem tenha sim dado efeitos negativos. E, se deu algum positivo, agora só serve mesmo para ficar na memória de quem gosta do estilo. Ele deve ter ganhado muito dinheiro com a produção e poderia ter aberto uma infinidade de oportunidades para prosseguir com seu talento recém-descoberto. Mas não aproveitou nada. Morreu logo em seguida. Cedo, aos 28 anos. Mais um caso que nos faz refletir sobre a brevidade da vida e a importância de se ter certeza do nosso destino na eternidade. As coisas são assim mesmo. Se a culpa é do Coringa (ou do Batman), não sei. Fica a seu critério decidir.

E para encerrar, embora ontem mesmo a Zero Hora tenha deixado um recado às criancinhas dizendo que o filme novo do homem-morcego “é muito legal”, hoje o conselho tomou um viés diferente. Ticiano Osório, ao sugerir que a produção não seja vista pelos pequenos, explica: “Em vez de assistir a uma colorida e bem-humorada aventura de super-herói, a criança terá pela frente duas horas e meia de um pesadelo sombrio”.

Se tivesse filhos, eu ficaria com o segundo conselho.

 

Taís Brem

 

 

“Ou se morre como herói ou se vive bastante para se tornar o vilão”.

Coringa, o famoso vilão do homem-morcego, interpretado por Heath Ledger em “Batman – O Cavaleiro das Trevas”. O filme estréia hoje no Brasil e é considerada a melhor atuação de Ledger. Detalhe: ele morreu em janeiro deste ano de overdose acidental, provavelmente provocada pelos inúmeros medicamentos que tomou para suportar o baque de fazer um personagem tão forte. É o que dizem alguns e, sinceramente, não creio que seja exagero.