Arquivo da tag: Vinícius Romão

Marciando

“Quando se tem dois filhos, para praticar o pecado da luxúria, é preciso dar umas escapadas”.
Gabriela Duarte, atriz.

“Nós somos comadres: ela é madrinha do meu cachorro”.
susana_quemanySusana Vieira, atriz, sobre a colega Christiane Torloni.

“Eu só gostaria de saber se vocês ainda imitam o Michael Jackson”.
Fátima Bernardes, apresentadora, ao entrevistar a dupla Pepê e Neném e questioná-las sobre a performance que as tornou famosas. A resposta foi um sonoro “Ah, não!”.

“Fazer chimarrão sem termômetro é como dirigir sem velocímetro”.
Pedro José Schwengber, diretor executivo do Instituto Escola do Chimarrão, ao ressaltar a importância de observar bem a temperatura da água com que se prepara o mate ideal. A saber: em torno de 70 graus, nunca fervendo!

“Não esbocei nenhuma reação, porque, se eu corresse ou confrontasse, talvez não estaria aqui hoje relatando o que aconteceu”.
Vinícius Romão,
ator, vendedor e psicólogo, preso injustamente, acusado de assalto, ao mencionar, em entrevista, que o policial que o deteve estava armado.

“Ele foi tratado como um animal e é assim que a maioria do Brasil trata o negro”.
Milton Gonçalves, ator, sobre o mesmo assunto.

mumuzinho_quemany“Não imito, porque as pessoas já falam que eu sou filho dele”.
Mumuzinho, cantor, ao comentar que, embora goste de imitar tipos famosos, tenta evitar as associações com Mussum. O apelido do sambista é uma herança de seu irmão mais velho, que se parecia com o falecido integrante do grupo Os Trapalhões e, por isso, era chamado de Mumu por seus conhecidos.

“Muito importante essa informação. Mudou o seu dia”.
Luciano Huck, ao comentar quanto media o dedo mindinho do pé de uma concorrente ao título Musa do Carnaval 2014 Rio e São Paulo, em seu Caldeirão.

“Tá escrito na ficha!”.
O mesmo, ao explicar, logo depois, porque informou, também, o comprimento do tornozelo de outra candidata… Então…

“Mas, que ódio que me dá desse povo, meu Deus!”.
Fabiana Karla, atriz e jurada do concurso, ao comentar, com ironia, a declaração de uma das candidatas que disse raramente se preparar fisicamente para o Carnaval. O corpo da moça, obviamente, mostrava o contrário…

“O evento tem números impressionantes: você paga R$ 1.000 por uma camiseta para ficar espremido entre 2 milhões de pessoas e zero banheiro por perto. E o mais incrível é que você ainda bebe 259 cervejas e beija 454 garotas”.
Felipe Machado, jornalista e blogueiro do Portal R7, ao definir o Carnaval de Salvador. Deu para notar que o rapaz não curte a festa?

Taís Brem

Já curtiu nossa página no Facebook? E nosso Twitter? Segue lá! #NóisGostaDeFeedback 😉

Mãos ao alto

O Brasil inteiro acompanhou o noticiário sobre a prisão precipitada e injusta do ator, vendedor e psicólogo Vinícius Romão que foi confundido com um assaltante no Rio. O rapaz ficou em reclusão por 16 dias numa cela com outros 15 detentos. E, ao que tudo indica, o erro foi da vítima, que cismou que fora Romão o responsável por lhe roubar a bolsa em que carregava R$ 10,00, um telefone celular e um cartão de crédito. O policial responsável pela prisão aceitou o depoimento, embora as evidências não batessem com o relato. Porque era negro, da mesma forma que o real criminoso, Romão ficou com a fama de culpado. E só nesta quarta-feira (26) pode desfrutar novamente de liberdade.

O caso não é isolado, disso todos sabemos. O episódio surge com força na mídia e levanta uma bandeira – que, espera-se, seja verídica – de revolta contra o preconceito racial, assim como há algumas semanas ocorreu com o caso vivido pelo jogador de futebol Tinga, no Peru. O esportista, que defende as cores do Cruzeiro, foi hostilizado pelos torcedores do Real Garcilaso, contra quem Tinga jogava pela Taça Libertadores da América. A torcida adversária imitou gritos de macaco para ofender o jogador, que, obviamente, lamentou o ocorrido e declarou que trocaria todos os títulos conquistados em sua carreira por um futebol sem racismo.

O ideal seria que não apenas os campos e arquibancadas dos estádios de futebol fossem limpos desse comportamento nojento, mas todos os setores da sociedade. Como os salões de beleza, por exemplo, de onde surgiu uma detenta há alguns dias, pega em flagrante discriminando uma manicure por ser afrodescendente. A australiana disse que não se sujaria entregando suas mãos a alguém que tinha a pele escura demais para fazer suas unhas. Como se não bastasse, ofendeu, também, o policial que lhe prendeu logo depois, que também era negro. A prisão foi merecida. E a estrangeira, se é que não sabia, ficou a par de que, aqui no Brasil, racismo é crime. Inafiançável, desde a Constituição de 1988.

Bom seria, também, que essas prisões – as adequadas – fossem tão comuns quanto é comum a expressão do preconceito racial. Seria ótimo se o global Big Brother Brasil inovasse com uma visita surpresa e marcante à casa. Nem funkeiros, nem apresentadores ou artistas. Quem sabe algum policial disposto a colocar a legislação em prática? Testemunhas é o que não faltam para comprovar a infelicíssima declaração da tal Fran que dias desses disse que, se não usasse desodorante, ficaria cheirando como uma “neguinha”. Fora um outro participante que já havia feito um comentário tão desastroso quanto, a respeito de seu envolvimento sexual com uma moça “de cor”.

Se é para fazer justiça, que se faça em toda e qualquer situação. Não se trata de espetáculo gratuito. Trata-se de impor limites para que se conheça exatamente o sentido e o exercício da palavra “respeito”.

Taís Brem

*Texto publicado, também, no Reportchê.