Retrô de junho

O mês de junho já se foi e, com ele, o primeiro semestre do ano. Dizer que “bah, pôxa vida, como o tempo passa rápido” é clichê, mas é real. E a ideia que se tem é de que tudo tem passado mesmo cada vez mais rápido. Nada melhor, então, do que usar retrospectivas para falar do que já se foi.
E aqui está uma prévia, rapidíssima, do que (eu acho) de mais importante ocorreu neste mês.

Começando pela queda da obrigatoriedade do diploma para profissionais de Jornalismo. O Supremo Tribunal Federal, nosso respeitoso STF, decidiu que já não é mais necessário mostrar o certificado de conclusão de uma faculdade de Comunicação Social para exercer a profissão de jornalista. Lamentável. O ministro do STF, Gilmar Mendes, chegou a comparar o jornalista com o cozinheiro, ao argumentar que não é necessário cursar Culinária para se fazer uma boa comida. Isso só pra começo de conversa. A tal da liberdade de imprensa também foi citada como desculpa. Mas, desde quando restringir quem tem autoridade para escrever ou veicular algo é diminuir a liberdade de imprensa? Acaso qualquer um que saiba bem o código penal pode ser advogado? E quem tem um bom tino para corte? Pode ser médico por isso apenas?

Bem, isso foi no dia 17, uma quarta-feira. Oito dias depois, fãs de Farrah Fawcett receberam dolorosamente a notícia de sua morte. Estrela da série “As Panteras” na década de 70, Farrah tinha 62 anos. Foi vítima de cancro do cólon. E, no mesmo dia, muito mais gente ficou chocada ao saber que o “Rei do Pop” também tinha partido. Tudo bem, Farrah Fawcett tinha seu mérito, como todo ser humano. Mas, com certeza, o mundo inteiro sabia quem era Michael Jackson. Farrah Fawcett, nem todos.

Muito já se falou sobre a ida repentina de Michael. Quantos anos ele tinha, qual o álbum fez mais sucesso, os escândalos, as especulações sobre o que o matou etc, etc e tal. Repetir aqui, seria chover no molhado. Entretanto, refletindo sobre estas questões todas que voltam à mente sempre que me deparo, na mídia, com um novo dado sobre a morte dele, tive um estalo, dia desses. Acho que o mais triste desta notícia não foi, simplesmente, o falecimento físico do cantor. Mas uma sensação de que nunca mais teremos a chance de vê-lo recuperado dos baixos que marcaram sua carreira. O retorno que ele preparava para os palcos não configurou. Então, já era. Não tem mais volta, entende? Já não há mais chance de, de repente, se deparar com um novo Michael. A não ser no céu, se é que ele foi pra lá. Isso, pra mim, parece o mais lastimável.

Taís Brem