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A cara jovem do Brasil

 

Este post poderia ser só mais uma clássica sessão de frases. Será até. Mas, em parte. Embora goste demais do gênero, senti que o assunto que quero tratar hoje merece um espacinho maior. É por isso que vou “perder tempo” com meu mais novo achado: uma pesquisa inédita do instituto Datafolha sobre o perfil do jovem brasileiro! Não é demais??? Não? Não achou? Tá bom… Olha, eu sei que, às vezes, papo de jornalista é chato. Jornalista crente então… Nem se fala. Mas, eu vou escrever assim mesmo, porque continuo achando que o tema merece atenção. E, se você tiver paciência de ir até o fim, por favor, me acompanhe. Vou me esforçar para parecer o mais interessante possível.

 

 

 

Pois então. O estudo feito pela Folha S. Paulo é inédito, porque é a primeira vez que alguém, pelo menos neste século, o 21, se empenha em entrevistar 1.541 pessoas, entre 16 e 25 anos, de 168 cidades do país com base num questionário de 120 perguntas. O resultado? Um bom apanhado de informações sobre as cabeças que farão (e já fazem) o futuro do Brasil a partir de assuntos que abrangem de sexo a religião, passando por hábitos de consumo, política e preferência musical. As declarações abaixo foram retiradas do caderno “Jovem do século 21”, encartado na Folha de S. Paulo do último 27 de julho. Confira – em frases, claro – um pouco do que achei mais interessante deste trabalho.

 

“Esta pesquisa mostra a mesma coisa que, aparentemente, descobrimos a cada vez que sondamos os adolescentes: eles são tão caretas quanto a gente, se não mais”.

Contardo Calligaris, psicanalista, 59 anos, no artigo em que considera a nova geração longe dos padrões de rebeldia que marcaram, por exemplo, a adolescência dos anos 60. É… O que ele afirma pode ser verdade por um lado…

 

“O jovem brasileiro quer saúde. Quer estudar e ganhar dinheiro. Quer ser feliz no trabalho e no amor e quer ir para o céu quando morrer”.

André Forastieri, 42 anos, jornalista.

 

“Esse mundo já está muito perdido. Muita liberação vai acabar estragando”.

Fernanda Lima, estudante, 18 anos, discursando contra o aborto e a favor da maioridade penal.

 

“Vi que estava perdendo tempo e amadureci”.

Giovanna de Carvalho, 16 anos, lamentando ter repetido o primeiro ano do Ensino Médio. Ela integra a lista dos 54% de jovens que já repetiu ano na escola.

 

“A mulherada está atacada hoje em dia! Acho que é falta do que fazer”.

Camile Liguori, 20 anos, defendendo sua postura sobre virgindade.

 

“Nessa parte, assumo minha fé católica. A pessoa só terá a chave do meu corpo se abrir o meu emocional”.

Ederson Vertuan, 24 anos, sobre o mesmo assunto. Vertuan faz parte dos somente 1% de rapazes que ainda é virgem depois dos 22 anos.

 

Mas, por outro lado…

 

“Os pais desses adolescentes estão parados na década de 1960, achando que seus filhos usam droga e tudo bem. É um horror”.

Ana Cecília Marques, pesquisadora da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), comentando o índice de 43% dos pais que sabem que os filhos usam ou já usaram drogas. E parecem não fazer nada para mudar a situação.

 

“Sinto prazer em comprar, mas, quando percebi, tinha 40 calças jeans e só usava quatro”.

Guilherme Lemes, 19 anos. Ele é um dos 69% dos jovens que se assumem consumistas, gastando, fútil e desnecessariamente, o dinheiro dos pais ou o próprio salariozinho suado em compras.

 

“Nunca fui paranóica, mas já tinha 18 anos e meu peito não crescia”.

Mariana Martines, 20 anos, que colocou uma prótese de 260 ml de silicone nos seios por estar insatisfeita com seu visual. Pela pesquisa, 42% das meninas sonham em fazer plástica contra 16% dos meninos.

 

Outro dado que considero interessante é que, na lista dos medos, o da morte é líder: são 40% dos jovens que temem morrer ou perder pessoas próximas. Dá uma idéia de fragilidade. A violência foi citada por 13% dos entrevistados, talvez porque um de cada três deles tenha dito que já foi assaltado, inclusive – e até bem óbvio – os mais abastados.

 

Um próximo item mostra que 37% dos jovens têm a mãe como melhor amiga para contar… quase tudo. Especialistas concordam que os adolescentes tenham mesmo de manter uma certa restrição. Acham que é saudável que pais e filhos tenham mesmo segredinhos entre si, porque abrir demais detalhes sobre sexualidade pode tornar-se invasão de privacidade. É o que eles acreditam. Depois das mães, vêm os pais, os avós e os irmãos.

 

Em se tratando de consumo de drogas, álcool e cigarro, jovens que moram no sul (é, aqui mesmo, infelizmente) estão muito mais à frente que os de outras partes do Brasil. É o que mostram as estatísticas. Segundo pesquisadores, o dado é reflexo do grande oferecimento de entorpecentes aos moradores desta região. Isso é motivado também pela “instalação de rotas de narcotráfico e laboratórios clandestinos de refino de drogas no local”.

 

Quando o assunto é música, o forró (surpreendentemente, na minha opinião) é o ritmo preferido da maioria. 23% preferem pagode ou rock, 11%, samba e axé, 15%.

 

Taís Brem

 

Tin-tin!

 

Responda rápido: algumas doses de álcool no sangue têm o poder de perturbar seus sentidos? Se sua resposta for sim, qual seria, então, a possibilidade de “umas a mais” te fazerem achar lindo aquilo que é tenebroso? Enorme, não? Pois um grupo de pesquisadores da Grã-Bretanha – no mínimo, um bando de desocupados, na minha agressiva primeira vista – precisou de estudo para comprovar isso. A pesquisa, feita pela Universidade de Bristol e publicada na revista New Scientist, garante que “depois de uns copos de cerveja, as pessoas realmente começam a achar os outros mais bonitos”. Ora, ora, pois, pois! Que novidade espetacular!

 

A brincadeirinha pegou 84 alunos heterossexuais de cobaia para tomar uns “golzinhos” de uma bebida não-alcoólica com sabor de limão ou uma bebida alcoólica com aroma parecido. Alguns minutos depois, foram mostradas a estes estudantes fotos de pessoas de sua mesma faixa etária, de ambos os sexos. É claro que, quem tinha bebido álcool, achou os personagens das fotografias muito mais atraentes. Até os homens começaram a achar os “barbados” bonitos! Que perigo… Isso fora as outras constatações sobre o risco de assumir aventuras sexuais com mais facilidade.

 

De qualquer forma, se todos os riscos do álcool se resumissem a apenas isso, seria até engraçado. Mas, como já dizia o sábio, em Provérbios 23: Não olhes para o vinho, quando se mostra vermelho, quando resplandece no copo e se escoa suavemente, pois ao cabo morderá como a cobra e picará como o basilisco. Os teus olhos verão coisas esquisitas, e o teu coração falará perversidades”. Vermelho, verdinho ou incolor, a coisa é séria e pode garantir boas enrascadas. E não precisa nem de pesquisa internacional para comprovar isso.

 

Taís Brem

Pesquisas e mais pesquisas

 

Não sei se é o seu caso, mas eu, volta e meia, dou de cara com alguma notícia de teor, no mínimo, curioso sobre estudos e pesquisas científicas feitas ao redor do mundo e que, ao meu ver leigo, não acrescentam nada pra ninguém. Uma delas diz que mães de quadril largo tem mais propensão a gerar filhas com câncer. Outra fala que as mesmas mulheres cheias de curvas têm capacidade de gerar filhos mais espertos e inteligentes. Já outra comprova, por A mais B, que escovar os dentes serve como aliado na prevenção de ataques cardíacos e uma próxima indica que a capacidade para ser feliz é hereditária. Pode?

Pois é. Se isto tudo tem mesmo fundamento, não sei. Mas uma destas pesquisas, em especial, me chamou atenção hoje. No mês passado, um grupo de pesquisadores europeus defendeu a tese de que pessoas com QI (Quociente de Inteligência) mais alto são menos propensas a ter crenças religiosas. Um dos caras, Richard Lynn, já é responsável por outras pesquisas polêmicas, como a que diz que os homens são mais inteligentes que as mulheres…

Todo caso, esta que relaciona ateísmo com “inteligência” não me parece tão absurda. Supõe-se mesmo que quem tem um quê mais intelectual demonstre certa resistência para aceitar princípios divinos. O estudo diz que uma das explicações é que estas pessoas têm acesso mais facilitado a teorias alternativas de criação do mundo. Portanto, questionam mais facilmente o que seria puramente comprovado pela fé. Outro ponto forte seria que os países comunistas, locais onde, segundo o estudo, as pessoas têm um QI elevado, teriam sido fortemente afetados pela propaganda ateísta contra a crença religiosa.

É. Pelo menos estas coisas podem ser comprovadas em diversos textos da própria Bíblia, quando lemos, por exemplo, que a racionalidade humana nunca se afinou muito bem com a sabedoria divina, onde a fé é o principal elemento.

Frases – parte VI

 

 

“Deus cismou de rir para mim, e se eu começar a achar que Deus sorri pra mim porque eu sou legal, coloco tudo a perder.”

Fernanda Brum, cantora gospel.

 

“Se não dá para trazer o céu para a terra, podemos aproximar”.

Leonardo Boff, teólogo.

 

“A sociedade brasileira valoriza a religião, mas não segue nenhuma, porque elas costumam ser muito exigentes. Há apenas uma minoria que segue, o resto não tem nem tempo para isso.”

Flávio Pierucci, sociólogo.

 

“O maior perigo de todos é permitir que novos muros nos dividam. Agora é tempo de construirmos novas pontes ao redor do mundo”

Barack Obama, candidato democrata à Presidência americana, discursando para uma multidão em Berlim.

 

“Me imaginava aos 40 anos, solteiro, acordando bêbado com uma menina de 27 anos. Isso me deu uma depressão. Hoje, essa angústia está se revertendo”

Marcelo Adnet, apresentador da MTV, explicando como mudou sua perspectiva sobre o futuro. Agora ele quer casar e ter filhos.

 

“A nossa teoria é que os indivíduos com um status elevado podem se permitir tirar sarro de si mesmos mais facilmente”.

Greengross Miller, pesquisador, mostrando uma das conclusões do estudo “Desrespeitar a si mesmo versus Desrespeitar aos outros: Efeitos de Status, Personalidade e Sexo na Atração do Humor Autodepreciativo e do Humor Depreciador dos Outros, em tradução livre)”. A pesquisa “comprovou” que quem zomba de si mesmo faz sucesso com o sexo oposto. Mas a estatística funciona melhor com quem tem dinheiro…

 

“Quando eu nasci, ela já não existia? Não sei como os garotos da minha idade viviam sem isso”.

Thiago Cristófaro, estudante carioca, 16 anos, sobre a Internet.

 

“Cansei. Dizer que sou baladeira e doidona é mentira. Odeio bebida, droga e boate. O fato de ser extrovertida não dá o direito de me desrespeitarem”.

Preta Gil, cantora, chateada com os comentários exagerados sobre si mesma que vê na mídia.

 

“Não tem porque guardar rancor, mas sou da seguinte opinião: aqui se faz e aqui se paga”.

Rafael Ilha, ex-Polegar, explicando que Gugu teria “virado as costas” para ele desde sua primeira prisão, em 1998.

 

“Para ser sincero, acho que a única pessoa no mundo que não é insegura é George W. Bush. Ele é tão maluco que não tem tempo para isso”.

Chris Martin, roqueiro inglês, sobre o presidente americano.