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Idade não é documento

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Se ao olhar a foto, a idéia que lhe vem à cabeça é a de uma mulher distinta, esqueça. Este é o rótulo que menos se adapta à professora aposentada Jane Juska, hoje com 75 anos. Na época que a tornou celebridade dentro e fora dos Estados Unidos, aos 66, ela tomou a ousada atitude de publicar um anúncio num jornal de literatura de Nova York avisando que queria realizar o sonho de fazer “muito sexo com um homem de quem gostasse” antes de completar 67 anos. Realmente, rugas, cabelos brancos, filhos adultos e uma longa estrada de vida não são mais garantia de seriedade. Até porque, Jane tem tudo isso. O que faltou foi vergonha na cara mesmo.

 

Esta semana chega ao Brasil, pela Editora Rocco, o livro Uma Mulher de Vida Airada – Memórias de Amor e Sexo depois dos 60, escrito pela queridona. É o relato nada discreto das aventuras que teve com quatro dos 63 homens que responderam ao seu apelo e se candidataram para quebrar o jejum sexual de uns trinta anos que ela mantinha até então. O resultado, segundo Jane, foi tão “satisfatório” que, hoje em dia, ela não precisa nem mais de propaganda. Continua na atividade, apenas colhendo os frutos deste sucesso. “A maioria das pessoas de idade, em especial as mulheres, têm medo de correr riscos. Preferi agir a esperar que alguma coisa acontecesse”, justificou.

 

Entre os pretendentes teve gente de mais de 80 e até de 32. Sim, o mais novo deles, pelo qual Jane chegou a se apaixonar, poderia ser filho dela. Na publicação, a aposentada não poupa detalhes. Fala de um que ousou pegar em seu traseiro, de outro que apalpou seus seios e ainda sobre outro que roubou sua calcinha. Acerca do órgão sexual masculino, por exemplo, ela diz: “Eles são diferentes uns dos outros, retos e curvados, compridos e curtos, grossos ou finos, eternamente fascinantes em repouso ou ativos. Eles fazem coisas maravilhosas para mim e eu faço coisas maravilhosas com eles”. Baixaria? Capaz…

 

Mas, é claro, Uma Mulher de Vida Airada não fala só das picantes experiências da velhinha aposentada. Relata também outros acontecimentos de sua trajetória, como a educação rígida na infância, as decepções amorosas, o divórcio e os problemas com obesidade e alcoolismo. Ou seja, há um fundo de heroísmo na história. Aquela coisa de coragem que, como diz a revista Época desta semana, “mostra que a terceira idade não precisa ser um tempo apenas de renúncias e lembranças”. Não duvido que o mundo inteiro vá aplaudir e considerar esta aberração uma lição de vida. Como a própria Jane resume: “Posso acabar me tornando a heroína ou a vilã, quem sabe, mas o que eu sei ao certo agora é: sou facilmente excitável”. Bom proveito, então.

 

Taís Brem

 

Leia aqui a reportagem na íntegra