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Fumacinha perigosa?

 

Seguindo a linha do “quem avisa, amigo é”, mais uma boa dos pesquisadores de plantão: sabe aquela fumaça aromática que sai dos (até então) inofensivos incensos? Então… Pode causar câncer. E antes que me apedrejem, esta constatação não é minha. Tá no site da Veja. Embora eu mesma não simpatize com os incensos (rituais religiosos à parte, o cheiro deles chega a me dar dor de cabeça), estou apenas repassando informações, como todo jornalista que se preza. O estudo que comprovou isso – do Instituto Statens Serum, em Copenhagen, Dinamarca – diz que absorver o cheiro dos aromatizantes não chega a ser tão nocivo quanto fumar um pacote de cigarros por dia durante 20 anos, por exemplo. Mas continua sendo perigoso. Tanto que até a Associação Americana do Pulmão passou a considerar o produto como um fator de risco.

O problema está no uso freqüente sem ventilação suficiente nos ambientes. Para os especialistas, o hábito há de ser repensado. Os pesquisadores entrevistaram mais de 60 mil pessoas livres de câncer e provenientes da China e de Cingapura, todas com idades entre 45 a 74 anos. Ao final da pesquisa, foi observado que o risco de desenvolver a doença praticamente duplicou, com a ocorrência de tumores nasais, na língua, na boca e na laringe. No pulmão, entretanto, ainda não foram constatadas maiores chances da doença se desenvolver.


“Considerando que nossos resultados têm o suporte de inúmeros estudos experimentais que mostram que o incenso é um produtor poderoso de partículas em suspensão e que sua fumaça contém substâncias cancerígenas, eu acho que ele deveria ser usado com precaução,” alertou Jeppe Friborg, que liderou a pesquisa. Mas isso não é coisa só de gringo. Em março deste ano, a Folha noticiou que a Pro Teste, a Associação Brasileira de Defesa do Consumidor, deu sinal vermelho aos incensos por também constatar que a fumaça do troço exala substâncias “altamente tóxicas”.

 

Veja alguns trechos da matéria de Cláudia Collucci.

 

 

Teste mostra que fumaça de incenso é prejudicial à saúde

 

Queimando um incenso todos os dias, por exemplo, a pessoa inala a mesma quantidade de benzeno –substância cancerígena– contida em três cigarros, ou seja, em torno de 180 microgramas por metro cúbico. Há também alta concentração de formol, cerca de 20 microgramas por metro cúbico, que pode irritar as mucosas.

As substâncias nem de longe lembram as especiarias aromáticas com as quais o incenso era fabricado no passado, como gálbano, estoraque, onicha e olíbano. Se há uma leve semelhança, ela reside na forma obscura da fabricação. No passado, o incenso era preparado secretamente por sacerdotes.

Hoje, o consumidor também não é informado como esses produtos são feitos e quais substâncias está inalando. O motivo é simples: por falta de regulamentação própria, os fabricantes de incenso não são obrigados a fazer isso.

Nas cinco marcas avaliadas (Agni Zen, Big Bran, Golden, Hem e Mahalakshimi), todas indianas, não há sequer o nome do distribuidor brasileiro na embalagem. Muito menos a descrição de quais substâncias compõem o produto. A Folha tentou localizar as empresas, por meio dos nomes dos incensos, mas, assim como a Pro Teste, não teve sucesso.

A avaliação foi feita a partir da simulação do uso em ambiente parecido com uma sala. Segundo a Pro Teste, foi medida a emissão de poluentes VOCs (compostos orgânicos voláteis) e de substâncias passíveis de causar alergias, como benzeno e formol. As concentrações foram medidas após meia hora do acendimento.

Maria Inês Dolci, coordenadora institucional da Pro Teste e colunista da Folha, alerta que os aromatizadores de ambiente, como o incenso, são vendidos sem regulamentação ou fiscalização, o que representa perigo à saúde. “Os consumidores pensam que se trata de produtos inofensivos, que trazem harmonia e, na verdade, estão inalando substâncias altamente tóxicas e até cancerígenas.”

A Pro Teste reivindica que a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) faça um estudo sobre o impacto dos produtos na saúde e elabore regulamentação para a produção, importação e venda no Brasil.

 

Consumidora

“Estou surpresa. Acendo incensos diariamente há 20 anos no momento em que faço minhas preces no altar budista que tenho na sala. É uma forma de agradecimento às divindades e de limpeza energética. Jamais pensei que eles pudessem fazer mais mal do que bem”, diz Renata Sobreira Uliana, 49.

O resultado dos testes também surpreendeu os médicos. “Nunca li nenhum artigo científico a respeito disso, mas é um dado muito interessante, que vai fazer a gente repensar a forma de liberar esse tipo de produto”, diz José Eduardo Delfini Cançado, presidente da Sociedade Paulista de Pneumologia.

Clystenes Soares Silva, pneumologista da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), explica que nem pessoas predispostas a desenvolver quadros alérgicos (como rinite e asma) nem pessoas saudáveis devem se expor aos incensos.


Taís Brem 

 

 

 

Soltando o verbo

 

“Eu a interpreto como algo natural, que não faz mal a ninguém. Tem mil coisas piores por aí e acho que a música não tem problema nenhum”.

Andressa Soares, a Mulher-Melancia, sobre a influência de músicas como as que ela dança no comportamento da galera.

 

“Devem ser os pecados, porque tenho 76 anos como pecador”.

José Alencar, vice-presidente da República, sobre a doença contra a qual luta desde 1997. O câncer já atingiu a próstata, o rim, o estomago e agora ataca o intestino e os músculos das costas.

 

“As pessoas normalmente têm medo de entregar esse tipo de personagem aos negros, acham que pode ser politicamente incorreto. Caramba, politicamente incorreto é não dar”.

Taís Araújo, sobre a personagem – rica e negra – que interpreta na novela global “A Favorita”.

 

“Não importa quem é. Não a apresento. Já saí com mulher muito famosa na surdina”.

Supla, cantor, sem querer dizer à imprensa quem era a moça que o acompanhava na praia de Ipanema. Tá podendo, hein?

 

“Me sinto uma pessoa rebelde, a velha rebeldia da juventude com certeza, a rebeldia de 68, está em mim”.

Vera Guasso, candidata à prefeitura de Porto Alegre, numa auto-definição.

 

“Adoraria ter um filho do presidente, mas sei que é mais difícil aos 40 que aos 25.”.

Carla Bruni, primeira-dama da França. Ela tem 40 e Sarkozy, o marido, 53.

 

“Eles são muito agradecidos pela experiência. Não me sinto minimamente culpado. Sinto que foi muito bom para eles também”.

Jovem de classe média, morador de Porto Alegre e militar do Exército, achando que faz um bem à humanidade traficando o ecstasy, famosa droga consumida em raves, para os amigos.

 

 

Muito a declarar

 

“Acho que sou uma boa menina, tenho um coraçãozinho bom. Trabalho direitinho e mereço as coisas”.

Mari, jogadora da seleção brasileira de vôlei, nada modesta ao passar à final dos Jogos de Pequim.

 

“Duda tem me ajudado muito, assim como ajudou muito ao Lula”.

Marcelo Crivella, candidato à prefeitura do Rio, elogiando o trabalho do publicitário Duda Mendonça. O marketeiro é responsável pela campanha de Crivella, assim como foi da de Lula, em 2002.

 

“Dizem que ao fazer o papel de Deus você dá um tiro no próprio pé. E fiz duas vezes. Por muito tempo, recebi roteiros para fazer bonzinhos na tela. Por isso o Sloan me atraiu. Você não sabe ao certo se ele é mocinho ou bandido”.

Morgan Freeman, ator, comparando seus personagens em “O Todo-poderoso” e em “O Procurado”, que estréia hoje no Brasil.

 

“É hora de acabar com a pergunta ‘o que você comprou?’ e começar a perguntar ‘você vive bem?’”.

Bill McKibben, ambientalista americano, defendendo a qualidade de vida em vez do consumismo no livro “Deep Economy” (em português, Economia Profunda).

 

“Tem muita mulher bonita por aí, dá até raiva. Não tenho olho grande no que é dos outros, cada um tem as suas coisas. Mas essas mulheres, com esse corpo, dá vontade de dar nelas”.

Taty Quebra-barraco, funkeira.

 

“Quando eu estava na Amazônia fui a um restaurante em que os convidados escolhiam o peixe vivo na hora dentro de aquário. Eu achei tão agressivo, foi um momento, sei lá. Parei ali”. 

Leona Cavalli, atriz, que optou pelo estilo de vida vegetariano.

 

“Deus mudou meu futebol”.

Jorge de Amorim Campos, o Jorginho, jogador de futebol, falando de como sua conduta dentro de campo mudou depois da conversão ao Evangelho. Antes ele mais dava porrada que jogava.

 

Eu sei que não sou uma boa pessoa quando o assunto é o uso dessas substâncias”.

Lily Allen, cantora, que já teve problemas com drogas e não se arrisca a dizer que não voltará a usá-las.

 

 

Mate amargo

 

Não sou muito de chimarrão. Na verdade, não acho a mínima graça em ficar sorvendo aquele chá amargo, pelando de quente. Por este lado, nem pareço gaúcha. Todavia, mesmo que não seja minha praia, faz muito tempo que o mate virou marca mais que registrada do Rio Grande do Sul e não é difícil conhecer gente que chega a acordar mais cedo que a cama só para manter o hábito. E nem o inverno é empecilho para isso. Devem achar bom à beça para merecer tanto sacrifício.

 

Pois bem. Acontece que um estudo feito por pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) caiu na mídia, no início desta semana, e tá causando muita polêmica. Por quê? A pesquisa mostra que substâncias presentes no chimarrão podem contribuir para o surgimento de câncer no esôfago. Seriam os tais HAP (hidrocarbonetos aromáticos policíclicos). A cada dúzia de chimarrão servida, foi detectado o mesmo índice de HAP existente em um maço de cigarro. Hummm…

 

 

Quando li a reportagem, em voz alta, para os bebedores de plantão no meu serviço, quase fui apedrejada. Tudo bem, até entendo. Concordo mesmo que seja meio forte a conclusão. Afinal, tudo que se sabia de ruim do mate até agora era que ficar todo mundo chupando na mesma bomba não era coisa lá muito higiênica. Mas daí a causar câncer? Parece exagero.

 

Pelo estudo, disseram que o risco da doença é atribuído exatamente àquela quentura toda que me repele: quanto mais alta a temperatura da bebida, mais HAP. O que deve deixar os adeptos do mate mais tranqüilos é que, apesar do alarde, não dá ainda pra dizer que chimarrão dá câncer. E isto porque, enquanto no cigarro estas substâncias maléficas vão direto pro pulmão, no caso do chima, não se sabe nem que rota os HAP fazem dentro do organismo. Precisariam de mais estudos para tanto.

 

O presidente do Instituto Escola do Chimarrão, em Venâncio Aires, Pedro Schwengber, bate pé e diz que o produto não faz mal coisa nenhuma: “Nunca vi alguém ter problemas por beber chimarrão, mas já vi gente morrer por causa do cigarro”. Ele ainda defende que outros estudos já provaram que o mate ajuda contra o colesterol, o mal de Parkinson e até as cáries. “Quando todos souberem desses benefícios, o mundo todo vai tomar chimarrão”. Então tá…

 

Taís Brem