Parece, mas não é

 

Da série “Palavras que significam uma coisa, mas soam como outra completamente diferente”. A língua portuguesa – pelo menos, a falada no Brasil – tem destas coisas. Já percebeu como existem palavras que parecem querer dizer algo que é totalmente o contrário do que realmente significam? Não? Claro que sim! Explico melhor, para ajudar a refrescar a memória.

 

Eu tava falando disso, dia desses, com minha colega de trabalho, a Raquel. E o tema me veio à tona novamente quando li numa destas revistas semanais que a Susana Vieira havia sido “ovacionada” enquanto desfilava na Sapucaí. Ovacionada? Ok, tudo bem. A matéria fez questão de ressaltar que a atriz estava muito feliz com a recepção, mas, pelo menos aos meus ouvidos, essa palavra não remete a algo muito bom. Imagina se “ovacionada” significasse o que parece. Seria um termo semelhante a “tomatizada” ou algo assim. A jovem senhora foi sambar na avenida, o povo reprovou e jogou meia dúzia de ovos para expressar o descontentamento. Pronto: ela foi ovacionada. Mas, nada disso. Ovacionar significa aclamar, aplaudir… ou seja, o contrário, exatamente.

 

O mesmo acontece quando escuto que algum patrimônio foi “tombado”. Ah, tá, demoliram o tal prédio? Não, muito pelo contrário. Embora o termo em si caracterize algo que foi destruído, dizer que um patrimônio foi “tombado” significa dizer que ele está justamente protegido de qualquer destruição ou intervenções do tipo.

 

Dá, também, pra acrescentar aos termos desta despachada pesquisa em nosso adorável idioma a palavra “perene”. Explicação daquilo que é duradouro, eterno e infindável, o adjetivo “perene” bem que sugere algo passageiro, perecível, que chega a se desmanchar de tão frágil.

 

E as coisas “nocivas”? Não dão a ideia de algo inofensivo? “Nocivo”… bonitinho, suave… Não parece? Parece, mas não é. “Nocivo” é sinônimo de perigo. Um veneno é nocivo. Um bebezinho, não. Pelo menos, enquanto continua bebezinho.

 

E você? Ativou a cuca o suficiente para enriquecer a listinha? Então, manda o comentário! Vai ser uma boa trocar figurinhas.

 

Taís Brem

 

 

Tão-tá

 

“Acho frustrante viver nos Estados Unidos, onde a sexualidade é censurada sempre. Quando criança, meus ídolos eram mulheres de grande integridade, mas com uma fortíssima carga erótica”.

Eva Mendes, atriz americana.

 

“Sou uma pessoa de múltiplas facetas: fui modelo, posei nu, sou um dos maiores goleadores do mundo e, agora, virei político”.

Túlio Maravilha, jogador de futebol, que já venceu eleições para vereador, quer se lançar como deputado federal em 2010, e depois virar governador e presidente da República. É mole?

 

“É muito importante, a oportunidade de virar uma página negra da era Bush. Estou com muita esperança, o século XXI começa agora”.

Marcos Palmeira, ator, um tanto atrapalhado com os trocadilhos para explicar suas expectativas sobre o governo de Barack Obama, um negro.

 

“Se a ciência e os médicos sugerem que este é o melhor paliativo para aliviar a dor e o sofrimento de pessoas doentes, é algo que eu estou aberto a experimentar”

Barack Obama, o próprio presidente dos EUA, sobre a liberação de maconha para fins medicinais.

 

“Encenar é como cozinhar: do bom para o péssimo é uma pitada de sal”.

Rodrigo Lombardi, ator global.

 

“Lula que me desculpe, mas nós não temos uma primeira-dama. E me incomoda o português errado que ele fala. Lula e a esposa tinham de ser bom exemplo para nós”.

Cássia Kiss, atriz, opinando que o presidente brasileiro e sua respectiva esposa poderiam ter cursado, no mínimo, uma faculdade, dado todo o tempo que têm de trajetória política.